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"Conhecimentos para Agricultura do Futuro ... - SOBER

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

ESTRATÉGIAS DE NEGOCIAÇÃO: O CASO DOS PRINCIPAIS FORNECEDORES<br />

DE INSUMOS DA PECUÁRIA EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO<br />

SILVIA HELENA VALLADÃO CAMARGO (1) ; DANTE PINHEIRO MARTINELLI<br />

(2) ; OSWALDO ELIAS FARAH (3) .<br />

1.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - FEARP, RIBEIRAO PRETO, SP, BRASIL;<br />

2.UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FEARP, RIBEIRÃO PRETO, SP, BRASIL;<br />

3.UNIMEP, PIRACICABA, SP, BRASIL.<br />

shcamargo.ml@convex.com.br<br />

POSTER<br />

SISTEMAS AGROALIMENTARES E CADEIAS AGROINDUSTRIAIS<br />

Estratégias de Negociação: o Caso <strong>do</strong>s Principais Fornece<strong>do</strong>res de Insumos da Pecuária<br />

em São José <strong>do</strong> Rio Preto<br />

Grupo de Pesquisa: Sistemas Agroalimentares e Cadeias Agroindustriais<br />

Resumo<br />

O presente artigo tem como objetivo apresentar as estratégias utilizadas por três fornece<strong>do</strong>res<br />

de insumos da pecuária, em São José <strong>do</strong> Rio Preto. O trabalho se fez necessário após a<br />

realização de uma pesquisa de conclusão de Doutora<strong>do</strong> em Administração, com cinqüenta<br />

pequenos pecuaristas, naquela cidade, com o objetivo de confrontar as informações<br />

fornecidas pelos pecuaristas e pelos seus fornece<strong>do</strong>res de insumos. Entre os produtores<br />

entrevista<strong>do</strong>s, 47 (94%) compram seus insumos na Rio Alta, 40 (80%) na Agromonte e 16<br />

(32%) na Coopercitrus. Com base nas entrevistas realizadas, foi possível identificar que o<br />

Município de São José <strong>do</strong> Rio Preto é um merca<strong>do</strong> altamente rentável, uma vez que as três<br />

empresas não conseguem atender a to<strong>do</strong>s os pecuaristas, notan<strong>do</strong>-se que elas utilizam as<br />

estratégias de liderança no custo, de diferenciação, de foco, de marketing e de negociação, e<br />

muito pouco se preocupam com as questões éticas envolvidas nos negócios.<br />

Palavras-chaves: Fornece<strong>do</strong>res de Insumos, Pecuária, Negociação, Ética.<br />

Abstract<br />

This article aims to present the strategies used by three raw materials suppliers for catlle<br />

farming in São José <strong>do</strong> Rio Preto. It was made necessary after the conclusion of a survey for<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

Doctoral Thesis on Business Management. Fifty small cattle producers from that location<br />

were interviewed aiming to compare information given by these producers and those given by<br />

their raw materials suppliers.<br />

Among those interviewed, 47 (94%) buy their supplies at Rio Alta, 40 (80%) at Agromonte<br />

and 16 (32%) at Coopercitrus. Based on the surveys, it was possible to identify the market of<br />

São José <strong>do</strong> Rio Preto as a hightly profitable one, since none of the three suppliers is able to<br />

sell to all the cattle farmers. It has been seen that these suppliers use strategies of cost<br />

leadership, differentiation, focus, marketing and negotiation, never being too concerned with<br />

the ethical issues of the business.<br />

Key Words: Raw Materials, Cattle, Negotiation, Ethical.<br />

1. O Município de São José <strong>do</strong> Rio Preto e o Merca<strong>do</strong> da Pecuária Bovina<br />

O Brasil é conheci<strong>do</strong> como o maior exporta<strong>do</strong>r mundial de carne bovina e o segun<strong>do</strong><br />

país que mais produz essa commodity. Diante <strong>do</strong> exposto, entende-se que toda vez que se<br />

exporta ou que se produz existe, no mínimo, uma negociação (ou várias negociações), desde a<br />

compra da terra que será utilizada como pasto, as sementes, os insumos necessários <strong>para</strong> a<br />

produção <strong>do</strong> animal, antibióticos, arames e acessórios, carrapaticidas, fertilizantes e<br />

corretivos, formicidas, herbicidas, mata-bicheiras, mourões e afins, sal mineral, sal<br />

proteina<strong>do</strong>, vacinas, vermífugos, máquinas e equipamentos.<br />

A região Centro-Oeste ou Brasil Central pecuário (Minas Gerais, Espírito Santo, Rio<br />

de Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso) é a região mais importante da pecuária<br />

brasileira, abastece<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s maiores centros, e <strong>do</strong>s principais frigoríficos. Os transportes são<br />

mais aperfeiçoa<strong>do</strong>s e criam maiores facilidades <strong>para</strong> o deslocamento <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> <strong>para</strong> os centros<br />

de engorda e abate. A instalação de frigoríficos nos centros de engorda criou melhores<br />

condições de comercialização em diversas zonas; porém, ainda persistem as dificuldades<br />

relativas ao deslocamento <strong>do</strong>s bovinos, <strong>do</strong>s distantes centros de criação <strong>para</strong> as áreas de<br />

recriação e de engorda.<br />

A pecuária de corte paulista tem evoluí<strong>do</strong> sob diversos aspectos, quer quanto ao<br />

melhoramento <strong>do</strong>s rebanhos, quer quanto ao manejo <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s pastos e ao emprego de<br />

méto<strong>do</strong>s de engorda intensiva. A pecuária de corte, incluin<strong>do</strong> cria, recria e engorda, vem<br />

progredin<strong>do</strong> a cada ano em São Paulo, em cujas invernadas se processa o acabamento <strong>do</strong> ga<strong>do</strong><br />

proveniente de Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, bem como de criações locais. As<br />

principais áreas de criação e engorda de ga<strong>do</strong> encontram-se nas regiões Sorocabana, Alta<br />

Paulista, Noroeste, Araraquarense e Alta Mogiana, ten<strong>do</strong> como centro os municípios de<br />

Barretos, Presidente Prudente, Araçatuba e São José <strong>do</strong> Rio Preto.<br />

De acor<strong>do</strong> com o Instituto de Economia Agrícola (2004, p. 36), o Município de São<br />

José <strong>do</strong> Rio Preto possui a maior área de pastagem <strong>do</strong> rebanho bovino <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo,<br />

458.447 ha; em segun<strong>do</strong> lugar Lins, com 378.354 ha, e em terceiro Marília, com 329.567 ha.<br />

O IEA (2004, p.49) ainda menciona que a cidade é a quarta maior em distribuição e<br />

especialização Regional <strong>do</strong> Valor da Produção Agropecuária <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo. A<br />

produção de origem vegetal é a maior, com 63,29%, seguida pela de origem animal, com<br />

36,71%, e, em terceiro lugar, a pecuária de corte, com 26,66%. Em se com<strong>para</strong>n<strong>do</strong> a pecuária<br />

de corte no esta<strong>do</strong> de São Paulo, de acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IEA (2003) e (2004), a cidade de<br />

Presidente Prudente é a maior, com 57,50%, seguida por Araçatuba, com 36,20%, e em quarto<br />

lugar Campinas, com 8,02%.<br />

2. Estratégia<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> pressuposto que toda empresa busca crescimento, expansão e lucro,<br />

entende-se que a estratégia é uma concepção natural <strong>do</strong> ser humano, que busca mecanismos e<br />

artimanhas <strong>para</strong> se diferenciar em um merca<strong>do</strong> altamente competitivo. Em merca<strong>do</strong>s cada<br />

vez mais competitivos e globaliza<strong>do</strong>s, cabe aos estrategistas encontrar a melhor estratégia que<br />

deverá ser utilizada pelas organizações.<br />

Segun<strong>do</strong> Mintzberg et al. (1988), a palavra “estratégia” é utilizada de diferentes<br />

maneiras, aceitan<strong>do</strong> uma variedade de definições, mas reservan<strong>do</strong> somente uma <strong>para</strong> cada<br />

proposta formal. O autor acredita que apenas cinco definições, e seus inter-relacionamentos,<br />

deveriam ser mantidas em mente. São elas: plano (plan), manobra (ploy), padrão (pattern),<br />

posição (position) e perspectiva (perspective).<br />

1. Estratégia como um plano. A estratégia é um plano – alguns tipos de rumos de ação<br />

conscientes (intencionais). raciocinan<strong>do</strong> desta maneira, estratégia: (1) é criada<br />

antecipadamente aos eventos; e (2) é cerebral e intencional. pode ser formalmente<br />

