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Apresentação<br />

O projeto “Relen<strong>do</strong> imagens, atribuin<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>s: as cidades que<br />

dev<strong>em</strong> ser esquecidas” propõe uma “viag<strong>em</strong>” pelo patrimônio artístico,<br />

neste caso representa<strong>do</strong> por fotografias, com o resgate de m<strong>em</strong>ória e<br />

conhecimentos expressos na produção cultural <strong>do</strong>s espaços urbanos.<br />

Coloca <strong>em</strong> destaque o potencial didático-pedagógico <strong>do</strong> texto imagético,<br />

enquanto mediação (Vigotsky, Lukács) e relevância histórico-cultural.<br />

A arte, como particularidade, permite nos aproximar e redimensionar<br />

saberes a partir <strong>do</strong> olhar que agrega diferentes áreas <strong>do</strong> conhecimento,<br />

numa perspectiva transdisciplinar.<br />

A leitura de imag<strong>em</strong> é fundamental para a compreensão e construção <strong>do</strong><br />

conhecimento, da cultura e da identidade na escola.<br />

Objetivos:<br />

Foto: Arcesislau Soares - Acervo <strong>do</strong> Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

Descrição: “Praça João Clímaco – Victoria, onde se vê a antiga igreja que foi d<strong>em</strong>olida e <strong>em</strong><br />

seu lugar construí<strong>do</strong> o atual Edíficio <strong>do</strong> Congresso. 1910”<br />

Fonte: Exposição sobre os Negócios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no quatriênio de 1908 a 1912, pelo Exmo. Sr<br />

Dr. Jeronymo Monteiro – Pres. <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no mesmo perío<strong>do</strong>. Vitória: 1913, p. 232<br />

Durante quase três séculos, o largo, que se espraiava frente à igreja de<br />

São Tiago, era conheci<strong>do</strong> ora como largo <strong>do</strong> Colégio, ora como largo<br />

Afonso Brás. [...] A Câmara Municipal, a 25 de agosto de 1883, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

vista proposta assinada pelos verea<strong>do</strong>res Passos Costa Junior e Moniz<br />

Freire, resolveu mudar o nome <strong>do</strong> largo para praça João Clímaco.<br />

Em 1908 o Presidente Henrique Coutinho providenciou melhoramentos ali,<br />

sen<strong>do</strong> que, <strong>em</strong> 1910, já no governo de Jerônimo Monteiro, quan<strong>do</strong> o<br />

logra<strong>do</strong>uro tinha o terreno inclina<strong>do</strong> para a baía (o terraço onde está<br />

situa<strong>do</strong> o coreto é aterro efetua<strong>do</strong> nessa época), a praça “sofreu<br />

transformação radical <strong>em</strong> planta e perfil”. Para aplainá-la, construiu-se um<br />

muro de arrimo, coroa<strong>do</strong> por balaustrada, fronteiro à atual rua Nestor<br />

Gomes.<br />

[…] Dava frente para essa praça a igreja de Nossa Senhora da<br />

Misericórdia, adquirida no governo de Henrique Coutinho e d<strong>em</strong>olida<br />

quan<strong>do</strong> presidente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> o Dr. Jerônimo Monteiro, que, no local,<br />

man<strong>do</strong>u construir o edifício da Ass<strong>em</strong>bléia Legislativa. [...]<br />

Em 1926, quan<strong>do</strong> da abertura da rua Nestor Gomes, d<strong>em</strong>oli<strong>do</strong> “o muro de<br />

arrimo, coroa<strong>do</strong> de balaustrada”, o logra<strong>do</strong>uro ganhou seu atual jardim,<br />

caben<strong>do</strong> os serviços de jardinag<strong>em</strong> a Paulo Motta e os de aplainamento da<br />

