11.01.2015 Views

a-democracia-eleitoral-no-brasil-bubok

a-democracia-eleitoral-no-brasil-bubok

a-democracia-eleitoral-no-brasil-bubok

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A <strong>democracia</strong> <strong>eleitoral</strong> <strong>no</strong> Brasil©2014 Jacob (J.) Lumier<br />

63<br />

vigília de um esforço inútil os que têm afinidade com as<br />

mudanças.<br />

Do ponto de vista dessa análise de Saint-Simon pode-se<br />

conjecturar de que há, pois, em vigência na <strong>no</strong>rma social de<br />

reforço ao voto obrigatório, uma atitude <strong>no</strong>stálgicoestacionária<br />

afirmada como valor imperativo coletivo, vivido,<br />

apreendido em modo concreto. Valor aceite este que em<br />

hipótese alguma pudera ser confundido aos discursos de<br />

representação de interesses, cujo estatuto não-político sob o<br />

regime de voto obrigatório os reduz a meras razões<br />

administrativas; nem muito me<strong>no</strong>s esse valor coletivo pudera<br />

ser associado ao desprovido “verbalismo” sobre a suposta, mas<br />

em fato negada responsabilidade do eleitor, “verbalismo” este<br />

que nada mais faz como disse do que acentuar a pressão<br />

psicológica do grande número sobre o indivíduo que, para não<br />

desagradar, comparece por força do “todo o mundo vai votar".<br />

Além disso, é a inexistência de uma atitude de negação<br />

em segundo grau que se trata de explicar, sendo exigida resposta<br />

à indagação do porque a recusa em face do voto obrigatório<br />

resta não-manifesta, resta virtual, com o eleitor descaracterizando<br />

qualquer tendência para as políticas públicas pela<br />

ampla disparidade das suas escolhas.<br />

Questão tanto mais procedente quanto a obrigatoriedade<br />

do voto <strong>no</strong>s sistemas institucionais democráticos, vista <strong>no</strong><br />

paradoxo que a constitui, permanece uma obrigatoriedade que<br />

por sua vez é negação em primeiro grau, revelando-se uma<br />

imposição que nega em fato e inviabiliza o reconhecimento da<br />

capacidade política do eleitor.<br />

Leituras do século XX – www.http://leiturasjlumierautor.pro.br

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!