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Relatório da Gestão<br />

2009-2012<br />

Contextos, Tendências e Perspectivas<br />

1ª Edição<br />

São Paulo<br />

<strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> pelos Direitos da Criança e do Adolescente<br />

2012


EXPEDIENTE<br />

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Presidente: Synésio Batista da Costa<br />

Vice-Presidente: Carlos Antonio Tilkian<br />

Secretário: Bento José Gonçalves Alcoforado<br />

CONSELHEIROS<br />

Albert Alcouloumbre Júnior, Bento José Gonçalves Alcoforado, Carlos Antonio<br />

Tilkian, Cláudio Chen, Daniel Trevisan, Dilson Suplicy Funaro, Eduardo José Bernini,<br />

Eliane Pinheiro Belfort Mattos, Elias Landsberger Glik, José Carlos Grubisich,<br />

José Eduardo Planas Pañella, José Roberto Nicolau, Kathia Lavin Gamboa Dejean,<br />

Lourival Kiçula, Luiz Fernando Brino Guerra, Mauro Antônio Ré, Natania do Carmo<br />

Oliveira Sequeira, Nelson Fazenda, Oscar Pilnik, Otávio Lage de Siqueira Filho,<br />

Roberto Oliveira de Lima, Synésio Batista da Costa e Vitor Gonçalo Seravalli<br />

CONSELHO FISCAL<br />

Conselheiros: Audir Queixa Giovanni, Dévora Fischer Treves, Geraldo Zinato,<br />

João Carlos Ebert, Mauro Vicente Palandri Arruda e Roberto Moimáz Cardeña<br />

CONSELHO CONSULTIVO<br />

Presidente: Rubens Naves<br />

Conselheiros: Alex Aparecido Alves, Antonio Carlos Malheiros, Carla Bertuol,<br />

Carmita Helena Najjar Abdo, Claudio Hortêncio, Hubert Alquéres,<br />

Isa Maria de Oliveira, Ivone Maria Valente, Jefferson Drezett, José Marcelino<br />

de Rezende Pinto, Lúcia Vânia Abrão, Luiz Antonio Miguel Ferreira,<br />

Marcio Ruiz Schiavo, Maria America Ungaretti, Martin Villarroel, Moisés Rodrigues<br />

da Silva Júnior, Myrian Veras Baptista, Patricia Lucia Saboya Ferreira Gomes,<br />

Paulo Roberto Nassar de Oliveira, Rachel Gevertz e Sandra Regina de Souza<br />

SECRETARIA EXECUTIVA<br />

Administradora Executiva: Heloisa Helena Silva de Oliveira<br />

Gerente de Desenvolvimento de Programas e Projetos: Denise Maria Cesario<br />

Gerente de Desenvolvimento Institucional: Victor Alcântara da Graça<br />

Equipe: Anna Carolina Sant’Anna de Souza, Marta Volpi, Patrícia Maria Antunes,<br />

Perla Schein, Renato Alves dos Santos, Renato Mathias, Talita de Paula Ferreira,<br />

Tatiana de Jesus Pardo Lopes e Thais Prina Berg<br />

MARKETING – COMUNICAÇÃO E CAPTAÇÃO<br />

Equipe: Aline Cristina de Franca, Amanda Santos Marchetti – Jovem Aprendiz,<br />

Átila Acácio de Lima, Beatriz dos Santos de Santana, Cecília Mendes Barros, Cristiane<br />

Rodrigues, Debora Cristina dos Santos Silva, Flavia Regina Dilello Gomes de Freitas,<br />

Gislaine Cristina de Carvalho, Guilherme Fernandes Ribeiro – Jovem Aprendiz, Ivan<br />

David da Silva Júnior – Jovem Aprendiz, Jacqueline Rezende Queiroz, João Sérgio<br />

Fedschenko, Juliana Leticia Chalita de Oliveira, Kátia Gama do Nascimento, Larissa<br />

Maria Maschio Vieira, Lucas Oliveira Cunha, Paloma da Silva – Jovem Aprendiz, Rebeca<br />

Larissa Santos Carneiro – Jovem Aprendiz, Sabrina Bispo Dionísio, Tatiana Cristina<br />

Molini, Tatiana Pereira Rodrigues, Thais Cristina Cardoso Rabelo – Jovem Aprendiz,<br />

Vanessa Alves Mello, Vanessa de Souza Gomes – Jovem Aprendiz, Yeda Mariana Rocha<br />

de Magalhães Pereira e Ygor Ribeiro Macedo da Silva – Jovem Aprendiz<br />

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO<br />

Equipe: Aline Barbosa do Vale, Daniela Maria Fonseca e Renato Gushiken<br />

ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO<br />

Equipe: Alex Bruno Nunes Silva, Ana Claudia Pereira, Cristiane Ribeiro Alvarenga Brasil,<br />

Cristina Maria de Lima Nunes, Douglas Silva de Souza, Fábio Rodrigues de Arruda,<br />

Fernanda de Fátima da Silva, Gisele Correa Ghirardelli, Henrique Gomes de Sousa –<br />

Jovem Aprendiz, Hugo Jucelys Lima dos Santos, Luiz Mendonça da Silva,<br />

Maria do Carmo Neves dos Reis, Maria Dolores de Oliveira, Paulo Rogério Pires,<br />

Péricles Coelho Barbosa, Thais da Costa Silva – Jovem Aprendiz<br />

EDUCAÇÃO<br />

Equipe: Amélia Isabeth Bampi, Ana Giovana Mendes Puzzo, Flávia Ribeiro de Assis,<br />

Márcia Cassiano da Silva, Nelma dos Santos Silva e Stefani Cristina Barreto da Costa<br />

PROTEÇÃO<br />

Equipe: Ana Cristina Dubeux Dourado, Ana Paula Welsch da Silva, Andréia Lavelli,<br />

Andreza Adami, Daniela Resende Florio, Elza Maria de Souza Ferraz,<br />

Fabricia Ribeiro de Melo, Isabella Borges Machado, Júnia Milani Ferrentini,<br />

Leandro Avena Prone, Letícia Souto Maior, Lidiane Oliveira Santos,<br />

Lilyan Regina Somazz Reis Amorim, Lisandra Barrales Faria, Marcela Renata Garcia Silva,<br />

Michelly Lima Antunes, Miguel Benjamin Minguillo Neto,<br />

Renata Abi Rached Torres, Thais de Morais Escudeiro e Thiago Castro Leme Basso<br />

SAÚDE<br />

Equipe: Juliana Lordello Sicoli, Luyla Karina Teixeira dos Santos Pinto,<br />

Márcia Cristina Pereira da Silva Thomazinho, Marisa Cedro de Oliveira e<br />

Silvoney Oliveira Matos Júnior<br />

EMERGÊNCIA<br />

Rodrigo Xavier D’Almeida<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Texto: Andreza Adami, Kleber Valadares, Leandro Avena Prone, Letícia Souto Maior,<br />

Renata Ártico, Wieland Silberschneider.<br />

Colaboração: Amélia Bampi, Andreza Adami, Gislaine Cristina de Carvalho,<br />

João Sérgio Fedschenko, Letícia Souto Maior, Tatiana Cristina Molini,<br />

Victor Alcântara da Graça e Yeda Mariana Rocha de Magalhães Pereira.<br />

Edição: Letícia Souto Maior<br />

Leitura crítica: Denise Maria Cesario<br />

Revisão e copy desk: Eros Camel | © Camel Press<br />

Projeto gráfico e diagramação: Jorge Toth<br />

ISBN 978-85-88060-43-2<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

3


OBJETIVO GERAL<br />

Mobilizar e apoiar tecnicamente os<br />

municípios na implementação de ações<br />

e políticas que resultem em avanços na<br />

garantia dos direitos das crianças e dos<br />

adolescentes, fortalecendo os mecanismos<br />

estabelecidos pelo Estatuto da Criança e<br />

do Adolescente (ECA) e pela Convenção<br />

Internacional dos Direitos da Criança.<br />

OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

Contribuir com o desenvolvimento de políticas<br />

públicas com foco na efetivação dos direitos<br />

da criança e do adolescente; monitorar,<br />

acompanhar e avaliar o desenvolvimento das<br />

políticas públicas que priorizem a criança<br />

e o adolescente nos municípios integrantes<br />

do Programa Prefeito Amigo da Criança<br />

(PPAC), nos quatro eixos temáticos (saúde,<br />

educação, proteção social e Orçamento<br />

Criança e Adolescente - OCA); reconhecer<br />

municípios que melhoraram a qualidade<br />

de vida de crianças e adolescentes (gestão<br />

2009-2012); mobilizar e articular os<br />

gestores municipais para que priorizem a<br />

criança e o adolescente em sua gestão;<br />

e contribuir para o fortalecimento do<br />

Sistema de Garantia de Direitos.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

4


SUMÁRIO<br />

I. Apresentação 6<br />

II. Introdução 7<br />

1. Programa Prefeito Amigo da Criança:<br />

ciclo 2009-2012 13<br />

1.1 Perfil dos Municípios do Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança 14<br />

1.2 Mapa PPAC 29<br />

1.3 Sistema de Garantia de Direitos 36<br />

1.4 Seminários Temáticos 42<br />

1.5 Plano Municipal para Infância e<br />

Adolescência 51<br />

1.6 Participação Social de Crianças e<br />

Adolescentes 52<br />

2. Reconhecimento dos Prefeitos Amigos da<br />

Criança: gestão 2009-2012 57<br />

<strong>2.1</strong> Mapas PPAC - Evolução Indicadores 57<br />

2.2 Orçamento Criança e Adolescente 81<br />

2.3 Metodologia de Avaliação 117<br />

2.4 Boas Práticas 118<br />

2.5 Considerações Finais 132<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

5


I. APRESENTAÇÃO<br />

Ao finalizar sua quarta edição, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança (PPAC)<br />

vem apresentar o Relatório da Gestão<br />

2009-2012: Contextos, Tendências e<br />

Perspectivas. Por meio deste documento,<br />

pretendemos recuperar e analisar os<br />

processos vivenciados com os municípios<br />

que, liderados por seus prefeitos, assumiram<br />

o compromisso de priorizar a infância e<br />

a adolescência ao longo dessa gestão.<br />

Nesse sentido, se comprometeram a<br />

desenvolver e tornar efetivo um conjunto<br />

de políticas que assegurassem às<br />

crianças e aos adolescentes o direito<br />

à vida, à saúde, à educação, à<br />

proteção, à dignidade e ao respeito.<br />

Embora os direitos mencionados acima sejam<br />

assegurados pelo Estatuto da Criança e do<br />

Adolescente, ainda há inúmeros desafios a<br />

serem enfrentados para poder assegurá-los<br />

de forma irrestrita à totalidade das crianças<br />

e dos adolescentes brasileiros. O maior<br />

desafio que se coloca nesse momento é o<br />

da efetivação de um Sistema de Garantia de<br />

Direitos da Criança e do Adolescente, o que<br />

pressupõe: um maior engajamento do poder<br />

público e da sociedade civil em ações que<br />

conduzam à transformação da realidade; a<br />

qualificação das políticas para a infância e a<br />

adolescência, valorizando o desenvolvimento<br />

de ações planejadas, intersetoriais e<br />

duradouras, capazes de promover e defender<br />

direitos; e o estímulo à participação social<br />

desta parcela da população, reafirmando<br />

o seu papel de sujeitos de direitos.<br />

O Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança mobiliza e subsidia<br />

tecnicamente os gestores municipais<br />

na implantação e implementação de<br />

políticas públicas capazes de responder<br />

a estes desafios enunciados. E, ao<br />

final desse processo, reconhece e dá<br />

visibilidade aos prefeitos que em sua<br />

gestão promoveram avanços significativos<br />

em relação à melhoria da condição<br />

de vida de crianças e adolescentes.<br />

Iniciaremos este relatório traçando o<br />

contexto no qual foi possível materializar<br />

os compromissos assumidos pelos gestores<br />

públicos com o Programa Prefeito Amigo<br />

Criança. Desse modo, retomaremos os<br />

princípios que fundamentaram a proposta<br />

que foi desenvolvida; traçaremos o perfil<br />

dos municípios participantes do Programa; e<br />

detalharemos a metodologia adotada e as<br />

atividades de monitoramento desenvolvidas<br />

até a finalização da gestão 2009-2012.<br />

Por fim, verificaremos as principais<br />

mudanças ou transformações sociais<br />

decorrentes das políticas para infância e<br />

adolescência efetivadas pelos municípios<br />

finalistas do Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança. Portanto, uma análise sobre os<br />

resultados do processo de monitoramento<br />

e avaliação dos indicadores sociais<br />

e das políticas públicas municipais<br />

desenvolvidas ao longo de 2009-2012.<br />

Equipe PPAC<br />

São Paulo, 27 de junho de 2012<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

6


II. INTRODUÇÃO<br />

A Constituição Federal de 1988, ao<br />

reconhecer a autonomia da esfera<br />

municipal 1 , e ao prever o reordenamento 2<br />

de ações e atividades dos entes federativos,<br />

confere ao município competência políticoadministrativa<br />

em relação ao seu território.<br />

Deste modo, o município assume papel<br />

relevante na implantação e execução de<br />

políticas, fortalecendo, assim, o poder local.<br />

Municípios são os espaços onde ocorrem<br />

as relações mais diretas entre os gestores<br />

públicos e a população. Quando uma<br />

pessoa necessita de um leito em um<br />

hospital, de uma obra de infraestrutura, de<br />

transporte e de inúmeros outros serviços, é<br />

da prefeitura que ela deve cobrar a solução.<br />

É na esfera municipal onde as necessidades<br />

e demandas se manifestam de maneira mais<br />

concreta e palpável, logo, é onde se dá o<br />

exercício mais imediato da cidadania. O<br />

município, por isso, é o lugar político de<br />

maior visibilidade da ação positiva ou da<br />

omissão do Estado por sua população e,<br />

sobretudo, pela infância e pela juventude.<br />

Se o município passa a refletir a<br />

unidade básica da organização social,<br />

o ordenamento das políticas sociais é<br />

fortemente impactado pelo processo<br />

de recuperação da base federativa, o<br />

que resulta na descentralização fiscal<br />

e no redesenho institucional do sistema<br />

de proteção social, acarretando na<br />

retração das esferas estadual e federal<br />

e na rápida municipalização dos<br />

serviços básicos de atendimento.<br />

Embora a descentralização fiscal tenha<br />

proporcionado uma maior distribuição de<br />

recursos aos municípios, ocorreu, também,<br />

um significativo aumento no volume de<br />

responsabilidades e encargos quanto às<br />

questões de infraestrutura, segurança,<br />

desenvolvimento econômico e social.<br />

Assim, mesmo com a expressiva elevação<br />

dos gastos dos estados e municípios, em<br />

detrimento daqueles efetuados pela União,<br />

não houve a consolidação de um processo<br />

pactuado de redefinição de funções na<br />

área social, capaz de definir um conjunto<br />

equivalente de atribuições a serem absorvidas<br />

pelas instâncias municipal e estadual.<br />

Concomitantemente, os níveis de gastos<br />

em atividades sociais evidenciam um<br />

cenário bastante heterogêneo, sendo a<br />

análise do grau de destinação orçamentária<br />

necessária, mas, insuficiente para<br />

caracterizar avanços na implantação de<br />

políticas de proteção social, sobretudo<br />

quanto às políticas para crianças e<br />

adolescentes, pois não esclarecem sobre a<br />

gestão dos recursos públicos despendidos,<br />

nem tampouco sobre sua eficiência.<br />

O incremento dos gastos em programas<br />

sociais, nesse contexto, não implica,<br />

necessariamente, na existência de<br />

políticas de proteção social em processo<br />

de implantação ou de desenvolvimento,<br />

nem na melhoria ou qualificação do<br />

atendimento prestado à população,<br />

ou ainda que o município efetivamente<br />

assumiu e incorporou a responsabilidade<br />

pela política. Há, assim, um cenário em<br />

que persiste o desafio de se priorizar a<br />

destinação de recursos orçamentários à<br />

implementação de políticas que beneficiem<br />

1 O Art. 18. da Constituição Federal reconhece a autonomia da<br />

organização político-administrativa da República Federativa do<br />

Brasil, a qual compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e<br />

os Municípios.<br />

2 O Art. 30 da Constituição Federal aponta que “Compete aos<br />

Municípios: I – legislar sobre assuntos de interesse local”.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

7


crianças e adolescentes, como estabelece<br />

o Estatuto da Criança e do Adolescente 3 .<br />

Mas, afinal, qual o impacto efetivo que<br />

o processo de descentralização das<br />

políticas sociais implica nas esferas locais<br />

Historicamente, o sistema de proteção social<br />

constituiu-se em uma dinâmica centralizada<br />

com a agregação de políticas setoriais,<br />

cujo desenvolvimento institucional ocorreu<br />

de modo bastante independente. Porém,<br />

a dinâmica descentralizadora acentua a<br />

disparidade dos fluxos setorializados e com<br />

ritmos e intensidade diversas, em decorrência<br />

às diferentes estratégias de indução utilizadas<br />

pelas agências estaduais e federais. Assim,<br />

tem-se a consolidação de um sistema de<br />

proteção social fragmentado, reproduzindo<br />

níveis de institucionalidade distintos, o que<br />

estabelece políticas setoriais bastante díspares.<br />

Diante deste contexto de profunda<br />

heterogeneidade, ainda persiste o desafio<br />

de se estabelecer a consolidação de um<br />

sistema de proteção social planejado e<br />

integrado, o que impede a implementação do<br />

preceito de prioridade absoluta estabelecido<br />

pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.<br />

O artigo 4º desta legislação aponta a<br />

preferência na formulação e na execução das<br />

políticas sociais públicas para a efetivação<br />

dos direitos referentes à vida, à saúde, à<br />

alimentação, à educação, ao esporte, ao<br />

lazer, à profissionalização, à cultura, à<br />

dignidade, ao respeito, à liberdade e à<br />

convivência familiar e comunitária, abrangendo<br />

a concepção de corresponsabilidade<br />

entre Estado, sociedade e família.<br />

Assim, se é no município que os problemas<br />

da infância e adolescência se apresentam,<br />

é nesta esfera em que as respostas conjuntas<br />

devem acontecer. Neste sentido, ao se tornar<br />

o local estimulador e promotor do bem-estar da<br />

população, evidencia-se a importância de se<br />

consolidar uma gestão municipal integrada e<br />

articulada para a implementação de políticas<br />

públicas mais assertivas que promovam a<br />

efetiva melhoria de vida da população,<br />

sobretudo, da infância e da adolescência. É<br />

a partir da visão estratégica na administração<br />

pública que se tem um diagnóstico municipal<br />

que reflete as necessidades e anseios básicos<br />

da sociedade e que possibilita a aglutinação<br />

de interesses, expectativas e demandas de<br />

maneira planejada, intersetorial e participativa,<br />

estabelecendo, assim, uma política municipal<br />

de proteção integral a crianças e adolescentes.<br />

O processo de monitoramento e avaliação<br />

é um importante instrumento de gestão para<br />

a consolidação de uma cultura de registro<br />

histórico e manutenção de um banco de<br />

dados, para a definição de prioridades no<br />

desenho, implementação e acompanhamento<br />

da administração municipal, bem como na<br />

identificação de avanços e aperfeiçoamentos<br />

das práticas. Assim, aprimoram-se as<br />

energias, capacidades, insumos e recursos,<br />

potencializando a atuação pública para<br />

a qualificação de políticas que impactam<br />

efetivamente na comunidade e nos cidadãos.<br />

É diante deste cenário de configurações<br />

bastante distintas, portanto, que perpassam os<br />

5.565 municípios brasileiros com<br />

diferentes características demográficas,<br />

econômicas e sociais, bem como<br />

no entendimento da necessidade de<br />

refletir e fomentar o reordenamento do<br />

poder local que o Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança se baseia.<br />

3 Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 4º “destinação<br />

privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a<br />

proteção à infância e à juventude”.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

8


Dessa forma, o Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança, em consonância<br />

com a Constituição Federal, com o<br />

Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

e com os compromissos assumidos pelo<br />

Estado Brasileiro na Assembleia Geral da<br />

ONU 4 , fundamenta-se na necessidade<br />

de mobilização de forças políticas para<br />

a implementação de políticas públicas de<br />

atenção à criança e ao adolescente.<br />

O Programa assume uma perspectiva<br />

pedagógica e indutora de uma visão mais<br />

abrangente de construção de políticas<br />

públicas integradas e participativas,<br />

buscando compreender, sobretudo,<br />

municípios menos estruturados em termos<br />

técnicos e administrativos. Os instrumentais<br />

proporcionados pelo Programa, tais como<br />

Mapa PPAC, relatórios de recomendações,<br />

publicações técnicas e seminários, orientamse<br />

a incitar os prefeitos a iniciarem e/ou<br />

aperfeiçoarem as práticas de rotinas de coleta<br />

de dados básicos, a realizarem diagnósticos<br />

de diferentes aspectos da realidade local<br />

identificando demandas prioritárias, assim<br />

como a construírem uma visão de planejamento<br />

da atenção social articulada com as demais<br />

instâncias e atores com influência local.<br />

No que se refere à defesa e ao exercício<br />

dos direitos da criança e do adolescente,<br />

destaca-se a atuação dos Conselhos<br />

Municipais de Direitos da Criança e do<br />

Adolescente (CMDCA) como os principais<br />

interlocutores e estimuladores do processo<br />

de mobilização dos demais conselhos<br />

municipais, especialmente de assistência,<br />

educação e saúde. Essa atuação destacada<br />

decorre do seu papel central no controle<br />

social sobre as políticas para a infância e a<br />

adolescência, e por ser o principal mecanismo<br />

de participação constituído legalmente.<br />

Mobilizar e estabelecer parcerias com os atores<br />

locais preocupados em priorizar a atenção<br />

às crianças e aos adolescentes contribui<br />

para dirimir a distância entre o Programa<br />

e as diferentes comunidades. Ressalta-se<br />

que o Programa valoriza o compromisso do<br />

prefeito municipal com a defesa dos direitos<br />

da criança e do adolescente, por ser a<br />

figura chave do processo decisório local,<br />

e de seu empreendedorismo depende, em<br />

grande parte, um efetivo fortalecimento de<br />

todo o sistema de proteção. Mas, também,<br />

valoriza-se os demais atores de maneira a<br />

promover uma gestão intersetorial e articulada,<br />

congregando representantes da sociedade civil<br />

e do corpo técnico e político-administrativo,<br />

chamados a dividir responsabilidades com<br />

o chefe do Poder Executivo no planejamento<br />

da política de implementação, bem como<br />

a fiscalizar a execução e os resultados.<br />

Esse conjunto de aspectos criou um diferencial<br />

para os municípios integrantes do Programa,<br />

contribuindo para o fortalecimento da<br />

democracia, da efetividade das políticas<br />

públicas e, sobretudo, da melhoria de<br />

vida de crianças e adolescentes.<br />

O PROGRAMA PREFEITO<br />

AMIGO DA CRIANÇA<br />

O Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança (PPAC) foi criado em 1996 e,<br />

atualmente, está em vias de finalizar a sua<br />

quarta edição, que corresponde ao mandato<br />

municipal 2009-2012. Tem como premissa o<br />

fortalecimento dos mecanismos estabelecidos<br />

pelo Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

(ECA) e pela Convenção Internacional dos<br />

Direitos da Criança, cujo propósito é estabelecer<br />

4 A 27ª Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas<br />

sobre a Criança cria um Comitê Ad Hoc Pleno e estabelece<br />

o documento “Um Mundo para as Crianças”, com metas e<br />

compromissos a serem seguidos pelos Estados signatários.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

