09.01.2015 Views

Template para confecção de artigo - NUPET - UTFPR

Template para confecção de artigo - NUPET - UTFPR

Template para confecção de artigo - NUPET - UTFPR

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Universida<strong>de</strong> Tecnológica Fe<strong>de</strong>ral do Paraná<br />

Departamento Acadêmico <strong>de</strong> Eletrotécnica<br />

Curso <strong>de</strong> Engenharia Elétrica<br />

Curso <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> Controle e Automação<br />

ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE CONVERSOR CC/CC NÃO<br />

ISOLADO E COM ELEVADO GANHO ESTÁTICO PARA APLICAÇÕES<br />

EM FONTES RENOVÁVEIS<br />

Prof. Roger Gules, Dr. Eng), rgules@gmail.com<br />

Carlos Daniel Montagna Batista, cdm@live.no<br />

Eduardo Kamaroski Neto, eduardo_k.neto@hotmail.com<br />

1 <strong>UTFPR</strong> / Av. Sete <strong>de</strong> Setembro,3165 / CEP: 80.230-901 / Curitiba-PR<br />

Resumo: O objetivo do presente trabalho é o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma topologia nova <strong>para</strong> conversor CC/CC não<br />

isolado, <strong>de</strong> alto ganho estático, baseado em modificações no boost padrão, <strong>para</strong> aplicações em fontes renováveis.<br />

Diversas topologias <strong>de</strong> conversores CC/CC são analisadas, e a topologia proposta é a mescla das tecnologias <strong>de</strong><br />

capacitor chaveado, indutor acoplado, e estrutura multifase. O protótipo <strong>de</strong>senvolvido obteve eficiência <strong>de</strong> 85%,<br />

abrindo caminho <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas topologias que fomentem ainda mais a disseminação da utilização<br />

<strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> energia mais sustentáveis.<br />

Palavras-chave: Conversores CC/CC, Conversor Boost, Energias Renováveis, Processamento Eletrônico <strong>de</strong> Potência.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Há milhares <strong>de</strong> anos, o petróleo tem sido utilizado por povos antigos. A partir da década <strong>de</strong> 1930, entretanto, seu<br />

uso cresceu exponencialmente, quando tornou-se a força motriz com o fomento dos motores a combustão interna. Na<br />

mesma medida que veio o progresso, surgiram os conflitos <strong>de</strong>vido ao precioso óleo. Das crises da década <strong>de</strong> 70, até a<br />

recente guerra ao Iraque, o petróleo tem sido o protagonista <strong>de</strong> intensas disputas.<br />

Mais recentemente, a preocupação ambiental vem tornando mais visível o real efeito <strong>de</strong>vastador <strong>de</strong> economias tão<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos combustíveis fósseis. Atualmente, é inquestionável a associação entre os gases emitidos na queima<br />

<strong>de</strong>stes combustíveis com o efeito estufa.<br />

As matrizes energéticas tem sido então, questionadas por todos os níveis da socieda<strong>de</strong> quanto à sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serem sustentáveis – tanto no que se refere às relações entre os povos como na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suprirem a <strong>de</strong>manda pelo<br />

crescimento <strong>de</strong> forma aliada à preservação do meio.<br />

As fontes renováveis <strong>de</strong> energia, tais como a solar, eólica e células a combustível; tem recebido fortes<br />

investimentos, tanto no setor privado como estatal, por representarem o rompimento com o panorama extremado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência e impactos ambientais.<br />

Contudo, estas fontes contém uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios tecnológicos que <strong>de</strong>vem ser superados afim <strong>de</strong> que sua<br />

disseminação e acesso à mercados restritos seja factível. A maior das barreiras <strong>para</strong> a suplantação dos combustíveis<br />

fósseis pelas energias renováveis é o seu custo <strong>de</strong> operação. Por se tratarem <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia que,<br />

em geral, operam em escala <strong>de</strong> potência muito reduzida quando com<strong>para</strong>do às fontes tradicionais, seu custo por kWh<br />

gerado é bastante superior.<br />

Neste contexto, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias que venham a prover <strong>de</strong> melhorias na eficiência,<br />

aplicabilida<strong>de</strong> e retorno financeiro das tecnologias em geração por fontes limpas, são essenciais <strong>para</strong> que a matriz<br />

energética seja, efetivamente, alinhada com as atuais expectativas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

