a-democracia-eleitoral-no-brasil-bubok
a-democracia-eleitoral-no-brasil-bubok
a-democracia-eleitoral-no-brasil-bubok
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A <strong>democracia</strong> <strong>eleitoral</strong> No Brasil©2014 Jacob (J.) Lumier<br />
58<br />
Sartre chama “praxis comum”, ao mesmo tempo uma ligação<br />
de “reciprocidade ambivalente” xxxiii<br />
A obediência social como <strong>no</strong>rma<br />
Tal é a configuração da <strong>no</strong>rma social de reforço que<br />
garante a vigência e a eficácia do regime do voto obrigatório,<br />
sua não-transformação para o voto voluntário. Tal é o<br />
conformismo por obediência social que constitui a cidadania<br />
tutelada, dependente.<br />
Ou seja, <strong>no</strong> ato de votar, lembrando os grupos estamentais<br />
estudados nas sociedades feudais e encontrados nas sociedades<br />
tradicionais, o eleitor faz por sua vez um voto de obediência <strong>no</strong><br />
sentido dos votos monásticos, só que, em um espantoso círculo<br />
vicioso, jura obedecer ao próprio voto obrigatório que está a<br />
praticar.<br />
Daí ser inevitável a inferência conclusiva de que, na<br />
configuração da <strong>no</strong>rma social de reforço ao voto obrigatório,<br />
como elemento da atitude do conformismo por obediência<br />
social, afirma-se a <strong>no</strong>stalgia do regime monárquico <strong>no</strong> sentido<br />
das fossilizações sociais examinadas por Saint-Simon que se<br />
verá adiante xxxiv . Afirma-se inclusive um sentimento de<br />
carência coletiva, dado que fora <strong>no</strong> regime monárquico que a<br />
obediência e o juramento constituíram o princípio de<br />
autoridade do regime xxxv .<br />
***<br />
Leituras do século XX – www.http://leiturasjlumierautor.pro.br