9


condições para a consolidação de uma<br />

política de atendimento integral, intersetorial<br />

e com forte ênfase na atuação municipal.<br />

O Programa tem se consolidado, a cada<br />

novo ciclo, como um importante parceiro dos<br />

prefeitos na garantia de melhores condições<br />

de vida para crianças e adolescentes<br />

no Brasil. Atualmente, está presente em<br />

1.566 municípios de todas as regiões e<br />

estados do País. Destaca-se por produzir<br />

conhecimento técnico para o subsídio de<br />

debates nacionais, bem como por elaborar<br />

materiais de apoio para os municípios, de<br />

COMPROMISSOS ASSUMIDOS<br />

Os compromissos para a<br />

gestão 2009-2012 são:<br />

1) Integrar a Rede Prefeito Amigo<br />

da Criança e participar das ações<br />

propostas presentes no Guia PPAC;<br />

2) Constituir a Comissão Municipal de<br />

Acompanhamento e Avaliação (CMAA),<br />

comissão mista e paritária, no período de<br />

cadastramento do município no Programa.<br />

A CMAA deve contar com a participação<br />

de representantes dos conselhos<br />

municipais e organismos representativos<br />

do município, podendo ser organizações<br />

da sociedade civil, movimentos,<br />

representantes juvenis, dos empresários,<br />

entre outros. Recomendamos que sejam<br />

também convidados para participarem<br />

representantes do Ministério Público,<br />

Poder Judiciário e Defensoria Pública;<br />

3) Preencher o Mapa PPAC, atendendo<br />

os prazos estipulados pelo Programa;<br />

4) Integrar os órgãos municipais por<br />

modo a favorecer o diálogo entre atores<br />

do governo e sociedade civil; fortalecer e<br />

monitorar continuamente as gestões públicas<br />

municipais em escala nacional; incentivar o<br />

desenvolvimento de ações intersetoriais em<br />

escala nacional; monitorar a aplicabilidade<br />

de diretrizes nacionais e internacionais, no<br />

conjunto de municípios ou individualmente,<br />

por meio dos eixos temáticos; e constituir e<br />

fortalecer a Rede Prefeito Amigo da Criança.<br />

Ao assinar o Termo de Compromisso do<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança<br />

(box abaixo) os prefeitos comprometem-se<br />

meio da implementação de ações<br />

intersetoriais (entre secretarias, órgãos,<br />

departamentos, instituições etc.) e<br />

de cooperação intermunicipal;<br />

5) Criar ou fortalecer o Conselho<br />

Municipal dos Direitos da Criança<br />

e do Adolescente, assegurando os<br />

recursos necessários no orçamento para<br />

infraestrutura adequada, manutenção e<br />

formação continuada dos conselheiros;<br />

6) Destinar os recursos necessários<br />

para o funcionamento efetivo do Fundo<br />

Municipal da Criança e do Adolescente;<br />

7) Criar ou fortalecer o Conselho<br />

Tutelar, assegurando no orçamento os<br />

recursos necessários para infraestrutura<br />

adequada, manutenção e formação<br />

continuada dos conselheiros;<br />

8) Estabelecer, ampliar e fortalecer a relação<br />

entre Executivo Municipal, Ministério Público,<br />

Poder Judiciário e organizações sociais,<br />

articulando uma rede municipal de proteção<br />

integral às crianças e aos adolescentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

10


a priorizar a infância e a adolescência na<br />

gestão municipal. Para tal, propõe instrumentais<br />

que contribuem para a consolidação de uma<br />

administração pública baseada em premissas<br />

já enunciadas aqui, como: planejamento,<br />

intersetorialidade e participação. Deste modo,<br />

sua proposta metodológica baseia-se em três<br />

princípios norteadores: mobilização, subsídio<br />

técnico e controle social.<br />

A perspectiva de mobilização e sensibilização<br />

compreende ações que proporcionem a<br />

articulação das diferentes esferas do poder<br />

público municipal, sociedade, Conselhos de<br />

Direitos e Tutelares, bem como operadores<br />

do sistema de justiça, conectados em torno<br />

de um mesmo ideal. Desta maneira, o PPAC<br />

estabelece como mecanismos para atingir este<br />

objetivo a constituição da Comissão Municipal<br />

de Acompanhamento e Avaliação, a qual<br />

deve conter a participação de representantes<br />

de diversos setores e da sociedade<br />

civil. Este grupo tem como propósito o<br />

acompanhamento e a avaliação do Programa<br />

no município e, sobretudo, o fortalecimento<br />

do diálogo entre os gestores públicos.<br />

O estabelecimento de parcerias com<br />

diferentes setores estratégicos que discutem,<br />

definem e executam as diretrizes da política<br />

em benefício de crianças e adolescentes em<br />

âmbito nacional é outro aspecto bastante<br />

importante utilizado na mobilização<br />

e sensibilização pelo Programa 5 .<br />

A realização de seminários ao longo<br />

do Programa reflete outro mecanismo de<br />

mobilização e sensibilização do poder<br />

municipal, proporcionando espaços<br />

participativos de discussão quanto às<br />

temáticas e problemáticas que perpassam<br />

o desafio de estabelecer processos<br />

democráticos no País. Estes momentos<br />

contribuíram para o fortalecimento de<br />

parcerias, para o envolvimento de diversos<br />

grupos representativos, para o fomento<br />

do diálogo entre governo e sociedade<br />

civil e a disseminação dentro da esfera<br />

municipal do conhecimento apresentado.<br />

Também como instrumental que incita a<br />

mobilização e a disseminação de suas<br />

propostas, o PPAC criou um espaço<br />

de diálogo com os municípios a partir<br />

da identificação e disseminação de<br />

iniciativas exitosas, viabilizando a<br />

inserção destes projetos e programas<br />

em uma nova categoria de premiação,<br />

nomeada como “Boas Práticas”.<br />

No que se refere às ações que proporcionem<br />

apoio técnico, o Programa desenvolveu um<br />

material eletrônico que se caracteriza como<br />

importante ferramenta de planejamento<br />

estratégico, denominado Mapa PPAC.<br />

Esta ferramenta consiste em um conjunto<br />

de indicadores sociais, subdivididos em<br />

quatro eixos temáticos (saúde, educação,<br />

proteção e orçamento), sendo disponibilizado<br />

anualmente para os municípios com o<br />

objetivo de monitorar e avaliar o avanço dos<br />

indicadores sociais que retratam o cenário da<br />

infância e da adolescência na esfera local.<br />

É importante apontar, sob a perspectiva do<br />

subsídio técnico, que a equipe do Programa<br />

realiza devolutivas, caracterizadas como<br />

Relatórios de Recomendações, a fim de<br />

proporcionar análises sobre a leitura dos<br />

indicadores que compõem o Mapa.<br />

Ainda como mecanismo de subsidiar<br />

tecnicamente os municípios que<br />

integram o Programa, foram elaborados<br />

5 A relação dos parceiros do Programa Prefeito Amigo da Criança na<br />

gestão 2009-2012 está apresentada ao final do presente relatório.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

11


cadernos temáticos e boletins<br />

eletrônicos com as principais temáticas<br />

abordadas no Mapa PPAC.<br />

Nesta mesma perspectiva, para aprimorar a<br />

atuação do PPAC frente aos municípios criouse<br />

o Índice de Condições de Vida (ICV/<br />

PPAC), desenvolvido pela <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong><br />

– Save the Children. O ICV é o resultado<br />

numérico da avaliação da condição de<br />

vida dos municípios brasileiros e abrange<br />

aspectos econômicos e sociais, através de<br />

indicadores de renda e habitação, além<br />

das características de oferta e acesso<br />

de bens e serviços públicos em saúde e<br />

educação. Assim, o índice retrata o cenário<br />

da condição de vida das crianças e dos<br />

adolescentes nas esferas municipais.<br />

Em relação ao controle social, a <strong>Fundação</strong><br />

<strong>Abrinq</strong> desenvolveu em conjunto com o<br />

Unicef (Fundo das Nações Unidas para<br />

a Infância) e o Inesc (Instituto de Estudos<br />

Socioeconomicos) a metodologia Orçamento<br />

Criança e Adolescente – OCA, que<br />

possibilita a desagregação do Orçamento<br />

Público Municipal para a identificação de<br />

recursos destinados direta e indiretamente<br />

para a criança e o adolescente. O<br />

Orçamento Criança e Adolescente<br />

constituiu-se, portanto, numa importante<br />

ferramenta de diagnóstico, monitoramento<br />

e avaliação do investimento nas políticas,<br />

fomentando, assim, os mecanismos<br />

de transparência e controle social.<br />

Contudo, o Programa buscou, à luz das<br />

diretrizes do ECA e de seus princípios<br />

norteadores, estimular e incitar a participação<br />

social de crianças e adolescentes em espaços<br />

formais de discussão e na elaboração e<br />

implementação de políticas públicas. Assim,<br />

em seus seminários o debate e a presença<br />

destes atores foram fortemente recomendados<br />

e incentivados no entendimento que reflete<br />

um significativo avanço nos processos<br />

de planejamento e fiscalização.<br />

Dessa forma, reafirmando a necessidade<br />

de criar oportunidades para que o gestor<br />

municipal conheça a situação da criança e<br />

do adolescente de seu município, estabeleça<br />

metas, planeje suas ações e dissemine a<br />

cultura da intersetorialidade, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança, à luz do<br />

Plano Decenal dos Direitos Humanos<br />

de Crianças e Adolescentes 6 , propôs<br />

a consolidação do Plano Municipal<br />

para a Infância e a Adolescência.<br />

Para orientar a implementação da proposta<br />

na esfera municipal, desenvolveu-se um guia<br />

que detalha como institucionalizar o Plano<br />

no município, denominado Plano Municipal<br />

para a Infância e a Adolescência - Guia<br />

para Ação Passo a Passo, o qual visou<br />

estimular a definição de metas e ações locais<br />

a partir de diretrizes e objetivos nacionais.<br />

Neste sentido, o Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança pretende que os gestores<br />

municipais tenham suas gestões reconhecidas<br />

pela eficiência e seriedade dos processos<br />

de avaliação a que se submetem. E,<br />

finalmente, que o sucesso dos gestores<br />

que priorizam a infância e a adolescência<br />

tenha efeito demonstrativo e disseminador<br />

em todos os municípios do País. Assim,<br />

propagando a importância do fortalecimento<br />

de políticas planejadas, participativas<br />

e intersetoriais para a efetiva melhoria<br />

de vida de crianças e adolescentes.<br />

6 Os eixos, as diretrizes e os objetivos estratégicos do Plano Decenal<br />

dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes foi aprovado, no<br />

dia 19 de abril de 2011, pelo Conselho Nacional dos Direitos da<br />

Criança e do Adolescente – Conanda.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

12


CAPÍTULO 1<br />

PROGRAMA PREFEITO AMIGO DA<br />

CRIANÇA: CICLO 2009-2012<br />

Introdução<br />

Este capítulo pretende traçar o contexto no<br />

qual foi possível materializar o compromisso<br />

assumido pelos gestores públicos de<br />

priorizar a infância e a adolescência<br />

em sua gestão. O cumprimento desse<br />

objetivo pressupõe retomar alguns aspectos<br />

referentes à estruturação, aos princípios e<br />

à metodologia do Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança, durante o ciclo 2009-2012.<br />

No item 1.1, que abre esse capítulo, temse<br />

a análise do perfil dos municípios que<br />

aderiram ao PPAC. Por meio dessa análise,<br />

busca-se traçar algumas características<br />

socioeconômicas desses municípios;<br />

recuperar, de forma breve, o histórico de<br />

adesões ao Programa; e explicitar um dos<br />

aspectos da metodologia desenvolvida,<br />

que se refere, especificamente, à<br />

adoção de um sistema de avaliação<br />

por agrupamento de municípios.<br />

Como forma de possibilitar o diagnóstico,<br />

o monitoramento e a avaliação de<br />

indicadores sociais relativos à condição<br />

de vida de crianças e adolescentes,<br />

durante a gestão 2009-2012, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança estruturou e<br />

disponibilizou aos municípios brasileiros o<br />

Mapa PPAC. No item 1.2 será discutido<br />

o objetivo desse instrumental, a sua<br />

pertinência no desenvolvimento da proposta<br />

metodológica do Programa, e será feita a<br />

caracterização de cada uma de suas fases<br />

de preenchimento. Essas fases, de modo<br />

geral, correspondem aos momentos em<br />

que os gestores públicos informaram ao<br />

PPAC os dados referentes aos indicadores<br />

de educação, saúde, proteção e sobre<br />

o Orçamento Criança e Adolescente.<br />

A partir das análises presentes no item<br />

1.3, pretende-se reacender o debate<br />

sobre a importância da efetivação e/<br />

ou fortalecimento do Sistema de Garantia<br />

de Direitos da Criança e do Adolescente<br />

(SGD). Tem-se como objetivo, também,<br />

apresentar alguns dados que permitam<br />

compreender como esse sistema está<br />

estruturado nos municípios, ou seja,<br />

identificar alguns dos agentes locais que<br />

atuam no atendimento, controle e defesa<br />

dos direitos de crianças e adolescentes.<br />

Essa análise focalizará a situação daqueles<br />

municípios que, após aderirem ao PPAC,<br />

apresentaram informações sobre o SGD por<br />

meio do preenchimento do Mapa PPAC.<br />

No item 1.4 será apresentada uma análise<br />

dos encontros e seminários temáticos<br />

promovidos pelo Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança durante a gestão 2009-2012,<br />

no contexto da promoção de subsídios<br />

técnicos para a qualificação das políticas<br />

públicas municipais. A análise feita tem<br />

por finalidade evidenciar os objetivos<br />

e resultados desse ciclo de seminários,<br />

destacando: a representatividade<br />

regional dos municípios e o perfil do<br />

público participante; a participação dos<br />

municípios que preencheram o Mapa<br />

PPAC; a aprovação das atividades<br />

promovidas e a avaliação dos debates<br />

por meio de representações numéricas<br />

e gráficas associadas ao relatório.<br />

Ainda no que diz respeito ao subsídio<br />

técnico para o desenvolvimento e o<br />

fortalecimento das políticas municipais,<br />

em 2010, o Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança lançou a publicação Plano<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

13


Municipal para a Infância e a<br />

Adolescência - Guia para Ação<br />

Passo a Passo. No item 1.5 pretende-se<br />

traçar algumas considerações<br />

sobre a proposta contida nesse guia,<br />

bem como evidenciar a sua relevância<br />

e contribuição para a formulação dos<br />

Planos Municipais para a Infância e a<br />

Adolescência (tendo com referência as<br />

diretrizes do Conanda, presentes no<br />

Plano Decenal dos Direitos Humanos<br />

de Crianças e Adolescentes).<br />

Este capítulo será finalizado pela<br />

discussão acerca da participação social<br />

de crianças e adolescentes. Por meio das<br />

análises presentes no item 1.6, pretendese<br />

contribuir para uma reflexão sobre a<br />

necessária participação de crianças e<br />

adolescentes nos espaços de discussão<br />

e deliberação de políticas públicas.<br />

Essas análises foram feitas a partir dos<br />

referenciais legais, teóricos e práticos que<br />

nortearam as ações do Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança e o diálogo com os<br />

municípios na gestão 2009-2012.<br />

1.1 PERFIL DOS MUNICÍPIOS<br />

DO PROGRAMA PREFEITO<br />

AMIGO DA CRIANÇA<br />

No quarto ciclo do Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança (2009-2012)<br />

houve a adesão de 1.566 municípios<br />

brasileiros, de todas as regiões e<br />

estados do País. Relatar o andamento<br />

do Programa durante esta gestão requer,<br />

primeiramente, compreender quem<br />

são os municípios que aderiram à sua<br />

proposta. Nesse sentido, foi elaborada<br />

a análise de algumas informações que<br />

possibilitam a caracterização desses<br />

municípios ou, ainda, uma breve<br />

constituição do seu perfil socioeconômico.<br />

Para tornar possível essa caracterização, foram<br />

escolhidas as seguintes variáveis: adesão<br />

por localização geográfica; histórico de<br />

participação no Programa; filiação partidária;<br />

aspectos demográficos; agrupamento conforme<br />

metodologia do Programa e, por fim, a<br />

caracterização socioeconômica dos municípios.<br />

ADESÃO POR LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA<br />

Um primeiro fato que se evidencia quando se<br />

observa as características dos 1.566 municípios<br />

que aderiram ao Programa é a sua diversidade<br />

em termos de representação regional.<br />

No que diz respeito à distribuição<br />

geográfica, conforme mapa e tabela<br />

abaixo, Sudeste (585) e Nordeste (541)<br />

foram as regiões com maior número de<br />

adesões ao Programa, correspondendo<br />

a 72% dos municípios participantes.<br />

Número relativo e absoluto de adesões ao<br />

PPAC por regiões brasileiras<br />

Norte<br />

449 Municípios – 98 Adesões<br />

Nordeste<br />

1.816 Municípios – 541 Adesões<br />

Sudeste<br />

1.668 Municípios – 585 Adesões<br />

Sul<br />

1.188 Municípios – 230 Adesões<br />

Centro-Oeste<br />

465 Municípios – 112 Adesões<br />

6,3%<br />

7,2%<br />

14,7%<br />

37,4%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

34,5%<br />

No que se refere às adesões por Estado,<br />

verifica-se um destaque para o Estado de<br />

São Paulo, que obteve a maior participação<br />

de municípios em número absoluto<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

14


(343) e relativo (53,1%). Na sequência,<br />

estão os estados de Minas Gerais, com<br />

178 municípios, totalizando 20,9%,<br />

e Bahia, com 127 municípios e uma<br />

participação relativa de 30,5%. Amapa<br />

e Roraima foram os estados com menor<br />

participação absoluta, sendo representado<br />

por 2 municípios, e Rondônia a menor<br />

participação relativa, correspondendo<br />

a 9,6% das adesões ao PPAC.<br />

Tabela 1 – Total e porcentagem de adesões ao PPAC (gestão 2009-2012)<br />

Unidades da Federação Total de adesões Total de municípios no Estado % de adesões no Estado<br />

AC 10 22 45,45<br />

AL 30 102 29,41<br />

AM 17 62 27,42<br />

AP 2 16 12,50<br />

BA 127 417 30,46<br />

CE 76 184 41,30<br />

ES 25 78 32,05<br />

GO 50 246 20,33<br />

MA 44 217 20,28<br />

MG 178 853 20,87<br />

MS 41 78 52,56<br />

MT 21 141 14,89<br />

PA 41 143 28,67<br />

PB 41 223 18,39<br />

PE 93 185 50,27<br />

PI 70 224 31,25<br />

PR 71 399 17,79<br />

RJ 39 92 42,39<br />

RN 35 167 20,96<br />

RO 5 52 9,62<br />

RR 2 15 13,33<br />

RS 96 497 19,32<br />

SC 63 293 21,50<br />

SE 25 75 33,33<br />

SP 343 645 53,18<br />

TO 21 139 15,11<br />

TOTAL 1.566 5.565 28,14<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

15


A comparação entre o número de adesões<br />

dessa gestão com aqueles da gestão<br />

2005-2008 demonstrou que este cenário<br />

se repetiu, ou seja, São Paulo já concentrava<br />

na gestão anterior o maior número<br />

de adesões (372 municípios), seguido<br />

por Minas Gerais (342 municípios)<br />

e Bahia (161 municípios).<br />

Por outro lado, os estados do Amapá (4<br />

municípios) e Acre (5 municípios) foram<br />

aqueles com menor número de municípios.<br />

Tabela 2 – Total e porcentagem de adesões por Estado (gestão 2005-2008)<br />

Unidades da Federação Total de adesões Total de municípios no Estado % de adesões no Estado<br />

