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Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012

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conceito de “saúde sexual e reprodutiva,” e ao <strong>da</strong>r<br />

atenção às condições sociais que definem seu formato.<br />

O Programa confirmou a importância <strong>da</strong> saúde<br />

sexual e reprodutiva para as vi<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s mulheres, bem<br />

como as específicas necessi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s e dos adolescentes<br />

e os papéis desempenhados pelos homens. E<br />

estabeleceu um man<strong>da</strong>to para que os programas de<br />

desenvolvimento levem em conta – e correspon<strong>da</strong>m<br />

às exigências de – fatores sociais, políticos e econômicos<br />

que afetam as pessoas de modo distinto, em<br />

função de quem são, onde vivem e o que fazem.<br />

Uma contribuição adicional <strong>da</strong> CIPD: enquanto<br />

os programas anteriores trataram o planejamento<br />

familiar como ativi<strong>da</strong>de isola<strong>da</strong>, o Programa de<br />

Ação situou-o no contexto de programas mais<br />

amplos de saúde sexual e reprodutiva. Os direitos<br />

reprodutivos repousam não apenas no reconhecimento<br />

do direito de casais e indivíduos de planejar<br />

sua família, mas no “direito de atingir o mais alto<br />

padrão de saúde sexual e reprodutiva. Isto também<br />

abrange seu direito de tomar decisões concernentes<br />

à reprodução livre de discriminação, coerção e<br />

violência, conforme expresso nos documentos de<br />

direitos humanos” (UNFPA, 1994).<br />

Com a redução <strong>da</strong> preocupação <strong>sobre</strong> a gravidez<br />

indeseja<strong>da</strong>, o planejamento familiar pode contribuir<br />

para edificar relações entre parceiros e assegurar uma<br />

vi<strong>da</strong> sexual gratificante e segura. Respeitar, proteger e<br />

<strong>da</strong>r cumprimento aos direitos humanos dos indivíduos<br />

torna mais fácil para as pessoas o alcance do pleno<br />

benefício dos investimentos no planejamento familiar<br />

(Cottingham, Germain e Hunt <strong>2012</strong>).<br />

Compromissos internacionais<br />

A saúde sexual e reprodutiva e os direitos reprodutivos<br />

não representam um novo conjunto de direitos.<br />

São direitos já reconhecidos implícita ou explicitamente<br />

em leis nacionais, documentos de direitos humanos<br />

internacionais e outros documentos de consenso <strong>da</strong>s<br />

Nações Uni<strong>da</strong>s. Algumas dessas normas internacionais<br />

repousam <strong>sobre</strong> direitos humanos mais amplos que,<br />

também, fun<strong>da</strong>mentam o direito à saúde sexual e<br />

reprodutiva, inclusive ao planejamento familiar.<br />

Os direitos reprodutivos abrangem tanto liber<strong>da</strong>des<br />

como direitos de âmbito civil, político, econômico,<br />

social e cultural. O direito de decidir o número e<br />

espaçamento entre gestações se insere integralmente<br />

no marco dos direitos reprodutivos e, portanto, está<br />

diretamente relacionado a outros direitos humanos<br />

básicos, dentre os quais se incluem:<br />

• O direito à vi<strong>da</strong>;<br />

• O direito à liber<strong>da</strong>de e à segurança pessoal;<br />

• O direito à saúde, inclusive à saúde sexual e reprodutiva;<br />

• O direito ao consentimento ao matrimônio e à igual<strong>da</strong>de no matrimônio;<br />

• O direito à privaci<strong>da</strong>de;<br />

• O direito à igual<strong>da</strong>de e à não discriminação;<br />

• O direito de não ser objeto de tortura ou de outro tratamento ou punição<br />

cruel, desumano ou degra<strong>da</strong>nte;<br />

• O direito ao ensino, inclusive o de acesso à educação sexual;<br />

• O direito de participar <strong>da</strong> condução <strong>da</strong>s questões de interesse público e o<br />

direito de participação livre, ativa e significativa;<br />

• O direito de buscar, compartilhar e receber informações e de ter liber<strong>da</strong>de<br />

de expressão;<br />

• O direito de beneficiar-se do progresso científico.<br />

(Center for Reproductive Rights, 2009; International Planned Parenthood Federation, 1996).<br />

Esses direitos derivam de numerosos tratados e<br />

convenções, internacionais e regionais. Como tal,<br />

refletem um entendimento comum de direitos humanos<br />

fun<strong>da</strong>mentais. Esses e outros direitos humanos<br />

relacionados a direitos reprodutivos e a suas fontes<br />

estão estabelecidos no documento Reproductive<br />

Rights are Human Rights (Direitos Reprodutivos são<br />

Direitos Humanos, em tradução livre), do Center for<br />

Reproductive Rights (2009).<br />

Correspondendo às reali<strong>da</strong>des <strong>da</strong> desigual<strong>da</strong>de de<br />

gênero e à natureza <strong>da</strong> fisiologia reprodutiva, inúmeros<br />

documentos <strong>sobre</strong> direitos humanos fazem<br />

referência aos especiais desafios e discriminação que<br />

RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL <strong>2012</strong><br />

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