Processamento e conservação do doce de morango ... - ESAC
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Instituto Politécnico <strong>de</strong> Coimbra – Escola Superior Agrária <strong>de</strong> Coimbra<br />
Licenciatura em Engenharia Alimentar<br />
Ano lectivo 2007/08<br />
<strong>Processamento</strong> Geral <strong>de</strong> Alimentos<br />
- <strong>Processamento</strong> e conservação <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce <strong>de</strong> <strong>morango</strong><br />
- Conservação <strong>de</strong> <strong>morango</strong>s congela<strong>do</strong>s<br />
Tânia Barreto, n.º 20603005<br />
Daniela Canas, n.º 20603013<br />
Daniela Pereira, n.º 20603011<br />
Soraia Santos, n.º 20603014<br />
(Outubro, 2007)
<strong>Processamento</strong> e conservação <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce <strong>de</strong> <strong>morango</strong><br />
Conservação <strong>de</strong> <strong>morango</strong>s congela<strong>do</strong>s<br />
Introdução<br />
Os <strong>morango</strong>s (Família: Rosaceae, sub-família: Rosoi<strong>de</strong>a, espécie: Fragaria vesca) são<br />
frutos múltiplos <strong>de</strong> aquénios que se reproduzem por multiplicação vegetativa.<br />
Os <strong>morango</strong>s, no <strong>de</strong>correr <strong>do</strong> seu processamento po<strong>de</strong>m sofrer diferentes tipos <strong>de</strong><br />
processos <strong>de</strong> conservação, dan<strong>do</strong> origem a diferentes tipos <strong>de</strong> produtos finais, tais como,<br />
sumos, iogurtes, <strong>do</strong>ces ou cubos <strong>de</strong> <strong>morango</strong> congela<strong>do</strong>s.<br />
Este trabalho inci<strong>de</strong> fundamentalmente no processamento e conservação <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce <strong>de</strong><br />
<strong>morango</strong>, tal como, na conservação <strong>de</strong> <strong>morango</strong>s recorren<strong>do</strong> ao processo <strong>de</strong> congelação<br />
(figura 1).<br />
A conservação <strong>de</strong> alimentos baseia-se em técnicas que visam proporcionar aos<br />
alimentos a maior estabilida<strong>de</strong> microbiológica possível, preservan<strong>do</strong>-os assim por mais<br />
tempo.volvimento <strong>de</strong> micror<br />
Para o processamento <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce <strong>de</strong> <strong>morango</strong> são necessários quatro componentes básicos:<br />
1. Fruta, sumo ou polpa<br />
2. Áci<strong>do</strong> (áci<strong>do</strong> cítrico)<br />
3. Pectina<br />
4. Açúcar<br />
Os <strong>do</strong>is últimos têm, entre outras funções, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conferir ao <strong>do</strong>ce<br />
proprieda<strong>de</strong>s conservantes, o que o torna um produto estável, não sofren<strong>do</strong> alterações<br />
organolépticas, durante o prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> estipula<strong>do</strong><br />
No que diz respeito à conservação <strong>de</strong> <strong>morango</strong>s através <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> congelação<br />
individuais ou em bloco, serão referi<strong>do</strong>s os princípios básicos para a sua conveniente<br />
utilização, assim como, vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> cada um.
