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O Absolutismo e a formação dos Estados Nacionais. - História ...

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História, imagem e narrativas<br />

N o 8, abril/2009 – ISSN 1808-9895 - http://www.historiaimagem.com.br<br />

poderosos, semelhantes aos do continente, o que em certa medida, favorecia a monarquia<br />

inglesa, pois<br />

[...] a monarquia medieval da Inglaterra foi poupada <strong>dos</strong> perigos inerentes ao<br />

governo unitário, que os governantes feudais tiveram de enfrentar na França,<br />

Itália ou Alemanha. Resultaria daí uma centralização concorrente, tanto do<br />

poder real como da representação nobre, no seio do conjunto da organização<br />

política medieval (ANDERSON, 1998, p. 113).<br />

Segundo Anderson não houve na Europa nenhum país que igualasse a<br />

administração e o poder da realeza inglesa, pois no século XIII, já existiam instituições de<br />

caráter coletivo4 (Parlamentos) da classe dominante feudal. Nesses parlamentos ou<br />

assembléias não havia divisão como nos outros países do continente, cuja formação era em<br />

termos de nobres, clero e burgueses. Na Inglaterra, o Parlamento era composto de um<br />

sistema bicameral, que<br />

[...] desde a época de Eduardo III, os cavaleiros e as cidades dispunham de<br />

representação regular no parlamento inglês, lado a lado com os barões e os<br />

bispos. O sistema bicameral, de Lordes e comuns desenvolveu-se depois, e<br />

não dividiu o Parlamento segundo os esta<strong>dos</strong>, marcando basicamente uma<br />

distinção interna à classe nobiliária. Uma monarquia centralizada produzia<br />

uma assembléia unificada (ANDERSON, 1998, p. 114).<br />

Entretanto, na península itálica, Anderson evidencia que o que impediu a<br />

formação de um Estado Absolutista unificado e centralizado, ou seja, a formação de uma<br />

estrutura socioeconômica unificada e que, principalmente, impedisse os ataques das<br />

monarquias contemporâneas foi à inexistência de uma nobreza feudal que viabilizasse tal<br />

empreendimento: “[...] foi a falta de uma nobreza feudal dominante que impediu o<br />

absolutismo peninsular e, portanto, um Estado unitário contemporâneo <strong>dos</strong> da França ou da<br />

Espanha [...]” (ANDERSON, 1998, p. 169).<br />

Inicialmente Anderson demonstra que a razão pela qual a própria Itália nunca<br />

conseguiu a constituição de uma monarquia absoluta nacional reside na intervenção direta<br />

das instituições clericais e do Império, que contribuíram para a não unificação territorial da<br />

Itália. “É evidente que as instituições medievais do papado e do Império, com seu caráter<br />

universalista, atuaram no sentido de frustrar o desenvolvimento de uma monarquia<br />

4<br />

A existência na Inglaterra desses parlamentos medievais, a partir do século XIII, não<br />

constituía evidentemente uma peculiaridade nacional. O que os distinguia era mais o fato de<br />

se tratarem de instituições ao mesmo tempo “únicas” e “conglomeradas”. As primeiras<br />

funções judiciais do Parlamento inglês eram também inusitadas; este atuava como uma<br />

suprema corte encarregada das petições, o que preenchia a maior parte de suas funções no<br />

século XIII, quando se achava dominado principalmente por servidores do rei (ANDERSON,<br />

1998).<br />

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