<strong>do</strong>cumentada, ou apenas claramente pensada e desejada por alguém. pode ser geral ou<br />

específica.<br />

2. Estratégia como uma manobra. Entretanto, se for específica, pode ser usada no<br />

senti<strong>do</strong> de uma manobra (ploy). Ou seja, um artifício <strong>para</strong> frustrar os planos <strong>do</strong> oponente: tal<br />

como quan<strong>do</strong> uma firma ameaça aumentar sua capacidade produtiva somente <strong>para</strong> deter o<br />

desejo <strong>do</strong> concorrente de construir uma nova fábrica. Neste caso, o que é conscientemente<br />

planeja<strong>do</strong> (strategy-as-plan) é a ameaça, não uma verdadeira expansão da capacidade.<br />

3. Estratégia com um padrão. Aqui, a estratégia significa “consistência no<br />

comportamento, poden<strong>do</strong> ser ou não intenciona<strong>do</strong>”. Em outras palavras, podemos inferir da<br />

ação tomada por um concorrente (que é consistente com outra ação já realizada), que ele está<br />

seguin<strong>do</strong> determinada estratégia.<br />

Em termos de revelação pessoal, Quinn (1980), contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong> a literatura, definiu<br />

Estratégia como o padrão ou plano que integra, na organização, a maioria <strong>do</strong>s objetivos,<br />

políticas e ações seqüenciais:<br />

a) Metas e objetivos - esta<strong>do</strong>s que serão alcança<strong>do</strong>s e quan<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s são<br />

realiza<strong>do</strong>s.<br />

b) Políticas - são regras ou diretrizes que expressam os limites dentro <strong>do</strong>s quais a ação<br />

deverá ocorrer.<br />

c) Programa - especifica ‘passo-por-passo’ a seqüência das ações necessárias <strong>para</strong><br />

alcançar os objetivos principais.<br />

d) Táticas - são de curta-duração, adaptáveis, reordenações de ação-interação que forças<br />

adversárias usam <strong>para</strong> realizar metas limitadas depois <strong>do</strong> seu contato inicial.<br />

e) Influência - permite que um gerente molde as ações de uma ou mais pessoas.<br />

f) Tipos de Influência de fontes de poder – habilidade individual, carisma pessoal;<br />

conformidade <strong>para</strong> um indivíduo ou um grupo, normas referentes ao poder; papel ou<br />

posição (legitimidade de poder).<br />

g) Autoridade Formal - é o direito delega<strong>do</strong> <strong>para</strong> usar o poder legítimo; é diferente de<br />

autoridade informal, que surge de aspectos da personalidade.<br />

h) Comportamento Político - normal <strong>para</strong> qualquer pessoa ambiciosa, consiste em<br />

atividades empreendidas principalmente <strong>para</strong> aumentar o referencial ou poder legítimo<br />

de um indivíduo ou grupo.<br />

Diante das ameaças e dificuldades enfrentadas por tais empresários, Porter (1998)<br />

sugere um modelo que pode levar a empresa a obter vantagem competitiva sobre seus<br />

concorrentes. Ele propõe a existência de três estratégias genéricas potencialmente bem<br />

sucedidas, <strong>para</strong> superar as outras empresas.<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

1 - estratégia de liderança de custo: é o conjunto de políticas funcionais orientadas<br />

<strong>para</strong> um objetivo básico. Custo baixo em relação ao concorrente torna-se o tema central de<br />

toda a estratégia, embora a qualidade, a assistência e outras áreas não possam ser ignoradas;<br />

2 - estratégia de diferenciação: procura diferenciar o produto <strong>do</strong> serviço ofereci<strong>do</strong><br />

pela empresa, crian<strong>do</strong> algo que seja considera<strong>do</strong> único ao âmbito de toda a indústria. Os<br />

méto<strong>do</strong>s <strong>para</strong> esta diferenciação podem assumir muitas formas: projeto ou imagem da marca,<br />

tecnologia, peculiaridades, serviços sob encomenda, rede de fornece<strong>do</strong>res e outras;<br />

3 - estratégia de enfoque ou foco: tem como objetivo enfocar um determina<strong>do</strong> grupo<br />

compra<strong>do</strong>r, um segmento da linha de produtos ou um merca<strong>do</strong> geográfico. Tal estratégia<br />

repousa na premissa de que a empresa é capaz de atender a seu alvo estratégico estreito mais<br />

efetiva ou eficientemente <strong>do</strong> que os concorrentes que estão competin<strong>do</strong> de forma mais ampla.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, e na visão de Hernandez, et al. (1999), por meio da utilização de um<br />

baixo custo em relação aos concorrentes, evidentemente é possível ampliar a participação no<br />

merca<strong>do</strong>, desde que a qualidade não seja prejudicada.<br />

Segun<strong>do</strong> Bateman (1998), uma organização busca uma vantagem competitiva via<br />

diferenciação e, com esta estratégia, uma empresa tenta ser a única em seu setor ou segmento<br />

de merca<strong>do</strong>, em algumas dimensões que os consultores valorizem. Essa posição única ou<br />

diferenciada no setor sempre é baseada em alta qualidade <strong>do</strong> produto, em marketing e<br />

distribuição diferencia<strong>do</strong>s ou em serviços superiores.<br />

Segun<strong>do</strong> Tachizawa e Rezende (2000), a estratégia competitiva de foco significa<br />

escolher um alvo restrito, no qual, por meio da diferenciação ou <strong>do</strong> custo, a empresa se<br />

especializará, atenden<strong>do</strong> a segmentos ou nichos específicos.<br />

A a<strong>do</strong>ção de qualquer estratégia competitiva tem seus riscos e suas armadilhas,<br />

independentemente da estratégia que for a<strong>do</strong>tada, além de correr o risco <strong>do</strong> aparecimento de<br />

produtos substitutos, e talvez seja esta uma das maiores ameaças ao seu processo competitivo;<br />

corre o risco de ficar no meio termo entre custo, diferenciação e foco, perden<strong>do</strong> a percepção<br />

<strong>do</strong> seu posicionamento e a congruência com seus clientes. Os riscos <strong>do</strong> meio-termo serão<br />

menores se to<strong>do</strong>s os concorrentes tiverem o mesmo posicionamento ou se a empresa<br />

encontrar inter-relações que a favoreçam, como, por exemplo, parceria com fornece<strong>do</strong>res.<br />

Para Mintzberg (1994), estratégia é uma forma de pensar no futuro, integrada no<br />

processo decisório, um procedimento formaliza<strong>do</strong> e articula<strong>do</strong>r de resulta<strong>do</strong>s, uma<br />

programação.<br />

Pascale apud Maximiniano (2000) define a estratégia como o processo de selecionar<br />

oportunidades definidas em termos de pedi<strong>do</strong>s a serem atendi<strong>do</strong>s e produtos a serem<br />

ofereci<strong>do</strong>s, e, ao mesmo tempo, tomar decisões sobre investimentos de recursos com a<br />

finalidade de atingir objetivos.<br />

De acor<strong>do</strong> com Ansoff e McDonnell (1993), a estratégia é uma ferramenta<br />

potencialmente poderosa <strong>para</strong> lidar com as condições de mudança que cercam a empresa, no<br />

dia-a-dia; mas é complexa, sua introdução é dispendiosa e seu uso é caro. Não obstante, há<br />

indícios de que ela é compensa<strong>do</strong>ra.<br />

A estratégia é uma ferramenta que oferece importante ajuda <strong>para</strong> lidar com a<br />

turbulência enfrentada pelas empresas, a perda de relevância sentida pelas universidades, a<br />

deterioração de organismos de cumprimento da lei, o declínio de sistemas de apoio à saúde, o<br />

congestionamento urbano, etc. Portanto, merece atenção como uma ferramenta de gestão, não<br />

apenas <strong>para</strong> a empresa como também <strong>para</strong> uma ampla gama de organizações sociais.<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

2.1estratégias de Marketing<br />

Após analisar alguns teóricos e seus conceitos sobre estratégias, faz-se necessário uma<br />

breve revisão sobre as estratégias merca<strong>do</strong>lógicas.<br />

Para Araújo (2003), as estratégias merca<strong>do</strong>lógicas são definidas pelos quatro Ps:<br />

produto, preço, ponto (de distribuição) e promoção.<br />

A definição de produto é obtida depois de desenvolvidas as etapas <strong>do</strong> marketing<br />

estratégico, sobretu<strong>do</strong> com referência à análise de merca<strong>do</strong>. (...) O importante é o<br />

entendimento da demanda <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res por um produto que busque suprir as<br />

expectativas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, em termos de qualidade e forma de apresentação.<br />

O preço de venda terá que cumprir duas funções básicas essenciais <strong>para</strong> o negócio:<br />

cobrir custos (de produção, promoção e distribuição) e oferecer margem de lucro.<br />

