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Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012

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“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em<br />

digni<strong>da</strong>de e direitos... Todo ser humano tem capaci<strong>da</strong>de<br />

para gozar os direitos e as liber<strong>da</strong>des estabelecidos nesta<br />

Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de<br />

raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra<br />

natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento,<br />

ou qualquer outra condição...Todo ser humano tem direito à<br />

vi<strong>da</strong>, à liber<strong>da</strong>de e à segurança pessoal.”<br />

— Declaração Universal dos Direitos Humanos<br />

Uni<strong>da</strong>s. E será fun<strong>da</strong>mental para o alcance de muitas<br />

<strong>da</strong>s metas prioritárias que emergirão do marco<br />

para o desenvolvimento sustentável pós-2015.<br />

Embora o planejamento familiar seja um direito<br />

fun<strong>da</strong>mental, sua aplicação por vezes enfrenta<br />

as ambivalências dissemina<strong>da</strong>s no âmbito <strong>da</strong>s<br />

comuni<strong>da</strong>des, sistemas de saúde e governos. O<br />

compromisso com o planejamento familiar pode<br />

ser enfraquecido se associado à ativi<strong>da</strong>de sexual e<br />

ao sentido que esta pode vir a ter, no contexto de<br />

valores sociais e culturais específicos. Em termos<br />

práticos, preocupações com a extensão de seu<br />

acesso a grupos particulares <strong>da</strong> população também<br />

podem minar um compromisso mais amplo com o<br />

planejamento familiar.<br />

Muitos grupos, inclusive os de jovens e de<br />

solteiros, têm sido excluídos ou não têm se<br />

beneficiado de programas de planejamento<br />

familiar. A outros grupos, inclusive de pessoas<br />

com deficiência ou de idosos, tem sido negado<br />

o acesso a esses programas com base no conceito<br />

errôneo, e que ain<strong>da</strong> prevalece, de que eles não<br />

têm necessi<strong>da</strong>des sexuais.<br />

Este relatório defende a posição de que a incapaci<strong>da</strong>de<br />

de determinar quando ter filhos e qual o<br />

tamanho <strong>da</strong>s famílias resulta, e mais ain<strong>da</strong> reforça,<br />

a injustiça social e a falta de liber<strong>da</strong>de. Este estudo<br />

promove o direito ao planejamento familiar como<br />

um enfoque essencial e, por vezes, negligenciado,<br />

do leque de serviços que se faz necessário para a<br />

oferta de um apoio mais amplo à saúde sexual e<br />

reprodutiva. Ele também enfatiza que o planejamento<br />

familiar é uma <strong>da</strong>s intervenções de saúde<br />

pública e de desenvolvimento sustentável de<br />

melhor custo-benefício já desenvolvi<strong>da</strong>s (Lavine,<br />

What Works Group e Kinder, 2004).<br />

O planejamento familiar reforça<br />

outros direitos humanos<br />

O mundo desenvolveu um entendimento global<br />

<strong>sobre</strong> saúde sexual e reprodutiva e os fatores<br />

institucionais, sociais, políticos e econômicos<br />

necessários para <strong>da</strong>r-lhe suporte. Esse entendimento<br />

compartilhado foi mais bem documentado<br />

em sua integrali<strong>da</strong>de na CIPD, que marcou uma<br />

profun<strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça na abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

internacional quanto à saúde sexual e reprodutiva,<br />

e deu contornos a várias políticas atualmente em<br />

prática. O Programa de Ação <strong>da</strong> CIPD confirmou<br />

formalmente os direitos <strong>da</strong>s pessoas de terem filhos<br />

por opção, e não por acaso.<br />

Os indivíduos têm o direito de determinar o<br />

tamanho de sua família e o direito de escolher<br />

quando ter seus filhos. Várias características do<br />

Programa de Ação <strong>da</strong> CIPD contribuíram para<br />

tornar possível para mais pessoas o exercício de<br />

seus direitos reprodutivos. Em primeiro lugar, o<br />

Programa de Ação <strong>da</strong> CIPD contribuiu para o<br />

avanço dos direitos reprodutivos, ao definir o amplo<br />

A CIPD define saúde sexual e<br />

reprodutiva como “um estado de<br />

completo bem-estar físico, mental e<br />

social... em to<strong>da</strong>s as matérias relativas<br />

ao sistema reprodutivo e às suas<br />

funções e processos. Saúde reprodutiva,<br />

portanto, implica em que a pessoa<br />

possa ter uma vi<strong>da</strong> sexual gratificante e<br />

segura e que possa se reproduzir, tendo<br />

a liber<strong>da</strong>de de decidir-se, quando e com<br />

que frequência fazê-lo.”<br />

— Programa de Ação <strong>da</strong> CIPD, parágrafo 7.2<br />

2<br />

CAPÍTULO 1: O direito ao planejamento familiar

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