Programa e Resumos - I Congresso Ibérico de Ciência do Solo 2004
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I <strong>Congresso</strong> Ibérico da Ciência <strong>do</strong> <strong>Solo</strong> – 15 a 18 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> <strong>2004</strong>, Bragança, Portugal<br />
Alterações ao ciclo <strong>do</strong> N provocadas pela aplicação <strong>de</strong> fertilizantes e pela<br />
gradagem <strong>do</strong> solo. Efeitos no crescimento e esta<strong>do</strong> nutritivo <strong>de</strong> E.<br />
globulus.<br />
António Azeve<strong>do</strong> 1 , Manuel Ma<strong>de</strong>ira 2 & João Coutinho 3<br />
1 Escola Superior Agrária <strong>de</strong> Santarém, Sector <strong>de</strong> Geociências, Quinta <strong>do</strong> Galinheiro, Ap. 310.<br />
2001-904 Santarém, e-mail: a_azeve<strong>do</strong>@esa-santarem.pt<br />
2<br />
Dep. <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong> Ambiente, ISA,Tapada da Ajuda, 1349-017 Lisboa<br />
3 Departamento <strong>de</strong> Edafologia, UTAD, 5000 Vila Real<br />
Resumo<br />
Comunicação: Painel<br />
Nos sistemas naturais, a mineralização <strong>de</strong> N é condicionada pelo teor <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
solo, pela temperatura e pela pool <strong>de</strong> compostos orgânicos azota<strong>do</strong>s. Nessas condições,<br />
a taxa <strong>de</strong> amonificação é geralmente baixa, sen<strong>do</strong> a produção <strong>de</strong> N-NO - 3 limitada; o N-<br />
NH + 4 é, assim, eficientemente recicla<strong>do</strong> pela vegetação e população microbiana <strong>do</strong> solo,<br />
sen<strong>do</strong> a lixiviação <strong>de</strong> N diminuta. Embora técnicas culturais, como a fertilização e a<br />
gradagem provoquem alterações ao ciclo <strong>do</strong> N, os impactos ambientais daí resultantes<br />
são pouco conheci<strong>do</strong>s. Garantir, por um la<strong>do</strong>, a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sistemas florestais<br />
e assegurar, por outro, os rápi<strong>do</strong>s crescimentos que a silvicultura intensiva exige,<br />
constituem assuntos <strong>de</strong> actualida<strong>de</strong> e interesse. Assim, estudam-se os efeitos da<br />
aplicação <strong>de</strong> fertilizantes e da gradagem (1) nos fluxos <strong>de</strong> N <strong>do</strong> solo<br />
(mineralização/imobilização, lixiviação e absorção) e (2) no crescimento e esta<strong>do</strong><br />
nutritivo <strong>de</strong> E. globulus.<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>correu durante 1998-99, ten<strong>do</strong> o sistema experimental, em Cambissolos<br />
Dístricos, si<strong>do</strong> instala<strong>do</strong> numa plantação <strong>de</strong> E. globulus com 3 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Os<br />
tratamentos correspon<strong>de</strong>ram a (1) gradagem a 15 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> “G”, (2)<br />
semelhante a G mas com aplicação <strong>de</strong> 40 kg P ha -1 “G+P”, (3) semelhante a G+P, mas<br />
com aplicação <strong>de</strong> 60 kg N ha -1 “Gf1”, semelhante a Gf1, mas com aplicação <strong>de</strong> 120 kg<br />
N ha -1 “Gf2” e (5) controlo “C”. Os fluxos <strong>de</strong> N foram <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s mensalmente, pela<br />
incubação sequencial <strong>de</strong> amostras in situ. O potencial <strong>de</strong> mineralização <strong>de</strong> N foi<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> pela incubação aeróbia e anaeróbia, ten<strong>do</strong> o N e o C microbiano si<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo méto<strong>do</strong> da fumigação. O crescimento das árvores foi medi<strong>do</strong> em<br />
cada estação <strong>do</strong> ano, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> efectuadas amostragens para a <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s teores<br />
foliares e radicais <strong>de</strong> N e P, assim como para os influxos <strong>de</strong> 15 N e 32 P das raízes.<br />
A taxa <strong>de</strong> mineralização, que exce<strong>de</strong>u a da absorção pelas plantas, não apresentou<br />
correlação significativa com o crescimento. Os tratamentos fertiliza<strong>do</strong>s com N,<br />
especialmente o Gf1, foram os que <strong>de</strong>terminaram incrementos das árvores mais<br />
eleva<strong>do</strong>s. Não se verificou qualquer correlação entre a mineralização e a absorção N,<br />
ten<strong>do</strong> a mineralização líquida <strong>de</strong> N apresenta<strong>do</strong> um padrão sinusoidal ao longo <strong>do</strong><br />
estu<strong>do</strong>. O tratamento C apresentou mineralização e taxa <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> N mais elevadas<br />
que os tratamentos G e G+P, o que se traduziu por eleva<strong>do</strong> teor em N foliar e radical e<br />
influxos <strong>de</strong> 15 N baixos; além disso, não <strong>de</strong>terminou, como nos tratamentos Gf1 e Gf2,<br />
perda <strong>de</strong> N por lixiviação, que foi máxima em Gf2. O tratamento G+P provocou<br />
<strong>de</strong>plecção <strong>de</strong> N no solo (baixa mineralização e absorção <strong>de</strong> N e máximo influxo <strong>de</strong> 15 N),<br />
conduzin<strong>do</strong>, no final, ao <strong>de</strong>sequilíbrio nutritivo das árvores (razão N/P=9). A incubação<br />
aeróbia e anaeróbia <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> solo <strong>de</strong>terminou, em perío<strong>do</strong> semelhante, maior<br />
mineralização líquida <strong>de</strong> N <strong>do</strong> que os méto<strong>do</strong>s in situ. Nenhuma das técnicas utilizadas<br />
estimou, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> satisfatório, o esta<strong>do</strong> nutritivo das plantações.<br />
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