O ponto de venda refere-se basicamente à logística de distribuição, de mo<strong>do</strong> que o<br />

produto esteja ao alcance <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, no tempo e no local certos, sem perdas de qualidade<br />

e com preços competitivos.<br />

A promoção refere-se a to<strong>do</strong> tipo de comunicação necessária <strong>para</strong> “convencer” o<br />

consumi<strong>do</strong>r a preferir o produto, em relação a outros, como: propaganda e publicidade,<br />

promoção e vendas, vendas, malas diretas, merchandising (degustações, feiras, exposições,<br />

etc.).<br />

Segun<strong>do</strong> Oliveira (1989), as estratégias de marketing apresentam <strong>do</strong>is pontos<br />

principais a serem considera<strong>do</strong>s nas estratégias funcionais, inseridas na administração<br />

estratégica organizacional, que são (1) as estratégias <strong>do</strong>s produtos, como natureza da linha de<br />

produtos, o desenvolvimento de um novo produto, bem como sua qualidade, desempenho e<br />

obsoletismo, a eliminação de antigos e a distribuição de produtos e (2) as estratégias de<br />

merca<strong>do</strong>, como os canais de distribuição, os serviços aos clientes, a pesquisa de merca<strong>do</strong>,<br />

determinação de preços, venda, propaganda, embalagem, marca e seleção de merca<strong>do</strong>s.<br />

Seguin<strong>do</strong> o mesmo raciocínio, Hunger e Wheelen (2002) conceituam que a estratégia<br />

de marketing diz respeito ao estabelecimento de preços, à venda e à distribuição de um<br />

produto de mo<strong>do</strong> a alcançar os objetivos <strong>do</strong> planejamento estratégico da organização. Assim,<br />

ao utilizar uma estratégia de desenvolvimento de merca<strong>do</strong>, uma empresa ou unidade de<br />

negócios pode captar uma participação maior de um merca<strong>do</strong> existente <strong>para</strong> produtos por<br />

meio da saturação e da penetração de merca<strong>do</strong> ou desenvolver novos merca<strong>do</strong>s <strong>para</strong> produtos<br />

atuais.<br />

Westwood (1996) afirma que as estratégias de marketing são os méto<strong>do</strong>s pelos quais<br />

se atingem os objetivos de marketing da organização e as condicionam quanto às decisões<br />

sobre:<br />

- Os produtos, de forma a mudar o portfólio, retirar, adicionar ou modificar os produtos,<br />

mudar seu design, qualidade e desempenho, consolidar ou padronizar;<br />

- Os preços, de forma a mudar os preços, prazos ou condições <strong>para</strong> grupos de produtos<br />

particulares em segmentos de merca<strong>do</strong>s particulares, políticas de atuação em merca<strong>do</strong>s<br />

seletivos, de penetração e de descontos;<br />

- A comunicação, de forma a mudar a organização das vendas ou equipe de vendas,<br />

mudar a política de relações públicas, aumentar ou diminuir a participação em<br />

exposições e feiras;<br />

- A distribuição, de forma a mudar os canais e melhorar o serviço.<br />

Kotler (2001) complementa com duas outras estratégias, a estratégia push (pressão) e<br />

a estratégia pull (atração), e diz que o mix de promoção é fortemente influencia<strong>do</strong> pelo fato<br />

de a empresa escolher uma estratégia push ou pull <strong>para</strong> gerar vendas. Uma estratégia push<br />

envolve o uso da equipe de vendas e da promoção empresarial <strong>para</strong> induzir os intermediários<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

a expor, promover e vender o produto aos usuários finais. A estratégia push é especialmente<br />

apropriada quan<strong>do</strong> o grau de fidelidade à marca na categoria é baixo, quan<strong>do</strong> a escolha da<br />

marca é feita na loja, quan<strong>do</strong> o produto é compra<strong>do</strong> por impulso e quan<strong>do</strong> os benefícios <strong>do</strong><br />

produto são bem conheci<strong>do</strong>s. Em uma estratégia pull, o fabricante utiliza a propaganda e a<br />

promoção ao consumi<strong>do</strong>r <strong>para</strong> induzi-lo a pedir o produto aos intermediários, fazen<strong>do</strong> com<br />

que eles o encomendem. A estratégia pull é especialmente adequada quan<strong>do</strong> há um alto grau<br />

de fidelidade à marca e um grande envolvimento na categoria; as pessoas percebem diferenças<br />

entre as marcas e escolhem a marca antes de ir à loja. Empresas <strong>do</strong> mesmo setor podem diferir<br />

por sua estratégia; por exemplo, a empresa "a" confia mais na estratégia push e a empresa<br />

"b"confia mais na estratégia pull (KOTLER, p.587).<br />

Para analisar as estratégias merca<strong>do</strong>lógicas é necessário entender que elas devem estar<br />

aliadas às estratégias organizacionais, uma vez que toda organização necessita colocar seus<br />

produtos no merca<strong>do</strong> fazen<strong>do</strong> com que os clientes sintam necessidade de utilizá-los com<br />

freqüência, sem que percebam que são fiéis a uma marca ou loja.<br />

3. NEGOCIAÇÃO<br />

Após falarmos sobre o Município de São José <strong>do</strong> Rio Preto e o Merca<strong>do</strong> da Pecuária<br />

Bovina, sobre Estratégias e Estratégias de Marketing, faz-se necessário um entendimento<br />

conceitual sobre negociação e as questões éticas envolvidas, uma vez que to<strong>do</strong>s negociamos<br />

<strong>do</strong> momento em que acordamos ao momento de nos deitarmos.<br />

Ury (2006), no Fórum Mundial de Negociação, realiza<strong>do</strong> em São Paulo, disse que<br />

negociar é um exercício <strong>para</strong> ajudar a resolver o problema alheio.<br />

“Em contrapartida, o outro la<strong>do</strong> resolverá o seu. Ouvir o outro la<strong>do</strong> e entender quais<br />

são os seus interesses é fundamental. Trata-se de uma tarefa difícil, porque sempre<br />

que se negocia alguma coisa pensa-se apenas em resolver o problema alheio.<br />

Negociar é parte essencial <strong>do</strong> processo de tomada de decisão”.<br />

Hillstrom e Hillstrom (2006) citam que a negociação descreve qualquer processo de<br />

comunicação entre indivíduos que pretendem alcançar um compromisso ou fazer um acor<strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> satisfação de ambas as partes. Negociar envolve averiguar os fatos da situação, expor<br />

tanto os interesses comuns quanto os opostos das partes envolvidas e barganhar <strong>para</strong> resolver<br />

tantas questões quanto possível. Os autores consideram que, em quase todas as situações<br />

diárias, ocorre a negociação, e que o ponto a ser alcança<strong>do</strong> em uma negociação é um acor<strong>do</strong> e<br />

não uma vitória ou uma solução que satisfaça as duas partes, seus interesses e necessidades.<br />

Carvalhal et al. (2006) mencionam que a negociação é um processo em que duas ou<br />

mais partes, com interesses comuns e antagônicos, reúnem-se <strong>para</strong> confrontar e discutir<br />

propostas explicitas com o objetivo de alcançar um acor<strong>do</strong>. O processo é caracteriza<strong>do</strong> por<br />

<strong>do</strong>is elementos fundamentais, tempo e movimento, pois negociar implica a escolha e<br />

utilização de abordagens apropriadas <strong>para</strong> serem a<strong>do</strong>tadas e a decisão <strong>do</strong> momento adequa<strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> utilizá-las, visan<strong>do</strong> afetar a movimentação das partes ao longo da situação.<br />

Cavalcanti apud Martinelli e Ghisi (2006) define o processo de negociação como um<br />

sistema de transformação de entradas (estímulos) em saídas (respostas) e pode ser defini<strong>do</strong> a<br />

partir da análise <strong>do</strong>s objetos que compõem o “sistema negociação”. A negociação deve ser<br />

conceituada como um somatório de to<strong>do</strong>s esses aspectos, pois, conforme o tipo de negociação<br />

ou ambiente em que se encontram inseri<strong>do</strong>s na prática, uns ou outros aspectos, será mais ou<br />

menos relevante no contexto, sen<strong>do</strong> de grande importância <strong>para</strong> o bom negocia<strong>do</strong>r conhecer<br />

to<strong>do</strong>s os elementos e saber lidar com eles da melhor forma possível.<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

