Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012

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14.01.2015 Views

Quando pode exercer o direito ao planejamento familiar, a pessoa pode decidir sobre o momento e o espaçamento entre gravidezes e pode também exercer - e beneficiar-se de - vários outros direitos. de encerrado o prazo para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Os valores e princípios afirmados na Declaração do Milênio fornecem uma base sólida para a abordagem dos desafios do desenvolvimento global. A podem ter acesso ao planejamento familiar e estão mal-atendidos ou insatisfeitos com os métodos que empregam. A visão da CIPD ainda está para ser integralmente traduzida em uma abordagem baseada em direitos nas políticas e programas de saúde sexual e reprodutiva, com qualidade e acesso para todas e todos. Em consequência, muitíssimos indivíduos não têm ainda o poder de decidir sobre o tamanho de suas famílias e não podem agenda do desenvolvimento sustentável pós-2015 será igualmente baseada nos princípios fundamentais dos direitos humanos, na igualdade e na sustentabilidade. No contexto desses princípios, os objetivos do desenvolvimento devem ser perseguidos em linha com quatro dimensões interdependentes: desenvolvimento social inclusivo, sustentabilidade ambiental, desenvolvimento econômico inclusivo e paz e segurança. A visão para a agenda do optar sobre o momento desenvolvimento sustentável Planejar a família é de gerar filhos. pós-2015 é holística e global e Os governos que endossaram o Programa de Ação da CIPD se comprometeram a garantir que as pessoas tenham um direito humano fundamental, é algo que mulheres e homens de todas as idades, de todos os lugares do mundo anseiam se apoia em princípios, valores e padrões fundamentais que derivam de marcos jurídicos pactuados internacionalmente. Esses princípios contribuirão para a a informação, a educação coerência política, em âmbito por alcançar. Em 2012, a e os meios para livre e global, regional, nacional e concretização desse direito responsavelmente decidir subnacional, e garantirão que as se querem filhos e quando ter filhos e concordaram que o planejamento familiar é um direito. Esse direito está também para todas e todos parece estar cada vez mais ao nosso alcance. atividades de desenvolvimento se reforcem reciprocamente. O planejamento familiar é uma dessas atividades. Quando pode exercer o direito ao planejamento explicitamente declarado na Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Além disso, o planejamento familiar está incluído no Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 5, especialmente no Objetivo 5-B, voltado para o acesso universal à saúde reprodutiva até 2015. Mas o progresso para o alcance desse objetivo tem sido menor que o de outros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Assim, o que acontecerá depois de 2015, depois familiar, a pessoa pode decidir sobre o momento e o espaçamento entre gravidezes e pode também exercer - e beneficiar-se de - vários outros direitos, como o direito ao ensino, à saúde e ao desenvolvimento. O poder determinar se quer filhos, quando ter filhos e quantos filhos ter reflete a concretização da igualdade de direitos e de oportunidades. O planejamento familiar é, portanto, uma questão de equidade e de justiça social. São traçadas aqui quatro amplas recomendações para o reconhecimento do planejamento familiar 104 CAPÍTULO 6: Tornar universal o direito ao planejamento familiar

como questão central de direitos e desenvolvi- Ir “além do planejamento familiar” para abor- mento sustentável, além de estratégias específicas dar os obstáculos sociais e econômicos à saúde para o alcance dessas recomendações. Elas apon- sexual e reprodutiva. Quase sempre as mulheres tam para a necessidade de 1) assumir ou reforçar a e, às vezes, os homens precisam superar normas abordagem baseada em direitos; 2) garantir a ênfase arraigadas de gênero para exercer seu direito ao no planejamento familiar no marco jurídico para o planejamento familiar. A garantia de acesso das desenvolvimento sustentável pós-2015; 3) garantir mulheres ao planejamento familiar deve ser apoia- a igualdade através do enfoque em grupos excluídos da por atividades que abordem de forma direta as específicos; 4) levantar fundos para investi-los inte- circunstâncias sociais que as circundam e ressaltem gralmente no planejamento familiar. seu poder de tomada de decisão, sua mobilidade, autonomia e seu acesso aos recursos. Os programas 1 Expandir o alcance do planejamento familiar e melhorar os serviços mediante a adoção de uma abordagem baseada em direitos humanos para a saúde. devem abordar essas restrições diretamente, como parte de seus esforços para garantir o direito ao planejamento familiar. Reconhecer que os homens adultos e jovens são essenciais para a concretização do direito O planejamento familiar deve estar fundado da mulher ao planejamento familiar e para a em programas abrangentes de saúde sexual e reprodutiva. A abordagem baseada em direitos humanos para o planejamento familiar implica concretização de seus próprios direitos. Como direito humano, o planejamento familiar é relevante para cada pessoa e para todos os pais e mães t Parada de ônibus em Mumbai, Índia. © Panos/Mark Henley. em muito mais que apenas proteger o direito de acesso a serviços desse tipo. A íntima relação entre o direito de escolher se quer filhos, quando e quantos filhos ter e demais aspectos da vida sexual e reprodutiva da pessoa requer uma ampla abordagem de serviços. Os governos devem monitorar e eliminar qualquer uso de incentivos, metas ou estruturas de taxas que incentivem os profissionais da área da saúde a defender a adoção de métodos específicos ou estimular o uso da contracepção. O próprio fornecimento dos serviços deve atender a padrões de direitos humanos, e as barreiras ao uso devem ser reconhecidas como violações a eles. Pessoas sem recursos e com pouca escolaridade são mais vulneráveis a mal-entendidos e a informações incorretas sobre como atuam os contraceptivos, e suas escolhas podem ser direcionadas. RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL 2012 105