área, com a rampa resultante das modificações ali verificadas, à firma<br />

Politti, Derenzi & Cia. [...]<br />

O atual patrono da praça, padre João Clímaco de Alvarenga Rangel,<br />

nasceu <strong>em</strong> Vitória, a 30 de março de 1799, ten<strong>do</strong> faleci<strong>do</strong>, na mesma<br />

cidade, a 23 de julho de 1860. Foi professor de Filosofia e diretor <strong>do</strong> Liceu,<br />

haven<strong>do</strong> si<strong>do</strong> eleito deputa<strong>do</strong> geral <strong>em</strong> 1833, quan<strong>do</strong> ainda estudante <strong>do</strong><br />

curso jurídico. [...] Defendeu, <strong>em</strong> Vitória, os escravos presos <strong>em</strong><br />

decorrência da Insurreição <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>, aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong>,<br />

<strong>em</strong> seguida, a vida parlamentar, <strong>em</strong> que se notabilizou.<br />

Extrato de Texto. In: ELTON, Elmo. Logra<strong>do</strong>uros antigos de Vitória.<br />

Vitória: EDUFES: Secretaria Municipal de Cultura, 1999. (Coleção José<br />

Costa; 3). p. 43-4.<br />

Não jogue esse folheto <strong>em</strong> vias públicas<br />

PROEX<br />

Projeto Gráfico por Leandro Macê<strong>do</strong><br />

RELENDO IMAGENS,<br />

ATRIBUINDO SIGNIFICADOS:<br />

AS CIDADES QUE DEVEM SER ESQUECIDAS<br />

Profa. Dra. Gerda Margit Schütz-Foerste<br />

Profa. Ms. Raquel Félix Conti<br />

Profa. Sonia Maria de O. Ferreira<br />

Ÿ Possibilitar a formação continuada de professores <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a<br />

Municipal de Ensino de Vitória, <strong>em</strong> processo reflexão/ação;<br />

Ÿ Favorecer projetos pedagógicos que resgat<strong>em</strong> identidades e otimiz<strong>em</strong><br />

propostas educativas voltadas para a cultura local;<br />

Ÿ Construir meto<strong>do</strong>logias da leitura de imagens, reconhecen<strong>do</strong>-as<br />

simultaneamente como obras de arte e <strong>do</strong>cumentos históricos;<br />

Ÿ Discutir o t<strong>em</strong>a da transformação das cidades, m<strong>em</strong>órias e<br />

ressignificação <strong>do</strong>s espaços;<br />

Ÿ Fomentar a elaboração de projetos interdisciplinares <strong>em</strong> sala de aula a<br />

partir da leitura de imagens;<br />

Ÿ Fortalecer a parceria entre escolas de ensino fundamental,<br />

<strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, Secretaria Municipal de<br />

Educação de Vitória e a Escola da Ciência – Biologia e História (ECBH)<br />

Público Alvo:<br />

O projeto “Relen<strong>do</strong> imagens, atribuin<strong>do</strong> significa<strong>do</strong>s: as cidades que<br />

dev<strong>em</strong> ser esquecidas” dirige-se aos professores da Rede Municipal de<br />

Ensino de Vitória e amplia-se para alunos da Graduação de diversos<br />

cursos e para a comunidade interessada <strong>em</strong> acompanhar a t<strong>em</strong>ática <strong>em</strong><br />

questão.<br />

Número de Vagas: Serão oferecidas 40 vagas.<br />

Perío<strong>do</strong>: 10 de abril a 19 de agosto de 2010<br />

Dinâmica <strong>do</strong>s encontros: Os encontros serão realiza<strong>do</strong>s aos sába<strong>do</strong>s,<br />

conforme programação. A formação se fará <strong>em</strong> 30horas de encontros<br />

presenciais e 30 horas não presenciais<br />

Os certifica<strong>do</strong>s serão <strong>em</strong>iti<strong>do</strong>s pela Proex/UFES<br />

Informações:<br />

Fone: (27) 3332 1612 | Email: relen<strong>do</strong>imagens@gmail.com<br />

A Escola da Ciência – Biologia e História (ECBH), uma instituição <strong>do</strong><br />

Sist<strong>em</strong>a Municipal de Ensino, t<strong>em</strong> entre suas atribuições a promoção de<br />

experiências pedagógicas alternativas, com base na identidade e na<br />

m<strong>em</strong>ória locais, ten<strong>do</strong>, necessariamente, na escola formal sua referência,<br />

sua irradiação.