Para Olivier (2005), a negociação é o processo pelo qual as pessoas físicas e/ou<br />

jurídicas desenvolvem esforços <strong>para</strong> estabelecer alternativas que lhes permitam satisfazer os<br />

vários interesses e necessidades de to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s, e elegem aquela que melhor complete<br />

a to<strong>do</strong>s.<br />

Nierenberg e Ross (2003), seguin<strong>do</strong> o mesmo raciocínio, consideram a negociação<br />

um processo pelo qual seres humanos ou grupos de seres humanos trocam idéias a fim de<br />

realizar mudanças em suas relações.<br />

Para Sebenius (1998), a negociação é um processo científico quan<strong>do</strong> estabelecemos o<br />

problema conjunto que deve ser resolvi<strong>do</strong>: criar, reivindicar e sustentar um valor ao longo <strong>do</strong><br />

tempo. Mas da maneira como esse problema conjunto é resolvi<strong>do</strong>, mistura-se ciência e arte, o<br />

processo é muito criativo e oportunista, visto que se está pedin<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> que é possível obter em<br />

determinada situação, e a comunicação interpessoal tem componentes de arte e de ciência,<br />

como nos mostra a psicologia; de qualquer forma, acho que quase to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> pode melhorar<br />

substancialmente seu talento <strong>para</strong> negociar, estudan<strong>do</strong> e pratican<strong>do</strong>.<br />

Portanto, entende-se que negociação é um processo onde as pessoas físicas e jurídicas<br />

interagem, buscan<strong>do</strong> reivindicar um acor<strong>do</strong> que satisfaça uma ou as partes envolvidas nesse<br />

processo, de maneira que to<strong>do</strong>s saiam satisfeitos e novas negociações ocorram novamente. A<br />

negociação pode ser considerada um processo quan<strong>do</strong> se analisam problemas em conjunto,<br />

visan<strong>do</strong> à solução <strong>do</strong>s mesmos, um sistema de transformação de entradas (estímulos) em<br />

saídas (respostas), partin<strong>do</strong> da análise <strong>do</strong>s objetos que compõem o sistema negociação, uma<br />

ciência que permite, por meio de suas técnicas, manter o controle <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s nesse<br />

processo, ou uma arte de registrar as transações formais ou informais ocorridas nas<br />

organizações, envolven<strong>do</strong> pessoas.<br />

4. A Ética nas Negociações e na Pecuária<br />

Em se tratan<strong>do</strong> especificamente da Ética nas Negociações, e se a negociação é um<br />

processo, sistema, ciência ou arte, conseqüentemente envolve pessoas, empresas, dinheiro,<br />

valores, moral, conflito de interesses, novos negócios, relacionamentos dura<strong>do</strong>uros ou não,<br />

comprometimento, compromisso, questões éticas ou antiéticas, honestas ou desonestas, justas<br />

ou injustas e respeito entre as partes.<br />

Em um processo de negociação, é necessário estabelecer um relacionamento<br />

dura<strong>do</strong>uro entre os agentes envolvi<strong>do</strong>s, por meio da credibilidade, confiança e honestidade<br />

nos negócios (Cramton e Dees, 2003). Dessa forma, os pontos convergentes somente são<br />

obti<strong>do</strong>s por meio da negociação, não pela utilização de condutas sem ética (Vicentini e Pedro,<br />

2003).<br />

Entretanto, nota-se que os dilemas éticos estão no centro de muitos encontros de<br />

negociação. Muitas pessoas mentem ou deliberadamente enganam os outros sobre algo nas<br />

negociações. Lewicki (1996) complementa essa afirmação mencionan<strong>do</strong> que a negociação é<br />

um processo no qual não se espera a honestidade por completo de seu oponente. Se for<br />

completamente honesto, perde-se a posição negocian<strong>do</strong>; e se for completamente desonesto,<br />

não há nenhuma base <strong>para</strong> a negociação eficaz. Assim, deve-se encontrar um equilíbrio<br />

apropria<strong>do</strong>.<br />

Nesse contexto, existem <strong>do</strong>is tipos de comportamentos nos processos de negociação:<br />

éticos e antiéticos; em se tratan<strong>do</strong> das questões éticas na pecuária, pode-se dizer que o tema<br />

ainda é polêmico e as opiniões divergem de indivíduo <strong>para</strong> indivíduo, pois o que pode ser<br />

correto, justo, honesto e sincero <strong>para</strong> uns, pode não ser correto <strong>para</strong> outros.<br />

Zuurbier (2000) coloca um desafio intrigante <strong>para</strong> a ciência:<br />

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"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

“Consideran<strong>do</strong> que as pessoas dependem <strong>do</strong> suprimento de alimentos <strong>para</strong><br />

sobreviverem, o alimento pode ser considera<strong>do</strong> como um bem quase público. Caso o<br />

suprimento de alimentos torne-se demasia<strong>do</strong> dependente de empresas produtoras de<br />

alimentos de grande porte, assim como as empresas de varejo, o consumi<strong>do</strong>r de<br />

nossa sociedade poderá se ver priva<strong>do</strong> <strong>do</strong> direito básico de ter alimento, uma vez<br />

que não pode pagá-lo” (ZYLBERSZTAJN E NEVES, 2000).<br />

O SEBRAE, em maio de 2006, lançou uma campanha nacional a ser desenvolvida<br />

pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), em favor <strong>do</strong><br />

comércio Justo, um movimento internacional surgi<strong>do</strong> há 40 anos, que procura gerar benefício<br />

a quem realmente produz. Trata-se de uma relação aberta entre produtores e consumi<strong>do</strong>res,<br />

que garante a divisão equilibrada <strong>do</strong>s ganhos, enfraquecen<strong>do</strong> a exploração de intermediários<br />

comerciais. O comércio Justo é “uma alternativa prática <strong>para</strong> a comercialização de produtos<br />

de segmentos que encontram dificuldades de inserção no merca<strong>do</strong> e no comércio<br />

convencional”. Entre esses segmentos, destacam-se os produtos <strong>do</strong> agronegócio, artesanato e<br />

confecções, de comunidades, associações e cooperativas <strong>do</strong>s meios rural e urbano.<br />

No cenário nacional, o comércio Justo, também conheci<strong>do</strong> como “comércio Ético e<br />

Solidário”, ainda é uma realidade recente e um conceito pouco conheci<strong>do</strong> da maior parte de<br />

produtores e consumi<strong>do</strong>res. No aspecto econômico, a alternativa apresenta inúmeras<br />

oportunidades a serem exploradas pelas micro e pequenas empresas brasileiras.<br />

Em 2003, foi instala<strong>do</strong> o Comitê Brasileiro da Carne e <strong>do</strong> Leite (ABNT/CB-56), e seu<br />

principal objetivo foi criar normas <strong>para</strong> todas as fases da cadeia produtiva da carne e <strong>do</strong> leite,<br />

desde as boas práticas de manejo e criação de animais, passan<strong>do</strong> pelos sistemas de produção,<br />

transporte, industrialização, embalagem e rotulagem <strong>do</strong>s produtos, até a disponibilização no<br />

merca<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Auler José Matias, com a a<strong>do</strong>ção das normas ficará mais fácil definir o<br />

que é carne e o que é leite, e o que pode ou não fazer parte de sua composição. As normas são<br />

essenciais <strong>para</strong> que os produtores possam defender seu produto da concorrência desleal e<br />

<strong>para</strong> que as fraudes sejam coibidas de maneira mais rigorosa.<br />

Para Bánkuti (2002), a informalidade é uma característica marcante <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s de<br />

produtos alimentares, no Brasil. Assim como em diversos países, parte relevante <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

informal é assim defini<strong>do</strong> por comercializar em produto lícito, porém com desobediência a<br />

alguma regra formal, em geral a sonegação fiscal. São, portanto, merca<strong>do</strong>s <strong>para</strong>lelos ao<br />

merca<strong>do</strong> formal, que comercializam o mesmo tipo de produto, haven<strong>do</strong> freqüentemente uma<br />

concorrência entre ambos os merca<strong>do</strong>s na disputa pelo mesmo consumi<strong>do</strong>r. No caso de<br />

alimentos, entretanto, o merca<strong>do</strong> informal, via de regra, não atende também a normas de<br />

segurança <strong>do</strong> alimento, constituin<strong>do</strong>, por conseqüência, um grave problema de saúde pública.<br />

