Conhecimento é poder. - Revista O Papel

O Papel – Qual é a importância do 1.º Inventário de
Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa Diretos e
Indiretos do Estado de São Paulo
Bruno Covas – A Política Estadual de Mudanças
Climáticas (PEMC) é uma proposta inovadora do Estado
de São Paulo em muitos aspectos. O Inventário
de GEE é um dos instrumentos definidos pela Lei n.º
13.798/2009, e a decisão por sua atualização periódica
já é, em si, uma inovação dessa legislação.
Os inventários nacionais são realizados de acordo
com metodologias comuns, elaboradas pelo Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)
e aceitas internacionalmente. Embora seja uma prática
consagrada pelos países signatários da Convenção
do Clima, a iniciativa ainda não é frequente
em Estados subnacionais nos países em desenvolvimento,
como o Brasil.
A Secretaria do Meio Ambiente (SMA) optou por realizar
o Inventário em consonância com a experiência
nacional, por meio da formação de uma ampla rede,
agregando contribuições de mais de 320 profissionais e
120 instituições parceiras.
O Papel – A respeito dos resultados apresentados
no Inventário, quais segmentos se destacaram positivamente
Covas – Em seu sumário executivo, o Inventário
apresenta uma informação talvez surpreendente para
muitos a respeito do perfil das emissões do Estado.
Mesmo respondendo por cerca de 33% do PIB brasileiro,
o Estado de São Paulo gera somente 6,5% das emissões
totais do Brasil. Para cada mil reais produzidos no
País, emite-se 0,72 tonelada de gás carbônico (CO 2
), ao
passo que, no Estado de São Paulo, a mesma produção
corresponde a 0,14 tonelada de CO 2
, o equivalente a
20% do indicador nacional.
O Papel – A indústria de celulose e papel está entre
os setores que evoluíram em termos ambientais
Covas – A Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (Cetesb) desenvolveu estimativas para as
emissões atmosféricas desse setor, que compõem os
relatórios de referência para a elaboração da comunicação
estadual. Não se trata, porém, de um levantamento
de GEEs, e sim de poluentes convencionais
que foram incluídos no método de inventário do IPCC.
No referido documento, não foram considerados os
eventuais sumidouros relacionados à produção de papel
no Estado. O método empregado deixou claro que
o aumento das emissões atmosféricas está diretamente
relacionado ao aumento da produção de celulose. Os
técnicos da Cetesb destacam que os fatores de emissões
locais devem ser desenvolvidos e o setor pode
contribuir com isso, de modo que as próximas atualizações
do Inventário de GEEs do Estado de São Paulo
contenham informações atualizadas.
O Papel – Ainda falando especificamente do setor
de celulose e papel, há maneiras de contribuir mais
com o sequestro de carbono por meio das florestas
plantadas e nativas. A legislação atual, no entanto, ainda
dificulta o processo. A SMA oferecerá algum tipo de
suporte em futuras negociações do setor
Covas – O Estado de São Paulo está com uma economia
aquecida e em excelente fase de desempenho econômico.
A ação da SMA vem ao encontro desse processo
ao garantir a qualidade ambiental do Estado em meio a
esse processo de vibrante desenvolvimento. Além disso,
vale lembrar que a gestão do meio ambiente e da qualidade
ambiental é uma responsabilidade compartilhada
entre o poder público, as corporações e os cidadãos.
Estamos iniciando uma época em que as empresas fortalecem
as áreas corporativas que investem em respon-
“Estamos
iniciando uma
época em que
as empresas
fortalecem as
áreas corporativas
que investem em
responsabilidade
social e
sustentabilidade”
junho/june 2011- Revista O Papel
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