Da janela lateral <strong>do</strong> quarto de <strong>do</strong>rmir<br />

Vejo uma igreja, um sinal de glória<br />

Vejo um muro branco e um vôo, pássaro<br />

Vejo uma grade, um velho sinal.<br />

Milton Nascimento, Paisag<strong>em</strong> da janela<br />

BOM JESUS, Adriano. Ensino-Aprendizag<strong>em</strong> de História: contribuições <strong>do</strong><br />

patrimônio cultural. In: SIMÕES, R. H. S.; FRANCO, S. P.; SALIM, M. A. A. (Orgs).<br />

Ensino de história: seus sujeitos e suas práticas. Vitória: GM Gráfica e Editora,<br />

2006. p. 161-5.<br />

A Constituição de 1988 [...] incorporou a ampliação da noção de patrimônio, como<br />

está explícito no artigo 216, estabelecen<strong>do</strong> que os bens culturais sejam porta<strong>do</strong>res<br />

de referência à identidade, à ação, à m<strong>em</strong>ória <strong>do</strong>s diferentes grupos forma<strong>do</strong>res da<br />

sociedade brasileira. Se antes se fazia menção a fatos m<strong>em</strong>oráveis, o novo texto<br />

constitucional prima pela pluralidade cultural. Apesar disso, o patrimônio<br />

arquitetônico [...] é pre<strong>do</strong>minante no acervo cultural brasileiro [...] e é preciso<br />

entender que ele não é porta<strong>do</strong>r da pluralidade cultural <strong>do</strong> país. É, ao invés disso,<br />

evidência <strong>do</strong> silenciamento de vastos segmentos da sociedade, representan<strong>do</strong> o<br />

Esta<strong>do</strong>, a igreja e as classes <strong>do</strong>minantes. [...]<br />

Assim sen<strong>do</strong>, como se apropriar <strong>do</strong> patrimônio, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> vista a construção de<br />

novas leituras e novos significa<strong>do</strong>s se ele oculta e silencia a pluralidade cultural<br />

Um caminho viável seria [...] procurar [...] conhecer outros sujeitos históricos além<br />

<strong>do</strong>s santos e heróis (descola<strong>do</strong>s <strong>do</strong> contexto histórico <strong>em</strong> que viveram)<br />

tradicionalmente consagra<strong>do</strong>s nos altares da História oficial.<br />

[...] entend<strong>em</strong>os que questionar o patrimônio evidencian<strong>do</strong> os motivos que<br />

nortearam a sua construção, que levaram a silenciar e ocultar a pluralidade cultural<br />

brasileira mais <strong>do</strong> que deu a conhecer, é, <strong>em</strong> alguma medida, “escovar a História a<br />

contrapelo”.<br />

A apropriação para os fins de ensino-aprendizag<strong>em</strong> e pesquisa da História poderia<br />

considerar a constituição <strong>do</strong> patrimônio como um ato político (o que de fato é) cujos<br />

reflexos se estend<strong>em</strong> para o nível simbólico, abrangen<strong>do</strong> questões referentes à<br />

identidade coletiva, a educação e a cidadania. [...]<br />

[Isso] requer que o professor seja pesquisa<strong>do</strong>r e que invente práticas pedagógicas<br />

para essa apropriação [poden<strong>do</strong> ser] o espaço/t<strong>em</strong>po da formação continuada [...]<br />

um locus privilegia<strong>do</strong> para a sua difusão [uma vez que] se trata de um<br />

espaço/t<strong>em</strong>po que o sist<strong>em</strong>a disponibiliza aos professores para discussões de<br />

questões referentes à vida, a carreira e ao processo ensino aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Um olhar na história<br />

