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2.1 mapas ppac - Fundação Abrinq

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houve uma prévia instrução daquilo<br />

que podia ou não ser dito. Buscou-se,<br />

ao contrário disso, uma participação<br />

aberta e livre, atendendo assim aos<br />

preceitos enunciados pela Convenção<br />

Internacional dos Direitos da Criança.<br />

Outro fator relevante se refere à reação<br />

do público participante que esvaziava<br />

a plenária durante a participação dos<br />

adolescentes na mesa e que, em muitos<br />

casos, propôs um debate que deslocava<br />

o jovem do lugar que estava ali para<br />

ocupar. Ou seja, o lugar de sujeito que<br />

tinha um posicionamento atuante frente<br />

àqueles que se propunham se reunir por<br />

dois dias para discutir política pública<br />

de garantias do direito da criança e do<br />

adolescente. Deparou-se com questões<br />

como: “Você acredita em Deus” “Se seu<br />

pai te abandonasse você o perdoaria”.<br />

Esse movimento não foi observado somente<br />

na plateia. Em um dos seminários, o<br />

fornecedor responsável pela filmagem<br />

do evento desligou a câmera quando os<br />

adolescentes compuseram uma mesa de<br />

debate e, quando advertido, respondeu<br />

com naturalidade: “Mas agora não<br />

é só a parte dos adolescentes”.<br />

Esse fenômeno fez com que também<br />

a equipe do Programa reavaliasse<br />

suas estratégias no sentido de afirmar<br />

o protagonismo dos adolescentes.<br />

Surgiram as seguintes indagações: Como<br />

se compreendia essa participação<br />

O que se pretendia A intenção era<br />

trazê-los enquanto sujeitos potentes<br />

para essa roda de conversa.<br />

Dessa forma, todos foram convidados a<br />

olhar criticamente para as relações que<br />

eram estabelecidas com esses meninos e<br />

meninas a partir de suas práticas. Qual<br />

a qualidade dessa relação Qual lugar<br />

era permitido à criança e ao adolescente<br />

ocupar dentro da nossa organização/<br />

sociedade O que se compreende por<br />

protagonismo e autonomia Qual o<br />

limite entre cuidado e controle Como<br />

promover uma interlocução de qualidade<br />

Os adultos estão preparados para<br />

ouvir Estão dispostos a questionar o<br />

lugar de tutela que muitas vezes é o<br />

único ofertado por nós às crianças e<br />

aos adolescentes Estão autorizados a<br />

interpretar suas demandas e falar por eles<br />

A participação social de crianças<br />

e adolescentes não se dá pela<br />

reprodução de discursos prontos e sim<br />

pela possibilidade da criança e do<br />

adolescente vivenciarem uma experiência<br />

transformadora pautada no diálogo, na<br />

perspectiva de pertencimento vinculando os<br />

acontecimentos de sua micro realidade com<br />

a macro realidade em que estão inseridos,<br />

para que possam ser protagonistas<br />

de suas histórias pessoal e social.<br />

Conforme apontado no item 1.4, o<br />

Seminário Temático Nacional realizado<br />

em 2011 tinha como objetivo discutir<br />

o Plano Decenal dos Direitos Humanos<br />

da Criança e do Adolescente e sua<br />

operacionalização nos municípios,<br />

bem como temas estratégicos nos<br />

eixos abordados pelo Programa<br />

votados pelos próprios municípios.<br />

Nessa ocasião, foi registrada a<br />

presença de 600 pessoas, entre elas<br />

duas crianças e oito adolescentes<br />

entre os representantes dos municípios,<br />

totalizando 1,6% do público presente.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

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