AC 5 22 22,7<br />

AL 33 102 32,4<br />

AM 15 62 24,2<br />

AP 4 16 25,0<br />

BA 161 417 38,6<br />

CE 121 184 65,8<br />

ES 37 78 47,4<br />

GO 57 246 23,2<br />

MA 65 217 30,0<br />

MG 342 853 40,1<br />

MS 36 78 46,2<br />

MT 41 141 29,1<br />

PA 45 143 31,5<br />

PB 98 223 43,9<br />

PE 81 185 43,8<br />

PI 81 224 36,2<br />

PR 142 399 35,6<br />

RJ 52 92 56,5<br />

RN 58 167 34,7<br />

RO 13 52 25,0<br />

RR 6 15 40,0<br />

RS 158 497 31,8<br />

SC 107 293 36,5<br />

SE 52 75 69,3<br />

SP 372 645 57,7<br />

TO 81 139 58,3<br />

TOTAL 2.263 5.565 40,7<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

16


Verificou-se, também, que, tanto na gestão<br />

2005-2008, como na gestão 2009-<br />

2012, as regiões Sudeste e Nordeste<br />

apresentaram a maior participação no<br />

Programa, totalizando aproximadamente<br />

70% dos municípios PPAC.<br />

Ainda comparando os resultados dessas<br />

duas últimas gestões, verificou-se que<br />

896 municípios que estiveram presentes<br />

no ciclo 2005-2008 assinaram um novo<br />

Termo de Compromisso na atual gestão.<br />

Esse número corresponde a 57% dos<br />

municípios que aderiram ao Programa<br />

no ciclo 2009-2012. Abaixo, segue sua<br />

distribuição por regiões brasileiras:<br />

Tabela 3 – Percentual de municípios da<br />

gestão 2005-2008,<br />

participantes da gestão 2009-2012,<br />

por regiões brasileiras<br />

Região Nº de municípios %<br />

Norte 49 5,5<br />

Nordeste 294 32,8<br />

Sudeste 362 40,4<br />

Sul 149 16,6<br />

Centro-Oeste 42 4,7<br />

TOTAL 896 100<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

149<br />

Gráfico 1 – Distribuição dos municípios<br />

na gestão 2005-2008<br />

42<br />

49<br />

294<br />

De acordo com tabela 3 e gráfico 1,<br />

dentre os municípios que aderiram<br />

ao PPAC na gestão 2005-2008<br />

e iniciaram uma nova participação na<br />

atual gestão, 362, ou 40,4%,<br />

localizam-se na região Sudeste, seguidos<br />

por 294, ou 32,8%, da região Nordeste,<br />

e 149, ou 16,6%, da região Sul.<br />

As três regiões somadas alcançam,<br />

aproximadamente, 90% dos municípios<br />

que participaram de ambas as gestões.<br />

Já as regiões Norte, 49, ou 5,5%, e Centro-<br />

Oeste, 42, ou 4,7% são menos representadas.<br />

Na gestão 2005-2008, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança<br />

reconheceu 132 municípios e destacou 5.<br />

Deste universo, 112 municípios<br />

reconhecidos aderiram ao ciclo<br />

2009-2012, bem como os 5 destaques.<br />

Dos 112 municípios reconhecidos que<br />

continuaram na gestão atual, identificam-se<br />

46 gestores locais reeleitos, o que<br />

representa 41% dos reconhecidos.<br />

Dentre este universo, 37 permaneceram<br />

no mesmo partido, ou seja, 80% dos<br />

prefeitos reeleitos continuaram com<br />

a mesma filiação partidária.<br />

Esses números demonstram que a maioria<br />

(85%) dos municípios reconhecidos<br />

continuou no Programa, o que pode<br />

sugerir o envolvimento dos gestores<br />

locais com a temática da criança e do<br />

adolescente e a iniciativa de aperfeiçoar<br />

suas políticas de modo planejado.<br />

362<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Centro-Oeste<br />

Ou seja, é possível lançar a hipótese de<br />

que estes municípios têm uma cultura de<br />

planejamento, pois mesmo não elegendo,<br />

em sua maioria, os mesmos gestores,<br />

continuam fazendo parte do Programa.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

17


Tabela 4 – Municípios reconhecidos na<br />

gestão 2005-2008, por regiões<br />

Região Nº de municípios %<br />

Norte 2 1,8<br />

Nordeste 28 25,0<br />

Sudeste 50 44,6<br />

Sul 27 23,7<br />

Centro-Oeste 5 4,4<br />

TOTAL 112 100<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Conforme a tabela 4, a região Sudeste contou<br />

com a maior participação de municípios<br />

reconhecidos na gestão anterior (50),<br />

seguida pelo Nordeste (28) e Sul (27).<br />

Os 66 gestores que foram eleitos pela<br />

primeira vez representam 59%. Entre estes,<br />

22, ou 33%, representaram o mesmo<br />

partido da gestão anterior (reconhecida).<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

Gráfico 2 – Prefeitos eleitos e reeleitos<br />

0<br />

66<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

46<br />

Eleitos<br />

Reeleitos<br />

Gráfico 3 – Representação partidária<br />

37% 63%<br />

Mesmo partido<br />

Outro partido<br />

Com relação à filiação partidária, dos 27<br />

partidos criados até o ano das eleições<br />

municipais de 2008 1 é possível observar a<br />

representação de 23, conforme tabela 5.<br />

Tabela 5 - Representação<br />

partidária dos municípios PPAC,<br />

gestão 2009-2012<br />

Partido<br />

Nº de municípios<br />

PMDB 246<br />

PSDB 208<br />

PT 205<br />

DEM 113<br />

PTB 79<br />

PP 97<br />

PSB 73<br />

PR 79<br />

PDT 70<br />

PPS 39<br />

PV 26<br />

PC do B 16<br />

PSC 16<br />

PRB 12<br />

PMN 8<br />

PHS 5<br />

PRTB 1<br />

PRP 4<br />

PTC 3<br />

PSDC 2<br />

PSL 2<br />

PT do B 2<br />

PTN 2<br />

Sem Partido 258<br />

TOTAL 1.566<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

1 Fonte: Tribunal Superior Eleitoral.<br />

Disponível em http://www.tse.jus.br.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

18


Abaixo, segue a apresentação gráfica<br />

dos sete maiores partidos da gestão:<br />

Gráfico 4 – Municípios PPAC e<br />

representação dos sete maiores partidos<br />

8%<br />

11%<br />

10%<br />

7%<br />

24%<br />

20%<br />

PMDB<br />

PSDB<br />

PT<br />

DEM<br />

PTB<br />

PP<br />

PSB<br />

555, respectivamente. Tal distribuição<br />

evidencia o contexto dos municípios<br />

brasileiros à luz dos partidos políticos.<br />

Dentre os municípios PPAC a lógica assemelhase<br />

ao cenário nacional, com pequenas<br />

diferenças com relação à participação do<br />

DEM e do PTB, maiores do que a do PP.<br />

Se analisarmos a representação<br />

partidária pela população dos municípios<br />

PPAC, temos este cenário:<br />

20%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Uma vez que no Brasil há uma grande<br />

quantidade de partidos, o quadro de<br />

filiação partidária dos municípios PPAC<br />

segue o padrão nacional, ou seja, os<br />

maiores partidos na esfera nacional<br />

correspondem aos maiores partidos dos<br />

municípios que aderiram ao Programa.<br />

Em relação à quantidade de municípios<br />

por partido tem-se, novamente, um padrão<br />

bastante heterogêneo em decorrência do<br />

sistema político multipartidário brasileiro,<br />

ou seja, um universo de representatividade<br />

partidária bastante plural. Em relatório<br />

intitulado O Poder dos Partidos Políticos<br />

nas Eleições Municipais, elaborado pela<br />

Confederação Nacional dos Municípios<br />

(CNM), apresenta-se a distribuição<br />

municipal por partido político nas últimas<br />

eleições municipais em 2008.<br />

O partido político com maior abrangência<br />

nos municípios do País é o PMDB, com<br />

22%, o que totaliza 1.202 prefeituras,<br />

seguido por 14% (786) do PSDB e<br />

10% do PT e do PP, sendo 559 e<br />

Tabela 6 – Partidos políticos e<br />

população, municípios PPAC<br />

Partido<br />

População<br />

PMDB 23.241.658<br />

PT 20.605.045<br />

DEM 16.205.047<br />

PSDB 13.239.601<br />

PSB 9.142.935<br />

PTB 7.713.815<br />

PP 4.465.249<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Segundo a tabela 6, ao considerar a<br />

representação partidária pelo número de<br />

habitantes dos municípios PPAC, verifica-se que<br />

o PMDB continua com maior representação,<br />

seguido pelo PT e DEM. O PSDB, que<br />

apareceu em segundo lugar na quantidade<br />

de municípios representados, ficou na quarta<br />

posição, governando 13.239.601 habitantes.<br />

ASPECTOS DEMOGRÁFICOS<br />

Outra caracterização que se faz<br />

necessária analisar refere-se aos aspectos<br />

demográficos. Foi possível verificar que<br />

os 1.566 municípios PPAC totalizaram<br />

113.109.070 habitantes, o que representa<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

19


aproximadamente 60% da população<br />

brasileira, conforme o gráfico 5:<br />

Gráfico 5 – Brasil: população total e população<br />

dos municípios PPAC<br />

Municípios PPAC 113.109.070<br />

Brasil 190.755.799<br />

Fonte: IBGE. Elaboração: PPAC, 2012.<br />

Ao observar a população de 0 a 18<br />

anos, identificou-se 59.657.339 crianças<br />

e adolescentes no Brasil. Os municípios<br />

que aderiram ao Programa totalizam<br />

33.853.987, o que corresponde a<br />

aproximadamente 57%. Portanto, sugere-se<br />

que as ações do Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança desenvolvidas em parceria<br />

com os municípios e que têm como foco<br />

a promoção e a defesa dos direitos das<br />

crianças e dos adolescentes, atingiram um<br />

número bastante representativo desse público.<br />

Aprofundando mais a análise dos<br />

aspectos demográficos, será feita uma<br />

distribuição dos municípios brasileiros<br />

Gráfico 6 – População de 0 a 18 anos do<br />

Brasil e dos municípios PPAC<br />

Municípios PPAC 33.853.987<br />

Brasil 59.657.339<br />

de acordo com faixas populacionais.<br />

Nesse sentido, dos 5.565 municípios<br />

brasileiros, 2.513 têm uma população menor<br />

de 10.000 habitantes, aproximadamente 45%.<br />

Na faixa entre 10.001 a 25.000<br />

habitantes, temos 1.766 municípios,<br />

perto de 32%. Entre 25.001 e 50.000<br />

habitantes, este número cai para 678<br />

municípios, 12% em números relativos.<br />

Na fatia que compreende a população<br />

de 50.001 a 100.000 habitantes temos<br />

325 municípios, quase 6%. De 100.001<br />

a 500.000 habitantes encontramos 245<br />

municípios, 4,4%, e, por fim, temos apenas<br />

38 municípios com mais de 500.000<br />

habitantes, menos de 1% dos 5.565.<br />

A despeito dos grandes municípios<br />

representarem menos de 1% do universo<br />

de municípios brasileiros, neles residem<br />

aproximadamente 56.000.000 de pessoas,<br />

o que corresponde a quase um quarto da<br />

população nacional.<br />

Quando observamos os municípios PPAC por<br />

faixas populacionais, temos este quadro:<br />

Tabela 7 – Número de municípios PPAC<br />

por faixas populacionais<br />

Faixa populacional<br />

Nº de municípios<br />

Até 10.000 hab. 444<br />

De 10.001 a 25.000 hab. 485<br />

De 25.001 a 50.000 hab. 292<br />

De 50.001 a 100.000 hab. 174<br />

De 100.001 a 500.000 hab. 140<br />

Mais de 500.000 hab. 31<br />

TOTAL 1.566<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

20


Isso demonstra uma heterogeneidade<br />

regional, uma vez que as metrópoles<br />

ou megalópoles, por concentrarem<br />

grande quantidade de pessoas,<br />

apresentam problemas mais complexos,<br />

que se referem à infraestrutura,<br />

capacidade de planejamento e<br />

ordenamento do solo, moradias<br />

precárias e mobilidade, entre outros.<br />

Essa heterogeneidade tem uma<br />

origem histórica importante: o tipo de<br />

povoamento do território nacional se deu<br />

primeiramente nas zonas litorâneas e só<br />

depois em direção ao interior do País.<br />

As cidades litorâneas passaram a contar<br />

com mais infraestrutura para receber<br />

grandes contingentes populacionais,<br />

advindos dos mais longínquos lugares<br />

para ali criarem raízes e almejarem<br />

melhores condições de vida.<br />

Outro fator que explica esta<br />

heterogeneidade populacional se refere aos<br />

fluxos migratórios em direção às cidades<br />

industrializadas, o êxodo rural provocado<br />

pela busca de melhores condições de vida.<br />

Como indica a tabela acima, os municípios<br />

PPAC também são heterogêneos, seguindo<br />

o padrão nacional. Observa-se que<br />

929 municípios, correspondendo a<br />

60%, têm até 25.000 habitantes. Além<br />

disso, dos 38 municípios brasileiros<br />

com mais de 500.000 habitantes, 31<br />

assinaram o Termo de Compromisso do<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança.<br />

Em função dessa diversidade de<br />

municípios foi construída uma metodologia<br />

que possibilitou a comparação e<br />

análise com objetivo de observá-los de<br />

modo mais homogêneo, por meio de<br />

agrupamentos que reuniram municípios<br />

com características mais semelhantes.<br />

ÍNDICE DE CONDIÇÕES<br />

DE VIDA - ICV/PPAC<br />

Em parceria com o Instituto Pólis (Instituto de<br />

Estudos, Formação e Assessoria em Políticas<br />

Sociais), a <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> – Save the<br />

Children, por meio do Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança desenvolveu o Índice<br />

de Condições de Vida (ICV/PPAC) visando<br />

depurar, classificar, medir e monitorar<br />

a situação dos municípios brasileiros,<br />

sobretudo os que integram o Programa. Esse<br />

índice contribui para a compreensão das<br />

desigualdades regionais e intrarregionais<br />

que são características de um país de<br />

proporções continentais, como é o Brasil.<br />

O ICV/PPAC foi baseado em outros índices já<br />

existentes, como o Índice de Desenvolvimento<br />

Humano (IDH), elaborado pelo Programa<br />

das Nações Unidas para o Desenvolvimento<br />

(PNUD), o Índice de Qualidade de Vida<br />

Urbana (IQVU), realizado pela administração<br />

municipal de Belo Horizonte, e o Índice<br />

de Condições de Vida de Saúde (ICVS),<br />

desenvolvido pelo Instituto de Saúde da<br />

Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.<br />

No entanto, enquanto o IDH é composto<br />

por três indicadores, o ICV/PPAC reúne<br />

21, distribuídos em quatro áreas: Renda,<br />

Habitação, Educação e Saúde. Vale ressaltar<br />

que um índice é a síntese de dois ou mais<br />

indicadores. Para o cálculo do ICV/PPAC,<br />

cada indicador é transformado num valor<br />

adimensional (sem dimensão) que vai de 0 a<br />

1, sendo que os municípios mais próximos de<br />

0 apresentam piores condições de vida, e os<br />

mais próximos de 1 melhores condições. O<br />

conjunto de indicadores de cada área temática<br />

compõe, portanto, índices temáticos, que<br />

são transformados posteriormente num único<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

21


valor, que é o ICV/PPAC, correspondendo<br />

à média aritmética dos índices de Renda,<br />

Habitação, Educação e Saúde.<br />

Antes de tratar dos resultados para o ano de<br />

2010, convém discorrer sobre a natureza<br />

dos indicadores sociais, seus usos e funções.<br />

Segundo Januzzi, um indicador social é:<br />

“Uma medida em geral quantitativa<br />

dotada de significado social substantivo,<br />

usado para substituir, quantificar ou<br />

operacionalizar um conceito social<br />

abstrato, de interesse teórico (para<br />

pesquisa acadêmica) ou programático<br />

(para formulação de políticas). É um<br />

recurso metodológico, empiricamente<br />

referido, que informa algo sobre um<br />

aspecto da realidade social ou sobre<br />

mudanças que estão se processando na<br />

mesma (2009; 15).<br />

Nesse sentido, o uso dos indicadores sociais<br />

torna-se central para a formulação de políticas<br />

públicas, uma vez que para a construção de<br />

diagnósticos ou avaliação e monitoramento<br />

de resultados, os indicadores sociais são<br />

imprescindíveis. Portanto, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança, por meio de sua<br />

missão de qualificar as políticas públicas<br />

em benefício de crianças e adolescentes,<br />

agrega mais uma metodologia de análise<br />

que colabore com os municípios para a<br />

melhoria de suas realidades, o ICV/PPAC.<br />

Para a atualização do ICV/PPAC, foram<br />

utilizados os dados do Censo 2010 do<br />

IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística), do Datasus (banco de dados<br />

do Sistema Único de Saúde - SUS) e do<br />

Censo Escolar 2010, por isso a atualização<br />

deste índice refere-se ao ano de 2010.<br />

O Índice de Renda é composto por<br />

dois indicadores municipais, todos<br />

extraídos do Censo 2010:<br />

• Renda média dos<br />

responsáveis pelos domicílios:<br />

é a somatória, em reais, dos ganhos<br />

de cada responsável de domicílio<br />

(salários, renda de aluguéis,<br />

pensões, lucro, enfim, tudo de que o<br />

responsável disponha para atender<br />

às suas necessidades), dividido<br />

pelo número total de responsáveis<br />

pelos domicílios do município.<br />

• Percentual de responsáveis<br />

pelos domicílios sem<br />

renda ou com renda de até<br />

dois salários mínimos:<br />

indica o percentual de responsáveis<br />

de domicílio que está abaixo<br />

de uma determinada linha de renda,<br />

isto é, abaixo de dois salários<br />

mínimos, inclusive aqueles<br />

sem rendimentos.<br />

O Índice de Habitação é<br />

formado por quatro indicadores,<br />

também do Censo 2010:<br />

• Percentual de domicílios<br />

com abastecimento de<br />

água adequado: para este<br />

indicador, considera-se adequado o<br />

abastecimento de água através de<br />

rede geral com canalização interna<br />

ou através de poço ou nascente com<br />

canalização interna. Os domicílios são<br />

aqueles particulares e permanentes.<br />

A medida do indicador é dada pelo<br />

percentual de domicílios urbanos<br />

e rurais com estas características,<br />

no total de domicílios permanentes<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

22


e particulares do município.<br />

• Percentual de domicílios<br />

com esgotamento sanitário<br />

adequado: são consideradas<br />

instalações adequadas de esgoto<br />

aquelas não compartilhadas com outro<br />

domicílio e com escoamento através de<br />

fossa séptica ou rede geral de esgoto.<br />

Os domicílios são os particulares e<br />

permanentes, rurais e urbanos.<br />

• Percentual de domicílios<br />

com coleta adequada de lixo:<br />

compõem este indicador o lixo<br />

coletado diretamente, ou seja,<br />

quando o lixo é coletado por serviço,<br />

empresa pública ou particular, e o lixo<br />

coletado indiretamente, quando este<br />

é depositado em caçamba, tanque ou<br />

depósito fora do domicílio para depois<br />

ser coletado por serviço, empresa<br />

pública ou particular. O cálculo<br />

deste indicador é feito através do<br />

somatório dos domicílios permanentes<br />

e particulares com a coleta de lixo<br />

definida pelas categorias acima,<br />

dividido pela população total do<br />

município, multiplicado por 100.<br />

• Número médio de<br />

moradores por domicílio:<br />

o cálculo deste indicador considera<br />

o número médio de moradores<br />

por domicílio particular e<br />

permanente obtido pelo somatório<br />

de moradores de cada domicílio,<br />

dividido pelo número de domicílios<br />

rurais e urbanos do município.<br />

Já o Índice Educacional agrupa oito<br />

indicadores provenientes do Censo<br />

Escolar e do Censo 2010:<br />

• Taxa de alfabetização da<br />

população acima de 10 anos<br />

de idade: este indicador é calculado<br />

através do percentual de pessoas<br />

com idade superior a 10 anos<br />

com alfabetização absoluta, isto é,<br />

pessoas que sabem ler e escrever.<br />

• Taxa de atendimento em<br />

creche de 0 a 3 anos: relação<br />

entre as matrículas em Educação<br />

Infantil de crianças de 0 a 3 anos<br />

e o número de crianças de 0 a 3<br />

anos. Os dados de matrículas são<br />

encontrados no Censo Escolar,<br />

realizados pelo MEC/INEP.<br />

• Taxa de atendimento<br />

em pré-escola de 4 a 6<br />

anos: relação entre as matrículas<br />

em Educação Infantil de 4 a 6<br />

anos e o número de crianças de<br />

4 a 6 anos do município.<br />

• Taxa de escolarização<br />

líquida do Ensino Fundamental:<br />

relação entre o total de matrículas de<br />

crianças de 7 a 14 anos e o número<br />

total de crianças de 7 a 14 anos.<br />

• Taxa de distorção idadesérie<br />

do Ensino Fundamental:<br />

percentual de estudantes matriculados<br />

no Ensino Fundamental com atraso<br />

escolar de dois anos ou mais, em<br />

relação à série esperada para a idade.<br />

• Taxa de escolarização líquida<br />

do Ensino Médio: relação entre o<br />

número de matrículas de adolescentes<br />

de 15 a 17 anos no Ensino Médio<br />

e o número de adolescentes de 15<br />

a 17 residentes no município.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