Há c<strong>em</strong> anos atrás, a capital da província <strong>do</strong> Espírito Santo, muito <strong>em</strong>bora já gozasse<br />

<strong>do</strong>s foros de cidade, não passava de um povoa<strong>do</strong> cuja resistência aos hábitos e<br />

tradições coloniais entravava o progresso. Sua população pouco excedia a cifra de<br />

cinco mil habitantes, viven<strong>do</strong> a maioria com o produto da pesca [...]<br />

S<strong>em</strong> obedecer a qualquer regularidade ou simetria, Vitória se apertava <strong>em</strong><br />

anfiteatro, à marg<strong>em</strong> de plácida baía, ruazinhas estreitas, tortuosas, escorregadias,<br />

procuran<strong>do</strong> o paralelismo da praia, ou subin<strong>do</strong> as rampas <strong>do</strong> morro desbeiça<strong>do</strong><br />

pelas enxurradas e enfeita<strong>do</strong> pelas ramas de melões-de-são-caetano, perden<strong>do</strong>-se<br />

<strong>em</strong> becos ou vielas ladeirosas e labirínticas.<br />

Ruas ou ruelas, algumas apertadíssimas, tomadas pelo vicejante capím-pédegalinha,<br />

calçadas ou não, com pedras disformes, como a ladeira <strong>do</strong> Pelourinho, ao<br />

longo da qual não passavam três homens <strong>em</strong> linha de frente, famosa por nela ter<br />

mora<strong>do</strong>, outrora, <strong>em</strong> um sobra<strong>do</strong>, a heroína Maria Ortiz, que fizera recuar os<br />

holandeses, jogan<strong>do</strong> sobre eles água fervente. [...]<br />

As casas, <strong>em</strong> grande parte assobradadas, algumas com janelas de vidraças <strong>em</strong><br />

cores, balcões de madeira e portais de pedra, entalha<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Portugal, trazi<strong>do</strong>s<br />

como lastros <strong>do</strong>s navios, casas ou choupanas cabriteavam <strong>em</strong> desord<strong>em</strong> a encosta,<br />

repousadas <strong>em</strong> esteios supl<strong>em</strong>entares, <strong>em</strong> estacas ou sobre velhas bases de<br />

alvenaria.[...]<br />

A vista da baía era s<strong>em</strong>pre agradável, especialmente quan<strong>do</strong> posta<strong>do</strong> o observa<strong>do</strong>r<br />

mais de longe, para abarcar o conjunto <strong>em</strong>oldura<strong>do</strong> pela pelo verde da vegetação; o<br />

extenso mangal da preamar; as fruteiras das chácaras e <strong>do</strong>s pomares e a mata que<br />

vestia os elevadiços.<br />

Em plano de destaque, projetava-se a principal construção, o antigo Colégio <strong>do</strong>s<br />

Jesuítas, grande quadrilátero, liso, de <strong>do</strong>is pavimentos, adapta<strong>do</strong>s para Palácio da<br />

Presidência [...] mas estava <strong>em</strong> esta<strong>do</strong> deplorável: telha<strong>do</strong> esburaca<strong>do</strong> e cheio de<br />

goteiras, teto, pavimento e paredes muito sujos; portas s<strong>em</strong> chaves e móveis<br />

estraga<strong>do</strong>s.[...]<br />

Mas eram as igrejas, pelas posições s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> destaque, que constituíam os<br />

melhores pontos de referência à mirada panorâmica. A de São Tiago, [...] contígua<br />

ao Palácio, marcava com o zimbório curvilíneo da sua torre maior, o histórico e<br />

venerável local de sepultamento <strong>do</strong> taumaturgo Anchieta. À sua frente, situava-se a<br />

igreja da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, o único hospital <strong>em</strong> toda a<br />

província.[...]<br />

Extrato <strong>do</strong> texto de ROCHA, Levy. Viagens de Pedro II ao Espírito Santo, Vitória:<br />

