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Untitled - Câmara Municipal de Oeiras

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R E L A T Ó R I O E C O N T A D E G E R Ê N C I A 2 0 1 2<br />

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Se no relatório do ano transato afirmávamos que Portugal vivia uma condição excecional <strong>de</strong> protetorado,<br />

como tal <strong>de</strong> soberania limitada, posteriormente foi o próprio Governo da República que o afirmou, ao<br />

afirmar da necessida<strong>de</strong> da refundação do Estado. A fundação <strong>de</strong> Portugal <strong>de</strong>u-se há perto <strong>de</strong> 9 séculos,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das diversas datas ou teorias <strong>de</strong>fendidas pelos historiadores (seja em 1128, ano da<br />

Batalha <strong>de</strong> São Mame<strong>de</strong>, quando D. Afonso Henriques expulsa a então regente do Condado<br />

Portucalense, D. Teresa, sua mãe, e <strong>de</strong>clara in<strong>de</strong>pendência, tendo passado a assinar todos os seus<br />

documentos nessa qualida<strong>de</strong>; em 1139, quando após a Batalha <strong>de</strong> Ourique foi aclamado pelas nobreza<br />

Rex; ou, em 1143, quando após a Batalha <strong>de</strong> Aljubarrota, a 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1143, Afonso VII <strong>de</strong> Leão e<br />

Castela, no Tratado <strong>de</strong> Zamora, reconheceu a in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Portugal e a soberania <strong>de</strong> D. Afonso<br />

Henriques).<br />

Neste sentido, em nossa opinião, o Estado português não necessita <strong>de</strong> refundação, foi refundado em<br />

1640 após ter estado sob domínio estrangeiro durante 6 décadas, mas necessita urgentemente – e<br />

como vimos dizendo há muito tempo – <strong>de</strong> uma refundação <strong>de</strong> regime. Se o Estado Novo foi uma<br />

catedratocracia, a Democracia portuguesa, fundada por algumas das melhores mentes que o País<br />

algum dia produziu, está hoje transformada num regime <strong>de</strong>sprestigiado, sem cursos honorum, e on<strong>de</strong> a<br />

Política per<strong>de</strong>u a dimensão da gran<strong>de</strong>za do serviço à causa pública.<br />

A crise portuguesa é, em primeiro lugar, uma crise dos partidos estruturantes do regime, pelo que se<br />

<strong>de</strong>ve começar por repensar profundamente o modo como os partidos se organizam, como se elegem os<br />

seus dirigentes e a forma como é selecionado o pessoal político.<br />

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