23


• Taxa de distorção idadesérie<br />

no Ensino Médio:<br />

percentual de estudantes matriculados<br />

no Ensino Médio com atraso de<br />

dois anos ou mais, em relação à<br />

série esperada para a idade.<br />

• Relação entre matrículas<br />

do Ensino Médio e do Ensino<br />

Fundamental: obtida pela<br />

divisão entre o total de matrículas<br />

do Ensino Médio e no Ensino<br />

Fundamental do município.<br />

E por último o Índice de Serviços de Saúde,<br />

composto por cinco indicadores de Atenção<br />

Básica e dois Indicadores de Atendimento<br />

Hospitalar, encontrados no Datasus:<br />

Indicadores de Atenção Básica:<br />

• Número de consultórios<br />

médicos: para o cálculo deste<br />

indicador, o número de consultórios<br />

médicos é aquele informado pelo<br />

cadastro de serviços de saúde do<br />

Datasus, ano-base dezembro de<br />

2010, dividido pela população<br />

do município, vezes 10.000.<br />

• Número de consultas médicas<br />

(gerais e especializadas):<br />

para o cálculo deste indicador, o<br />

numerador – consultas médicas – é<br />

o somatório das consultas médicas<br />

gerais e especializadas do Sistema<br />

de Informação Ambulatorial (SIA).<br />

O denominador é a população do<br />

município. A fonte de dados é o<br />

Datasus, ano-base dezembro de 2010.<br />

• Número de equipamentos<br />

odontológicos: para o cálculo deste<br />

indicador, o número de equipamentos<br />

odontológicos é o informado pelo<br />

cadastro de serviços de saúde do<br />

Datasus, ano-base dezembro de<br />

2010, dividido pela população<br />

do município, vezes 10.000.<br />

• Número de ações básicas<br />

odontológicas: para o cálculo<br />

deste indicador, o numerador –<br />

ações básicas odontológicas – é<br />

o somatório dos procedimentos<br />

definidos no Sistema de Informação<br />

Ambulatorial (SIA) para esta categoria.<br />

O denominador é a população do<br />

município. A fonte de dados é o<br />

Datasus, ano-base dezembro de 2010.<br />

• Cobertura da população<br />

dos municípios pelo Programa<br />

Saúde da Família: número<br />

de pessoas cadastradas na<br />

Estratégia Saúde da Família.<br />

Indicadores de Atendimento Hospitalar:<br />

• Número de leitos (gerais e<br />

especializados): no cálculo deste<br />

indicador, o número de leitos é o<br />

somatório dos leitos de atenção básica<br />

(cirúrgicos, obstétricos, de clínicamédica<br />

e pediátricos) e de atenção<br />

especializada (somatório de leitos<br />

de Unidade de Terapia Intensiva,<br />

crônicos/FPT, psiquiátricos, hospital<br />

dia, tisiologia e reabilitação), do<br />

Sistema de Informação Hospitalar (SIH),<br />

dividido pela população do município<br />

vezes 1.000. A fonte de dados é o<br />

Datasus, ano-base dezembro de 2010.<br />

• Número de internações<br />

(gerais e especializadas): para o<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

24


cálculo deste indicador, o numerador<br />

é o somatório das internações gerais<br />

e especializadas definidas pelo<br />

Sistema de Informação Hospitalar<br />

(SIH). O denominador é a população<br />

do município. A fonte de dados é o<br />

Datasus, ano-base dezembro de 2010.<br />

Levando-se em consideração o ICV/PPAC<br />

dos 5.565 municípios brasileiros para<br />

o ano de 2008, que é a base para o<br />

agrupamento 1 dos municípios, verifica-se que:<br />

Na região Norte, a média do ICV é de<br />

0,404, na região Nordeste é 0,301;<br />

na Sudeste é 0,531, na Sul é 0,543<br />

e, por fim, na região Centro-Oeste é<br />

0,502. A média brasileira é 0,472.<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

Gráfico 7 – ICV médio, por regiões, dos<br />

municípios brasileiros<br />

0,404<br />

Norte<br />

0,301<br />

Nordeste<br />

0,531 0,543<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança 2012.<br />

0,502<br />

Sudeste Sul Centro-Oeste<br />

Estabeleceram-se três padrões de ICV: ICV<br />

baixo, que corresponde aos municípios com<br />

ICV entre 0,046 e 0,330; ICV médio, que<br />

corresponde àqueles com ICV entre 0,330<br />

a 0,641; e por fim ICV alto, referente<br />

àqueles com ICV entre 0,641 e 0,898.<br />

Com relação ao ICV dos 1.566 municípios<br />

que assinaram o Termo de Compromisso do<br />

PPAC na gestão 2009-2012, constata-se que<br />

na região Norte o ICV médio é de 0,358; na<br />

Nordeste é 0,360; a Sudeste apresenta o ICV<br />

médio de 0,613; a Sul 0,606 e finalmente<br />

na região Centro-Oeste é de 0,518.<br />

Gráfico 8 – ICV médio dos municípios que<br />

aderiram ao PPAC (2009-2012), por regiões<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

0,358 0,360<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

0,613 0,606<br />

Sudeste Sul Centro-Oeste<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança 2012.<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança 2012.<br />

0,518<br />

Dos 354 municípios que preencheram<br />

o Mapa situação 2009, notou-se que a<br />

média da região Norte ficou em 0,417;<br />

a Nordeste apresentou média de 0,409;<br />

já a região Sudeste apresentou média<br />

de 0,647; a Sul ficou com a média de<br />

0,663 e finalmente a região Centro-<br />

Oeste obteve a média de 0,549.<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

Gráfico 9 – ICV médio dos municípios<br />

que preencheram o<br />

Mapa situação 2009, por regiões<br />

0,417 0,409<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

0,647 0,663<br />

0,549<br />

Sudeste Sul Centro-Oeste<br />

1 Para mais informações sobre os critérios de agrupamento do<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança, conferir “Perfil dos Municípios<br />

do Programa Prefeito Amigo da Criança” deste relatório.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

25


O Mapa situação 2010 foi preenchido<br />

por 316 municípios. O ICV médio dos<br />

municípios da região Norte correspondeu<br />

a 0,585; o da região Nordeste ficou em<br />

0,418; da Sudeste resultou em 0,589;<br />

da Sul em 0,588 e a região Centro-<br />

Oeste apresentou ICV médio de 0,549.<br />

Gráfico 10 – ICV médio dos municípios que<br />

preencheram o Mapa situação 2010, por regiões<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

0,585<br />

Norte<br />

0,418<br />

Nordeste<br />

0,589 0,588<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança 2012.<br />

O Mapa situação 2011, último da<br />

gestão 2009-2012, foi preenchido<br />

por 311 municípios. De acordo com a<br />

média do ICV, os municípios da região<br />

Norte obtiveram média de 0,573, da<br />

Nordeste, 0,422; e da Sudeste, 0,603.<br />

Os municípios da região Sul apresentaram<br />

uma média de 0,593 e, por fim, da<br />

região Centro-Oeste ficou em 0,513.<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança 2012.<br />

0,549<br />

Sudeste Sul Centro-Oeste<br />

Gráfico 11 – ICV médio dos municípios que<br />

preencheram o Mapa situação 2011, por regiões<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0<br />

0,573<br />

Norte<br />

0,422<br />

Nordeste<br />

0,603 0,593<br />

0,513<br />

Sudeste Sul Centro-Oeste<br />

AGRUPAMENTO DOS<br />

MUNICÍPIOS PPAC<br />

Dados os aspectos históricos e<br />

socioeconômicos num país de tamanho<br />

continental como é o caso do Brasil,<br />

existe uma heterogeneidade<br />

significativa entre as regiões e,<br />

mais ainda, entre os municípios que<br />

apresentam características distintas.<br />

Neste cenário, não há como<br />

comparar municípios desiguais em<br />

tamanho. É equivocado analisar um<br />

município com menos de 10.000<br />

habitantes pelos mesmos parâmetros de<br />

uma capital ou metrópole. Municípios<br />

grandes devem ser comparados<br />

entre si, bem como os de médio e<br />

pequeno porte populacional.<br />

Dessa forma, o Programa dividiu os<br />

municípios em três grupos a partir do<br />

estabelecimento de dois critérios: o<br />

porte populacional e o ICV/PPAC.<br />

Em parceria com o Instituto Pólis,<br />

o Programa desenvolveu o Índice<br />

de Condições de Vida do PPAC<br />

(ICV/PPAC) com o objetivo de<br />

aproximar-se mais da realidade dos<br />

municípios, uma vez que é constituído<br />

por um grupo de 21 indicadores,<br />

que considera aspectos de<br />

Renda, Habitação, Educação<br />

e Serviços de Saúde.<br />

Este índice sintético é construído<br />

seguindo a metodologia do IDH -<br />

Índice de Desenvolvimento Humano<br />

do PNUD (Programa das Nações<br />

Unidas para o Desenvolvimento),<br />

onde os indicadores são transformados em<br />

valores adimensionais<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

26


– sem dimensões – que variam de<br />

0 a 1. Atribui-se 0 para o menor<br />

valor observado de um determinado<br />

indicador, e 1 para o maior valor.<br />

Quanto à distribuição por grupos dos municípios<br />

que aderiram ao PPAC, observa-se:<br />

Gráfico 12 – Municípios PPAC por grupos<br />

Desse modo, os municípios são<br />

divididos em três grupos:<br />

31%<br />

20%<br />

Grupo 1<br />

• a) População com mais de 100.000<br />

habitantes;<br />

• b) População com mais de 50.000<br />

habitantes com ICV acima de 0,499.<br />

Grupo 2<br />

• a) População menor ou igual a 100.000<br />

habitantes com ICV entre 0,399 e 0,499;<br />

• b) População menor ou igual a 50.000<br />

habitantes com ICV acima de 0,499.<br />

Grupo 3<br />

• a) População menor ou igual a 20.000<br />

habitantes com ICV menor que 0,399;<br />

• b) População menor ou igual a 10.000<br />

habitantes com ICV menor ou igual a 0,399.<br />

49%<br />

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança, 2012.<br />

Conforme ilustrado no gráfico 12, o Grupo 2<br />

foi composto pelo maior número de municípios,<br />

totalizando 775 (49%). Já o Grupo 1, que se<br />

refere aos municípios de maior porte, apresentou<br />

a menor quantidade de municípios (308 -<br />

20%), entretanto a maior em população. Já<br />

o Grupo 3 representou 31% dos municípios<br />

PPAC, o que equivale a 483 municípios.<br />

Gráfico 13 – Distribuição dos municípios PPAC por grupos e regiões<br />

401<br />

400<br />

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3<br />

167<br />

177<br />

94<br />

57<br />

63<br />

77<br />

52<br />

14<br />

27<br />

18<br />

12<br />

1<br />

6<br />

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

27


O gráfico 13 demonstra que a maioria<br />

dos municípios PPAC da região Nordeste<br />

estão classificados no Grupo 3 (401).<br />

Ou seja, dos 541 municípios nordestinos<br />

que aderiram ao Termo de Compromisso<br />

do Programa, 73,5% situam-se no Grupo<br />

3, 77, ou 14,5%, no Grupo 2, e 63,<br />

ou 12%, encontram-se no Grupo 1.<br />

De modo inverso, os municípios do<br />

Sudeste estão, em sua maioria, localizados<br />

nos Grupos 2 (400) e 3 (167), e uma<br />

parte menor (18) no Grupo 3.<br />

Ao tratar da região Sul, verifica-se apenas<br />

1 município no Grupo 3, 177, ou 77%, no<br />

Grupo 2, e 52, ou 22,7%, no Grupo 1.<br />

Com relação à região Centro-Oeste,<br />

menor em número de municípios PPAC,<br />

observa-se que a maior parte dos<br />

municípios estão no Grupo 2, totalizando<br />

94, ou 84%, 12 municípios, ou 10%,<br />

localizam-se no Grupo 1 e, 6, no<br />

Grupo 3, o que corresponde a 6%.<br />

CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA<br />

DOS MUNICÍPIOS PPAC<br />

Como elementos estratégicos de análise<br />

dos 1566 municípios que aderiram<br />

ao Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança no ciclo 2009-2012, foram<br />

selecionados alguns indicadores sociais<br />

que permitem a sua caracterização<br />

socioeconômica: Taxa de Mortalidade<br />

Infantil; Taxa de Cobertura de Creche e<br />

Renda Média dos Chefes de Família.<br />

No que se refere aos óbitos de menores<br />

de 1 ano de idade, verificou-se que a<br />

média da taxa de mortalidade infantil dos<br />

1566 municípios PPAC é de 15,9 óbitos<br />

para cada 1.000 crianças nascidas vivas.<br />

Esse resultado evidencia a necessidade<br />

desses municípios de aprimorar políticas<br />

e serviços capazes de garantir atenção<br />

à saúde da gestante e qualidade do<br />

atendimento ao recém-nascido.<br />

Quanto ao acesso das crianças de<br />

0 a 3 anos à Educação Infantil, verificouse<br />

que a média da taxa de cobertura<br />

de creche nos municípios PPAC é de<br />

11,8%, dado que revela a urgente<br />

necessidade de realização de novos<br />

investimentos para a ampliação do<br />

número de vagas em creche e atendimento<br />

àquelas crianças que ainda não estão<br />

matriculadas nesta etapa da educação.<br />

Em relação à renda dos chefes de<br />

família dos municípios PPAC,<br />

observou-se que ela, em média,<br />

equivale a 2,9 salários mínimos.<br />

Esse valor é próximo ao verificado<br />

para os demais municípios do<br />

País nos quais a renda é de,<br />

aproximadamente, 3 salários mínimos.<br />

Esse breve cenário, somado aos desafios<br />

que se colocaram aos municípios a partir<br />

da Constituição de 1988 e descritos na<br />

introdução deste documento, ilustra com<br />

clareza a necessidade de fortalecimento<br />

das estruturas e mecanismos eficientes<br />

para a promoção e a defesa dos<br />

direitos de crianças e adolescentes.<br />

Com isso e a partir dessa caracterização<br />

dos municípios que assinaram o<br />

Termo de Compromisso na gestão<br />

2009-2012, será demonstrado de<br />

que modo o Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança contribuiu para que os<br />

municípios se estruturassem visando<br />

o enfrentamento desta realidade.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

28


1.2 MAPA PPAC<br />

Tendo em vista a premissa de contribuir para<br />

que os gestores públicos qualifiquem as<br />

suas políticas, implementando-as de forma<br />

articulada e planejada, o Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança estruturou e disponibilizou<br />

aos 1.566 municípios o Mapa PPAC. Esta<br />

ferramenta possibilitou a compreensão e o<br />

monitoramento da situação da infância e da<br />

adolescência, ou seja, levou os gestores a<br />

conhecer, de forma ampla, a realidade vivida<br />

por crianças e adolescentes em seus municípios<br />

e a acompanhar, ao longo do tempo, as<br />

transformações promovidas no seu cotidiano,<br />

como resultado das políticas públicas efetivadas.<br />

O Mapa PPAC compreende um sistema<br />

eletrônico no qual os municípios participantes<br />

do Programa informaram anualmente os dados<br />

referentes aos indicadores sociais presentes<br />

nos eixos Promovendo Vidas Saudáveis;<br />

Acesso à Educação de Qualidade; Proteção<br />

contra Maus-tratos, Exploração e Violência;<br />

e Orçamento Criança e Adolescente 1 . Pela<br />

apropriação dessa ferramenta e a análise de<br />

seus resultados, os gestores públicos puderam<br />

aprimorar e/ou dar solidez às políticas<br />

desenvolvidas em cada um desses eixos.<br />

O preenchimento do Mapa PPAC estimulou a<br />

mobilização e o diálogo entre as Secretarias<br />

Municipais e demais órgãos relacionados<br />

(Saúde, Educação, Assistência Social,<br />

Planejamento, Finanças e Conselhos de<br />

Alimentação, Tutelares e dos Direitos da<br />

Criança e do Adolescente). A mobilização foi<br />

imprescindível para assegurar que a totalidade<br />

dos dados solicitados no Mapa fosse informada.<br />

Entretanto, outro efeito positivo dessa articulação<br />

foi possibilitar a reunião, em torno das questões<br />

relacionadas à garantia e ao exercício dos<br />

direitos de crianças e adolescentes, daqueles<br />

agentes que, embora presentes nos municípios,<br />

nem sempre são capazes ou encontram<br />

a possibilidade de pensar e planejar as<br />

políticas para a criança e o adolescente de<br />

forma integrada ou não fragmentada.<br />

A partir do preenchimento do Mapa PPAC<br />

abriu-se, também, a possibilidade para que<br />

os gestores públicos conhecessem e tivessem<br />

um maior controle sobre as demandas sociais<br />

existentes em seus municípios. Nesse sentido, que<br />

pudessem identificar com melhor precisão quais<br />

são as necessidades prementes de suas crianças<br />

e seus adolescentes, quais áreas requerem<br />

maiores investimentos, quais são as regiões mais<br />

carentes e quais são essas carências. Enfim,<br />

contribuiu para uma investigação mais profunda<br />

acerca da sua realidade e para a verificação<br />

da coerência entre as demandas existentes<br />

e os serviços ou atendimentos prestados.<br />

Durante o período de 2009 a 2012, os<br />

municípios que ingressaram e permaneceram<br />

ativos no Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança participaram de cinco fases de<br />

preenchimento do Mapa PPAC. Esse<br />

processo teve início em setembro de<br />

2009 e foi finalizado em fevereiro de<br />

2012. As especificidades de cada uma<br />

dessas fases serão descritas a seguir.<br />

A primeira etapa de preenchimento do<br />

Mapa correspondeu ao cadastramento dos<br />

municípios, ou seja, fornecimento de dados<br />

referentes a: prefeito, Secretarias de Governo;<br />

Conselhos - Municipal dos Direitos da<br />

Criança e do Adolescente, Tutelar, de Saúde,<br />

Educação, Assistência Social e Alimentação<br />

Escolar; Fundos; articulador local do PPAC;<br />

1 O preenchimento do Mapa PPAC é de responsabilidade do<br />

Articulador Municipal, que deve mobilizar os setores do governo<br />

municipal para o levantamento dos dados. A CMAA-PPAC também<br />

é muito importante neste processo, pois ela é quem irá validar as<br />

informações inseridas no Mapa.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

29


Comissão Municipal de Acompanhamento<br />

e Avaliação do PPAC (CMAA-PPAC);<br />

Vara da Infância e da Juventude; e<br />

Promotoria da Infância e da Juventude.<br />

Os dados do cadastramento foram<br />

imprescindíveis para que fosse estabelecida<br />

uma boa interlocução entre o PPAC e os<br />

municípios participantes do Programa, ao<br />

mesmo tempo em que revelaram aspectos<br />

fundamentais da estrutura de funcionamento<br />

da gestão municipal, principalmente no<br />

que diz respeito à existência de órgãos<br />

comprometidos com a defesa dos<br />

direitos de crianças e adolescentes.<br />

É importante mencionar, também, que o<br />

módulo “Cadastro” esteve presente nas<br />

diferentes fases de preenchimento do Mapa<br />

PPAC, de forma a possibilitar a atualização<br />

anual dos dados de contato dos municípios.<br />

O Mapa PPAC apresentou estrutura<br />

semelhante na segunda e na terceira fases<br />

de preenchimento (Mapa PPAC situação<br />

2008 e Mapa PPAC situação 2009), sendo<br />

composto basicamente por um conjunto<br />

de indicadores sociais calcados nos eixos<br />

do programa (saúde, educação, proteção<br />

e orçamento); por questões a respeito da<br />

estruturação do Sistema de Garantia de<br />

Direitos; e pelo item “Boas Práticas”, um<br />

campo de preenchimento opcional no qual<br />

os municípios puderam relatar os projetos<br />

e programas de sua própria iniciativa que,<br />

alinhados às diretrizes do Estatuto da Criança<br />

e do Adolescente, foram identificados como<br />

ações que resultaram na melhoria da condição<br />

de vida dessa parcela da população 2 .<br />

No que tange especificamente aos indicadores<br />

sociais do Mapa PPAC, é relevante mencionar<br />

que a sua proposição estava referenciada nos<br />

objetivos e metas expressos em Um Mundo<br />

para as Crianças. Esse documento, que<br />

data de 2002, apresenta os compromissos<br />

pactuados na Assembleia Geral das Nações<br />

Unidas pelos Chefes de Estados e de Governo 3<br />

que reafirmaram o seu papel fundamental<br />

na promoção e proteção dos direitos de<br />

crianças e adolescentes em todo o mundo.<br />

Na segunda etapa de preenchimento do<br />

Mapa PPAC 4 , os dados informados pelos<br />

municípios tinham como referência o ano<br />

de 2008 5 . Embora essas informações<br />

dissessem respeito à situação do município<br />

na gestão anterior (2005-2008), o seu<br />

resgate foi importante, pois permitiu a<br />

elaboração de um diagnóstico sobre a<br />

condição de vida de crianças e adolescentes<br />

em cada município participante.<br />

Esse diagnóstico colaborou para a<br />

identificação das problemáticas locais a<br />

serem enfrentadas durante os quatro anos<br />

de gestão, tendo em vista o compromisso<br />

assumido pelos gestores públicos em efetivar<br />

ações que resultassem na evolução ou<br />

melhoria dos índices relativos à infância e<br />

à adolescência. Para por em prática esse<br />

objetivo, os municípios PPAC deveriam definir<br />

metas (numéricas) para a melhoria dos seus<br />

indicadores sociais até o ano de 2011.<br />

É relevante apontar que o Mapa PPAC situação<br />

2008 foi finalizado por 636 municípios,<br />

dos quais, 45% presentes na região Sudeste<br />

e, 30,7%, na região Nordeste (gráfico<br />

14). Conforme os critérios de participação<br />

2 Nos itens 1.3 e 2.3 deste relatório serão discutidas a importância<br />

e os resultados obtidos por meio do emprego dessa ferramenta.<br />

3 Dentre os quais, o governo brasileiro.<br />

4 O Mapa PPAC 2008 foi disponibilizado para preenchimento<br />

entre setembro de 2009 e janeiro de 2010.<br />

5 À exceção dos dados cadastrais, que já se referiam à<br />

gestão em vigência.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

30


no Programa Prefeito Amigo da Criança,<br />

descritos no Guia PPAC, os municípios que<br />

não cumpriram com o preenchimento do Mapa<br />

deixaram de concorrer ao reconhecimento<br />

do gestor como Prefeito Amigo da Criança.<br />

Todavia, puderam continuar a participar de<br />

algumas ações de subsídio do Programa,<br />

dentre as quais, a participação nos Seminários<br />

Temáticos e compartilhar, por meio do<br />

Mapa PPAC, as suas boas práticas (que<br />

ainda eram passíveis de serem avaliadas,<br />

difundidas e reconhecidas pelo PPAC).<br />

45,0%<br />

Gráfico 14 – Mapa PPAC situação 2008:<br />

percentual de Mapas finalizados<br />

por regiões brasileiras<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2008.<br />