SEDU, 2008.<br />

Fotógrafos importantes <strong>do</strong> início <strong>do</strong> Século XX, durante o governo de<br />

Jerônimo Monteiro:<br />

Durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> Governo Jeronymo Monteiro, <strong>do</strong>is fotógrafos se destacaram por<br />

registrar<strong>em</strong> a Cidade de Vitória através de suas lentes. Um deles é Arcesislau Soares,<br />

que segun<strong>do</strong> Almerinda da Silva Lopes (2002, p. 202), teria nasci<strong>do</strong> <strong>em</strong> “Cachoeiro <strong>do</strong><br />

Itap<strong>em</strong>irim (), e faleceu <strong>em</strong> Vitória na década de 1940.[...] No início <strong>do</strong> século XX,<br />

transferiu-se para Vitória, onde instalou um estúdio fotográfico denomina<strong>do</strong> Foto-<br />

Film”. Lopes cita que Soares era amigo de Jeronymo Monteiro e conterrâneo, e <strong>em</strong><br />

1909, tornou-se fotógrafo oficial de seu governo. Segun<strong>do</strong> ela, “nessa função, além<br />

de retratos de autoridades e de representantes da política, registrou as intervenções<br />

executadas no teci<strong>do</strong> urbano de Vitória, reformas e transformações <strong>do</strong>s monumentos<br />

históricos, como <strong>do</strong> antigo convento jesuítico e na igreja de São Tiago, b<strong>em</strong> como no<br />

seu entorno, obras que dariam orig<strong>em</strong> ao Palácio Anchieta. (2002, p. 208)”<br />

O outro, Alberto Lucarelli, filho de “pequenos <strong>em</strong>presários <strong>do</strong> ramo de fabricação de<br />

chocolates, na itália, nasceu <strong>em</strong> Gênova (Itália), <strong>em</strong> 1884. Faleceu <strong>em</strong> Vitória a 22 de<br />

abril de 1967. Veio para o Brasil <strong>em</strong> companhia <strong>do</strong> cônsul da Itália (LOPES, 2002,<br />

p.209).” Instalou-se <strong>em</strong> São Paulo, trabalhan<strong>do</strong> como fotógrafo, porém devi<strong>do</strong> à<br />

concorrência, decide mudar-se para Vitória, no início <strong>do</strong> século XX. Estu<strong>do</strong>u na Itália,<br />

<strong>em</strong> escola especializada. Tornou-se “o primeiro profissional da área a montar um<br />

estúdio fixo nesta cidade, no início <strong>do</strong> século, estabelecen<strong>do</strong>-se na rua Duque de<br />

Caxias. Assim como Arcesislau, “tornou-se fotógrafo oficial <strong>do</strong> governo, no perío<strong>do</strong> de<br />

1908 a 1912[...]” (LOPES, 2002, p. 209). Segun<strong>do</strong> Lopes (2002, p. 209), “na função de<br />

fotógrafo oficial fazia as reportagens de todas as visitas oficiais de personalidades<br />

políticas ao Espírito Santo.” Lucarelli trabalhou com o pintor Giuseppi Boscagli, com a<br />

fotopintura. Lopes afirma que “os fotógrafos que não vinham <strong>do</strong> meio artístico e que<br />

não tinham, portanto, condições de elaborar trabalhos <strong>em</strong> fotopintura, tão a gosto da<br />

elite da época, associam-se a algum fotógrafo-artista ou artista plástico, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong><br />

que faz Lucarelli, ao se associar a Boscagli. Além de fazer fotos de personalidades e<br />

da elite, “<strong>do</strong>cumentou as várias reformas <strong>do</strong> Palácio Anchieta, a construção de<br />

monumentos e pontes, como a Florentino Avi<strong>do</strong>s, entre outras.”<br />