As fontes geradoras por energia renovável apresentam, em sua maioria, tensão <strong>de</strong> saída com baixos valores <strong>de</strong><br />

amplitu<strong>de</strong> e em corrente continua. Quando analisadas perante um sistema em corrente alternada e com valores bastante<br />

superiores <strong>de</strong> tensão, estas fontes apresentam entraves na aplicabilida<strong>de</strong>.<br />

Inúmeras são as soluções existentes no mercado <strong>para</strong> executar a conversão CC/CA, com elevados índices <strong>de</strong><br />

eficiência. Estes dispositivos, entretanto, necessitam <strong>de</strong> tensões típicas <strong>de</strong> alimentação em torno <strong>de</strong> 400V. Em uma<br />

situação <strong>de</strong> utilização com células a combustível, on<strong>de</strong> a tensão <strong>de</strong> saída típica é em torno <strong>de</strong> 40V, o ganho estático<br />

necessário seria <strong>de</strong> um conversor CC/CC elevador seria <strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes o valor da entrada. As soluções existentes no<br />

mercado <strong>para</strong> esta situação são escassas, e raramente focadas às necessida<strong>de</strong>s específicas das fontes renováveis, tais<br />

como a alta eficiência, portabilida<strong>de</strong> e baixo custo.<br />

Há, <strong>de</strong>sta forma, uma necessida<strong>de</strong> imperiosa do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas topologias <strong>de</strong> elevação CC/CC. O<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias nesta área representa um ganho direto na disseminação da geração limpa.


D AE L T – D e p a r t a m e n t o A c a d ê m i c o d e E l e t r o t é c n i c a / U T F P R – U n i v e r s i d a d e T e c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á<br />

2. TOPOLOGIAS DE CONVERSÃO CC/CC<br />

O conversor elevador <strong>de</strong> tensão clássico é o da topologia boost, ilustrada na Fig. (1) . Seu funcionamento é bastante<br />

simples, dividido em dois estágios. No primeiro instante, a chave S encontra-se fechada e o indutor L é carregado.<br />

Quando a chave abre, a energia armazenada no indutor, juntamente com a oriunda da fonte, são fornecidas à carga R,<br />

traduzindo em elevação <strong>de</strong> tensão.<br />

Figura 1. Topologia boost clássica<br />

O ganho estático do boost clássico é <strong>de</strong>finido através da Eq.(1), on<strong>de</strong> D é a razão cíclica <strong>de</strong> chaveamento.<br />

A Eq.(1) sugere que o ganho estático do conversor po<strong>de</strong>ria ser infinito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a razão D fosse suficientemente<br />

alta. Entretanto, esta equação não leva em conta as perdas na chave, o que fazem o ganho estático do boost ser limitado<br />

a cinco na prática, bastante inferior ao necessário <strong>para</strong> uma aplicação em fontes renováveis.<br />

Desta forma, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas topologias é necessário <strong>para</strong> incrementar o ganho estático.<br />

2.1. Conversores <strong>de</strong> Alto Ganho Estático<br />

A tecnologia <strong>de</strong> capacitores chaveados permite a obtenção <strong>de</strong> ganhos estáticos bastante superiores aos obtidos pelo<br />

boost padrão. A topologia é exibida na Fig.(2). Seu funcionamento se dá através do chaveamento enca<strong>de</strong>ado dos<br />

capacitores, entretanto a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle do circuito é gran<strong>de</strong>.<br />

Figura 2. Topologia com capacitores chaveados<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Li e He (2010).<br />