A EMBRAPA (2006, p.19) considera importante, dentro <strong>do</strong>s bons tratos e da ética na<br />

produção animal, o espaço, o abrigo, a alimentação e a capacitação <strong>do</strong>s profissionais que<br />

lidarão com esses animais. É importante notar que a preocupação da EMBRAPA envolve a<br />

empresa de maneira sistêmica, e em to<strong>do</strong>s esses processos ocorrem negociações e suas<br />

variáveis e também os produtores ou gestores <strong>do</strong> negócio.<br />

a) Espaço: Garantir espaço mínimo <strong>para</strong> que eles possam manter suas atividades<br />

em um contexto social equilibra<strong>do</strong>. Não misturar indivíduos que não se<br />

conhecem ou animais com chifre com os mochos em currais, confinamentos e<br />

caminhões de transportes. É recomendável que os lotes sejam forma<strong>do</strong>s com<br />

antecedência.<br />

b) Abrigo: To<strong>do</strong> bovino necessita de sombra; não importam raça, origem,<br />

linhagem, idade ou condição fisiológica. Disponibilizar sombra <strong>para</strong> bovinos<br />

maneja<strong>do</strong>s em sistemas de produção extensiva ou intensiva, em quantidade<br />

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suficiente <strong>para</strong> protegê-los da carga térmica durante as horas mais quentes <strong>do</strong><br />

dia.Vegetação mais densa, como matas, deve ser disponibilizada no senti<strong>do</strong> de<br />

criar abrigos naturais.<br />

c) Alimentação: É necessário disponibilizar, ao rebanho, pastagens, água limpa e<br />

suplementos nutricionais de qualidade, durante to<strong>do</strong> o ano, suficientes <strong>para</strong><br />

atender às necessidades de crescimento, mantença e produção. Em áreas de<br />

manejo extensivo, distribuir fontes de água na pastagem, facilitan<strong>do</strong> o acesso<br />

sem longas caminhadas.<br />

d) Capacitação: É importante que as pessoas que lidam com os animais sejam<br />

instruídas a respeito das maneiras adequadas de manejá-los (<strong>do</strong> nascimento ao<br />

abate), respeitan<strong>do</strong> a biologia da espécie e evitan<strong>do</strong>, assim, os estresses agu<strong>do</strong>s<br />

ou crônicos, que poderão resultar na redução da qualidade <strong>do</strong> produto final.<br />

Abramovay (2006) ressalta que a desigualdade traz um fantástico prejuízo econômico<br />

às sociedades que vivem sob seu império, além, é claro, <strong>do</strong>s problemas éticos que, por si só,<br />

envolvem disparidades de renda, de patrimônio, de educação, de saúde e de expectativa de<br />

vida e não se explicam por razões puramente individuais, mas, antes de tu<strong>do</strong>, por poder e,<br />

pior, pela capacidade de reproduzir em escala ampliada o poder <strong>do</strong>s grupos sociais<br />

<strong>do</strong>minantes.<br />

Ao analisarmos a Ética nas Negociações e na Pecuária, pode-se dizer que o tema ainda<br />

é pouco divulga<strong>do</strong>, mas existem alguns teóricos estudan<strong>do</strong> as questões éticas envolven<strong>do</strong><br />

produtores, frigoríficos e varejos. Quan<strong>do</strong> se analisa a cadeia produtiva com olhos <strong>para</strong> os<br />

produtores, a indústria e as empresas fornece<strong>do</strong>ras de insumos (Casas Agropecuárias), nota-se<br />

que os produtores possuem traços culturais e valores fortes e virtuosos. Porém, nesse<br />

merca<strong>do</strong>, nota-se que empresas, dinheiro, conflito de interesses, novos negócios,<br />

comprometimento, compromissos e contratos envolven<strong>do</strong> as partes falam mais alto, <strong>do</strong> que as<br />

questões éticas envolvidas nas negociações.<br />

5. Meto<strong>do</strong>logia da Pesquisa<br />

A pesquisa utilizada foi <strong>do</strong> tipo qualitativa, pois a grande vantagem desse tipo de<br />

pesquisa <strong>para</strong> o estu<strong>do</strong> das organizações é a riqueza <strong>do</strong>s detalhes obti<strong>do</strong>s (BRYMAN, 1989;<br />

TRIVIÑOS, 1987; GHAURI e GRONHAUG, 1995; YIN, 1994).<br />

A fim de viabilizar um aprofundamento da análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, optou-se pelo estu<strong>do</strong><br />

de multicasos, analisan<strong>do</strong> os pecuaristas de corte na cidade de São José <strong>do</strong> Rio Preto, pois,<br />

segun<strong>do</strong> Triviños (1987), o estu<strong>do</strong> de caso “(...) é uma categoria de pesquisa cujo objeto é<br />

uma unidade que se analisa profundamente. Essa definição determina suas características<br />

(...)”. Segun<strong>do</strong> o autor, o estu<strong>do</strong> de caso distingue-se em vários tipos. Esta é uma categoria<br />

típica, poderíamos dizer, de pesquisa qualitativa. Sua técnica de coleta de informações mais<br />

importante é a observação participante, que, às vezes, aparece como sinônimo de enfoque<br />

qualitativo. O foco de exame pode ser uma escola, um clube, uma Associação de vizinhos,<br />

uma Cooperativa de Produção e Consumo etc. “Não é a organização como um to<strong>do</strong> o que<br />

interessa, senão parte dela.”(TRIVIÑOS, 1987, p.135).<br />

Para a realização da pesquisa in loco com os três principais fornece<strong>do</strong>res de insumos<br />

<strong>para</strong> pequenos produtores rurais, de São José <strong>do</strong> Rio Preto, foi visitada a empresa em seu<br />

horário de funcionamento, no dia 18/12/2006, sem o agendamento da visita. Para a realização<br />

da pesquisa in loco não foi utiliza<strong>do</strong> questionário estrutura<strong>do</strong>; porém, as perguntas foram<br />

elaboradas em função das dificuldades <strong>do</strong>s pequenos produtores <strong>para</strong> adquirir insumos <strong>para</strong><br />

suas propriedades.<br />

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A primeira empresa visitada foi a Coopercitrus, por estar localizada próxima à entrada<br />

da cidade. O responsável respondeu a todas as perguntas efetuadas; a cada pergunta<br />

respondida ele complementava a pesquisa, fazen<strong>do</strong> com que a mesma fluísse de forma natural<br />

e agradável.<br />

A segunda empresa pesquisada foi a Agromonte. O entrevista<strong>do</strong> atendeu-nos sem o<br />

agendamento da visita, porém muito cauteloso em suas respostas.<br />

A terceira empresa pesquisada foi a Rio Alta, e a primeira visita in loco ocorreu<br />

também no dia 18/12/2006. Alegaram que estavam com problemas no estoque e que não<br />

poderiam atender. Forneceram-nos um cartão e solicitaram que fosse agendada uma visita<br />

com o gerente, ou com o proprietário.<br />

No dia 20/12/2006, mantivemos um contato pelo telefone; alegaram que o proprietário<br />

estava sain<strong>do</strong> de férias, que o gerente estava assumin<strong>do</strong> seu posto e que não podia atender.<br />

Em 27/12/2006, novamente tentamos agendar uma visita e o gerente pediu que<br />

retornássemos em janeiro a ligação.<br />

Em 03/01/2007, tentamos agendar a visita e o gerente pediu <strong>para</strong> retornarmos na<br />

semana seguinte.<br />

Em 09/01/2007, o gerente resolveu contribuir com a pesquisa e disse que nos atenderia<br />

até as 10h00 <strong>do</strong> dia 10/01/2007.<br />

No dia 10/01/2007, quan<strong>do</strong> a loja abriu já estávamos aguardan<strong>do</strong> pelo gerente. Ele<br />

chegou por volta de 8h00, conversou com alguns clientes que estavam na loja e nos atendeu<br />

muito rapidamente, sem dar muita atenção às perguntas efetuadas, sempre olhan<strong>do</strong> <strong>para</strong> seu<br />

computa<strong>do</strong>r e outros papéis em sua mesa. Foi responden<strong>do</strong> as perguntas sem diálogo.<br />

6. Os Principais Fornece<strong>do</strong>res de Insumos da Pecuária<br />

6.1 Coopercitrus – Cooperativa <strong>do</strong>s Cafeicultores e Citricultores de São Paulo<br />

Fundada em 14 de maio de 1976, por meio da fusão de duas cooperativas já existentes: a<br />

Cooperativa Agropecuária da Zona de Bebe<strong>do</strong>uro (Capezobe), fundada em 1964, em<br />

Bebe<strong>do</strong>uro, e a Cooperativa Agrária <strong>do</strong>s Cafeicultores D’Oeste de São Paulo (Cap<strong>do</strong>),<br />

fundada em 1950, em Monte Azul Paulista. Assim, nasceu com um quadro social de 1920<br />

coopera<strong>do</strong>s.<br />

Inicialmente, atuava apenas em 55 municípios da Região Norte de São Paulo. Desde<br />

1997, a Coopercitrus vem amplian<strong>do</strong> sua área de atuação, que atualmente engloba os esta<strong>do</strong>s<br />

de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso <strong>do</strong> Sul, Goiás e Tocantins,<br />

contan<strong>do</strong>, em 2007, com um quadro social superior a 15 mil associa<strong>do</strong>s.<br />