Colheita<br />
Transporte<br />
Recepção<br />
Lavagem (escaldão)<br />
Selecção e/ou Classificação<br />
Açúcar, pectina, áci<strong>do</strong> cítrico<br />
Preparação e corte (polpagem)<br />
Adição <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> cítrico, pectina e<br />
açúcar<br />
Congelação<br />
<strong>Processamento</strong> em marmita<br />
Colocar em frascos<br />
Fechar os frascos<br />
Arrefecer lentamente<br />
Rotulagem<br />
Armazenamento/<br />
Comercialização<br />
Figura 1 – Fluxograma relativo ao processamento <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce <strong>de</strong> <strong>morango</strong><br />
Fonte: adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
http://sistemas<strong>de</strong>producao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Morango/SistemaProducaoMorango/cap14.htm
A colheita <strong>do</strong>s <strong>morango</strong>s é uma activida<strong>de</strong> muito <strong>de</strong>licada, já que o produto é muito<br />
frágil e perecível. Os <strong>morango</strong>s com maior interesse para a produção <strong>de</strong> <strong>do</strong>ces são os<br />
que estão completamente maduros. Depois <strong>de</strong> colhi<strong>do</strong>s os <strong>morango</strong>s são transporta<strong>do</strong>s<br />
até à indústria alimentar. Para tal é necessário o recurso a veículos que disponham <strong>de</strong><br />
câmaras frigoríficas, com o objectivo <strong>de</strong> manter os <strong>morango</strong>s a baixas temperaturas.<br />
Caso contrário, se estes frutos forem expostos a altas temperaturas, aumenta a sua taxa<br />
<strong>de</strong> respiração e consequente <strong>de</strong>gradação<br />
Po<strong>de</strong>m-se também revestir as paletes, on<strong>de</strong> são colocadas as caixas que contêm os<br />
<strong>morango</strong>s, com plásticos permeáveis para se gerar uma atmosfera modificada. Por<br />
exemplo, numa atmosfera enriquecida em CO 2<br />
, a pressão parcial <strong>de</strong>ste gás reduz a<br />
probabilida<strong>de</strong> da fruta apodrecer.<br />
Depois <strong>de</strong> transporta<strong>do</strong>s, os frutos são recebi<strong>do</strong>s na indústria, on<strong>de</strong> são sujeitos a uma<br />
lavagem, que engloba o escaldão. Trata-se <strong>de</strong> um tratamento térmico, no qual os<br />
<strong>morango</strong>s são expostos a elevadas temperaturas, on<strong>de</strong> o ar sai das suas células, e, estes<br />
ficam estabiliza<strong>do</strong>s a nível enzimático. Ao serem inibidas as enzimas, previne-se<br />
qualquer reacção <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração <strong>do</strong> produto, que daí po<strong>de</strong>ria advir, alteran<strong>do</strong> as suas<br />
características organolépticas.<br />
Existem então, duas razões fundamentais que explicam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recorrer à<br />
inibição enzimática:<br />
• Normalmente no caso <strong>de</strong> produtos congela<strong>do</strong>s, a temperatura <strong>de</strong> congelamento<br />
utilizada durante o armazenamento (-18ºC) não inibe totalmente a activida<strong>de</strong><br />
enzimática.<br />
• Os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação não utilizam temperaturas suficientemente altas<br />
para inactivar as enzimas.<br />
Depois da lavagem, é necessário proce<strong>de</strong>r-se à selecção, seguida <strong>de</strong> classificação.<br />
A primeira consiste em eliminar os <strong>morango</strong>s que não cumprem os requisitos<br />
fundamentais para serem utiliza<strong>do</strong>s para a produção <strong>de</strong> <strong>do</strong>ce ou para o congelamento,<br />
seleccionan<strong>do</strong> os que realmente interessam para cada um <strong>de</strong>stes fins. A classificação<br />
consiste em agrupar os <strong>morango</strong>s por um parâmetro, pelo esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> amadurecimento<br />
e/ou pelo tamanho, e só se justifica no caso <strong>de</strong> se preten<strong>de</strong>r como produto final<br />
<strong>morango</strong>s inteiros congela<strong>do</strong>s.<br />
Posteriormente, os <strong>morango</strong>s são prepara<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>vidamente corta<strong>do</strong>s, trata-se da etapa<br />
<strong>de</strong> polpagem.<br />
Neste trabalho, quan<strong>do</strong> terminada estas etapas são analisadas duas alternativas possíveis<br />
