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A <strong>democracia</strong> <strong>eleitoral</strong> <strong>no</strong> Brasil©2014 Jacob (J.) Lumier<br />
51<br />
draconia<strong>no</strong> na imposição contestável da obrigatoriedade com<br />
sanções administrativas lá onde deve prevalecer a realidade<br />
social das relações entre os partidos políticos e os eleitores.<br />
"Brasil moder<strong>no</strong>"<br />
Na verdade há uma velha tese equívocada que projeta uma<br />
suposta “entrada das massas na política”, que muitos<br />
representam como o marco zero do "Brasil moder<strong>no</strong>" e<br />
associam equivocadamente ao getulismo. Um exagero.<br />
Estudiosos <strong>no</strong>táveis como José Honório Rodrigues já<br />
esclareceram a história de <strong>no</strong>ssa sociedade e deixaram ver que<br />
tal projeção exagerada deixa de lado muita informação<br />
relevante da história parlamentar. Basta observar os a<strong>no</strong>s vinte<br />
para reconhecer que a história já havia alcançado as classes<br />
xxvi<br />
subalternas . Aliás, como se sabe, o povo já se fez presente<br />
de maneira avançada <strong>no</strong> próprio evento de Proclamação da<br />
xxvii<br />
República . Em consequência, não tem cabimento reduzir<br />
os quadros de referência da história aos períodos desdobrados<br />
<strong>no</strong> chamado “Estado Novo”, como se a vida parlamentar<br />
<strong>brasil</strong>eira tivesse apenas 83 dos 182 a<strong>no</strong>s que em realidade<br />
contam em seus sedimentos. Em face disso, podem concluir<br />
que a imposição do voto obrigatório deve-se em grande parte<br />
ao apego sentimental daquela tese equivocada, que estimula a<br />
crença de que o “povão” deve ser protegido.<br />
Da mesma maneira, mostra-se <strong>no</strong> mínimo desavisada a<br />
suposição de que a saída dos vinte a<strong>no</strong>s de autoritarismo militar<br />
com a Constituição de 1988 equivaleria à recorrência do marco<br />
zero para a <strong>democracia</strong> <strong>eleitoral</strong> <strong>no</strong> Brasil e que, em<br />
consequência, a situação da cidadania dos <strong>brasil</strong>eiros precisaria<br />
da obrigatoriedade por estar <strong>no</strong> mesmo pla<strong>no</strong> dos países que<br />
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