Um <strong>do</strong>s espaços mais importantes e imponentes de Vitória, a Praça João Clímaco e<br />

seu entorno foram fotografa<strong>do</strong>s pelos <strong>do</strong>is fotógrafos, que apesar de estar<strong>em</strong><br />

cumprin<strong>do</strong> um cronograma de trabalho, registraram esse espaço e através de suas<br />

fotografias marcaram um t<strong>em</strong>po, uma história e m<strong>em</strong>ória, buscan<strong>do</strong> ângulos e formas<br />

que mais se adequass<strong>em</strong> aos seus olhares pessoais e aos interesses políticos.<br />

“O advento da República ampliou a prática <strong>do</strong>s governantes de contratar<strong>em</strong> os<br />

serviços <strong>do</strong>s fotógrafos para fazer<strong>em</strong> a cobertura de inaugurações, para<br />

<strong>do</strong>cumentar<strong>em</strong> todas as etapas de r<strong>em</strong>odelações de edificíos e monumentos<br />

históricos e <strong>do</strong> próprio plano urbanístico das capitais, b<strong>em</strong> como as novas realizações<br />

<strong>do</strong> poder público, festividades, visitas de comitivas, etc. O primeiro a a<strong>do</strong>tar tal<br />

procedimento no Espírito Santo foi o governa<strong>do</strong>r Jerônimo Monteiro, que, <strong>em</strong> 1909,<br />

contratou <strong>do</strong>is profissionais para tal tarefa: Arcesilau Soares e Alberto Lucarelli.”<br />

(Lopes, 2002, p. 65)<br />

Leituras Sugeridas<br />

BOM JESUS, Adriano. Ensino-Aprendizag<strong>em</strong> de História: contribuições <strong>do</strong><br />

patrimônio cultural. In: SIMÕES, R. H. S.; FRANCO, S. P.; SALIM, M. A. A. (Orgs).<br />

Ensino de história: seus sujeitos e suas práticas. Vitória: GM Gráfica e Editora,<br />

2006. p. 161-5.<br />

CANAL FILHO, Pedro. Vitória republicana: um salto para a modernidade. 2004.<br />

191 f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> Arquitetura) – Programa de Pós-Graduação <strong>em</strong><br />

Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> rio de<br />

Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.<br />

CIAVATTA Maria. A Fotografia como Fonte Histórica: introdução a uma coleção de<br />

fotos sobre a “Escola <strong>do</strong> Trabalho”. Educação <strong>em</strong> Revista, Revista da Faculdade<br />

de Educação, UFMG, Belo Horizonte, (18/19):27-38, dez/1993/ jun.1994.<br />

___. O mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho <strong>em</strong> Imagens: a fotografia como fonte histórica :<br />

conceitos fundamentais e indicações meto<strong>do</strong>lógicas para a interpretação da<br />

imag<strong>em</strong> fotográfica.<br />

LE GOFF, J. (org) A história nova. São Paulo: Martins Fontes, 1993. 318p.<br />

LOPES, Almerinda, M<strong>em</strong>ória Aprisionada, Vitória: EDUFES-2004.<br />

MARSHALL, Berman. Tu<strong>do</strong> que é sóli<strong>do</strong> se desmancha no ar: a aventura da<br />

modernidade. Tradução Carlos Felipe Moisés e Ana Maria L. Loriatti. São Paulo:<br />

Companhia das Letras, 1986.<br />

PEROTA M. L. L. R. Resgate da M<strong>em</strong>ória da UFES: a fotografia como fonte de<br />

pesquisa. Dissertação de mestra<strong>do</strong>. Programa de Pós graduação <strong>em</strong> Educação<br />