para a polpa <strong>de</strong> <strong>morango</strong>. Ou é congelada, ou é sujeita a um leque <strong>de</strong> procedimentos, <strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> resultará como produto final, o <strong>do</strong>ce <strong>de</strong> <strong>morango</strong>.<br />
Na segunda hipótese a polpa é colocada numa marmita on<strong>de</strong> irá ser processada. Nesta<br />
etapa é necessário adicionar açúcar, áci<strong>do</strong> cítrico e pectina.<br />
Na constituição da pectina entram essencialmente ésteres metílicos parciais <strong>do</strong> áci<strong>do</strong><br />
poligalacturónico e respectivos sais <strong>de</strong> amónio, sódio, potássio e cálcio. Esta po<strong>de</strong> ser<br />
extraída <strong>de</strong> alguns frutos, tais como, os citrinos, os quais apresentam um eleva<strong>do</strong> grau<br />
<strong>de</strong> metoxilação. Visto isto, a pectina na presença <strong>de</strong> uma elevada concentração <strong>de</strong><br />
açúcar e em condições óptimas <strong>de</strong> pH, torna possível a formação <strong>de</strong> um gel, obten<strong>do</strong>-se,<br />
posteriormente, um produto firme e uniforme. Quan<strong>do</strong> se adiciona pectina, a activida<strong>de</strong><br />
da água (a w<br />
) diminui, e por consequência diminui a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água disponível para<br />
a activida<strong>de</strong> microbiana.<br />
A adição <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> cítrico permite controlar os valores <strong>de</strong> pH <strong>do</strong> meio, acidifican<strong>do</strong>-o. A<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> adicionada <strong>de</strong>ve estar compreendida entre os valores estipula<strong>do</strong>s,
visto que, se a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> for excessiva po<strong>de</strong> prejudicar a textura <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à hidrólise da pectina, e, caso contrário, po<strong>de</strong>-se verificar a formação <strong>de</strong> cristais<br />
durante o armazenamento <strong>do</strong> mesmo.<br />
A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> e pectina a ser adicionada é <strong>de</strong>terminada pela aci<strong>de</strong>z <strong>do</strong> <strong>morango</strong>.<br />
A adição <strong>de</strong> açúcar provoca um aumento da concentração <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s solúveis e uma<br />
consequente perda <strong>de</strong> água, <strong>de</strong> forma a tornar inviável a proliferação microbiana, sen<strong>do</strong><br />
o açúcar consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um agente conservante.<br />
É necessário saber a altura em que se <strong>de</strong>ve retirar o <strong>do</strong>ce <strong>do</strong> aquecimento, com a certeza<br />
<strong>de</strong> que este formará um gel. Graças ao refractómetro que me<strong>de</strong> a concentração <strong>de</strong><br />
sóli<strong>do</strong>s solúveis em ºBrix, sabe-se que, no caso <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce quan<strong>do</strong> se atingem os 65ºBrix, é<br />
necessário retirá-lo da marmita. Concentra-se até que se torne impossível a proliferação<br />
microbiana.<br />
Depois <strong>de</strong> processa<strong>do</strong>, o <strong>do</strong>ce <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em frascos <strong>de</strong> vidro secos, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />
arrefecer lentamente. Visto que, o <strong>do</strong>ce se encontra a uma temperatura elevada, ele irá<br />
esterilizar to<strong>do</strong> o interior <strong>do</strong> frasco. Para se proce<strong>de</strong>r a esterilização da parte inferior da<br />
tampa, inverte-se o frasco rapidamente, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a não permitir o alojamento <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce<br />
nesse local.<br />
Os frascos <strong>de</strong> vidro que contêm o <strong>do</strong>ce têm <strong>de</strong> ser obrigatoriamente rotula<strong>do</strong>s. Nos<br />
rótulos <strong>de</strong>vem estar bem explicitas indicações acerca <strong>do</strong> valor nutritivo, peso líqui<strong>do</strong>,<br />
ingredientes, lote, prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong>, mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> conserva <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aberta a embalagem,<br />