6.1.1 A área comercial da Coopercitrus<br />

A Coopercitrus mantém lojas de insumos e implementos agrícolas situadas em cidades<br />

estratégicas, no esta<strong>do</strong> de São Paulo e no Triângulo Mineiro, permitin<strong>do</strong> que os produtores<br />

rurais dessas regiões contem com o apoio de que necessitam, próximo de suas propriedades.<br />

Essa rede fornece aos coopera<strong>do</strong>s to<strong>do</strong>s os produtos necessários às suas atividades<br />

rurais, incluin<strong>do</strong> sementes, corretivos, fertilizantes, adubos foliares, ferragens, defensivos,<br />

produtos veterinários, máquinas, implementos, acessórios e muitos outros itens <strong>para</strong> uso<br />

diário na agricultura (lonas, arames, etc), de primeira qualidade, adquiri<strong>do</strong>s diretamente <strong>do</strong>s<br />

fabricantes. Também oferece apoio técnico especializa<strong>do</strong>, efetua<strong>do</strong> por engenheiros<br />

agrônomos e técnicos agropecuários. As lojas da Coopercitrus contam com vende<strong>do</strong>res<br />

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externos, que oferecem amplo apoio aos coopera<strong>do</strong>s e trabalham visan<strong>do</strong> agilizar os processos<br />

de vendas e financiamentos de máquinas e implementos, assim como de insumos agrícolas.<br />

O Setor de Fertilizantes da Coopercitrus orienta os coopera<strong>do</strong>s sobre o uso apropria<strong>do</strong><br />

de fertilizantes e lhes indica as fórmulas mais adequadas <strong>para</strong> cada caso. A principal fonte de<br />

fornecimento desse setor é a Cooperfértil (Cooperativa Central de Fertilizantes), da qual a<br />

Coopercitrus é uma das cotistas. Com fábrica localizada em Campinas, a Cooperfértil é capaz<br />

de produzir 250 mil toneladas anuais de formulações com nutrientes básicos e micronutrientes.<br />

6.1.2 Modalidades de Vendas:<br />

A Coopercitrus - Cooperativa <strong>do</strong>s Cafeicultures e Citricultores de São Paulo possui<br />

três modalidades de vendas de insumos:<br />

Primeira modalidade de vendas - cliente não cadastra<strong>do</strong>: o produtor não precisa se<br />

cadastrar, porém todas as suas compras só podem ser à vista e o preço pago pelo produto<br />

adquiri<strong>do</strong> é o mesmo preço <strong>do</strong> produto que seria forneci<strong>do</strong> a um produtor cadastra<strong>do</strong>.<br />

Segunda modalidade de vendas - cliente cadastra<strong>do</strong>: o produtor deve se cadastrar<br />

<strong>para</strong> essa modalidade de vendas, e o primeiro passo a ser segui<strong>do</strong> pelo produtor é pre<strong>para</strong>r e<br />

entregar à Coopercitrus os seguintes <strong>do</strong>cumentos:<br />

a) Certidão de ações cíveis (fornecida pelo cartório distribui<strong>do</strong>r judicial/fórum <strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>micílio <strong>do</strong> produtor) e <strong>do</strong>s últimos cinco anos (original e recente); se for positiva,<br />

solicitar certidão esclarece<strong>do</strong>ra;<br />

b) Certidão de protesto (fornecida pelo cartório de protestos) <strong>do</strong> <strong>do</strong>micilio <strong>do</strong> produtor e<br />

<strong>do</strong>s últimos cinco anos (original e recente);<br />

c) Certidão de matrícula <strong>do</strong> imóvel rural (fornecida pelo cartório de registro de imóveis),<br />

original ou autenticada e recente;<br />

d) Certidão de quitação <strong>do</strong> ITR (fornecida pela Receita Federal) ou cinco últimos ITRs<br />

somente <strong>para</strong> áreas maiores de 200 ha;<br />

e) Uma cópia <strong>do</strong> Cadastro de Pessoa Física (CPF) e <strong>do</strong> Registro Geral (RG) <strong>do</strong> produtor<br />

e <strong>do</strong> cônjuge;<br />

f) DECAP – Declaração Cadastral de Produtor;<br />

g) Comprovante de residência (água, luz, telefone).<br />

Após aprova<strong>do</strong> seu cadastro, o produtor poderá efetuar suas compras, de acor<strong>do</strong> com<br />

suas necessidades e de acor<strong>do</strong> com seu limite de crédito em função de seu cadastro, sen<strong>do</strong> que<br />

cada produtor é um produtor; o tratamento é diferencia<strong>do</strong> em função de seu cadastro.<br />

Terceira modalidade de vendas – cliente coopera<strong>do</strong>: o produtor deve ser<br />

coopera<strong>do</strong> <strong>para</strong> essa modalidade de vendas; o primeiro passo a ser segui<strong>do</strong> pelo produtor é<br />

pre<strong>para</strong>r e entregar os mesmos <strong>do</strong>cumentos da segunda modalidade à Coopercitrus, pagar uma<br />

taxa de inscrição de R$100,00 (cem reais), em única parcela, apenas no momento de sua<br />

filiação, e a cada <strong>do</strong>is anos deve retornar e renovar apenas a certidão de matrícula <strong>do</strong> imóvel.<br />

Na Tabela 1, será demonstrada a diferença de preços praticada pela Coopercitrus e<br />

qual a vantagem <strong>do</strong> produtor ser coopera<strong>do</strong> ou não da Coopercitrus.<br />

TABELA 1: Preços pratica<strong>do</strong>s pela Coopercitrus por modalidade de vendas<br />

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Produto<br />

Preços pratica<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />

1ª e 2ª modalidade 3ª modalidade<br />

Arame farpa<strong>do</strong> elefante 117,00 113,00<br />

Ivomec 500ml 157,00 152,00<br />

Grampo de cerca 4,25 4,00<br />

Motosserra Stihl MS-380 1.670,00 1.600,00<br />

Óleo 15 W 40 Texaco 113,30 109,90<br />

Farelo de Soja 29,00 28,00<br />

Farelo de Algodão 22,30 21,50<br />

Farelo de trigo 40kg 13,56 13,00<br />

Mata bicheira fort <strong>do</strong>dg 3,80 3,69<br />

Arame liso Belgo 197,00 190,00<br />

Sal mineral matsuda frostim 33,32 32,30<br />

Sal mineral matsuda 20 28,70 27,80<br />

Colhe<strong>do</strong>ra de forragem IF 92Z10 11.650,00 11.200,00<br />

Fonte: Elaborada pelos autores, com base na pesquisa realizada in loco.<br />

Com base nas três modalidades, o vende<strong>do</strong>r possui algumas cartas guardadas <strong>para</strong><br />

poder negociar com o cliente; entretanto, o preço forneci<strong>do</strong> pelo telefone é um e o preço<br />

pratica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o cliente visita a loja é outro.<br />

No caso da colhe<strong>do</strong>ra de forragem IF 92Z10, um produtor coopera<strong>do</strong> poderá adquiri-la<br />

em cinco vezes sem juros; caso ele seja apenas cadastra<strong>do</strong>, poderá comprar com uma entrada<br />

e mais <strong>do</strong>is pagamentos.<br />

Para a Coopercitrus, cada produtor rural é um cliente e possui um tratamento<br />

diferencia<strong>do</strong>. As taxas de juros praticadas variam em função <strong>do</strong> produto e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

A menor taxa de juros praticada pela Coopercitrus é de 1,8% ao mês, na compra de<br />

defensivos agrícolas, e 2,2% <strong>para</strong> produtos veterinários, ferragens e lubrificantes; a maior é<br />

8,75%, onde o produtor pode financiar adubos e pagar com o crédito rural (recurso próprio da<br />

Coopercitrus), em dezoito meses.<br />

Em um merca<strong>do</strong> cada vez mais globaliza<strong>do</strong>, o produtor ficou esperto e faz cotações de<br />

preços desde São Paulo até “o fun<strong>do</strong> de quintais”, procuran<strong>do</strong> preços menores. No segmento<br />

da pecuária é difícil trabalhar com preços, pois a concorrência é desleal.<br />

A Coopercitrus enfrenta <strong>do</strong>is grandes problemas: o primeiro, é que grande parte <strong>do</strong>s<br />

produtores rurais de São José <strong>do</strong> Rio Preto foram coopera<strong>do</strong>s da Café Alta e não querem se<br />

cooperar a uma cooperativa, novamente, devi<strong>do</strong> ao seu fechamento e às dívidas deixadas <strong>para</strong><br />

os coopera<strong>do</strong>s. O segun<strong>do</strong> problema é a tomada de decisão, que não é autônoma: a loja de São<br />