UFES. Vitória- ES. 1995.<br />

VON SIMSON. Olga R. de M. Depoimento oral e fotografia na reconstrução da<br />

m<strong>em</strong>ória histórico-sociológica: reflexões de pesquisa. Boletim <strong>do</strong> Centro de<br />

M<strong>em</strong>ória UNICAMP. Campinas, v3 nº5. P. 14-24 Jan/ jun. 1991.<br />

___. Brancos e negros no carnaval popular paulistano (1914-1988) São Paulo.<br />

1990 . Tese (Doutora<strong>do</strong> <strong>em</strong> Sociologia) <strong>Universidade</strong> de São Paulo.<br />

Nada <strong>do</strong> que foi será denovo <strong>do</strong> jeito que já foi um dia,<br />

Tu<strong>do</strong> passa, tu<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre passará [...]<br />

(Lulu Santos e Nelson Motta)<br />

CANAL FILHO, Pedro. Vitória republicana: um salto para a modernidade. 2004.<br />

191 f. Dissertação (Mestra<strong>do</strong> <strong>em</strong> Arquitetura) – Programa de Pós-Graduação <strong>em</strong><br />

Arquitetura, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, <strong>Universidade</strong> <strong>Federal</strong> <strong>do</strong> rio de<br />

Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.<br />

Partin<strong>do</strong> da análise das transformações urbanas e arquitetônicas impl<strong>em</strong>entadas<br />

na 1ª República <strong>em</strong> Vitória-ES, pode-se perceber o importante papel exerci<strong>do</strong> pelo<br />

poder (e pela elite social) na concepção e r<strong>em</strong>odelação ou construção <strong>do</strong>s espaços<br />

públicos e priva<strong>do</strong>s como forma de estabelecimento de uma nova ord<strong>em</strong> social,<br />

condizente com os anseios de modernidade e progresso.<br />

Pela janela <strong>do</strong> quarto<br />

Pela janela <strong>do</strong> carro<br />

Pela tela, pela janela<br />

Qu<strong>em</strong> é ela Qu<strong>em</strong> é ela<br />

Eu vejo tu<strong>do</strong> enquadra<strong>do</strong><br />

R<strong>em</strong>oto controle...<br />

Adriana Calcanhotto, Esquadros<br />

Fonte: TATAGIBA, José. A história das primeiras ruas, ladeiras praças e monumentos<br />

históricos – Vitória Cidade Presépio. Vitória: 2008, p.165.<br />

“Palácio Domingos Martins (ex-Igreja da Misericórdia) ” .<br />

Descrição: “Este local onde está sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> o Palácio Domingos Martins, <strong>em</strong> 1911.<br />

era ocupa<strong>do</strong> pela Igreja da Misericórdia e um c<strong>em</strong>itério”<br />

Foto: Arcesilau Soares<br />

Fonte: Exposição sobre os Negócios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no quatriennio de 1908 a 1912 pelo Exmo.<br />

Sr. Dr. Jeronymo Monteiro – Presidente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> no mesmo perío<strong>do</strong>. Vitória: 1913, p. 136<br />

Biblioteca Central da UFES/Coleções Especiais - Coleção Mário Aristides Freire<br />

Descrição: Palácio <strong>do</strong> Governo <strong>em</strong> obras 1912.<br />

Praça João Clímaco – 1910<br />

Coleção Mário Aristides Freire<br />

BCU/ Coleções Especiais<br />

Praça João Clímaco<br />

Foto: Raquel Conti<br />

Vitória Cidade Presépio<br />

Foto: Tatagiba<br />

Palácio Domingos Martins<br />

Foto: Sonia Ferreira<br />

BCU | Coleções Especiais<br />

Foto: Mario A. Freire<br />

Palácio Domingos Martins<br />

Foto: Sonia Ferreira<br />

Planta Vila Victória 1776<br />

ECBH<br />

BCU | Coleções Especiais<br />

Foto: Mario A. Freire<br />

Palácio<br />

Domingos Martins<br />

Foto: Sonia Ferreira

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