como questão central de direitos e desenvolvi-<br />

Ir “além do planejamento familiar” para abor-<br />

mento sustentável, além de estratégias específicas<br />

<strong>da</strong>r os obstáculos sociais e econômicos à saúde<br />

para o alcance dessas recomen<strong>da</strong>ções. Elas apon-<br />

sexual e reprodutiva. Quase sempre as mulheres<br />

tam para a necessi<strong>da</strong>de de 1) assumir ou reforçar a<br />

e, às vezes, os homens precisam superar normas<br />

abor<strong>da</strong>gem basea<strong>da</strong> em direitos; 2) garantir a ênfase<br />

arraiga<strong>da</strong>s de gênero para exercer seu direito ao<br />

no planejamento familiar no marco jurídico para o<br />

planejamento familiar. A garantia de acesso <strong>da</strong>s<br />

desenvolvimento sustentável pós-2015; 3) garantir<br />

mulheres ao planejamento familiar deve ser apoia-<br />

a igual<strong>da</strong>de através do enfoque em grupos excluídos<br />

<strong>da</strong> por ativi<strong>da</strong>des que abordem de forma direta as<br />

específicos; 4) levantar fundos para investi-los inte-<br />

circunstâncias sociais que as circun<strong>da</strong>m e ressaltem<br />

gralmente no planejamento familiar.<br />

seu poder de toma<strong>da</strong> de decisão, sua mobili<strong>da</strong>de,<br />

autonomia e seu acesso aos recursos. Os programas<br />

1 Expandir o alcance do<br />

planejamento familiar e melhorar<br />

os serviços mediante a adoção<br />

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direitos humanos para a saúde.<br />

devem abor<strong>da</strong>r essas restrições diretamente, como<br />

parte de seus esforços para garantir o direito ao<br />

planejamento familiar.<br />

Reconhecer que os homens adultos e jovens<br />

são essenciais para a concretização do direito<br />

O planejamento familiar deve estar fun<strong>da</strong>do<br />

<strong>da</strong> mulher ao planejamento familiar e para a<br />

em programas abrangentes de saúde sexual e<br />

reprodutiva. A abor<strong>da</strong>gem basea<strong>da</strong> em direitos<br />

humanos para o planejamento familiar implica<br />

concretização de seus próprios direitos. Como<br />

direito humano, o planejamento familiar é relevante<br />

para ca<strong>da</strong> pessoa e para todos os pais e mães<br />

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Para<strong>da</strong> de ônibus em<br />

Mumbai, Índia.<br />

© Panos/Mark Henley.<br />

em muito mais que apenas proteger o direito<br />

de acesso a serviços desse tipo. A íntima relação<br />

entre o direito de escolher se quer filhos, quando<br />

e quantos filhos ter e demais aspectos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong><br />

sexual e reprodutiva <strong>da</strong> pessoa requer uma ampla<br />

abor<strong>da</strong>gem de serviços.<br />

Os governos devem monitorar e eliminar qualquer<br />

uso de incentivos, metas ou estruturas de<br />

taxas que incentivem os profissionais <strong>da</strong> área<br />

<strong>da</strong> saúde a defender a adoção de métodos específicos<br />

ou estimular o uso <strong>da</strong> contracepção. O<br />

próprio fornecimento dos serviços deve atender<br />

a padrões de direitos humanos, e as barreiras ao<br />

uso devem ser reconheci<strong>da</strong>s como violações a eles.<br />

Pessoas sem recursos e com pouca escolari<strong>da</strong>de<br />

são mais vulneráveis a mal-entendidos e a informações<br />

incorretas <strong>sobre</strong> como atuam os contraceptivos,<br />

e suas escolhas podem ser direciona<strong>da</strong>s.<br />

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