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A <strong>democracia</strong> <strong>eleitoral</strong> <strong>no</strong> Brasil©2014 Jacob (J.) Lumier<br />
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permanece o desafio de saber como chegar à descoberta do que<br />
impera em realidade <strong>no</strong> conformismo subjacente ao regime do<br />
voto obrigatório na <strong>democracia</strong> <strong>no</strong> Brasil.<br />
O conformismo de que ora se trata pode ser tudo me<strong>no</strong>s<br />
mera decorrência da implantação de um sistema específico dos<br />
aparelhos administrativos com instância para controlar a<br />
prática do voto obrigatório, como conduta de <strong>no</strong>rma social:<br />
embora deja um componente do capitalismo <strong>no</strong>s países da<br />
periferia global, o sistema do “poder <strong>no</strong>tarial” não produz o<br />
conformismo que projeta, articula e reforça, mas o pressupõe.<br />
No regime do voto obrigatório, portanto se trata de um<br />
conformismo “à outrance”, esdrúxulo, bem distinto daquele<br />
conformismo já visto <strong>no</strong>s comportamentos habituais ou<br />
apáticos, relegados à inércia diante do status quo. No<br />
conformismo para com a imposição do voto obrigatório a<br />
passividade não equivale à abstenção, não é ausência. Neste<br />
caso a indiferença típica de todo o conformismo para com a<br />
ordem imposta exige um ato, exige o comparecimento do<br />
indivíduo ao ato de votar.<br />
Devem ter em conta que o caso mais importante de voto<br />
obrigatório forçado é o da monarquia Belga, regime que<br />
fornece nem tanto um modelo, mas um indicativo para o exame<br />
da questão, já que dá base à conjectura ora acolhida de uma<br />
correlação real ou virtual entre obrigatoriedade de voto e<br />
obediência social, nesse caso, obediência cultivada como valor<br />
da tradição histórica em respeito ao monarca.<br />
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