Programa e Resumos - I Congresso Ibérico de Ciência do Solo 2004
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I <strong>Congresso</strong> Ibérico da Ciência <strong>do</strong> <strong>Solo</strong> – 15 a 18 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> <strong>2004</strong>, Bragança, Portugal<br />
Comportamento <strong>do</strong> Cu e Zn em <strong>Solo</strong>s e Plantas na área da Mina <strong>de</strong> Miguel<br />
Vacas (Alentejo).<br />
Maria Manuela Abreu 1 , Maria José Matias 2 & Maria Clara Magalhães 3<br />
1<br />
Dep. <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> Ambiente, Instituto Superior <strong>de</strong> Agronomia, UTL, Tapada da Ajuda,1349-<br />
017 Lisboa, Portugal – Tel: (+351) 213653432 – Fax: (+351) 213635031 – E-mail:<br />
manuelaabreu@isa.utl.pt<br />
2<br />
Lab. <strong>de</strong> Mineralogia e Petrologia, Instituto Superior Técnico, UTL, Av. Rovisco Pais, 1049-001<br />
Lisboa, Portugal – Tel: (+351) 218417237 – Fax: (+351) 218400806 – E-mail:<br />
mjmatias@mail.ist.utl.pt<br />
3<br />
Dep.<strong>de</strong> Química, UA, Campus <strong>de</strong> Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal – Telef: (+351) 2<br />
34401518 – Fax: (+351) 234370084 – E-mail: mclara@dq.ua.pt<br />
Resumo<br />
Comunicação: Oral<br />
A Mina <strong>de</strong> Miguel Vacas, que teve como activida<strong>de</strong> principal a extracção <strong>de</strong> cobre,<br />
situa-se no concelho <strong>do</strong> Alandroal, distrito <strong>de</strong> Évora (Alentejo). Esteve em activida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a época <strong>do</strong>s romanos. Perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> alternaram com perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
suspensão e no perío<strong>do</strong> mais recente, <strong>de</strong> 1980 até ao fecho em 1991, a exploração<br />
<strong>de</strong>correu a céu aberto. No local <strong>de</strong>corria também o tratamento <strong>do</strong> minério, que incluía,<br />
entre outras operações, a lixiviação pelo áci<strong>do</strong> sulfúrico <strong>de</strong> pilhas <strong>de</strong> minério brita<strong>do</strong>. Da<br />
solução recolhida era ainda no local extraí<strong>do</strong> o cobre por méto<strong>do</strong> electroquímico. Como<br />
resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> fecho da exploração foram aban<strong>do</strong>nadas e ficaram expostas aos agentes<br />
atmosféricos as escombreiras constituídas por materiais que tinham si<strong>do</strong> submeti<strong>do</strong>s à<br />
extracção <strong>do</strong> cobre, a cavida<strong>de</strong> <strong>do</strong> céu aberto e várias estruturas mineiras. O minério<br />
consistia em carbonatos e fosfatos <strong>de</strong> cobre, nomeadamente, malaquite Cu 2 (CO 3 )(OH) 2 ,<br />
azurite Cu 3 (CO 3 ) 2 (OH) 2 , pseu<strong>do</strong>malaquite Cu 5 (PO 4 ) 2 (OH) 4 e libethenite Cu 2 (PO 4 )(OH).<br />
O jazigo localiza-se em xistos e filitos <strong>do</strong> Silúrico e próximo <strong>do</strong> afloramento <strong>do</strong> Maciço<br />
calcário <strong>de</strong> Estremoz-Vila Viçosa, com ida<strong>de</strong> precâmbrica.<br />
Faz-se a análise <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong> cobre e zinco nos solos situa<strong>do</strong>s na área a jusante<br />
da influência da mina <strong>de</strong> Miguel Vacas, para on<strong>de</strong> estes elementos foram transporta<strong>do</strong>s<br />
quer pelas águas <strong>de</strong> escoamento superficial (organiza<strong>do</strong> e <strong>de</strong>sorganiza<strong>do</strong>), quer pelo<br />
vento. Além disso, <strong>de</strong>terminaram-se os teores <strong>de</strong>stes mesmos elementos em folhas <strong>de</strong><br />
azinheiras, oliveiras e ameixeiras <strong>do</strong>s solos correspon<strong>de</strong>ntes.<br />
Os teores <strong>de</strong> Cu total nos solos são mais eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que os <strong>de</strong> Zn e variam,<br />
respectivamente, entre 1,8 e 23 mg Kg -1 e entre 0,5 e 0,9 mg Kg -1 . A fracção disponível<br />
<strong>de</strong>stes elementos é relativamente baixa, varian<strong>do</strong> entre 0,4 e 7 mg Kg -1 para o Cu, sen<strong>do</strong><br />
para o Zn ainda mais baixa (0 – 0,1 mg Kg -1 ).<br />
Não parece haver qualquer relação entre os valores totais e disponíveis e os teores<br />
absorvi<strong>do</strong>s pelas plantas para ambos os elementos. Embora na zona o impacto visual da<br />
exploração mineira seja ainda notável, quer ao nível <strong>do</strong>s solos quer das plantas não<br />
parecem ser afecta<strong>do</strong>s pelos elementos mais abundantes na mineralização que foi<br />
objecto da exploração.<br />
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