O Absolutismo e a formação dos Estados Nacionais. - História ...
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História, imagem e narrativas<br />
N o 8, abril/2009 – ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimagem.com.br<br />
Segundo Maquiavel (apud HELD, 1987, p. 41) [...] os homens em geral são egoístas,<br />
preguiçosos, desconfia<strong>dos</strong> e incapazes de fazer qualquer coisa boa, ao menos que<br />
fossem obriga<strong>dos</strong> pelas necessidades. Nessa perspectiva, Maquiavel (apud HELD,1987,<br />
p. 41)<br />
[...] enfatiza dois dispositivos institucionais chave como críticos para a<br />
vinculação da virtú: a manutenção da adoração religiosa e a imposição da lei.<br />
A última em particular, proporciona a base para compelir o povo a colocar os<br />
interesses da comunidade acima de seus próprios interesses: a lei pode tornar<br />
bons os cidadãos.<br />
Assim, o Estado ideal para Maquiavel, seria o governo misto, o melhor exemplo de tal<br />
governo era Roma: a criação em Roma de um governo misto estava ligada a sua<br />
duradoura glória, pois<br />
[...] um governo misto estruturado para compensar os defeitos de formas<br />
constitucionais individuais, tem maiores chances de conseguir equilibrar os<br />
interesses de agrupamentos sociais rivais; particularmente os <strong>dos</strong> ricos e <strong>dos</strong><br />
pobres (MAQUIAVEL apud HELD, 1987, p. 42).<br />
Morineau (2001) entendia por Estado a instituição que envolve um sistema<br />
administrativo, o qual legisla sobre uma nação, superior as províncias. [...] por Estado<br />
entende-se também uma organização central, englobando e gerindo a nação<br />
(MORINEAU, 2001, p. 55). O autor via que todas as estruturas do Estado, executivas,<br />
legislativas, administrativas num todo, seriam mecanismos cria<strong>dos</strong> pelo rei, para<br />
legitimar o seu poder real 3 .<br />
Assim, o Estado Moderno veio dissipar o poder real, que no sistema feudal,<br />
ficava restrito aos seus domínios.<br />
[...] até a pouco, o rei só tinha autoridade absoluta sobre o seu próprio domínio e os grandes suseranos<br />
detinham, sobre os seus feu<strong>dos</strong>, uma fração do poder, permanecendo a sua fidelidade ao rei de ordem pessoal<br />
(MORINEAU, 2001, p. 55).<br />
Já Hespanha (2001, p. 121) coloca [...] a questão da existência ou não de um<br />
Estado Moderno ou da cronologia da sua instituição estar ligada a certo contexto da<br />
reflexão sobre a sociedade e o poder.<br />
[...] a modernidade teria consistido na instauração de um modelo novo de<br />
desenhar o poder, de acordo com o qual, um único22pólo político se arrogava<br />
3 Os sinais mais patentes do Estado, na sua modernidade de século XVI, eram os impostos, o exército<br />
permanente, a criação de um corpo de funcionários ou de um governo central mais fundamentado e mais<br />
adaptado às suas tarefas (MORINEAU, 2001, p. 55).<br />
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