Indutores po<strong>de</strong>m ser acoplados <strong>para</strong> funcionar como fontes <strong>de</strong> tensão, e assim, incrementar o ganho estático,<br />

conforme exibido na Fig. (3). Apesar da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> um alto ganho estático, através da relação <strong>de</strong><br />

transformação dos acoplamento, o circuito opera sob comutação dissipativa e as perdas são relevantes.<br />

Figura 2. Topologia com indutor acoplado<br />

Fonte: Adaptado <strong>de</strong> Li e He (2010).<br />

As estruturas apresentadas po<strong>de</strong>m ainda ser distribuídas em uma combinação multifase, isto é, ramos adicionais do<br />

circuito são adicionados em <strong>para</strong>lelo, e o funcionamento das chaves é distribuído ao longo do período <strong>de</strong> chaveamento.


D AE L T – D e p a r t a m e n t o A c a d ê m i c o d e E l e t r o t é c n i c a / U T F P R – U n i v e r s i d a d e T e c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á<br />

2.2. Topologia Proposta<br />

A topologia proposta <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do novo conversor CC/CC é exibida na Fig. (3). A topologia usa os<br />

princípios do indutor acoplado, capacitor chaveado e estrutura multifase. Estão <strong>de</strong>stacados os elementos que<br />

configuram este <strong>de</strong>senvolvimento como inédito, que são os enrolamentos secundários nos indutores, L S1 e L S2 , e os<br />

diodos <strong>de</strong> recuperação reversa, D R1 e D R2. A contribuição dos diodos <strong>de</strong> recuperação é oferecer um caminho alternativo<br />

à energia <strong>de</strong> dispersão do acoplamento <strong>de</strong> indutores e permitir que os capacitores sejam carregados com ela.<br />

Figura 3. Topologia proposta<br />

O acoplamento magnético, associado com as estruturas dos capacitores multiplicadores C M1 e C M2 irá permitir a<br />

obtenção <strong>de</strong> altos valores <strong>de</strong> ganho estático. O funcionamento do circuito é dividido em oito estágios, entretanto, como<br />

a estrutura é multifase, os quatro primeiros são análogos aos quatro últimos, sendo que a análise proce<strong>de</strong>nte se limitará a<br />

quatro estágios. O valor da razão cíclica consi<strong>de</strong>rada é D=0,8 e os indutores operam em condução contínua.<br />

(a) (b) (c) (d)<br />

Figura 4. Estágios <strong>de</strong> Funcionamento<br />

O primeiro estágio, ilustrado pela Fig.(4.a) ocorre quando ambas as chaves estão acionadas. A fonte carrega os<br />

enrolamentos primários dos indutores, e o capacitor C S alimenta a carga na saída. O próximo estágio <strong>de</strong> funcionamento,<br />

<strong>de</strong>finido na Fig.(4.b) ocorre quando a chave S 2 abre. Neste instante, o capacitor multiplicador C M1 recebe energia da<br />

fonte, o enrolamento primário L P2 começa a se <strong>de</strong>scarregar em seu secundário, que fornece energia à carga, juntamente<br />

com C M2 . No momento em que o capacitor C M2 está completamente carregado, inicia-se o terceiro estágio, ilustrado<br />

pela Fig.(4.c) e o acoplamento magnético atinge seu estado máximo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregamento. Quando a chave S 2 é<br />

novamente acionada, caracterizando o último estágio, ilustrado pela Fig.(4.d) a corrente <strong>de</strong> recuperação reversa do<br />

diodo D S2 polariza o diodo <strong>de</strong> recuperação D R2 , permitindo que a energia <strong>de</strong> dispersão do acoplamento seja recuperada e<br />

entregue ao capacitor C M2 e ao enrolamento L S2 . No próximo estágio, S 1 é comutada e o circuito segue com operação<br />

análoga ao analisado.<br />

O ganho estático obtido pela topologia é expresso pela Eq.(2). Consi<strong>de</strong>rando uma entrada com 24V, D=0,8 e<br />

relação <strong>de</strong> transformação n=2, a saída é 432V.<br />

( )<br />

Equação 2. Ganho estático do conversor


D AE L T – D e p a r t a m e n t o A c a d ê m i c o d e E l e t r o t é c n i c a / U T F P R – U n i v e r s i d a d e T e c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á<br />