Deve-se observar ainda que, do total de<br />

Mapas da situação 2008 finalizados, 49%<br />

correspondem àqueles preenchidos por<br />

municípios PPAC do Grupo 2. Já os municípios<br />

dos Grupos 1 e 3, somados, correspondem<br />

a 51% dos <strong>mapas</strong> finalizados (gráfico 15).<br />

Gráfico 15 – Mapa PPAC situação 2008:<br />

percentual de <strong>mapas</strong> finalizados por regiões<br />

brasileiras e grupos de municípios PPAC<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Centro-Oeste 1 4<br />

5<br />

Norte 111<br />

6<br />

7<br />

10<br />

4,9% 3,8%<br />

18<br />

15,7%<br />

26 1<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC, situação 2008.<br />

18<br />

30,7%<br />

Centro-Oeste<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Sul<br />

Sudeste<br />

Aos municípios que finalizaram o Mapa<br />

situação 2008, o Programa elaborou e<br />

disponibilizou o Relatório de Recomendações<br />

- Prefeito Amigo da Criança. De modo geral,<br />

esse relatório tinha como finalidade propor<br />

recomendações que contribuíssem para o<br />

aprimoramento de estratégias e políticas<br />

direcionadas para a melhoria das condições<br />

de vida de crianças e adolescentes.<br />

O relatório da situação 2008 foi apresentado<br />

em duas partes. A primeira delas abordou<br />

aspectos da gestão municipal, que diziam<br />

respeito à efetivação do Sistema de Garantia<br />

de Direitos, tendo em vista seus pressupostos,<br />

estrutura e dinâmica de funcionamento. Esta<br />

parte conteve, ainda, uma análise sobre<br />

o Orçamento Criança e Adolescente. Já a<br />

segunda parte do relatório compreendia<br />

análises individualizadas para os municípios<br />

que finalizaram o Mapa, contendo a<br />

sua caracterização (local e regional) e<br />

interpretação de resultados do seu ICV/PPAC.<br />

A terceira etapa de preenchimento do Mapa<br />

PPAC 6 compreendeu a apresentação dos<br />

dados da situação 2009. Portanto, referentes<br />

ao primeiro ano da gestão 2009-2012.<br />

Considera-se que a análise dessas informações,<br />

somadas àquelas do Mapa PPAC situação<br />

2008, possibilitou aos gestores municipais um<br />

primeiro olhar sobre as políticas e projetos até<br />

então promovidos, e planejar novas ações e/ou<br />

definir outras estratégias para o enfrentamento<br />

das problemáticas relacionadas à infância e à<br />

adolescência. Por sua vez, a equipe técnica do<br />

PPAC obteve mais elementos para monitorar a<br />

evolução dos indicadores presentes no Mapa<br />

e para compreender a realidade vivenciada<br />

por crianças e adolescentes nesses municípios.<br />

6 O Mapa PPAC 2009 foi preenchido entre setembro e<br />

dezembro de 2010.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

31


O Mapa situação 2009 foi finalizado<br />

por 354 municípios, dos quais,<br />

49,4% pertencentes à região Sudeste,<br />

26,6% à região Nordeste e 16,4%<br />

à região Sul (gráfico 16).<br />

Gráfico 16 – Mapa PPAC situação 2009:<br />

percentual de <strong>mapas</strong><br />

finalizados por regiões brasileiras<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2009.<br />

Do total de Mapas da situação 2009<br />

finalizados, 44% correspondem àqueles<br />

preenchidos por municípios PPAC do<br />

Grupo 1, seguidos por 40% dos municípios<br />

do Grupo 2. Já os municípios do Grupo<br />

3 participaram com 16% dos Mapas<br />

finalizados da situação 2009 (gráfico 17).<br />

Gráfico 17 – Mapa PPAC situação 2009:<br />

percentual de <strong>mapas</strong> finalizados por regiões<br />

brasileiras e grupos de municípios PPAC<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte 21<br />

Centro-Oeste 1 4<br />

8<br />

10<br />

3<br />

8<br />

5,1% 2,5%<br />

49,4% 26,6%<br />

23<br />

25 1<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2009.<br />

Para os municípios que finalizaram o<br />

Mapa situação 2009, o PPAC também<br />

elaborou e disponibilizou o Relatório<br />

de Recomendações - Prefeito Amigo da<br />

14<br />

16,4%<br />

Centro-Oeste<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Sul<br />

Sudeste<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Criança. Este relatório teve como objetivo<br />

tecer análises sobre a condição de<br />

vida de crianças e adolescentes nesses<br />

municípios, tendo como referência a<br />

leitura e a interpretação de indicadores<br />

estratégicos nos eixos de saúde, educação<br />

e proteção contra maus-tratos. O Relatório<br />

apresentou, também, uma análise sobre<br />

o Orçamento Criança e Adolescente.<br />

Os indicadores estratégicos contidos no<br />

Relatório foram aqueles que permitiram<br />

um melhor diagnóstico da situação da<br />

infância nos municípios brasileiros e que<br />

propiciaram uma leitura ou verificação<br />

da efetividade das políticas públicas até<br />

então implantadas. A partir das análises<br />

feitas, foi apresentado um conjunto de<br />

recomendações para a melhor estruturação<br />

dos municípios, visando o enfrentamento<br />

dos problemas que foram identificados.<br />

De forma complementar às duas primeiras<br />

etapas de preenchimento do Mapa PPAC,<br />

entre junho e setembro de 2011, foi<br />

disponibilizado o Mapa PPAC situação<br />

2010. Nesta quarta etapa, os municípios<br />

foram convidados a informar e detalhar,<br />

para cada um dos eixos de atuação do<br />

Programa e a partir da identificação de<br />

uma questão considerada prioritária, quais<br />

políticas e ações estavam desenvolvendo<br />

para o enfrentamento das problemáticas<br />

relacionadas à infância e à adolescência.<br />

A orientação da equipe PPAC era para<br />

que os projetos informados no Mapa<br />

PPAC 2010 estabelecessem uma relação<br />

direta com a situação de crianças e<br />

adolescentes diagnosticada a partir do<br />

Mapa 2008 e/ou as questões reveladas<br />

a partir da análise e avaliação dos<br />

dados informados no Mapa 2009.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

32


As informações presentes no Mapa<br />

PPAC situação 2010 possibilitariam<br />

à equipe do Programa uma compreensão<br />

mais ampla do modo como as<br />

políticas para infância e adolescência<br />

estavam sendo operacionalizadas<br />

nos municípios, principalmente no<br />

que diz respeito aos princípios do<br />

Programa: planejamento da política<br />

(diagnóstico, monitoramento e avaliação),<br />

intersetorialidade das ações;<br />

participação de crianças e adolescentes<br />

na elaboração e execução dos<br />

projetos; existência de orçamento<br />

específico para sua efetivação das<br />

ações; e institucionalização do<br />

Orçamento Criança e Adolescente.<br />

O Mapa situação 2010 foi finalizado<br />

por 316 municípios, o que representa<br />

89% daqueles que haviam cumprido<br />

com o preenchimento do Mapa situação<br />

2009. O gráfico 18 revela que 50,3%<br />

desses municípios faziam parte da<br />

região Sudeste, 25,3% da região<br />

Nordeste e 16,8% da região Sul.<br />

Gráfico 18 – Mapa PPAC situação 2010:<br />

percentual de Mapas finalizados<br />

por regiões brasileiras<br />

50,3%<br />

5,4% 2,2%<br />

16,8%<br />

25,3%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2010.<br />

Do total de Mapas da situação 2010<br />

finalizados, 47% correspondem<br />

àqueles preenchidos por municípios<br />

PPAC do Grupo 1, seguidos por 40%<br />

Centro-Oeste<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Sul<br />

Sudeste<br />

dos municípios do Grupo 2. Já os<br />

municípios do Grupo 3 participaram<br />

com 13% dos <strong>mapas</strong> finalizados<br />

da situação 2010 (gráfico 19).<br />

Gráfico 19 – Mapa PPAC situação 2010:<br />

percentual de Mapas finalizados por regiões<br />

brasileiras e grupos de municípios PPAC<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

2<br />

Centro-Oeste 1 4<br />

9<br />

10 3<br />

8<br />

24<br />

25 1<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2010.<br />

Em dezembro de 2011, os municípios<br />

PPAC deram início à última etapa de<br />

monitoramento com o preenchimento<br />

do Mapa PPAC situação 2011. Nessa<br />

quinta etapa, o Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança retomou a proposta de<br />

trabalho com informações quantitativas,<br />

já presentes na segunda e na terceira<br />

fases de preenchimento do Mapa<br />

PPAC. Todavia, o Mapa situação 2011<br />

apresentava algumas distinções em relação<br />

aos Mapas situação 2008 e 2009,<br />

pois propunha aos gestores municipais<br />

uma investigação (coleta, análise e<br />

fornecimento de dados) centrada em um<br />

menor conjunto de indicadores sociais 7 .<br />

Na estruturação do Mapa 2011, o<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança<br />

selecionou alguns indicadores estratégicos<br />

presentes nos seus quatro eixos de<br />

atuação. Esses indicadores convergiam<br />

7 Além de trazer um menor conjunto de indicadores, esse<br />

mapa já não continha mais o campo “Boas Práticas”.<br />

12<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

33


com as principais temáticas presentes nas<br />

áreas de atuação da <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> -<br />

Save the Children: redução da mortalidade<br />

infantil e na infância; atendimento com<br />

qualidade em creche e pré-escola;<br />

proteção de crianças e adolescentes<br />

contra todas as formas de violência;<br />

e erradicação do trabalho infantil.<br />

Além dos temas mencionados acima,<br />

o Mapa também abrangeu questões<br />

acerca da estruturação recente do<br />

Sistema de Garantia de Direitos<br />

nos municípios e a apuração do<br />

Orçamento Criança e Adolescente.<br />

Com os dados do Mapa situação<br />

2011 em mãos, o PPAC pode, enfim,<br />

compor um quadro de informações<br />

que permitiram a análise da evolução<br />

dos indicadores sociais relativos à<br />

infância e à adolescência. E, por meio<br />

dessa análise, verificar as mudanças<br />

ocorridas nos municípios PPAC em<br />

relação à melhoria da condição de<br />

vida de crianças e adolescentes.<br />

O resultado das análises feitas a<br />

partir dos dados dos Mapas PPAC<br />

situação 2008, 2009, 2010 e 2011<br />

permitiram ao PPAC definir os gestores<br />

públicos que serão reconhecidos como<br />

Prefeitos Amigos da Criança 8 .<br />

O Mapa situação 2011 foi finalizado<br />

por 307 municípios, representando<br />

cerca de 97,1% dos que preencheram<br />

o Mapa Situação 2010. Quanto a<br />

composição dos municípios que finalizaram<br />

o Mapa situação 2011 por regiões,<br />

verifica-se que 5,5% são da região<br />

Centro-Oeste, 2,3% da região<br />

Norte, 25,1% pertencem à região<br />

Nordeste, 16,7% da região Sul<br />

e 50,5% da região Sudeste.<br />

Gráfico 20 – Mapa situação 2011: percentual<br />

de Mapas finalizados por regiões brasileiras<br />

50,5%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

Conforme o gráfico 21, dos 307<br />

municípios que preencheram e finalizaram<br />

o Mapa Situação 2011, 47% pertencem<br />

ao grupo 1, 39% ao grupo 2 e 13%<br />

são do grupo 3 (vide capítulo 1.1 em<br />

“Agrupamento dos municípios PPAC”).<br />

Gráfico 21 – Mapa PPAC situação 2011:<br />

percentual de Mapas finalizados por regiões<br />

brasileiras e grupos de municípios PPAC<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

Centro-Oeste 1<br />

9,1<br />

2 0,3<br />

7,5<br />

10,4 2,6<br />

4,6<br />

5,5% 2,3%<br />

24,8<br />

12,1<br />

16,7%<br />

25,1%<br />

24,4<br />

0 10 20 30 40 50 60<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

Por fim, serão expostos a seguir alguns<br />

dados que refletem a evolução da<br />

participação dos municípios (considerando<br />

a região brasileira a qual pertencem)<br />

no Programa Prefeito Amigo<br />

8 O detalhamento dessa análise, bem como o seu resultado,<br />

serão apresentados no Capítulo 2 (item <strong>2.1</strong>) deste relatório.<br />

1,3<br />

Centro-Oeste<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Sul<br />

Sudeste<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

34


da Criança, no que diz respeito<br />

ao cumprimento das distintas<br />

fases de monitoramento ou de<br />

preenchimento dos Mapas PPAC.<br />

Conforme se observa nos gráficos de 22<br />

a 26, as regiões Nordeste e Norte foram<br />

aquelas em que houve uma redução no<br />

percentual de municípios que cumpriram<br />

o preenchimento do Mapa PPAC e<br />

deram sequência ao monitoramento dos<br />

indicadores ao longo da gestão 2009-<br />

2012. Essa redução pode ajudar a<br />

compreender a acentuação do percentual<br />

de participação dos municípios da região<br />

Sudeste, que em um nível relativamente<br />

superior às regiões Sul e Centro-Oeste,<br />

puderam, durante essa gestão, manter<br />

um trabalho sistemático de coleta de<br />

dados e, também, garantir um sistema de<br />

registro de informações capaz de conter<br />

uma gama de dados sobre as distintas<br />

áreas da gestão pública, com ênfase na<br />

situação de crianças e adolescentes.<br />

Gráfico 22 – Mapa<br />

PPAC 2008, 2009,<br />

2010 e 2011<br />

finalizados:<br />

percentual de<br />

participação<br />

dos municípios<br />

da região<br />

Centro-Oeste<br />

Gráfico 23 – Mapa<br />

PPAC 2008, 2009,<br />

2010 e 2011<br />

finalizados:<br />

percentual de<br />

participação<br />

dos municípios<br />

da região<br />

Norte<br />

Gráfico 24 – Mapa<br />

PPAC 2008, 2009,<br />

2010 e 2011<br />

finalizados:<br />

percentual de<br />

participação<br />

dos municípios<br />

da região<br />

Nordeste<br />

Gráfico 25 – Mapa<br />

PPAC 2008, 2009,<br />

2010 e 2011<br />

finalizados:<br />

percentual de<br />

participação<br />

dos municípios<br />

da região<br />

Sul<br />

Gráfico 26 – Mapa<br />

PPAC 2008, 2009,<br />

2010 e 2011<br />

finalizados:<br />

percentual de<br />

participação<br />

dos municípios<br />

da região<br />

Sudeste<br />

100% 100% 100% 100% 100%<br />

95,1 94,9 94,6 94,6 96,2 97,5 97,8 97,7 69,3 73,4 74,7 74,9 84,3 83,6 83,2 83,3 55,0 50,6 49,7 49,5<br />

90% 90% 90% 90% 90%<br />

80% 80% 80% 80% 80%<br />

70% 70% 70% 70% 70%<br />

60% 60% 60% 60% 60%<br />

50% 50% 50% 50% 50%<br />

40% 40% 40% 40% 40%<br />

30% 30% 30% 30% 30%<br />

20% 20% 20% 20% 20%<br />

10% 10% 10% 10% 10%<br />

4,9 5,1 5,4 5,4 3,8 2,5 2,2 2,3<br />

30,7 26,6 25,3 25,1 15,7 16,4 16,8 16,7 45,0 49,4 50,3 50,5<br />

0% 0% 0% 0% 0%<br />

Mapa PPAC 2008<br />

Mapa PPAC 2009<br />

Mapa PPAC 2010<br />

Mapa PPAC 2011<br />

Mapa PPAC 2008<br />

Mapa PPAC 2009<br />

Mapa PPAC 2010<br />

Mapa PPAC 2011<br />

Mapa PPAC 2008<br />

Mapa PPAC 2009<br />

Mapa PPAC 2010<br />

Mapa PPAC 2011<br />

Mapa PPAC 2008<br />

Mapa PPAC 2009<br />

Mapa PPAC 2010<br />

Mapa PPAC 2011<br />

Mapa PPAC 2008<br />

Mapa PPAC 2009<br />

Mapa PPAC 2010<br />

Mapa PPAC 2011<br />

Demais regiões brasileiras Demais regiões brasileiras Demais regiões brasileiras Demais regiões brasileiras Demais regiões brasileiras<br />

Região Centro-Oeste Região Norte Região Nordeste Região Sul Região Sudeste<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapas PPAC situação 2008, 2009, 2010 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

35


1.3 SISTEMA DE<br />

GARANTIA DE DIREITOS<br />

Conforme já anunciado, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança pretende<br />

contribuir para a efetivação do Sistema<br />

de Garantia de Direitos nos municípios,<br />

adotando, entre outras estratégias, de<br />

monitoramento e avaliação que visam<br />

acompanhar o processo de implementação<br />

e qualificação dos Conselhos Setoriais,<br />

de Direitos e Tutelares, bem como as<br />

demais formas de participação.<br />

O Programa investe na ação conjunta<br />

e articulada entre a sociedade civil<br />

organizada e o poder público, nas suas<br />

diferentes instâncias, como forma sustentada<br />

de garantir a defesa e o exercício dos<br />

direitos da criança e do adolescente.<br />

O Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

propõe uma nova gestão dos direitos<br />

das crianças e dos adolescentes a<br />

partir da explicitação de um Sistema<br />

de Garantia de Direitos da Criança<br />

e do Adolescente (SGD), que é<br />

referenciado em seu Artigo 86:<br />

“A política de atendimento dos direitos da<br />

criança e do adolescente far-se-á através<br />

de um conjunto articulado de ações<br />

governamentais e não-governamentais da<br />

União, dos Estados, do Distrito Federal e<br />

dos Municípios” (BRASIL, 1990, s/ p.).<br />

A partir de sua definição, o SGD<br />

caracteriza-se como um instrumento<br />

estratégico de gestão que propõe a<br />

consolidação de uma rede de instituições<br />

governamentais e não-governamentais,<br />

órgãos da estrutura de governo e<br />

operadores de Justiça que atuam na<br />

área da infância e da adolescência.<br />

Sendo assim, na gestão 2009-2012,<br />

cada município deveria criar um<br />

Sistema Municipal de Atendimento que<br />

espelhasse, na esfera local, o Sistema<br />

de Garantia de Direitos em seus três<br />

eixos: execução/promoção, controle<br />

social e defesa e responsabilização.<br />

É obrigação municipal – poder público<br />

e comunidade – definir e executar uma<br />

política municipal de proteção integral para<br />

crianças e adolescentes. Embora caiba ao<br />

município a responsabilidade pela criação<br />

e manutenção de um Sistema Municipal<br />

de Atendimento, essa responsabilidade<br />

não pode ser entendida como exclusiva<br />

da Prefeitura e da Câmara Municipal.<br />

A Constituição Federal confere aos<br />

municípios um status privilegiado no que se<br />

refere à execução da política, uma vez que<br />

ali cidadãos residem, trabalham, estudam<br />

e, portanto, demandam a organização<br />

das políticas de Saúde, Educação,<br />

Assistência e Habitação, entre outras.<br />

A Constituição se refere ainda aos<br />

mecanismos de participação e controle a<br />

partir da representação nos Conselhos que<br />

se caracterizam como importantes estruturas<br />

para garantir o processo democrático.<br />

Dessa forma, em uma sociedade<br />

democrática, o atendimento à criança e<br />

ao adolescente não deve ser encarado<br />

apenas como prestação de serviço público<br />

governamental, mas como compromisso<br />

assumido por toda a sociedade.<br />

No decorrer da gestão 2009-2012,<br />

os municípios foram convidados a<br />

responder no escopo do Mapa PPAC 1<br />

1 Detalhados no item 1.2.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

36


um bloco de questões referentes à<br />

estruturação desses mecanismos.<br />

Para uma análise da estruturação<br />

do SGD nos municípios PPAC, serão<br />

comparados os resultados presentes<br />

no Mapa situação 2008 com<br />

aqueles do Mapa situação 2011.<br />

No que se refere ao eixo de Saúde do<br />

Mapa situação 2008, considerando<br />

o universo de 554 municípios 2 , 548<br />

afirmaram possuir o Conselho Municipal<br />

de Saúde e apenas 6 indicaram o<br />

contrário, o que permite afirmar que<br />

98,9% dos municípios participantes dessa<br />

etapa possuíam Conselho até 2009.<br />

Dos 548 municípios que possuem<br />

Conselho Municipal de Saúde, 188<br />

pertencem ao grupo 1, 263 ao<br />

grupo 2 e 97 são do grupo 3.<br />

Gráfico 27 – Mapa situação 2008: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Municipal de Saúde, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

Centro-Oeste 1,6<br />

19,1<br />

17,0<br />

4,3<br />

1,9<br />

4,1<br />

9,5<br />

15,2<br />

19,8<br />

58,0<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2008.<br />

53,6<br />

90,7<br />

Com relação ao Mapa situação 2011,<br />

dos 307 municípios que finalizaram<br />

o preenchimento, 100% indicaram<br />

possuir Conselho Municipal de Saúde.<br />

Diante deste contexto, onde todos<br />

os municípios finalistas instituíram o<br />

Conselho, evidencia-se a estruturação<br />

5,2<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

da política, cujo espaço delineia,<br />

monitora e fiscaliza as diretrizes,<br />

estratégias e ações municipais na<br />

área de saúde. Reflete, ainda, o<br />

incremento do diálogo democrático<br />

fortalecendo, assim, o controle social.<br />

Também, a importância da implantação<br />

do Conselho de Saúde em âmbito<br />

municipal garante a transferência<br />

de recursos financeiros advindos<br />

do Fundo Nacional de Saúde<br />

(FNS) para cobertura das ações e<br />

serviços de saúde do município.<br />

A distribuição deste universo de municípios<br />

encontra-se em 146 pertencentes ao<br />

grupo 1; 120 ao grupo 2 e, por fim,<br />

41 ao grupo 3. Segue no gráfico<br />

23 a ilustração desta disposição.<br />

Gráfico 28 – Mapa situação 2011: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Municipal de Saúde, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