marca registada, empresa comercial, selo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e código <strong>de</strong> barras.<br />
O produto é então armazena<strong>do</strong> em locais frescos, que não sejam expostos directamente<br />
à luz, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser conserva<strong>do</strong> por alguns anos. E por fim, é comercializa<strong>do</strong>.<br />
Conservação <strong>de</strong> <strong>morango</strong>s para processamento – congelação<br />
A aplicação <strong>de</strong> baixas temperaturas visa inibir ou <strong>de</strong>struir microrganismos, retardar ou<br />
anular activida<strong>de</strong>s enzimáticas, como reacções químicas que po<strong>de</strong>m ser causadas por<br />
microrganismos.<br />
O congelamento <strong>do</strong> <strong>morango</strong>, para futuro processamento é o méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> conservação<br />
mais utiliza<strong>do</strong> actualmente, visto que, o congelamento preserva a cor e sabor, alteran<strong>do</strong><br />
somente a textura.<br />
O congelamento <strong>de</strong>ve ser rápi<strong>do</strong>, para evitar a formação <strong>de</strong> cristais <strong>de</strong> gelo.<br />
Serão <strong>de</strong> seguida aborda<strong>do</strong>s os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> congelamento: individual e em bloco.<br />
- Congelamento individual<br />
Neste tipo <strong>de</strong> congelamento os <strong>morango</strong>s são congela<strong>do</strong>s individualmente, fican<strong>do</strong><br />
íntegros e separa<strong>do</strong>s uns <strong>do</strong>s outros <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> estarem embala<strong>do</strong>s. Os equipamentos<br />
mais utiliza<strong>do</strong>s para este fim são:<br />
1. Túnel tipo IQF (Congelamento rápi<strong>do</strong> individual) – Esta técnica é utilizada<br />
quan<strong>do</strong> se preten<strong>de</strong>m obter <strong>morango</strong>s inteiros congela<strong>do</strong>s com a textura pouco<br />
alterada. Para este fim utilizam-se congela<strong>do</strong>res contínuos com leito fluidiza<strong>do</strong>.<br />
Este méto<strong>do</strong> baseia-se num equipamento em túnel com uma passa<strong>de</strong>ira<br />
perfurada que passa pelo seu interior, sobre a qual flutuam, neste caso, os<br />
<strong>morango</strong>s, pelo facto <strong>de</strong> serem impulsiona<strong>do</strong>s pelo ar frio, força<strong>do</strong> por baixo da
passa<strong>de</strong>ira. Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong> <strong>morango</strong> e da temperatura <strong>do</strong> ar, o<br />
tempo <strong>de</strong> congelamento varia entre 3 a 8 minutos. Na refrigeração mecânica, o<br />
ar é arrefeci<strong>do</strong> por volta <strong>do</strong>s-30/40ºC. Este equipamento tem um custo eleva<strong>do</strong>,<br />
sen<strong>do</strong> também muito versátil e é utiliza<strong>do</strong> para frutas pequenas.<br />
2. Túnel com azoto ou CO 2<br />
– É também um méto<strong>do</strong> altamente eficiente,<br />
produzin<strong>do</strong> produtos <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong>. O princípio <strong>de</strong> funcionamento é basea<strong>do</strong><br />
na expansão <strong>do</strong>s gases <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um túnel, on<strong>de</strong> os <strong>morango</strong>s são coloca<strong>do</strong>s<br />
separa<strong>do</strong>s sobre uma passa<strong>de</strong>ira. O custo <strong>do</strong> equipamento é baixo mas o produto<br />
final é <strong>de</strong> custo eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ás perdas <strong>de</strong> gás.<br />
3. Túnel estático com ar força<strong>do</strong> – são os túneis mais comuns, usa<strong>do</strong>s<br />
principalmente para o congelamento <strong>de</strong> carnes e peixes. Obtêm-se neste caso<br />
especifico bons produtos se as temperaturas <strong>do</strong> ar forem suficientemente baixas<br />
para as frutas (-27 a -35ºC) e se a velocida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar se encontrar na faixa <strong>do</strong>s 3 a<br />
5 m/s. Neste tipo <strong>de</strong> equipamento, o ar frio é força<strong>do</strong> por potentes ventila<strong>do</strong>res e<br />
circula entre as ban<strong>de</strong>jas construídas com uma tela perfurada on<strong>de</strong> são coloca<strong>do</strong>s<br />