José <strong>do</strong> Rio Preto se reporta à Matriz e, <strong>para</strong> baixar preços, é necessário mostrar que o<br />

concorrente está venden<strong>do</strong> mais barato <strong>do</strong> que eles; somente assim, a diretoria dá autorização<br />

<strong>para</strong> o preço ser igual ao <strong>do</strong> concorrente.<br />

6.1.3 Ética nas negociações na Coopercitrus<br />

Na visão da Coopercitrus, fazer promoções de preços de produtos que estão com a<br />

validade vencida não é ético; porém, nesse merca<strong>do</strong>, é comum encontrar produtos com<br />

vencimentos próximos e preços mais acessíveis, o que acaba atrain<strong>do</strong> pequenos produtores<br />

<strong>para</strong> os concorrentes.<br />

No tocante às questões éticas, a Coopercitrus tem como filosofia: respeitar as pessoas,<br />

ter coerência no atendimento ao cliente, o vende<strong>do</strong>r deve manter a calma e vender o produto<br />

preservan<strong>do</strong> sua qualidade, o que o cliente falar está correto.<br />

6.2 AGROMONTE - Comércio de Insumos Agrícolas e Veterinários Ltda.<br />

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Situada na rua Pedro Amaral, atua na região Noroeste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo e<br />

fortemente no merca<strong>do</strong> de produtos e serviços agropecuários em to<strong>do</strong> o território nacional.<br />

Sua fundação foi em junho de 1986, em Monte Aprazível, por isso o nome Agromonte. Mais<br />

tarde abriu duas filiais: em São José <strong>do</strong> Rio Preto, em 1994, e em Nhandeara, em 1995. Em<br />

1997, centralizou toda sua atividade em São José <strong>do</strong> Rio Preto.<br />

A Agromonte tem por missão fornecer produtos e serviços agropecuários com a<br />

máxima qualidade e preços competitivos, visan<strong>do</strong> à satisfação, produtividade e lucratividade<br />

de seus clientes. Entre seus valores, preza por clientes satisfeitos, com integridade total e<br />

qualidade em tu<strong>do</strong> que faz.<br />

6.2.1 Modalidades de Vendas<br />

Na visão <strong>do</strong> entrevista<strong>do</strong> da Agromonte, os clientes não fazem cotações de preços; a<br />

maioria de seus clientes compram sem ver o preço. Raras vezes algum cliente liga <strong>para</strong> fazer<br />

cotações de preço; nesse caso, o vende<strong>do</strong>r deve primeiramente identificar o cliente, satisfazer<br />

suas necessidades e resolver seus problemas.<br />

Para que um produtor possa comprar da Agromonte é necessário um cadastro<br />

aprova<strong>do</strong>, com inscrição <strong>do</strong> produtor rural, CNPJ da propriedade, endereço de<br />

correspondência, instituições financeiras com que trabalha e um banco <strong>para</strong> as cobranças<br />

devidas.<br />

Para atrair seus clientes a empresa oferece prestação de serviços com <strong>do</strong>is veterinários,<br />

<strong>do</strong>is engenheiros agrônomos, três zootecnistas e assistência técnica especializada diariamente;<br />

caso o produtor necessite, é só ir até à loja e os técnicos estarão lá, de plantão, <strong>para</strong> atender às<br />

necessidades <strong>do</strong>s clientes.<br />

A Agromonte se considera uma empresa sólida, capaz de atender a seus clientes da<br />

melhor maneira possível, com tradição e confiabilidade; cada cliente é um cliente e deve ser<br />

trata<strong>do</strong> individualmente, no balcão, pelos sete vende<strong>do</strong>res que possui.<br />

6.2.2 Ética nas negociações na Agromonte<br />

Em se tratan<strong>do</strong> das questões éticas, o entrevista<strong>do</strong> disse que a empresa precisa ter<br />

lucro, e que a tarefa <strong>do</strong>s vende<strong>do</strong>res é vender, mas quan<strong>do</strong> se fala em ética no dia-a-dia, na<br />

prática, é necessário “blefar”, jogar é complica<strong>do</strong>, nesse merca<strong>do</strong> não existe formas de<br />

conduta ética e sim um padrão imposto pelo merca<strong>do</strong>, que deve ser segui<strong>do</strong> com seriedade e<br />

honestidade, deixan<strong>do</strong> o cliente satisfeito. Nesse merca<strong>do</strong> existem muitos “picaretas”,<br />

principalmente pelo televendas; algumas pessoas vendem pelo telefone sem ter o produto <strong>para</strong><br />

entregar, o que faz com que as empresas sérias se destaquem.<br />

6.3 RIO ALTA Comércio de Produtos Agropecuários<br />

Instalada na Av. Phildelpho M. Gouveia Neto, fundada em 30 de junho de 1998, está<br />

localizada em um ponto estratégico, a 500 metros <strong>do</strong> centro da cidade, e nosso entrevista<strong>do</strong><br />

foi o gerente.<br />

A Rio Alta tem como objetivo participar de feiras, eventos e cursos, <strong>para</strong> conhecer as<br />

novas tecnologias e avanços da ciência. Sempre atenta à competência e qualidade <strong>do</strong>s<br />

produtos, procura dar aos seus clientes um atendimento de primeiro mun<strong>do</strong>. Com humildade,<br />

reconhece que tem capacidade e competência <strong>para</strong> superar a concorrência.<br />

A empresa procura atender a todas as necessidades de seus clientes, expon<strong>do</strong> seus<br />

produtos de maneira com que os clientes se sintam em casa, bem à vontade, conforme<br />

demonstra foto 1.<br />

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Fonte: Foto n.4. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2007, 10:47:32.<br />

Para que os clientes possam efetuar suas compras, a empresa exige um cadastro que<br />

deve ser atualiza<strong>do</strong> pelo vende<strong>do</strong>r, e <strong>para</strong> o cadastro o produtor deve possuir inscrição de<br />

produtor rural na Secretaria da Fazenda, CPF e RG e informações comerciais.<br />

Para os clientes não cadastra<strong>do</strong>s, a Rio Alta solicita o nome ou razão social, nome<br />

fantasia da propriedade, endereço completo e município e os da<strong>do</strong>s <strong>para</strong> cobrança: inscrição<br />

de produtor, telefone, CPF, RG, CNPJ e Inscrição Estadual, três referências comerciais e<br />

bancos com os quais a empresa opera.<br />

Entre os produtos comercializa<strong>do</strong>s na loja destacam-se os menciona<strong>do</strong>s na Tabela 2.<br />

A empresa, porém, possui em seus estoques desde uma agulha descartável, que custa<br />

R$0,06 (seis centavos), até implementos agrícolas, de R$7.000,00 (sete mil reais):<br />

TABELA 2: Linhas de produtos comercializa<strong>do</strong>s na loja em São José <strong>do</strong> Rio Preto<br />

Veterinários Agrícolas Insumos<br />

Linha Bayer Linha Bayer Crospscience Selaria<br />

Linha Pet Domisanitários Arames<br />

Linha Vallee Jardinagem Ferramentas<br />

Linha Merial Defensivo Agrícola Implementos Agrícolas<br />

Suplementos Sementes, fertilizantes e<br />

corretivos<br />

Fonte: Produtos: Faça-nos uma visita e conheça nossa linha de completa de produtos, ferramentas e máquinas.<br />

Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2007, 10:49:23.<br />

A empresa procura atender às necessidades de seus clientes, divulgan<strong>do</strong> seus produtos<br />

na televisão, rádio local, jornal impresso e mala direta, por meio da caixa postal <strong>do</strong> produtor<br />

rural. Funciona em um prédio onde esteve instalada, por muitos anos, a Cooperativa Café<br />

Alta, que faliu, deixan<strong>do</strong> dívidas aos seus coopera<strong>do</strong>s, facilitan<strong>do</strong> a memória <strong>do</strong> produtor, que<br />

estava acostuma<strong>do</strong> a comprar seus insumos agropecuários na Cooperativa e agora compra na<br />

Rio Alta. A empresa mantém, inclusive, em seu quadro de funcionários, ex-funcionários da<br />

Cooperativa, <strong>para</strong> que o produtor acredite que ainda é coopera<strong>do</strong> e encontra tu<strong>do</strong> que precisa<br />

em um único lugar.<br />

Londrina, 22 a 25 de julho de 2007,<br />

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural<br />

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XLV CONGRESSO DA <strong>SOBER</strong><br />

"<strong>Conhecimentos</strong> <strong>para</strong> <strong>Agricultura</strong> <strong>do</strong> <strong>Futuro</strong>"<br />

