"Conhecimentos para Agricultura do Futuro ... - SOBER
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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />
"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />
“Consideran<strong>do</strong> que as pessoas dependem <strong>do</strong> suprimento de alimentos <strong>para</strong><br />
sobreviverem, o alimento pode ser considera<strong>do</strong> como um bem quase público. Caso o<br />
suprimento de alimentos torne-se demasia<strong>do</strong> dependente de empresas produtoras de<br />
alimentos de grande porte, assim como as empresas de varejo, o consumi<strong>do</strong>r de<br />
nossa sociedade poderá se ver priva<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito básico de ter alimento, uma vez<br />
que não pode pagá-lo” (ZYLBERSZTAJN E NEVES, 2000).<br />
O SEBRAE, em maio de 2006, lançou uma campanha nacional a ser desenvolvida<br />
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em favor <strong>do</strong><br />
comércio Justo, um movimento internacional surgi<strong>do</strong> há 40 anos, que procura gerar benefício<br />
a quem realmente produz. Trata-se de uma relação aberta entre produtores e consumi<strong>do</strong>res,<br />
que garante a divisão equilibrada <strong>do</strong>s ganhos, enfraquecen<strong>do</strong> a exploração de intermediários<br />
comerciais. O comércio Justo é “uma alternativa prática <strong>para</strong> a comercialização de produtos<br />
de segmentos que encontram dificuldades de inserção no merca<strong>do</strong> e no comércio<br />
convencional”. Entre esses segmentos, destacam-se os produtos <strong>do</strong> agronegócio, artesanato e<br />
confecções, de comunidades, associações e cooperativas <strong>do</strong>s meios rural e urbano.<br />
No cenário nacional, o comércio Justo, também conheci<strong>do</strong> como “comércio Ético e<br />
Solidário”, ainda é uma realidade recente e um conceito pouco conheci<strong>do</strong> da maior parte de<br />
produtores e consumi<strong>do</strong>res. No aspecto econômico, a alternativa apresenta inúmeras<br />
oportunidades a serem exploradas pelas micro e pequenas empresas brasileiras.<br />
Em 2003, foi instala<strong>do</strong> o Comitê Brasileiro da Carne e <strong>do</strong> Leite (ABNT/CB-56), e seu<br />
principal objetivo foi criar normas <strong>para</strong> todas as fases da cadeia produtiva da carne e <strong>do</strong> leite,<br />
desde as boas práticas de manejo e criação de animais, passan<strong>do</strong> pelos sistemas de produção,<br />
transporte, industrialização, embalagem e rotulagem <strong>do</strong>s produtos, até a disponibilização no<br />
merca<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Auler José Matias, com a a<strong>do</strong>ção das normas ficará mais fácil definir o<br />
que é carne e o que é leite, e o que pode ou não fazer parte de sua composição. As normas são<br />
essenciais <strong>para</strong> que os produtores possam defender seu produto da concorrência desleal e<br />
<strong>para</strong> que as fraudes sejam coibidas de maneira mais rigorosa.<br />
Para Bánkuti (2002), a informalidade é uma característica marcante <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s de<br />
produtos alimentares, no Brasil. Assim como em diversos países, parte relevante <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />
informal é assim defini<strong>do</strong> por comercializar em produto lícito, porém com desobediência a<br />
alguma regra formal, em geral a sonegação fiscal. São, portanto, merca<strong>do</strong>s <strong>para</strong>lelos ao<br />
merca<strong>do</strong> formal, que comercializam o mesmo tipo de produto, haven<strong>do</strong> freqüentemente uma<br />
concorrência entre ambos os merca<strong>do</strong>s na disputa pelo mesmo consumi<strong>do</strong>r. No caso de<br />
alimentos, entretanto, o merca<strong>do</strong> informal, via de regra, não atende também a normas de<br />
segurança <strong>do</strong> alimento, constituin<strong>do</strong>, por conseqüência, um grave problema de saúde pública.<br />
A EMBRAPA (2006, p.19) considera importante, dentro <strong>do</strong>s bons tratos e da ética na<br />
produção animal, o espaço, o abrigo, a alimentação e a capacitação <strong>do</strong>s profissionais que<br />
lidarão com esses animais. É importante notar que a preocupação da EMBRAPA envolve a<br />
empresa de maneira sistêmica, e em to<strong>do</strong>s esses processos ocorrem negociações e suas<br />
variáveis e também os produtores ou gestores <strong>do</strong> negócio.<br />
a) Espaço: Garantir espaço mínimo <strong>para</strong> que eles possam manter suas atividades<br />
em um contexto social equilibra<strong>do</strong>. Não misturar indivíduos que não se<br />
conhecem ou animais com chifre com os mochos em currais, confinamentos e<br />
caminhões de transportes. É recomendável que os lotes sejam forma<strong>do</strong>s com<br />
antecedência.<br />
b) Abrigo: To<strong>do</strong> bovino necessita de sombra; não importam raça, origem,<br />
linhagem, idade ou condição fisiológica. Disponibilizar sombra <strong>para</strong> bovinos<br />
maneja<strong>do</strong>s em sistemas de produção extensiva ou intensiva, em quantidade<br />
Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />
Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />
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