os <strong>morango</strong>s. As ban<strong>de</strong>jas estão dispostas como se fossem prateleiras.<br />
É <strong>de</strong> referir que neste méto<strong>do</strong> o fruto sofre uma <strong>de</strong>sidratação.<br />
- Congelamento em bloco<br />
Neste tipo <strong>de</strong> congelamento, os <strong>morango</strong>s são embala<strong>do</strong>s em sacos plásticos e,<br />
posteriormente coloca<strong>do</strong>s em ban<strong>de</strong>jas rectangulares. Estes são prensa<strong>do</strong>s pelo peso das<br />
camadas, libertam sumo, per<strong>de</strong>m a sua forma inicial e formam uma massa contínua<br />
<strong>de</strong>nominada bloco. O tamanho e formato <strong>do</strong> bloco são <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pela embalagem<br />
final (<strong>de</strong> papelão) on<strong>de</strong> será coloca<strong>do</strong> o bloco congela<strong>do</strong>. A embalagem forma uma<br />
barreira isolante reduzin<strong>do</strong> a troca <strong>de</strong> calor e aumenta<strong>do</strong> o tempo <strong>de</strong> congelamento.<br />
Assim, quanto maior for a espessura <strong>do</strong> bloco, maior será o tempo <strong>de</strong> congelamento. O<br />
equipamento mais utiliza<strong>do</strong> para este fim é o:<br />
Túnel estático com ar força<strong>do</strong> – O bloco é coloca<strong>do</strong> em prateleiras, on<strong>de</strong><br />
recebe o frio <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s. A potência <strong>do</strong> equipamento, a espessura <strong>do</strong><br />
bloco e o tipo <strong>de</strong> empilhamento influenciam o tempo necessário para que se<br />
complete o congelamento. Geralmente o produto é congela<strong>do</strong> na sua superfície<br />
durante 24-36 horas e torna-se sóli<strong>do</strong> em 3-4 dias.
Conclusão<br />
O objectivo <strong>de</strong>ste trabalho incidia fundamentalmente na realização <strong>de</strong> uma síntese<br />
acerca <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o processamento sofri<strong>do</strong> pelos <strong>morango</strong>s até se obterem, como produtos<br />
finais, <strong>do</strong>ce <strong>de</strong> <strong>morango</strong> ou cubos <strong>de</strong> <strong>morango</strong> congela<strong>do</strong>s. Foram também <strong>de</strong>scritos<br />
quais os processos <strong>de</strong> conservação aplica<strong>do</strong>s em ambos os casos.<br />
Um <strong>do</strong>s principais passos para a conservação <strong>de</strong> ambos os produtos referi<strong>do</strong>s, é sem<br />
dúvida, o escaldão, que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ás altas temperaturas a que os <strong>morango</strong>s são sujeitos,<br />
inibe toda a activida<strong>de</strong> enzimática, impossibilitan<strong>do</strong> a proliferação microbiana.<br />
No caso <strong>do</strong> <strong>do</strong>ce, o açúcar e a pectina adiciona<strong>do</strong>s têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conferir ao<br />
produto proprieda<strong>de</strong>s conservantes. A adição <strong>de</strong> pectina por diminuir a activida<strong>de</strong> da<br />
água e consequente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento microbiano e a adição <strong>de</strong> açúcar por<br />
aumentar a concentração <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s solúveis até garantir a estabilida<strong>de</strong> microbiológica<br />
<strong>do</strong> produto, quan<strong>do</strong> se atingem os 65ºBrix.<br />
No caso <strong>do</strong> congelamento, as baixas temperaturas impe<strong>de</strong>m a activida<strong>de</strong> microbiana,<br />
alteran<strong>do</strong> somente a textura <strong>do</strong> produto.<br />
Relativamente aos tipos <strong>de</strong> congelamento, conclui-se que, no que diz respeito ao<br />
congelamento individual, aquele que utiliza o túnel tipo IQF é o mais a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> a frutas<br />
pequenas, como os <strong>morango</strong>s, apesar <strong>do</strong> seu equipamento ter um custo eleva<strong>do</strong>.<br />
No congelamento em bloco, é o túnel com ar força<strong>do</strong>, que é utiliza<strong>do</strong>, obten<strong>do</strong>-se como<br />
produto final <strong>morango</strong>s congela<strong>do</strong>s embala<strong>do</strong>s em sacos <strong>de</strong> plástico.<br />
Bibliografia<br />
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