Na visão <strong>do</strong> gerente da Rio Alta, o pequeno produtor está fazen<strong>do</strong> cotações de preços,<br />

antes de se dirigir à loja. Como política, a empresa vende seus produtos em até oito vezes <strong>para</strong><br />

clientes cadastra<strong>do</strong>s, procuran<strong>do</strong> dar ao cliente o maior número possível de facilidades.<br />

A empresa não entrega seus produtos aos clientes, nem possui interesse em prestar<br />

esse tipo de serviço, uma vez que seus clientes estão estabeleci<strong>do</strong>s em locais de difícil acesso,<br />

estradas com muitos buracos e barro, o que acaba dificultan<strong>do</strong> a entrega e encarecen<strong>do</strong> o<br />

preço <strong>do</strong> produto comercializa<strong>do</strong>.<br />

6.3.1 Ética nas negociações na Rio Alta<br />

A Rio Alta procura praticar uma política de preços honesta, tratar o cliente de maneira<br />

correta, não “empurrar” produtos que o cliente não necessite e não enganá-lo.<br />

7. Estratégias utilizadas pelos fornece<strong>do</strong>res de insumos da pecuária em São José <strong>do</strong><br />

Rio Preto<br />

Estratégias Rio Alta Agromonte Coopercitrus<br />

Líder de merca<strong>do</strong> É a líder <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, É a segunda colocada na É a terceira colocada na<br />

pois possui maior cidade e região, disputa cidade, disputa os<br />

participação no merca<strong>do</strong> os mesmos clientes que a mesmos clientes, ten<strong>do</strong><br />

de São José <strong>do</strong> Rio Rio Alta.<br />

dificuldades de<br />

Preto.<br />

intensificar suas<br />

promoções; é a única que<br />

financia com juros de<br />

Push<br />

Pull<br />

Desconto no preço<br />

Produtos mais baratos<br />

Diferenciação de<br />

produtos<br />

Diferenciação de<br />

Serviços<br />

Os clientes não são fieis às marcas e as empresas<br />

procuram oferecer produtos acessíveis e menor<br />

custo.<br />

8,75% ao ano.<br />

A empresa se preocupa<br />

com a qualidade,<br />

manten<strong>do</strong> em seu<br />

estoque sempre duas ou<br />

três marcas <strong>para</strong> atender<br />

a seus clientes.<br />

Apenas um entrevista<strong>do</strong> citou ser fiel aos produtos da Tortuga, encontra<strong>do</strong>s<br />

apenas em um <strong>do</strong>s fornece<strong>do</strong>res.<br />

Ambas utilizam essa estratégia, uma vez que o Acaba perden<strong>do</strong> clientes,<br />

cliente esteja na loja.<br />

pois depende de<br />

Ambas utilizam essa estratégia, principalmente<br />

quan<strong>do</strong> os produtos estão com suas validades<br />

próximas <strong>do</strong> vencimento.<br />

autorização da matriz.<br />

A empresa trabalha com<br />

controle de estoque; seus<br />

produtos retornam ao<br />

fabricante, caso não<br />

consiga vendê-los.<br />

As três procuram atender às necessidades <strong>do</strong>s mesmos clientes; porém, em<br />

alguns casos, a Rio Alta consegue exclusividade em algumas marcas que a<br />

Agromonte não consegue e assim sucessivamente.<br />

O cliente deve se dirigir<br />

à loja, em todas as<br />

situações.<br />

Para atrair seus clientes a<br />

empresa oferece<br />

prestação de serviços<br />

com <strong>do</strong>is veterinários,<br />

<strong>do</strong>is engenheiros<br />

agrônomos, três<br />

zootecnistas e assistência<br />

técnica especializada<br />

diariamente. É a única<br />

que o cliente pode<br />

comprar pelo seu site.<br />

O cliente deve se dirigir<br />

à loja em todas as<br />

situações.<br />

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Distribuição<br />

Se o cliente pagar o Não entrega nenhum produto.<br />

frete, ela entrega.<br />

Promoção e propagandas É mais agressiva, Procura, através de<br />

intensivas<br />

fazen<strong>do</strong> propagandas em<br />

jornais locais e mala<br />

direta.<br />

promoções na loja, atrair<br />

clientes.<br />

Prazo O cliente pode comprar e pagar à vista, com 30/60<br />

ou 90 dias, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> produto, ou deixar<br />

cheque pré-data<strong>do</strong>.<br />

Ponto de distribuição<br />

É a que se destaca, pois<br />

está instalada no antigo<br />

prédio de uma<br />

cooperativa que tinha a<br />

maioria <strong>do</strong>s produtores<br />

como associa<strong>do</strong>s.<br />

Funciona em um local de<br />

fácil acesso, próximo à<br />

ro<strong>do</strong>viária. (alguns<br />

produtores efetuam suas<br />

compras de ônibuscircular).<br />

Não utiliza essa<br />

estratégia.<br />

É a que possui mais<br />

opções de pagamento aos<br />

pequenos produtores.<br />

Instalada próxima à<br />

BR-153 e entrada <strong>para</strong> a<br />

cidade, fica mais<br />

próxima <strong>do</strong>s produtos<br />

rurais de Schimidt e de<br />

Talha<strong>do</strong>.<br />

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Para elaboração deste artigo foram entrevista<strong>do</strong>s cinqüenta produtores rurais da<br />

pecuária, em São José <strong>do</strong> Rio Preto. Com base nas pesquisas realizadas, identificou-se que<br />

tais produtores não possuem opções de compras de insumos; ficam única e exclusivamente<br />

nas mãos <strong>do</strong>s três fornece<strong>do</strong>res (Rio Alta, Agromonte e Coopercitrus).<br />

A pesquisa também possibilitou identificar que é um merca<strong>do</strong> altamente lucrativo <strong>para</strong><br />

os vende<strong>do</strong>res de insumos, que disputam cliente por cliente, diuturnamente (na empresa, em<br />

feiras agropecuárias e em leilões). Mas qual estratégia utilizar <strong>para</strong> cativar o cliente e mantêlo<br />

fiel à sua loja<br />

Nota-se que existe merca<strong>do</strong> <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s, e é um merca<strong>do</strong> em expansão, uma vez que os<br />

produtores não se preocupam em fazer cotações de preços. Durante as visitas às propriedades,<br />

encontramos duas casas rurais que compram na Rio Alta, Agromonte e Coopercitrus e<br />

comercializam seus produtos nas proximidades.<br />

Entre as estratégias utilizadas pelas empresas, a Rio Alta se sobressai em relação às<br />

demais, pois se instalou em um local estratégico, antigo espaço onde existia uma cooperativa<br />

de produtores rurais. Os produtores se acostumaram com aquele ambiente, e ela ainda faz<br />

questão de manter ex-funcionários da cooperativa em seu quadro de funcionários.<br />

A Agromonte também se destaca, obten<strong>do</strong> uma fatia <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> desprezada pela Rio<br />

Alta, utilizan<strong>do</strong> as estratégias push, pull, diferenciação de produtos e serviços, descontos no<br />

preço, produtos mais baratos e promoções.<br />

A Coopercitrus, por ser uma cooperativa, oferece melhores condições aos produtores<br />

rurais, melhor atendimento e mais facilidades <strong>do</strong> que a Rio Alta e a Agromonte; porém, é<br />

mais exigente nas questões <strong>do</strong>cumentais, cumpre à risca as exigências de certidões e cadastro<br />

atualiza<strong>do</strong> <strong>do</strong>s produtores. Também cobra uma taxa de filiação, o que acaba, na visão <strong>do</strong>s<br />

produtores, dificultan<strong>do</strong> suas compras.<br />

Quanto à diferenciação pela entrega <strong>do</strong>s produtos aos clientes, as três empresas ainda<br />

não atendem às expectativas <strong>do</strong>s clientes, não oferecem esse serviço com segurança e to<strong>do</strong><br />

produtor deve se dirigir à loja e possuir um veículo que possa transportar o que compra.<br />

No tocante às questões éticas nas negociações, nota-se que a Coopercitrus é a empresa<br />

que preza por uma postura ética; suas normas de condutas vão de encontro aos princípios<br />

morais e éticos de qualquer ser humano, e o produtor, que se preocupa, inclusive, com a<br />

qualidade <strong>do</strong> produto, sabe que pode confiar nessa empresa.<br />

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Devi<strong>do</strong> a um merca<strong>do</strong> altamente competitivo, as demais empresas não se preocupam<br />

com as questões éticas; o importante é o lucro no negócio, o que importa é o retorno<br />

financeiro <strong>do</strong> negócio e preços mais acessíveis ao cliente.<br />

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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