Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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CAPÍTULO<br />
SEIS<br />
Tornar universal o direito<br />
ao planejamento familiar<br />
Quase 20 anos se passaram desde que os 179 governos representados na Conferência<br />
Internacional <strong>sobre</strong> População e Desenvolvimento, a CIPD, transformaram a maneira<br />
como o mundo abor<strong>da</strong> a saúde sexual e reprodutiva, inclusive o planejamento familiar.<br />
Embora algum progresso tenha sido alcançado, há ain<strong>da</strong> muito trabalho a ser feito para<br />
se concretizar a visão orienta<strong>da</strong> para os direitos <strong>da</strong> CIPD.<br />
O Programa de Ação <strong>da</strong> CIPD definiu saúde sexual e<br />
homens, os jovens de ambos os sexos que a CIPD<br />
reprodutiva e inseriu o planejamento familiar em um<br />
pretendia aju<strong>da</strong>r, sentiram de fato essa mu<strong>da</strong>nça<br />
conjunto mais amplo de direitos inter-relacionados.<br />
como revolucionária<br />
Ele apontou para além dos programas, focando nas<br />
Nos lugares onde o direito ao planejamento fami-<br />
circunstâncias sociais e econômicas que definem as<br />
liar teve apoio, e o acesso a ele aumentou, as pessoas<br />
decisões <strong>da</strong>s pessoas <strong>sobre</strong> suas vi<strong>da</strong>s sexuais e repro-<br />
se beneficiaram - através <strong>da</strong> melhoria na saúde,<br />
dutivas e determinam sua capaci<strong>da</strong>de de agir com<br />
elevação de ren<strong>da</strong>, redução <strong>da</strong> pobreza e maior igual-<br />
base nessas decisões. Enfatizou os papéis e necessi<strong>da</strong>-<br />
<strong>da</strong>de de gênero. Mas a CIPD ain<strong>da</strong> não mudou a<br />
des dos adolescentes, de homens e de outros grupos,<br />
reali<strong>da</strong>de diária de centenas de milhões de pessoas<br />
anteriormente não abor<strong>da</strong>dos. E destacou a necessi-<br />
que desejam retar<strong>da</strong>r ou evitar a gravidez, mas não<br />
<strong>da</strong>de de serviços que respeitem os direitos pessoais e<br />
podem fazê-lo - ou porque ain<strong>da</strong> não dispõem de<br />
correspon<strong>da</strong>m às preferências individuais, quando <strong>da</strong><br />
acesso confiável à contracepção, de informação e de<br />
oferta do planejamento familiar.<br />
serviços de quali<strong>da</strong>de ou porque enfrentam insupe-<br />
Para os responsáveis pela elaboração de políticas,<br />
ráveis obstáculos sociais, econômicos e de logística.<br />
organizações internacionais, governos e socie<strong>da</strong>de<br />
Esses indivíduos perderam as melhorias em saúde,<br />
civil, esta nova abor<strong>da</strong>gem basea<strong>da</strong> em direitos<br />
empoderamento e gozo de uma série de outros direi-<br />
foi considera<strong>da</strong> revolucionária, em parte porque<br />
tos que o planejamento familiar pode facilitar ou<br />
t<br />
No Brasil, casal<br />
com seu bebê.<br />
© Panos/A<strong>da</strong>m Hinton.<br />
transformou a oferta de serviços e insumos de<br />
saúde reprodutiva para todos em obrigação para os<br />
governos. Mas as pessoas comuns, as mulheres, os<br />
catalisar. Os desafios são mais extremados nos países<br />
em desenvolvimento, mas existem também nos<br />
desenvolvidos, onde muitas mulheres e homens não<br />
THE STATE OF WORLD POPULATION <strong>2012</strong><br />
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