Relatório sobre a Situação da População Mundial 2012
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CAPÍTULO<br />
UM<br />
O direito ao<br />
planejamento familiar<br />
Um direito humano fun<strong>da</strong>mental<br />
Planejar o número e o momento de ter filhos é hoje algo tido como totalmente natural<br />
para milhões de pessoas que detêm os meios e o poder para tanto. Ain<strong>da</strong> assim, uma<br />
enorme proporção de pessoas no mundo não dispõe do direito de escolher quando<br />
e quantos filhos elas terão – ou porque não têm acesso a informações e serviços de<br />
planejamento familiar ou porque a quali<strong>da</strong>de dos serviços disponíveis é tão insatisfatória<br />
que preferem não usá-los, ficando, assim, à mercê <strong>da</strong> gravidez indeseja<strong>da</strong>.<br />
t<br />
Mães em<br />
palestra <strong>sobre</strong><br />
contracepção, em<br />
Centro de Defesa<br />
Feminina no<br />
Paquistão.<br />
©Panos/Peter Barker.<br />
Na Conferência Internacional <strong>sobre</strong> População<br />
e Desenvolvimento (CIPD), de 1994, a comuni<strong>da</strong>de<br />
internacional chegou ao consenso de que<br />
o planejamento familiar deveria ser disponibilizado<br />
a to<strong>da</strong>s e todos que o desejassem, e que<br />
os governos deveriam criar as condições para<br />
apoiar o direito dos indivíduos de planejar suas<br />
famílias. Mas pesquisas recentes demonstram<br />
que 222 milhões de mulheres, nos países em<br />
desenvolvimento, não dispõem hoje de meios<br />
para retar<strong>da</strong>r a gravidez. Milhões de mulheres nos<br />
países desenvolvidos também não podem planejar<br />
suas famílias por falta de informação, educação e<br />
aconselhamento <strong>sobre</strong> planejamento familiar, não<br />
têm acesso a contraceptivos e enfrentam barreiras<br />
sociais, econômicas ou culturais, inclusive discriminação,<br />
coerção e violência, no contexto de suas<br />
vi<strong>da</strong>s sexuais e reprodutivas.<br />
O número e o espaçamento entre as gestações<br />
podem causar impacto <strong>sobre</strong> as perspectivas de<br />
escolari<strong>da</strong>de, ren<strong>da</strong> e bem-estar de mulheres e adolescentes<br />
e, também, entre os homens. O direito<br />
ao planejamento familiar, portanto, permite o gozo<br />
de outros direitos, inclusive o direito à saúde, ao<br />
ensino e a uma vi<strong>da</strong> com digni<strong>da</strong>de. Uma abor<strong>da</strong>gem<br />
ao planejamento familiar, basea<strong>da</strong> em direitos<br />
e boa informação, é a intervenção que oferece o<br />
melhor custo - benefício para o tratamento <strong>da</strong><br />
morbimortali<strong>da</strong>de materna. Assegurar o direito<br />
ao planejamento familiar, em última análise, pode<br />
acelerar o progresso do país quanto à redução <strong>da</strong><br />
pobreza e ao alcance <strong>da</strong>s metas de desenvolvimento.<br />
O acesso universal aos serviços de saúde<br />
reprodutiva, incluindo o planejamento familiar,<br />
é tão importante que foi incluído nos Objetivos<br />
de Desenvolvimento do Milênio <strong>da</strong>s Nações<br />
RELATÓRIO SOBRE A SITUAÇÃO DA POPULAÇÃO MUNDIAL <strong>2012</strong><br />
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