Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012

O uso varia de acordo
com os níveis de renda
2010). Em alguns países, como a Nigéria (DHS,
2008), o uso de contraceptivos modernos aumen-
Muitas pesquisas calculam os níveis de riqueza
ta conforme o aumento da riqueza das pessoas
nacionais e os indicadores desagregados por quintil
que vivem nas áreas urbanas e rurais. A diferença
de riqueza, dos 20% mais pobres aos 20% mais
essencial é a taxa de mudança: os mais ricos das
ricos da população. As pesquisas baseadas em
áreas rurais reportam um uso mais elevado de
análises por quintil da população podem ajudar a
contraceptivos que os pobres das áreas urbanas.
identificar desigualdades e necessidades de plane-
Esses resultados apoiam as políticas voltadas para a
jamento familiar nos países, especialmente quando
população urbana mais pobre, especialmente quan-
combinadas a dados urbano-rurais e a outras impor-
do existem padrões de disparidades similares entre
tantes dimensões de acesso (Iniciativa de Política da
indicadores que medem resultados adversos, em
Saúde da USAID, Ordem de Tarefa 1, 2010).
termos de saúde sexual e reprodutiva.
Em razão de a pobreza assumir características
específicas em cada cenário, alguns pesquisadores
hoje defendem classificações de quintis separados
para as populações urbanas e para as rurais, com
A escolaridade influencia o tamanho
desejado das famílias, o emprego do
planejamento familiar e a fecundidade
o objetivo de obter um quadro mais completo das
O nível de escolaridade está associado ao tamanho
desigualdades entre pobreza e riqueza, em cada
desejado das famílias, ao uso de contraceptivos e
uma dessas áreas. Esta abordagem possibilita com-
à fecundidade. Análise realizada, em 24 países da
parar as diferentes experiências de mulheres pobres
em cenários urbanos e aquelas relativamente ricas
em comunidades rurais. Resultados obtidos através
de pesquisa realizada em 16 países da África,
América Latina e Caribe apontaram forte relação
África Subsaariana, demonstrou que as adolescentes
que têm maior probabilidade de engravidar são
pobres, sem escolaridade e vivem nas áreas rurais
(Lloyd, 2009). As taxas de nascimento são quatro
t
Alunas do ensino
médio de Bucareste,
na Romênia, lêem
um folheto sobre
preservativos.
©Panos/Peter Barker.
entre emprego de planejamento familiar, status
socioeconômico e local de residência (Foreit, Karra
e Pandit-Rajani, 2010).
Em países como Bangladesh, a prevalência do
uso de contraceptivos modernos repete-se nos
quintis ricos das áreas urbanas e rurais: observa-se
uma diferença nominal em seu uso entre
ricos e pobres das comunidades urbanas e entre
os mais ricos e mais pobres das rurais (Pesquisas
Demográficas e de Saúde, 2007). Em Bangladesh,
a prevalência do uso de contraceptivos é cerca
de 6% maior nas áreas urbanas. Resultados
similares, que dão suporte a estratégias pró-rurais,
foram obtidos no Peru, e podem garantir
programações pró-rurais na Bolívia, Etiópia,
Madagascar,Tanzânia e Zâmbia (Iniciativa de
Política da Saúde da USAID, Ordem de Tarefa 1,
RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 2012
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