Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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Panorama Geral<br />
Governos de 179 países afirmaram o direito individual ao planejamento familiar<br />
na Conferência Internacional <strong>sobre</strong> População e Desenvolvimento, CIPD, em 1994,<br />
quando os signatários de seu Programa de Ação declararam que “o objetivo dos<br />
programas de planejamento familiar deve ser o de capacitar casais e indivíduos a<br />
decidir livre e responsavelmente <strong>sobre</strong> o número e espaçamento entre gravidezes<br />
e dispor <strong>da</strong>s informações e meios para assim o fazer.” Esta afirmação marcou<br />
uma mu<strong>da</strong>nça de paradigma na maneira pela qual governos e organizações<br />
internacionais viam as questões de desenvolvimento e de população.<br />
O planejamento familiar é essencial para que os<br />
indivíduos possam exercer seus direitos reprodutivos<br />
e outros direitos humanos básicos. O consenso internacional<br />
<strong>sobre</strong> o direito de decidir o momento e o<br />
espaçamento entre gravidezes é resultado de déca<strong>da</strong>s<br />
de pesquisa, argumentação e debate. Como reflexo<br />
desse consenso, há hoje um renovado enfoque <strong>da</strong><br />
comuni<strong>da</strong>de do desenvolvimento na necessi<strong>da</strong>de de<br />
mais ação política e programática para assegurar que<br />
todos possam exercer igualmente o direito de acesso<br />
a serviços, insumos e informações de alta quali<strong>da</strong>de,<br />
quando deles necessitem.<br />
Para se assegurar a saúde sexual e reprodutiva, uma<br />
ampla escala de serviços tem de ser ofereci<strong>da</strong>. O planejamento<br />
familiar é apenas um desses serviços e deve<br />
ser integrado com:<br />
• atendimento básico à saúde, bem como acompanhamento<br />
pré-natal, parto seguro e atendimento<br />
pós-parto;<br />
• prevenção e tratamento apropriado <strong>da</strong> infertili<strong>da</strong>de;<br />
• gestão <strong>da</strong>s consequências de abortos inseguros;<br />
• tratamento <strong>da</strong>s infecções do aparelho reprodutivo;<br />
• prevenção, atendimento e tratamento de doenças<br />
sexualmente transmissíveis e do HIV/Aids;<br />
• informação, educação e aconselhamento <strong>sobre</strong><br />
sexuali<strong>da</strong>de humana e saúde reprodutiva;<br />
• prevenção e vigilância <strong>da</strong> violência contra<br />
mulheres e atendimento às mulheres agredi<strong>da</strong>s e<br />
• outras ações para a eliminação de práticas tradicionais<br />
<strong>da</strong>nosas, como a mutilação genital<br />
feminina.<br />
Este relatório está voltado para o planejamento<br />
familiar voluntário e direitos porque:<br />
• O direito básico de todos os casais e indivíduos<br />
de decidir, livre e responsavelmente, <strong>sobre</strong> o<br />
momento e número de filhos que terão é entendido<br />
como uma dimensão essencial dos direitos<br />
reprodutivos, juntamente com o direito de<br />
alcançar o mais elevado padrão de saúde sexual<br />
e reprodutiva, e o direito de to<strong>da</strong>s e todos de<br />
tomar decisões reprodutivas, livres de discriminação,<br />
coerção e violência.<br />
• O fato de a pessoa poder planejar o momento<br />
de ter filhos e o tamanho de sua família determina<br />
de forma muito próxima o alcance de<br />
outros direitos.<br />
• E o direito ao planejamento familiar é um direito<br />
pelo qual muitas pessoas tiveram de lutar e<br />
que ain<strong>da</strong> hoje precisa ser defendido, a despeito<br />
dos sólidos marcos globais de direitos e desenvolvimento<br />
nos quais está apoiado.<br />
iv<br />
Panorama Geral