2.3. Implementação Prática<br />

O conversor em funcionamento po<strong>de</strong> ser verificado na Fig. (5), em um protótipo <strong>de</strong> 200W. Na ilustração, duas<br />

lâmpadas <strong>de</strong> 100W/220V conectadas em série são plenamente acesas a partir <strong>de</strong> uma associação em série <strong>de</strong> duas<br />

baterias estacionárias. A tensão <strong>de</strong> saída obtida foi <strong>de</strong> 489,4V, com entrada <strong>de</strong> 22,99V.<br />

Figura 5. Conversor proposto em funcionamento<br />

O rendimento do conversor po<strong>de</strong> ser observado através da curva ilustrada na Fig (6). Para a potência nominal <strong>de</strong><br />

operação, em 200W, o conversor apresentou um rendimento <strong>de</strong> 85%.<br />

3. CONCLUSÕES<br />

Figura 6. Curva <strong>de</strong> rendimento do conversor<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do presente trabalho corrobora a tese <strong>de</strong> que o campo <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas<br />

topologias em conversores CC/CC é bastante promissor. O protótipo <strong>de</strong>senvolvido, ainda que limitado perante as<br />

características não-lineares oriundas da construção artesanal dos indutores, apresentou rendimento satisfatório quando<br />

analisado na situação <strong>de</strong> plena carga.<br />

A entrada em comutação do circuito é suave, ou seja, não há perda <strong>de</strong> potência. Entretanto, no momento <strong>de</strong> abertura<br />

das chaves, a corrente perdura no componente, gerando perdas sensíveis. O próximo estágio no <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

topologia é o atingimento da comutação suave também na abertura da chave. Isto permitirá trabalhar em frequências<br />

mais elevadas, com um protótipo <strong>de</strong> menores dimensões e eficiências mais altas.<br />

4. REFERÊNCIAS<br />

BARBI, Ivo; MARTINS, D.C. Conversores CC-CC Básicos Não Isolados. 3. Ed. Florianópolis: Do Autor, 2008.<br />

ERICKSON, Robert W; MAKSIMOVIC, Dragan. Fundamentals of Power Electronics. Massachusetts: 3.ed. New York:<br />

Kluwer Aca<strong>de</strong>mic, 2008.


D AE L T – D e p a r t a m e n t o A c a d ê m i c o d e E l e t r o t é c n i c a / U T F P R – U n i v e r s i d a d e T e c n o l ó g i c a F e d e r a l d o P a r a n á<br />

FUEL Cell. Wikipedia, The Free Encyclopedia. Disponível em: < http://en.wikipedia.org/wiki/Fuel_cell>. Acesso em<br />

27 mai. 2011.<br />

GULES, Roger et al. Multifase Voltage Multiplier Cells Applied to Non-Isolated DC-DC Converters. IEEE<br />

Transactions on Power Electronics, 2008.<br />

LI, Wuhua; HE, Xiangning. A Review of Non-Isolated High Step-Up DC/DC Converters in Renewable Energy<br />

Applications. IEEE, 2010.<br />

RASHID, Muhammad H. Power Electronics Handbook - Circuits, Devices and Applications.2. ed. Burlington, US:<br />

Elsevier, 2008.<br />

WAI, R.J.; DUAN, R.I. High-efficiency DC/DC converter with high voltage gain. IEEE, 2005.<br />

ZHAO, Qun; LEE, Fred C. High-Efficiency, High Step-Up DC-DC Converters. IEEE, 2003.<br />

5. DIREITOS AUTORAIS<br />

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material impresso incluído neste trabalho.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!