4,1<br />

19,0<br />

21,8<br />

0,8<br />

Centro-Oeste 2,0 11,7<br />

19,2<br />

6,7<br />

53,1<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

A comparação entre o universo<br />

de municípios que afirmou possuir<br />

Conselho Municipal de Saúde nos<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

2 Em 2009, dos 636 municípios que responderam o Mapa PPAC<br />

situação 2008, 554 apresentaram respostas válidas (aquelas que<br />

obedecem aos critérios e prazos estabelecidos pelo Programa, bem<br />

como as normas de preenchimento de sistema, fonte e ano de dados) e<br />

82 municípios apresentaram respostas inconsistentes (aquelas questões<br />

deixadas em branco, informadas fora do prazo ou com valores<br />

discrepantes) e, portanto, foram excluídos da análise que se segue.<br />

61,6<br />

92,7<br />

7,3<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

37


Mapas situação 2008 e 2011 está<br />

demonstrada no gráfico 29:<br />

Gráfico 29 – Mapas situação 2008 e 2011:<br />

municípios que possuem Conselho Municipal<br />

de Saúde, por grupos<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

97<br />

263<br />

188<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Mapa situação 2008 Mapa situação 2011<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapas PPAC<br />

situação 2008 e 2011.<br />

Este gráfico permite observar a distribuição<br />

dos municípios que apresentam Conselho<br />

de Saúde pelo agrupamento proposto<br />

pelo PPAC. Dessa forma, se no Mapa<br />

situação 2008 temos a presença<br />

significativa dos municípios pertencentes<br />

ao grupo 2 (263 municípios), no Mapa<br />

situação 2011 altera-se esta configuração,<br />

tendo-se, assim, no grupo 1 (147<br />

municípios) a maior expressividade do<br />

universo de municípios finalistas.<br />

No que se refere à Educação, 495<br />

municípios informaram no Mapa situação<br />

2008 ter criado o Conselho Municipal de<br />

Educação, o que corresponde a 85,6%<br />

dos municípios que concluíram essa<br />

etapa. Destes, 180 são do grupo 1, 228<br />

pertencem ao grupo 2 e 87 ao grupo 3.<br />

No Mapa situação 2011, dos 307<br />

municípios que o responderam, 98%<br />

informaram possuir Conselho Municipal<br />

de Educação. Neste sentido, reafirma-se<br />

a importância deste órgão no processo<br />

41<br />

120<br />

146<br />

Grupo 3<br />

Gráfico 30 – Mapa situação 2008: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Municipal de Educação, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

3,9<br />

18,9<br />

17,2<br />

0,9 5,7<br />

1,7<br />

Centro-Oeste 5,7<br />

14,9<br />

19,7<br />

58,3<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2008.<br />

de democratização das decisões sobre a<br />

educação em âmbito municipal, sendo de<br />

sua responsabilidade elaborar normas que<br />

contemplem um conjunto de exigências<br />

mínimas para a instalação de unidades e<br />

qualificação dos professores do município.<br />

Desta maneira, ressalta-se a relevância que<br />

o dado aponta em relação à quantidade<br />

de municípios que não estabeleceram o<br />

Conselho, pois embora este número seja<br />

bastante reduzido, configura-se ainda como<br />

uma situação preocupante. Tal situação<br />

aponta que persiste ainda o desafio<br />

de sua efetivação em todas as esferas<br />

municipais para que se tenha a apropriação<br />

e o envolvimento da sociedade civil na<br />

elaboração e na deliberação de normas e<br />

diretrizes para a política de educação em<br />

âmbito municipal.<br />

Dos 146 municípios que fazem parte<br />

do grupo 1, somente 1 apontou a não<br />

existência do Conselho, o que reflete quase<br />

a totalidade deste agrupamento.<br />

Dentre os municípios do grupo 2,<br />

totalizados em 120, tem-se que 96% deles<br />

possuem Conselho Municipal de Educação.<br />

Portanto, evidencia-se que 5 municípios<br />

58,8<br />

89,7<br />

4,6<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

38


finalistas não implementaram a diretriz<br />

em suas esferas, o que representa 4%.<br />

Gráfico 31 – Mapa situação 2011: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Municipal de Educação, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

19,2<br />

3,4<br />

2,1<br />

Centro-Oeste<br />

21,9<br />

0,8<br />

11,7<br />

19,2<br />

6,7<br />

53,4<br />

0 20 40 60 80 100 120 140<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

E finalmente no grupo 3, dos 41<br />

municípios que preencheram o Mapa<br />

situação 2011 todos apresentam Conselho<br />

Municipal de Educação implementado.<br />

O gráfico 32 demonstra a comparação<br />

entre os Mapas situação 2008 e 2011<br />

a partir dos municípios que possuem<br />

Conselho Municipal de Educação.<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapas PPAC<br />

situação 2008 e 2011.<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Gráfico 32 – Mapas situação 2008 e 2011:<br />

municípios que possuem Conselho Municipal<br />

de Educação, por grupos<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

87<br />

228<br />

180<br />

Grupo 1<br />

Pode-se perceber que a distribuição entre os dois<br />

momentos reflete o mesmo cenário apresentado<br />

61,6<br />

92,7<br />

7,3<br />

Grupo 2<br />

Mapa situação 2008 Mapa situação 2011<br />

41<br />

115<br />

145<br />

Grupo 3<br />

na comparação entre os períodos do Conselho<br />

de Saúde. Assim, nota-se a redução na<br />

participação do grupo 2 no Mapa situação<br />

2011 e a maior concentração no grupo 1.<br />

Com relação à criação do Conselho<br />

Municipal de Assistência Social, 531<br />

municípios afirmaram possuir o Conselho no<br />

Mapa situação 2008, o que corresponde<br />

a 91,8% do universo abordado.<br />

Dos 531 municípios que responderam<br />

“sim”, 184 fazem parte do grupo 1, 252<br />

do grupo 2 e 95 são do grupo 3.<br />

Gráfico 33 – Mapa Situação 2008: percentual de<br />

municípios que possuem Conselho Municipal<br />

de Assistência Social, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

4,3<br />

Centro-Oeste 1,6<br />

19,6<br />

17,4<br />

2,0<br />

5,3<br />

15,5<br />

8,7<br />

20,2<br />

57,1<br />

0 50 100 150<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2008.<br />

As informações do preenchimento do Mapa<br />

situação 2011 nos mostram que 307<br />

municípios o finalizaram, o que representa<br />

que todos responderam possuir Conselho<br />

Municipal de Assistência Social. Logo, os<br />

municípios finalistas com sua implementação<br />

reconhecem e reafirmam a importância deste<br />

instrumento por ser a instância que materializa<br />

o Sistema Único de Assistência Social<br />

(SUAS) na esfera local, assim formulando,<br />

controlando, acompanhando e fiscalizando<br />

sua política municipal de Assistência Social.<br />

53,6<br />

Ao depurar este universo pelos<br />

agrupamentos, verifica-se sua<br />

4,2<br />

90,5<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

39


distribuição da seguinte maneira: 146<br />

municípios do grupo 1, 120 do grupo<br />

2 e 41 municípios do grupo 3.<br />

Gráfico 34 – Mapa Situação 2011: percentual de<br />

municípios que possuem Conselho Municipal<br />

de Assistência Social, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

Centro-Oeste<br />

4,1<br />

2,1<br />

19,2<br />

21,2<br />

0,8<br />

11,7<br />

19,2<br />

6,7<br />

53,4<br />

0 50 100 150<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

61,6<br />

92,7<br />

O gráfico a seguir elucida a comparação<br />

entre os municípios que afirmaram possuir<br />

Conselho Municipal de Assistência Social<br />

nos Mapas situação 2008 e 2011.<br />

7,3<br />

ser o preponderante neste período. É<br />

importante apontar que a composição do<br />

grupo 3 mostra-se consistente, refletindo<br />

nos dois períodos o agrupamento menos<br />

significativo em ambos os cenários.<br />

Ao observar a questão sobre a criação do<br />

Conselho Municipal dos Direitos da Criança<br />

e do Adolescente, verificou-se que 547<br />

municípios responderam afirmativamente<br />

o Mapa situação 2008, representando<br />

94,6% dos municípios respondentes.<br />

Deste recorte, 185 são municípios do grupo<br />

1, 265 do grupo 2 e 97 do grupo 3.<br />

Gráfico 36 – Mapa Situação 2008: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Municipal dos Direitos das Crianças e<br />

Adolescentes, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

57,3<br />

54,0<br />

5,2<br />

Gráfico 35 – Mapas Situação 2008 e 2011:<br />

municípios que possuem Conselho Municipal<br />

de Assistência Social, por grupos<br />

600<br />

500<br />

95<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

19,5<br />

17,3<br />

4,3<br />

20,8<br />

14,7<br />

Norte 5,2<br />

1,9<br />

Centro-Oeste 1,6 8,6<br />

89,6<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

400<br />

252<br />

0 50 100 150<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

184<br />

Mapa situação 2008 Mapa situação 2011<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapas PPAC<br />

situação 2008 e 2011.<br />

A representação no gráfico 35 revela a<br />

significativa queda na composição do<br />

grupo 2 entre os Mapas situação 2008 e<br />

situação 2011. Outro aspecto relevante<br />

refere-se ao incremento do grupo 1 no<br />

último Mapa, o que fez deste agrupamento<br />

41<br />

115<br />

145<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2008.<br />

Já no Mapa situação 2011, os dados<br />

mostram que os 307 municípios tiveram<br />

respostas válidas, assim refletindo que todo o<br />

universo afirmou possuir Conselho Municipal<br />

dos Direitos da Criança e do Adolescente,<br />

o que representa uma evolução significativa<br />

quando comparada ao período anterior.<br />

Tal cenário reflete a garantia de participação<br />

dos cidadãos na definição das ações de<br />

atendimento às crianças e aos adolescentes do<br />

seu município. Deste modo, é válido reafirmar<br />

que institucionalizar o Conselho Municipal<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

40


dos Direitos da Criança e do Adolescente<br />

é construir novas relações entre governo e<br />

cidadãos, o que fomenta a corresponsabilidade<br />

na consolidação de políticas públicas<br />

adequadas às reais necessidades de<br />

cada município, de cada comunidade.<br />

Gráfico 37 – Mapa Situação 2011: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Municipal dos Direitos da Criança e do<br />

Adolescente, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

4,1<br />

19,2<br />

2,1<br />

Centro-Oeste 11,7<br />

21,2 6,7<br />

0,8<br />

19,2<br />

53,4<br />

0 50 100 150<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

61,6<br />

92,7<br />

Conforme ilustra o gráfico 38, quando<br />

se compara os municípios que afirmaram<br />

possuir Conselho Municipal dos Direitos<br />

da Criança e do Adolescente nos dois<br />

períodos de preenchimento do Mapa,<br />

configura-se o seguinte cenário:<br />

7,3<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Gráfico 38 – Mapas Situação 2008 e 2011:<br />

municípios que possuem Conselho<br />

Municipal dos Direitos da Criança e do<br />

Adolescente, por grupos<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

97<br />

265<br />

185<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Mapa situação 2008 Mapa situação 2011<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapas PPAC<br />

situação 2008 e 2011.<br />

41<br />

120<br />

146<br />

Grupo 3<br />

A comparação da distribuição dos<br />

grupos nos Mapas finalizados apresenta<br />

a mesma tendência evidenciada para<br />

os demais Conselhos, tendo-se queda<br />

no agrupamento 2, o que determina o<br />

grupo 1 com a maior representatividade<br />

entre os municípios finalistas.<br />

Ao abordar o Conselho Tutelar, observa-se<br />

que 547 municípios indicaram sua criação<br />

no Mapa situação 2008, o que representa<br />

94,6% dos municípios. Desses 547<br />

municípios, 185 pertencem ao grupo 1, 266<br />

ao grupo 2 e 96 são oriundos do grupo 3.<br />

Gráfico 39 – Mapa Situação 2008: percentual<br />

de municípios que possuem<br />

Conselho Tutelar, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

Centro-Oeste 1,6<br />

19,5<br />

17,3<br />

4,3<br />

1,9<br />

5,2<br />

14,7<br />

8,7<br />

20,8<br />

57,3<br />

0 50 100 150<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2008.<br />

Já em relação às respostas do Mapa<br />

situação 2011, figuram-se avanços<br />

relevantes onde, dos 307 municípios que<br />

o preencheram, 100% afirmam possuir<br />

Conselhos Tutelares em suas cidades.<br />

Neste sentido, a totalização dos<br />

municípios finalistas que apresentam<br />

Conselhos Tutelares instituídos em suas<br />

esferas reflete a prerrogativa do artigo<br />

131 do Estatuto da Criança e do<br />

Adolescente, em que este órgão é<br />

permanente e autônomo, sendo responsável<br />

pela sociedade de zelar pelo<br />

cumprimento dos direitos da criança e<br />

do adolescente no município.<br />

54,0<br />

90,6<br />

4,2<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

41


Reitere-se, ainda, que cada município<br />

deve ter no mínimo um Conselho Tutelar.<br />

Gráfico 40 – Mapa Situação 2011: percentual<br />

de municípios que possuem Conselho<br />

Tutelar, por grupos e regiões<br />

Sudeste<br />

Sul<br />

Nordeste<br />

Norte<br />

Centro-Oeste<br />

19,2<br />

20,6<br />

21,2 14,7<br />

4,1<br />

2,1<br />

0,8<br />

1 1,7<br />

53,4<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC situação 2011.<br />

54,0<br />

92,7<br />

0 50 100 150<br />

Quando comparados os municípios que<br />

afirmaram possuir Conselhos Tutelares<br />

nos Mapas situação 2008 e 2011,<br />

observa-se o seguinte quadro:<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC<br />

situação 2008 e 2011.<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

Gráfico 41 – Mapas situação 2008 e 2011:<br />

municípios que possuem<br />

Conselho Tutelar, por grupos<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

96<br />

266<br />

185<br />

Grupo 1<br />

Novamente figura-se o cenário<br />

presente nos demais Conselhos para este<br />

mesmo período. Logo, o grupo 2<br />

tem sua participação reduzida e,<br />

em contrapartida, o agrupamento 1<br />

encontra-se incrementado, refletindo<br />

a distribuição majoritária.<br />

4,2<br />

Grupo 2<br />

Mapa situação 2008 Mapa situação 2011<br />

41<br />

120<br />

146<br />

Grupo 3<br />

1.4 SEMINÁRIOS TEMÁTICOS<br />

Uma das prioridades do Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança (PPAC),<br />

como parceiro dos municípios, é garantir<br />

apoio e subsídio técnico à atuação de<br />

gestores e atores estratégicos do Sistema<br />

de Garantia de Direitos da Criança e do<br />

Adolescente, de modo a contribuir para<br />

a elaboração e qualificação de políticas<br />

de acordo com as prerrogativas do<br />

Estatuto da Criança e do Adolescente.<br />

Para atingir esse objetivo, o PPAC, ao<br />

longo de sua quarta edição, promoveu<br />

um ciclo de seminários, conectado<br />

ao contexto das diretrizes nacionais<br />

para a política de atenção integral à<br />

infância e à adolescência. A série de<br />

atividades realizadas neste período<br />

compreendeu a realização de 36<br />

encontros durante a gestão 2009-2012,<br />

consistindo em encontros de mobilização<br />

e sensibilização no ano de 2009,<br />

Seminários Temáticos Regionais em 2010<br />

e o Seminário Nacional em 2011.<br />

Os eventos realizados tiveram por<br />

objetivo estimular, entre os quase<br />

3.000 participantes das cinco regiões<br />

brasileiras, o debate e o aprimoramento<br />

do conhecimento acerca dos cenários<br />

das políticas públicas voltadas à criança<br />

e ao adolescente com foco nos quatro<br />

eixos de atuação do Programa: Saúde,<br />

Educação, Proteção Social e Orçamento<br />

Criança e Adolescente (OCA).<br />

Por meio destas atividades, o PPAC teve<br />

como propósito, também, concretizar<br />

espaços participativos de discussão,<br />

numa tentativa de responder a alguns<br />

dos principais desafios da construção<br />

de processos democráticos no Brasil no<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

42


tocante à elaboração de suas políticas,<br />

quais sejam: garantir o envolvimento de<br />

grupos representativos, especialmente a<br />

participação de adolescentes; mobilizar<br />

diferentes forças políticas e criar<br />

sinergias entre governo e entidades da<br />

sociedade civil; e promover a difusão<br />

do conhecimento construído, numa<br />

perspectiva de continuidade do diálogo<br />

dos participantes em seus municípios.<br />

O esforço de consolidação destas<br />

práticas democráticas foi demonstrado<br />

logo no início do ano de 2009, quando<br />

a equipe do Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança firmou parcerias com<br />

entidades reconhecidas nacionalmente<br />

pelos seus trabalhos em prol do exercício<br />

da cidadania. Assim, em uma ação<br />

conjunta, Associações Municipalistas,<br />

Ministérios Públicos, organismos<br />

governamentais, instituições privadas e<br />

do terceiro setor somaram-se ao PPAC<br />

no sentido de mobilizar o maior número<br />

de prefeitos com o objetivo de melhorar<br />

as condições de vida de crianças e<br />

adolescentes em suas gestões.<br />

Como resultado dessa articulação,<br />

foram realizados, aproximadamente,<br />

30 encontros nos municípios das cinco<br />

regiões brasileiras, envolvendo mais de<br />

1.500 participantes durante o ano de<br />

2009. Essas reuniões proporcionaram aos<br />

gestores municipais se familiarizar com<br />

a proposta metodológica do Programa e<br />

aderir ao mesmo por meio da assinatura<br />

do Termo de Compromisso Prefeito Amigo<br />

da Criança – Gestão 2009-2012 1 .<br />

Para além de compartilhar saberes,<br />

os encontros regionais constituíramse<br />

como momentos privilegiados<br />

para o estabelecimento de relações<br />

e o estreitamento de vínculos entre os<br />

municípios e o Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança. Contudo, o processo de<br />

fortalecimento dos municípios que aderiram<br />

ao PPAC se intensificou a partir do ano<br />

de 2010, por meio da realização dos<br />

Seminários Temáticos Regionais Um<br />

Município para as Crianças: Avanços e<br />

Desafios para a Garantia de Direitos.<br />

De julho a novembro de 2010, foram<br />

realizados cinco Seminários Temáticos,<br />

respectivamente nos municípios de<br />

Florianópolis, Salvador, Fortaleza, São<br />

Paulo e Belo Horizonte. Para a efetivação<br />

desses eventos, foram essenciais as<br />

parcerias com os Ministérios da Saúde,<br />

da Educação, do Desenvolvimento<br />

Social e Combate à Fome, Ministérios<br />

Públicos (Bahia, Santa Catarina e<br />

São Paulo), Defensoria Pública do<br />

Estado de São Paulo, Prefeituras e<br />

organizações da sociedade civil.<br />

Estes seminários tinham como objetivo<br />

discutir estratégias para a estruturação e<br />

o funcionamento do Sistema de Garantia<br />

de Direitos da Criança e do Adolescente,<br />

o que se tornou possível pela reunião e<br />

promoção do diálogo entre os membros<br />

do Executivo Municipal, Judiciário e<br />

Legislativo, relacionados ao tema da<br />

infância e da adolescência, além de<br />

representantes da sociedade civil.<br />

Todos os seminários foram estruturados<br />

a partir da realização de palestras e<br />

1 Devido à sua importância estratégica no monitoramento e avaliação<br />

das políticas, o Mapa PPAC foi uma das ferramentas de metodologia<br />

do Programa talhada por meio de oficinas durante o ano de 2009.<br />

Estas oficinas objetivaram facilitar a compreensão desse instrumental e<br />

seu correto preenchimento.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

43


debates que tinham como tema: Sistema<br />

de Garantia de Direitos; Orçamento<br />

Criança; Sistema Articulado de Educação;<br />

Sistema Único de Saúde; Sistema Único<br />

de Assistência Social; Sistema de Justiça<br />

e Participação Social de Adolescentes.<br />

Gráfico 42 – Seminários Temáticos PPAC: totais<br />

de público e de municípios representados<br />

e Belo Horizonte/MG (Sudeste 2), com<br />

16%, que, percentualmente, reuniu o<br />

menor público de todos os seminários<br />

realizados ao longo do ano de 2010.<br />

Gráfico 44 – Seminários Temáticos PPAC:<br />

percentual de municípios presentes nos<br />

seminários, segundo a região brasileira<br />

1% 1%<br />

46% 39%<br />

1000<br />

828<br />

500<br />

286<br />

13%<br />

0<br />

Gráfico 43 – Seminários Temáticos PPAC:<br />

distribuição do público total,<br />

segundo o local de realização do evento<br />

29%<br />

Sul – Florianópolis (SC)<br />

Nº total de municípios<br />

representados<br />

Nordeste 1 – Salvador (BA)<br />

Nordeste 2 – Fortaleza (CE)<br />

Nº total de<br />

participantes<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

Conforme é possível observar no<br />

gráfico 42, os Seminários Temáticos<br />

envolveram 286 municípios brasileiros,<br />

contando com o público total de<br />

828 participantes. Já o gráfico 43,<br />

abaixo, mostra que, deste total, 29%<br />

correspondiam aos participantes<br />

presentes do Seminário realizado em<br />

São Paulo/SP (Sudeste 1), seguido<br />

por Salvador/BA (Nordeste 1), com<br />

21%, Fortaleza/CE (Nordeste 2) e<br />

Florianópolis/SC (Sul), ambos com 17%,<br />

16% 17%<br />

17%<br />

Sudeste 1 – São Paulo (SP)<br />

Sudeste 2 – Belo Horizonte (MG)<br />

21%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

Sudeste Centro-Oeste Norte Nordeste Sul<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

