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A <strong>democracia</strong> <strong>eleitoral</strong> <strong>no</strong> Brasil©2014 Jacob (J.) Lumier<br />

27<br />

Trata-se é claro do problema das relações entre os partidos<br />

políticos e os eleitores <strong>no</strong> Brasil.<br />

Primeiro:<br />

Concepção reducente<br />

Em nível ideológico, os obstáculos decorrem da<br />

concepção reducente das relações entre os partidos e os<br />

eleitores, tidos por limitados ao conflito dos grupos de<br />

interesses como quadros da teoria de coação, promovida esta<br />

em amplas ambiências intelectuais a partir da obra do<br />

sociólogo Ralf Dahrendorf xii .<br />

Em conseqüência, toda a possível iniciativa para revogar a<br />

figura do eleitor faltoso vem a ser previamente subordinada à<br />

suposta determinação de uma discursiva “dialética do mando e da<br />

resistência” xiii . Desta forma, mesmo antes de ser proposta, tal<br />

ação revocatória passa a ser vista, ou como imposição dos mais<br />

fortes ou como astúcia dos que almejam as posições de mando,<br />

tornando-se uma iniciativa bloqueada não em seu princípio nem<br />

em sua possibilidade, mas em sua viabilização mesma.<br />

Com efeito, na concepção reducente, posto que dotadas de<br />

soberania, são as posições nas hierarquias de prestígio e<br />

autoridade que permitem aos seus ocupantes exercer o mando:<br />

os homens que as ocupam estabelecem a lei para seus súditos,<br />

com o aspecto mais importante do mando sendo o controle das<br />

medidas de coação, a capacidade de garantir conformidade à lei.<br />

Dessa <strong>no</strong>ção reducente de mando e sanções dever-se-ia<br />

concluir o seguinte: (1) – sempre haveria resistência às<br />

posições de mando (cuja eficiência e legitimidade são tidas<br />

precárias); (2) – o grupo dos que ocupam as posições de mando<br />

Leituras do século XX – www.http://leiturasjlumierautor.pro.br

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