Quando analisados os percentuais<br />

de municípios representados (gráfico 44),<br />

verifica-se a participação destacada<br />

das regiões Sudeste e Nordeste,<br />

em detrimento das regiões Norte e<br />

Centro-Oeste. Tal diferença pode<br />

ser compreendida, de um lado, pela<br />

relativa concentração de seminários no<br />

Sudeste e Nordeste e, de forma mais<br />

determinante, pela baixa adesão dos<br />

municípios presentes em estados do Norte<br />

e do Centro-Oeste ao Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança (as adesões realizadas<br />

nestas regiões correspondem a 13% do<br />

total de adesões ao PPAC no País).<br />

A partir da observação do gráfico 45,<br />

é possível constatar que 18% dos<br />

municípios que aderiram ao Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança participaram<br />

dos Seminários Temáticos Regionais<br />

realizados em 2010. Todavia, este<br />

percentual se mostra mais elevado<br />

(45%) quando se relaciona a presença<br />

nos seminários ao preenchimento do<br />

Mapa PPAC em 2009 (gráfico 46).<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

44


Gráfico 45 – Percentual de participação nos Seminários Temáticos dos municípios que aderiram<br />

ao PPAC (gestão 2009-2012), segundo os Estados brasileiros<br />

60<br />

50<br />

54<br />

% de municípios<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

33<br />

31<br />

24<br />

26<br />

18<br />

19<br />

18<br />

10<br />

12<br />

12 11<br />

12<br />

6<br />

4<br />

7 7<br />

5<br />

2<br />

3<br />

3<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0 0<br />

0<br />

AC AL AM AP BA CE ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO TOTAL<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

100<br />

Gráfico 46 – Percentual de participação nos Seminários Temáticos dos municípios que<br />

preencheram o Mapa PPAC em 2009, segundo os Estados brasileiros<br />

100<br />

86<br />

80<br />

% de municípios<br />

60<br />

40<br />

20<br />

38<br />

50<br />

43<br />

20<br />

13<br />

51<br />

13<br />

27<br />

21<br />

29<br />

10<br />

27<br />

50<br />

10<br />

37<br />

48<br />

60<br />

43<br />

45<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0<br />

0 0<br />

0<br />

AC AL AM AP BA CE ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO TOTAL<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

Os gráficos 47 e 48 permitem observar<br />

a participação numérica dos prefeitos<br />

nos diferentes seminários promovidos em<br />

2010 e dos articuladores municipais,<br />

considerados figuras chave para o<br />

desenvolvimento deste Programa e cuja<br />

presença e contribuição nos debates<br />

se fez fundamental. Somados, os<br />

Nº de prefeitos<br />

Gráfico 47 – Seminários Temáticos PPAC:<br />

número de prefeitos presentes nos eventos<br />

1<br />

6<br />

4<br />

7<br />

3<br />

21<br />

Nº de articuladores<br />

Gráfico 48 – Seminários Temáticos PPAC:<br />

número de articuladores municipais<br />

presentes nos eventos<br />

14<br />

30<br />

19<br />

26<br />

45<br />

134<br />

Sul<br />

Florianópolis<br />

Nordeste I<br />

Salvador<br />

Nordeste II<br />

Fortaleza<br />

Sudeste I<br />

São Paulo<br />

Sudeste II<br />

Belo Horizonte<br />

TOTAL<br />

Sul<br />

Florianópolis<br />

Nordeste I<br />

Salvador<br />

Nordeste II<br />

Fortaleza<br />

Sudeste II<br />

Belo Horizonte<br />

Sudeste I<br />

São Paulo<br />

TOTAL<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

45


percentuais de participação de prefeitos<br />

e articuladores nos Seminários Temáticos<br />

corresponderam a 19% do seu público.<br />

Por sua vez, o gráfico 49 permite<br />

entrever a diversidade do público presente<br />

nos Seminários Temáticos Regionais<br />

Sudeste I, Sudeste II, Sul, Nordeste I<br />

e Nordeste II. Conforme é possível<br />

observar, houve nos eventos dessas regiões<br />

presença destacada de importantes<br />

atores do Sistema de Garantia de<br />

Direitos (técnicos municipais das áreas<br />

de assistência social, educação,<br />

Conselheiros Tutelares e Conselheiros<br />

Municipais de Direito da Criança<br />

e do Adolescente). Por outro lado,<br />

pode-se verificar, também, a baixa<br />

participação de representantes do<br />

Legislativo e do Sistema de Justiça.<br />

Todos os participantes dos Seminários<br />

Temáticos Regionais tiveram a oportunidade<br />

de avaliar a atividade. Conforme o<br />

gráfico 50, verifica-se que os seminários<br />

corresponderam e/ou superaram as<br />

expectativas de 91% do público presente,<br />

o que representa uma significativa<br />

contribuição no debate dos assuntos<br />

relacionados à criança e ao adolescente<br />

nos municípios e Estados representados.<br />

Gráfico 50 – Seminários Temáticos PPAC:<br />

“O seminário correspondeu<br />

à sua expectativa”<br />

49%<br />

Sim, superou<br />

Sim, plenamente<br />

Correspondeu<br />

8% 1%<br />

16%<br />

Ficou abaixo da expectativa<br />

Ficou muito abaixo<br />

26%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

Gráfico 49 – Seminários Temáticos PPAC: perfil do público participante<br />

90<br />

80<br />

81<br />

70<br />

64<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

49<br />

37<br />

39<br />

28<br />

18<br />

Assistência Social<br />

24<br />

14<br />

Educação<br />

10<br />

6<br />

16<br />

4 4 4 4 8 11<br />

1 1 0 3 2 1 0 2 0<br />

Saúde<br />

Legislativo<br />

Sistema de Justiça<br />

44<br />

35 35<br />

20<br />

16<br />

7 9<br />

5<br />

5 5<br />

Conselheiros<br />

Outras Secretarias Municipais<br />

18<br />

12<br />

5<br />

1 0<br />

Adolescentes<br />

3 2 0<br />

6 10 51<br />

Imprensa<br />

Outras Representações<br />

47 50<br />

Sudeste I – São Paulo (SP)<br />

Sudeste II – Belo Horizonte (MG)<br />

Sul – Florianópolis (SC)<br />

Nordeste II – Fortaleza (CE)<br />

Nordeste I – Salvador (BA)<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminários Temáticos 2010.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

46


Encerrando o ciclo de eventos da edição<br />

2009-2012, o Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança promoveu, em São Paulo, nos<br />

dias 13, 14 e 15 de julho de 2011, o<br />

Seminário Nacional Um Município para<br />

as Crianças: Avanços e Desafios para a<br />

Garantia de Direitos. Este seminário teve<br />

como objetivo debater os temas: Plano<br />

Decenal & Plano Municipal para Infância<br />

e Adolescência; Educação Infantil;<br />

Drogadição; Emergência; Violência<br />

Institucional; Violência Doméstica e<br />

Sexual e Apresentação de Prefeitos<br />

Reconhecidos (gestão 2005-2008) sob<br />

a ótica das estratégias e dos desafios<br />

da construção de políticas públicas.<br />

O Seminário Nacional reuniu um<br />

público de aproximadamente 600<br />

pessoas, dentre os quais: Prefeitos;<br />

representantes do Sistema de Justiça<br />

e do Sistema Legislativo; conselheiros<br />

tutelares e de direitos; adolescentes;<br />

jornalistas, técnicos e gestores das<br />

Secretarias Municipais de Assistência<br />

Social, Saúde e Educação, entre outros.<br />

Segundo o vínculo com o Programa, mais<br />

de 40% dos presentes no<br />

Seminário integram a Rede Prefeito<br />

Amigo da Criança, entre os quais<br />

Prefeitos (2%), Articuladores Municipais<br />

(17%) e membros das Comissões<br />

Municipais de Acompanhamento<br />

e Avaliação (22%), conforme<br />

demonstra o gráfico 51.<br />

Gráfico 52 – Seminário Nacional: municípios<br />

participantes, segundo as regiões brasileiras<br />

53%<br />

14%<br />

5%<br />

26%<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Centro-Oeste<br />

Sudeste<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminário Nacional 2011.<br />

Estiveram presentes no evento representantes<br />

das 27 unidades federativas (26 Estados<br />

brasileiros e o Distrito Federal) e de 221<br />

municípios, dos quais 53% pertencentes à<br />

região Sudeste e 26% à região Nordeste<br />

(gráfico 52). É importante ressaltar<br />

que, do total de municípios presentes<br />

no Seminário Nacional, mais de 76%<br />

haviam preenchido o Mapa PPAC situação<br />

2%<br />

Sul<br />

Gráfico 51 – Seminário Nacional: número de participantes, segundo vínculo com o PPAC<br />

Prefeitos 2%<br />

Articuladores Municipais 17%<br />

Membros da CMAA 22%<br />

0% 5% 10% 15% 20% 25%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminário Nacional 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

47


2009 (gráfico 53) e sua distribuição por<br />

região está disposta no gráfico 33.<br />

Gráfico 53 – Seminário Nacional:<br />

municípios participantes que finalizaram<br />

o Mapa Situação 2009<br />

22%<br />

16%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminário Nacional 2011.<br />

Dentre o público participante, mais de 47%<br />

responderam ao formulário de avaliação 2 .<br />

Cabe destacar que, para uma maioria<br />

expressiva (72% das respostas fornecidas)<br />

o Seminário correspondeu às expectativas,<br />

sendo que 27% dos respondentes<br />

afirmaram que o evento superou tais<br />

perspectivas, totalizando quase 100%<br />

de aprovação do evento promovido,<br />

conforme demonstra o gráfico 54.<br />

27%<br />

4% 1%<br />

Gráfico 54 – Seminário Nacional:<br />

avaliação geral<br />

1%<br />

72%<br />

57%<br />

Sudeste<br />

Nordeste<br />

Sul<br />

Norte<br />

Correspondeu<br />

à expectativa<br />

Superou a<br />

expectativa<br />

Centro-Oeste<br />

Não correspondeu<br />

à expectativa<br />

Programa. Os temas Educação Infantil,<br />

Drogadição e Violência Contra a<br />

Criança e o Adolescente foram os mais<br />

prestigiados no questionário, assim<br />

como figuraram entre as discussões mais<br />

bem avaliadas durante o Seminário.<br />

De acordo com o gráfico 55, as mesas<br />

de debate sobre Educação Infantil<br />

e Plano Decenal, Plano Municipal,<br />

foram consideradas como “ótima” ou<br />

“boa” por 94% do público que avaliou<br />

as atividades, seguidas da exposição<br />

sobre Drogadição (91%) e Violência<br />

Institucional (85%). Na mesa de<br />

Violência Institucional, cabe ressaltar o<br />

protagonismo das adolescentes Edilene<br />

Antonelo Claudino, de 17 anos, e<br />

Maruska Guarda da Silva, 16, na<br />

apresentação do programa anti-bullying<br />

(assédio moral) desenvolvido e conduzido<br />

por elas na escola onde estudam.<br />

Merece destaque também a apresentação<br />

de Maria Luiza Faraone Silveira,<br />

na mesa sobre Diretrizes e Parâmetros<br />

(Plano Decenal dos Direitos Humanos<br />

de Crianças e Adolescentes e Plano<br />

Municipal para a Primeira Infância),<br />

sobressaindo-se como um dos pontos<br />

altos desse debate a partir do lançamento<br />

da cartilha contendo o passo a passo<br />

para elaboração do Plano Municipal<br />

para Infância e Adolescência - PMIA<br />

para o período de 2012-2021.<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminário Nacional 2011.<br />

A seleção dos temas para o<br />

Seminário Nacional teve a colaboração<br />

de 115 municípios que, por meio<br />

de uma pesquisa de opinião prévia 3 ,<br />

contribuíram na definição dos<br />

debates em cada um dos eixos do<br />

2 Após o encerramento do evento, os participantes tiveram a<br />

oportunidade de avaliar o grau de satisfação em relação às atividades<br />

do Seminário Nacional, inclusive as mesas de debates, por meio do<br />

preenchimento de um questionário.<br />

3 A pesquisa com os temas para o Seminário Nacional foi enviada<br />

aos articuladores municipais por meio de ofício, anteriormente à<br />

realização do Seminário.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

48


Gráfico 55 – Seminário Nacional: mesas de debate<br />

Prefeitos Reconhecidos 2005-2008<br />

Violência Doméstica e Sexual<br />

3%<br />

2%<br />

18%<br />

22%<br />

28%<br />

51%<br />

53%<br />

Ótimo<br />

Bom<br />

Regular<br />

Ruim<br />

Nulo<br />

23%<br />

Violência Institucional<br />

3%<br />

26%<br />

59%<br />

12%<br />

Emergência<br />

2%<br />

12%<br />

11%<br />

30%<br />

46%<br />

Drogadição<br />

3%<br />

21%<br />

70%<br />

6%<br />

Educação Infantil<br />

3%<br />

4%<br />

31%<br />

63%<br />

52%<br />

Plano Decenal, Plano Municipal<br />

1%<br />

42%<br />

5%<br />

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminário Nacional 2011.<br />

Alinhada aos princípios do Programa,<br />

esta publicação se constituiu<br />

como um subsídio prático para o<br />

desenvolvimento de políticas planejadas<br />

e intersetoriais entre os órgãos do<br />

governo municipal com base nas<br />

diretrizes e objetivos estratégicos do<br />

Plano Decenal dos Direitos Humanos<br />

de Crianças e Adolescentes, aprovado<br />

pelo Conanda em abril de 2011 4 .<br />

A perspectiva do fortalecimento de<br />

uma ação articulada entre diferentes<br />

esferas (Saúde, Educação, Proteção Social<br />

e Orçamento) e organismos atuantes<br />

na área (Conselhos de Direito e<br />

Tutelar, Poder Judiciário e o Poder<br />

Legislativo) não se limitou, entretanto,<br />

à mesa de debates, mas permeou<br />

todos os momentos do Seminário.<br />

Garantir o envolvimento de diferentes<br />

setores da sociedade em benefício dos<br />

direitos de crianças e adolescentes tratase,<br />

reconhecidamente, de uma ação<br />

desafiadora e que exige o esforço<br />

de participação de áreas para além<br />

daquelas historicamente instituídas.<br />

De tal modo que, apesar do processo<br />

de mobilização e sensibilização 5<br />

que visavam a uma participação<br />

diversificada e abrangente no Seminário,<br />

não foi possível minimizar distorções<br />

representativas em determinados setores.<br />

Conforme demonstra o gráfico 56, a<br />

pasta de Assistência Social 6 sobressaiu-<br />

4 Mais detalhes da cartilha serão abordados no próximo<br />

capítulo, quando se dará ênfase à construção do PMIA.<br />

5 O processo preparatório à realização do Seminário<br />

Nacional envolveu a mobilização de diversas organizações<br />

públicas e da sociedade civil, por meio de sensibilizações<br />

presenciais, envio de convite por ofícios, e-mails, mobilização<br />

via telefone; divulgação no site da <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> –<br />

Save the Children e de sites de instituições parceiras.<br />

6 Conforme observado também nos Seminários Temáticos realizados<br />

em 2010, a secretaria municipal que mais se destacou em termos de<br />

representatividade refere-se à Assistência Social e, ainda que não nas<br />

mesmas proporções, a pasta de Educação.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

49


se em representação, com 29% dos<br />

participantes, seguida das Secretarias<br />

de Educação (17%) e Conselhos (11%).<br />

Este dado pode ser analisado com<br />

base na dificuldade das administrações<br />

municipais de romper com os velhos<br />

paradigmas que estruturam e segmentam<br />

o atendimento a suas crianças e aos seus<br />

adolescentes quase que exclusivamente<br />

no departamento do serviço social.<br />

A baixa participação de representantes de<br />

adolescentes e dos Poderes Judiciário e<br />

Legislativo verificada durante a ocorrência<br />

dos Seminários Regionais Temáticos no ano<br />

de 2010 repercutiu também no Seminário<br />

Nacional. Nota-se no gráfico abaixo a<br />

escassa representação de autoridades do<br />

Sistema de Justiça e do Legislativo que<br />

juntos, somam apenas 2% do público.<br />

Por um lado, é possível interpretar a<br />

incipiente frequência do Judiciário,<br />

especificamente, como um reflexo<br />

do distanciamento histórico entre<br />

este Poder e a sociedade. Por outro<br />

lado, a baixa permeabilidade dos<br />

representantes do Sistema Judiciário<br />

frente às demandas da sociedade civil<br />

no tocante às garantias dos direitos de<br />

crianças e adolescentes aponta para a<br />

necessidade de aperfeiçoar e amplificar<br />

o canal de diálogo com os diversos<br />

órgãos que compõe essa instituição.<br />

Por fim, o percentual pouco significativo<br />

de adolescentes (1%), sinaliza para a<br />

necessidade de estimular, de maneira<br />

mais decisiva, a apropriação das<br />

instâncias de participação pública por<br />

parte desses que são atores fundamentais<br />

no conjunto das políticas públicas<br />

voltadas à criança e ao adolescente 7 .<br />

7 As estratégias e os desafios da participação social e política<br />

de adolescentes será abordada no capítulo 1.6 deste relatório<br />

(Participação Social de Crianças e Adolescentes).<br />

Gráfico 56 – Seminário Nacional: público presente, segundo o tipo de representação<br />

35%<br />

33%<br />

30%<br />

29%<br />

25%<br />

20%<br />

17%<br />

15%<br />

11%<br />

10%<br />

5%<br />

5%<br />

2%<br />

1% 1% 1% 1%<br />

0<br />

Outros<br />

Secretaria de Assis. Social<br />

Secretaria de Educação<br />

Conselhos<br />

Secretaria de Saúde<br />

Outras Secretarias<br />

Adolescentes<br />

Imprensa<br />

Sistema de Justiça<br />

Sistema Legislativo<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Seminário Nacional 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

50


1.5 PLANO MUNICIPAL PARA A<br />

INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA<br />

No dia 19 de abril de 2011, o Conselho<br />

Nacional dos Direitos da Criança e<br />

do Adolescente - Conanda aprovou<br />

os eixos, as diretrizes e os objetivos<br />

estratégicos do Plano Decenal dos Direitos<br />

Humanos de Crianças e Adolescentes<br />

que estabelece os parâmetros para<br />

a política de promoção e defesa dos<br />

direitos da infância e adolescência.<br />

Fruto de um trabalho iniciado em 2009,<br />

as orientações aprovadas são resultado<br />

de ampla participação de setores<br />

governamentais e da sociedade.<br />

Na 8ª Conferência Nacional dos Direitos<br />

da Criança e do Adolescente – realizada<br />

em Brasília, em dezembro de 2009,<br />

e precedida por 2.611 conferências<br />

municipais, 260 conferências regionais<br />

e 27 conferências estaduais – foram<br />

aprovadas as diretrizes gerais do Plano.<br />

Um Grupo de Trabalho Interministerial,<br />

coordenado pela Secretaria de Direitos<br />

Humanos da Presidência da República e<br />

pelo Conanda, com apoio de consultorias<br />

especializadas, responsabilizou-se pela<br />

sistematização das propostas deliberadas<br />

na Conferência Nacional, elaborando<br />

um documento que foi submetido à<br />

consulta pública em outubro de 2010,<br />

recebendo contribuições que foram<br />

consideradas em seu formato final.<br />

Paralelamente, a Rede Nacional pela<br />

Primeira Infância 1 elaborou a proposta de<br />

um Plano Nacional pela Primeira Infância<br />

que propõe ações articuladas de promoção<br />

e realização dos direitos da criança de<br />

até 6 anos de idade, para um período<br />

de 12 anos 2 . O Plano foi construído com<br />

ampla participação de organizações<br />

governamentais e não-governamentais,<br />

pesquisadores, especialistas, técnicos e<br />

outros profissionais que atuam no campo<br />

dos direitos da criança. A proposta foi<br />

aprovada pelo Conanda em 14 de<br />

dezembro de 2010 e incorporada ao<br />

Plano Decenal como objetivo estratégico.<br />

O Plano Decenal contém os elementos de<br />

uma política nacional para a infância e<br />

a juventude brasileiras, representando:<br />

• A passagem de experiências de<br />

elaboração de planos temáticos ou<br />

setoriais para um enfoque abrangente<br />

e inclusivo, estimulador de ações<br />

intersetoriais e articuladas;<br />

• A superação de planos<br />

governamentais de curto prazo,<br />

limitados a uma gestão, em<br />

favor de um planejamento de<br />

médio e longo prazos, ou seja, a<br />

substituição de políticas de governo<br />

por uma política de Estado.<br />

Para ser posto em prática, o Plano<br />

foi encaminhado aos Ministérios para<br />

que cada um estabelecesse suas<br />

metas e ações com base nas diretrizes<br />

e objetivos estratégicos aprovados.<br />

Estados e municípios também deveriam<br />

ser estimulados a definir metas e ações<br />

locais, de modo que os Planos Plurianuais<br />

dos três níveis de governo incorporassem<br />

1 Articulação nacional de organizações da sociedade civil, do<br />

governo, do setor privado, de outras redes e de organizações<br />

multilaterais que atuam na promoção da primeira infância como<br />

item prioritário na defesa dos direitos da criança e do adolescente.<br />

2 O marco final do Plano é 2022, ano do bicentenário da<br />

Independência do Brasil, uma data símbolo para uma sociedade<br />

que se quer democrática e inclusiva.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

51


os compromissos relativos à infância<br />

e à adolescência, garantindo sua<br />

consideração nos orçamentos públicos.<br />

A <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> - Save the Children,<br />

por meio do Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança, antecipou-se a essa orientação<br />

nacional e, por meio da publicação<br />

Plano Municipal para a Infância e<br />

a Adolescência - Guia para Ação<br />

Passo a Passo, convidou os gestores<br />

municipais a liderarem o processo<br />

de elaboração do Plano Municipal<br />

para a Infância e a Adolescência,<br />

oferecendo subsídios práticos para<br />

a realização dessa atividade.<br />

A cartilha disponibilizada pelo<br />

Programa contém o passo a passo para<br />

elaboração do Plano Municipal para<br />

Infância e Adolescência com o objetivo<br />

de estimular os municípios a definir<br />

metas e ações locais orientadas pelas<br />

diretrizes e pelos objetivos estratégicos<br />

nacionais. Dessa forma, o Programa<br />

reiterou a importância e recomendou<br />

aos municípios a intersetorialidade e a<br />

articulação das políticas como formas<br />

de viabilizar a descentralização, de<br />

considerar os múltiplos aspectos das<br />

questões - especialmente das sociais,<br />

que nem sempre podem ser resolvidas<br />

por políticas setoriais ou especializadas<br />

- de evitar a pulverização de recursos,<br />

mas agregar forças e criar sinergias em<br />

prol da viabilidade das ações fixadas.<br />

Além do enfoque abrangente e<br />

inclusivo propôs, ainda, que essas<br />

políticas fossem pensadas de modo<br />

a superar os planos governamentais<br />

de curto prazo, em favor de um<br />

planejamento de médio e longo prazos,<br />

favorecendo a conversão de políticas<br />

de governo em políticas de Estado,<br />

em detrimento de práticas clientelistas<br />

e de interesses políticos menores.<br />

Vale ressaltar que o Plano Municipal<br />

para a Infância e Adolescência<br />

representa o compromisso do município<br />

com a qualificação das políticas em<br />

benefício de crianças e adolescentes.<br />

O Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança recomendou aos prefeitos<br />

liderar o processo de elaboração do<br />

Plano Municipal para a Infância e<br />

Adolescência em razão da atribuição<br />

do poder público garantir os direitos<br />

sociais básicos tais como o acesso<br />

à saúde, à educação e à assistência<br />

social, bem como garantir os recursos<br />

necessários para viabilizar a elaboração<br />

e a execução dessas políticas públicas.<br />

Após a sua elaboração, para que o Plano<br />

Municipal para a Infância e Adolescência<br />

se convertesse em política municipal<br />

com perspectiva de continuidade,<br />

recomendou-se seu encaminhamento à<br />

Câmara Municipal para apreciação e<br />

transformação em dispositivo legal.<br />

1.6 PARTICIPAÇÃO SOCIAL DE<br />

CRIANÇAS E ADOLESCENTES<br />

Este texto aborda a questão da<br />

participação social de crianças e<br />

adolescentes como um dos grandes<br />

desafios a serem enfrentados no âmbito<br />

da família, da comunidade e do<br />

Estado. Sendo assim, este documento<br />

pretende convidá-los a refletir sobre<br />

essa questão a partir dos referenciais<br />

legais, teóricos e práticos que nortearam<br />

as ações do Programa Prefeito Amigo<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

52


da Criança e o diálogo com os<br />

municípios na gestão 2009-2012.<br />

Conforme já mencionado, com base nos<br />

compromissos assumidos pelo Estado<br />

Brasileiro na seção especial pela Criança<br />

da Organização das Nações Unidas<br />

(ONU), descritos no documento Um<br />

Mundo para as Crianças e no Estatuto da<br />

Criança e do Adolescente, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança atua com<br />

foco na qualificação das políticas em<br />

benefício da infância e da adolescência.<br />

A Convenção Internacional dos Direitos<br />

da Criança 1 , bem como o Estatuto da<br />

Criança e do Adolescente 2 afirmam,<br />

entre outros, o direito a participação<br />

das crianças na elaboração das<br />

políticas, exigindo dos municípios um<br />

reordenamento político para garantir os<br />

direitos das crianças e dos adolescentes.<br />

Esse processo pressupõe mudança de<br />

paradigma no que se refere ao lugar<br />

destinado às nossas crianças e aos<br />

nossos adolescentes e a forma como<br />

é entendido o seu protagonismo.<br />

“Protagonismo juvenil é a participação do<br />

adolescente em atividades que extrapolam<br />

os âmbitos de seus interesses individuais e<br />

familiares e que podem ter como espaço<br />

a escola, os diversos âmbitos da vida<br />

comunitária (igrejas, clubes, associações)<br />

e até mesmo a sociedade em sentido mais<br />

amplo, através de campanhas, movimentos<br />

e outras formas de mobilização que<br />

transcendem os limites de seu entorno<br />

sócio- comunitário” (COSTA, 1996, p. 90).<br />

A partir do processo de redemocratização<br />

do País, crianças e adolescentes<br />

conquistaram importantes espaços voltados<br />

para a discussão e a deliberação de<br />

políticas, passando a ser entendidos<br />

como sujeitos de direitos. Nesse<br />

modelo, a garantia de direitos de<br />

crianças e adolescentes passou a ser de<br />

responsabilidade de todos: família, Estado<br />

e sociedade. Nesse sentido, estruturaramse<br />

novas formas de participação política.<br />

A participação de crianças e<br />

adolescentes nesse processo favoreceu<br />

seu desenvolvimento pessoal, a partir do<br />

exercício da cidadania, autonomia, da<br />

solidariedade, da ética, do respeito e do<br />

compromisso com a transformação social.<br />

Outro aspecto fundamental relacionase<br />

ao aprimoramento do processo<br />

democrático. A inserção de crianças e<br />

adolescentes em espaços estratégicos<br />

já consolidados e/ou a criação de<br />

espaços legítimos que favoreçam sua<br />

participação serão ainda mais efetivos<br />

com o envolvimento dos mesmos no<br />

debate e na definição de estratégias.<br />

Vale ressaltar que a criação de espaços<br />

formais de discussão e deliberação das<br />

políticas com a presença de adolescentes<br />

é um importante avanço nos processos de<br />

planejamento e fiscalização das políticas<br />

públicas, entretanto, por si só, não<br />

garantem a qualidade dessa participação.<br />

De acordo com Bertuol, “As crianças<br />

ficam de fora da questão pública<br />

e são chamadas apenas para<br />

participar na definição de detalhes<br />

1 Art. 12 a 15<br />

2 Art. 16, inciso VI<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

53


de processos previamente definidos”<br />

(BERTUOL, 2008, p. 12).<br />

A partir dos referenciais legais e teóricos<br />

apresentados, o Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança propôs aos municípios<br />

algumas estratégias com o objetivo de<br />

estimular e qualificar a participação<br />

social de crianças e adolescentes, como<br />

a participação de adolescentes na<br />

Comissão Municipal de Acompanhamento<br />

e Avaliação no processo de elaboração<br />

do Plano Municipal para Infância<br />

e Adolescência, e nos Seminários<br />

Temáticos realizados durante a gestão.<br />

Conforme recomendação presente no<br />

Guia do Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança, a Comissão Municipal de<br />

Acompanhamento e Avaliação deveria<br />

ser composta pelos atores estratégicos<br />

do Sistema de Garantia dos Direitos. Ou<br />

seja, a CMAA teria em sua composição<br />

representantes do Executivo, Legislativo,<br />

Judiciário, Ministério Público, Defensoria<br />

Pública, Conselhos Setoriais, Tutelares e<br />

de Direitos, organizações da sociedade<br />

civil e adolescentes, entre outros.<br />

A CMAA deveria ter uma agenda de<br />

trabalho e seu papel de contribuir<br />

para a elaboração e qualificação das<br />

políticas em benefício da criança e do<br />

adolescente, bem como monitorar e<br />

fiscalizar sua efetividade. Entretanto, foi<br />

possível observar que aproximadamente<br />

98% dos municípios que constituíram<br />

a Comissão não apresentam<br />

adolescentes entre seus integrantes.<br />

Ao retomar a trajetória do Programa no que<br />

diz respeito à realização dos Seminários<br />

Temáticos em 2010, que reuniu um público<br />

de 828 participantes, verificou-se a<br />

presença de 5% de adolescentes, sendo<br />

4% por solicitação do Programa e apenas<br />

1% representando os municípios presentes.<br />

Na ocasião desses eventos, foi proposto<br />

aos municípios que sediaram os três<br />

primeiros encontros a formação de um<br />

grupo de adolescentes, indicados por uma<br />

organização local que tinha por objetivo a<br />

construção conjunta de um espaço, numa<br />

perspectiva ética, na qual os meninos e<br />

meninas não fossem colocados no lugar de<br />

meros depositários das falas dos adultos,<br />

de repetidores de discursos prontos.<br />

Em um primeiro momento, esse grupo,<br />

em parceria com o mediador, levantaria<br />

questões que fossem importantes para<br />

cada um a partir das suas singulares<br />

histórias e depois faria uma leitura<br />

coletiva desses fenômenos que muitas<br />

vezes tendiam a se repetir entre o grupo<br />

e em grupos de diferentes regiões.<br />

Foi discutido então como elaborar uma<br />

apresentação para os demais participantes<br />

com as problemáticas que emergiram,<br />

e a partir destas uma construção crítica<br />

de dispositivos que poderiam lidar com<br />

o tema ou situação e/ou melhorias<br />

dos mecanismos já existentes.<br />

Entretanto, ao longo dos seminários<br />

surgiram alguns fatores que fragilizaram<br />

o conceito do Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança sobre a “participação ética<br />

do jovem”, o que gerou uma mobilização<br />

para a reflexão destas questões.<br />

Como diagnosticado acima, notou-se a<br />

ausência de uma participação substantiva,<br />

espontânea deste público, uma vez que<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

54


houve uma prévia instrução daquilo<br />

que podia ou não ser dito. Buscou-se,<br />

ao contrário disso, uma participação<br />

aberta e livre, atendendo assim aos<br />

preceitos enunciados pela Convenção<br />

Internacional dos Direitos da Criança.<br />

Outro fator relevante se refere à reação<br />

do público participante que esvaziava<br />

a plenária durante a participação dos<br />

adolescentes na mesa e que, em muitos<br />

casos, propôs um debate que deslocava<br />

o jovem do lugar que estava ali para<br />

ocupar. Ou seja, o lugar de sujeito que<br />

tinha um posicionamento atuante frente<br />

àqueles que se propunham se reunir por<br />

dois dias para discutir política pública<br />

de garantias do direito da criança e do<br />

adolescente. Deparou-se com questões<br />

como: “Você acredita em Deus” “Se seu<br />

pai te abandonasse você o perdoaria”.<br />

Esse movimento não foi observado somente<br />

na plateia. Em um dos seminários, o<br />

fornecedor responsável pela filmagem<br />

do evento desligou a câmera quando os<br />

adolescentes compuseram uma mesa de<br />

debate e, quando advertido, respondeu<br />

com naturalidade: “Mas agora não<br />

é só a parte dos adolescentes”.<br />

Esse fenômeno fez com que também<br />

a equipe do Programa reavaliasse<br />

suas estratégias no sentido de afirmar<br />

o protagonismo dos adolescentes.<br />

Surgiram as seguintes indagações: Como<br />

se compreendia essa participação<br />

O que se pretendia A intenção era<br />

trazê-los enquanto sujeitos potentes<br />

para essa roda de conversa.<br />

Dessa forma, todos foram convidados a<br />

olhar criticamente para as relações que<br />

eram estabelecidas com esses meninos e<br />

meninas a partir de suas práticas. Qual<br />

a qualidade dessa relação Qual lugar<br />

era permitido à criança e ao adolescente<br />

ocupar dentro da nossa organização/<br />

sociedade O que se compreende por<br />

protagonismo e autonomia Qual o<br />

limite entre cuidado e controle Como<br />

promover uma interlocução de qualidade<br />

Os adultos estão preparados para<br />

ouvir Estão dispostos a questionar o<br />

lugar de tutela que muitas vezes é o<br />

único ofertado por nós às crianças e<br />

aos adolescentes Estão autorizados a<br />

interpretar suas demandas e falar por eles<br />

A participação social de crianças<br />

e adolescentes não se dá pela<br />

reprodução de discursos prontos e sim<br />

pela possibilidade da criança e do<br />

adolescente vivenciarem uma experiência<br />

transformadora pautada no diálogo, na<br />

perspectiva de pertencimento vinculando os<br />

acontecimentos de sua micro realidade com<br />

a macro realidade em que estão inseridos,<br />

para que possam ser protagonistas<br />

de suas histórias pessoal e social.<br />

Conforme apontado no item 1.4, o<br />

Seminário Temático Nacional realizado<br />

em 2011 tinha como objetivo discutir<br />

o Plano Decenal dos Direitos Humanos<br />

da Criança e do Adolescente e sua<br />

operacionalização nos municípios,<br />

bem como temas estratégicos nos<br />

eixos abordados pelo Programa<br />

votados pelos próprios municípios.<br />

Nessa ocasião, foi registrada a<br />

presença de 600 pessoas, entre elas<br />

duas crianças e oito adolescentes<br />

entre os representantes dos municípios,<br />

totalizando 1,6% do público presente.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

55


A partir da experiência dos Seminários<br />

Temáticos Regionais 2010, foi repensada<br />

a forma de participação dos adolescentes.<br />

Identificou-se e elegeu-se, então, uma<br />

experiência concreta, ética e efetiva de<br />

participação de adolescentes a partir de<br />

uma intervenção direta em sua realidade.<br />

A mesa de violência institucional teve,<br />

entre seus palestrantes, as adolescentes<br />

Edilene e Maruska, de 17 e 16 anos<br />

respectivamente, apresentando um<br />

projeto anti-bullying que, a partir de<br />

suas experiências enquanto vítimas, o<br />

elaboraram e executaram na escola<br />

estadual em que estudam no município<br />

de Caxias do Sul (RS), com resultado<br />

expressivo: redução de 50% dos<br />

casos de prática do bullying.<br />

No que se refere ao Plano Municipal para<br />

a Infância e Adolescência, a metodologia<br />

proposta e descrita no Guia para Ação<br />

Passo a Passo para elaboração do Plano<br />

durante o Seminário Nacional, prevê<br />

a realização de oficinas com os atores<br />

estratégicos do Sistema de Garantia<br />

dos Direitos, inclusive adolescentes.<br />

Essa atividade, de caráter estruturante e<br />

permanente, foi realizada em todas as suas<br />

etapas por apenas um município integrante<br />

do Programa, que corresponde a 0,3%<br />

dos municípios atuantes nessa etapa.<br />

O Mapa PPAC situação 2010 também<br />

confirma a dinâmica observada nas<br />

atividades descritas acima: dos 316<br />

municípios que responderam essa<br />

etapa, 77% afirmam não contar<br />

com a participação de crianças e<br />

adolescentes na elaboração e ou<br />

execução de seus programas.<br />

Ao analisar por grupos, identificou-se<br />

um total de 148 municípios do Grupo<br />

1 que responderam ao Mapa situação<br />

2010 e, deste, 79% responderam “não”<br />

com relação a essa questão, próximo ao<br />

resultado observado no Grupo 2, onde<br />

dos 126 municípios respondentes, 78%<br />

disseram “não”. Já no Grupo 3, esse<br />

percentual sofreu uma pequena redução,<br />

chegando a 71% dos municípios, dos<br />

42 que responderam ao Mapa.<br />

Sendo assim, os dados apresentados<br />

acima reafirmaram a necessidade do<br />

desenvolvimento de estratégias efetivas<br />

por parte do governo e da sociedade<br />

civil, de modo a incentivar e aperfeiçoar<br />

os mecanismos de participação<br />

social de crianças e adolescentes.<br />

O Programa Prefeito Amigo da Criança<br />

tem entre suas prioridades para a gestão<br />

2013-2016 o desafio de redesenhar<br />

sua proposta metodológica visando<br />

criar, em parceria com os municípios<br />

integrantes do Programa, as condições<br />

necessárias para que as crianças e os<br />

adolescentes possam ter garantidos<br />

o direito à saúde, à educação, à<br />

proteção e inclusive à participação.<br />

No Livro Vozes e Olhares, a psicanalista<br />

Cristiane Barreto faz o convite à seguinte<br />

reflexão: “Para entender uma época ou<br />

saber sobre uma pátria, bastaria debruçarse<br />

sobre os modos de vida dos seus<br />

adolescentes e o lugar reservado a eles,<br />

pois estes – citando Bernard Nominé –<br />

costumam revelar o que uma civilização<br />

se empenha em dominar e esconder”.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

56


CAPÍTULO 2<br />

RECONHECIMENTO DOS<br />

PREFEITOS AMIGOS DA CRIANÇA:<br />

GESTÃO 2009-2012<br />

Introdução<br />

O presente capítulo tem como objetivo<br />

a apresentação e a análise geral dos<br />

resultados obtidos pelos municípios que<br />

aderiram ao PPAC de acordo com os<br />

critérios de avaliação estabelecidos pelo<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança,<br />

considerando cada uma das etapas<br />

(instrumentos) do processo de monitoramento.<br />

Esta seção do Relatório tem por finalidade,<br />

sobretudo, evidenciar os avanços e/ou melhoria<br />

na condição de vida de crianças e adolescentes<br />

dos municípios reconhecidos pelo Programa.<br />

O item “<strong>2.1</strong> Mapa PPAC – Evolução dos<br />

Indicadores” analisa a evolução dos indicadores<br />

sociais dos municípios reconhecidos pelo<br />

Programa por meio da comparação das<br />

informações presentes nos Mapas quantitativos<br />

(situação 2008, 2009 e 2011), associadas<br />

aos dados qualitativos do Mapa situação<br />

2010. Tais análises encontram-se estruturadas<br />

a partir da seleção de alguns indicadores<br />

estratégicos, segundo os eixos do Programa<br />

e os dados consolidados dos grupos PPAC.<br />

Na sequência, o item “2.2 Orçamento<br />

Criança e Adolescente” trará a análise dos<br />

recursos destinados direta e indiretamente<br />

à infância e à adolescência.<br />

O texto seguinte, “2.3 Metodologia de<br />

Avaliação”, indica como foi conduzido<br />

o processo de avaliação, tendo em vista<br />

as condicionalidades do Programa, a<br />

análise da evolução dos indicadores e a<br />

consonância com os preceitos legais.<br />

No item “2.4 Boas Práticas” há a exposição,<br />

em síntese, das boas práticas reconhecidas<br />

pelo PPAC, segundo os eixos do Programa e,<br />

por fim, no tópico “2.5” são apresentadas as<br />

“Considerações Finais”, que conjuga as análises<br />

feitas nos itens anteriores e apresenta a relação<br />

de municípios reconhecidos pelo Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança gestão 2009-2012.<br />

<strong>2.1</strong> MAPAS PPAC - EVOLUÇÃO<br />

DOS INDICADORES<br />

Conforme disposto no capítulo “1.2” deste<br />

relatório, 307 municípios concluíram todas as<br />

etapas propostas durante a gestão 2009-2012<br />

do Programa Prefeito Amigo da Criança e, em<br />

razão disso, foram avaliados de acordo com<br />

os critérios publicados no edital de premiação<br />

com o objetivo de seu reconhecimento<br />

nas categorias descritas no documento.<br />

A partir dos dados quantitativos informados nos<br />

Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011, foi<br />

possível observar diferentes níveis de variação<br />

nos valores apresentados que, somados aos<br />

dados qualitativos do Mapa 2010, sinalizam<br />

de que forma foram desenvolvidas as políticas<br />

em benefício de crianças e adolescentes<br />

nos municípios finalistas do Programa.<br />

Para a construção desse item, foram<br />

selecionados seis indicadores estratégicos dos<br />

eixos Promovendo Vidas Saudáveis, Acesso à<br />

Educação de Qualidade e Proteção Contra<br />

Maus-Tratos, Exploração e Violência.<br />

Os indicadores selecionados são aqueles<br />

que permitem uma melhor compreensão da<br />

condição de vida de crianças e adolescentes<br />

nos municípios brasileiros, bem como uma<br />

avaliação da efetividade das políticas públicas<br />

destinadas à garantia e à defesa de direitos.<br />

Sendo assim, este capítulo trata da<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

57


análise da evolução desse grupo de<br />

indicadores, informados pelos municípios,<br />

a partir do preenchimento dos Mapas<br />

propostos nessa gestão. São eles:<br />

Eixo Resultados de gestão Indicador estratégico<br />

Reduzir a mortalidade infantil<br />

1 - Promovendo<br />

de menores de 1 ano<br />

Taxa de mortalidade infantil<br />

Vidas Saudáveis<br />

Reduzir a mortalidade de<br />

menores de 5 anos<br />

Taxa de mortalidade na infância<br />

2 - Acesso à Educação Garantir o atendimento com qualidade, Taxa de cobertura de creche<br />

de Qualidade<br />

em creche e pré-escola, em tempo integral Taxa de cobertura de pré-escola<br />

Proteger as crianças e os adolescentes Notificações de casos<br />

3 - Proteção Contra<br />

de todas as formas de violência<br />

de violência<br />

Maus-tratos, Exploração<br />

Taxa de cobertura de crianças e<br />

e Violência<br />

Erradicar o trabalho infantil<br />

adolescentes em trabalho infantil<br />

EIXO 1 – PROMOVENDO<br />

VIDAS SAUDÁVEIS<br />

Promover vidas saudáveis envolve educação,<br />

assistência social, habitação, segurança<br />

alimentar, iniciativas e ações das três esferas de<br />

governo. A saúde é um desafio transdisciplinar<br />

e, portanto, implica ações intersetoriais.<br />

Investir em políticas de saúde é estratégia<br />

fundamental para garantir a sobrevivência de<br />

crianças, seu crescimento e desenvolvimento<br />

pleno. A qualidade dos serviços de<br />

saúde e as condições de moradia e de<br />

infraestrutura (acesso à água potável e ao<br />

esgotamento sanitário) têm efeitos diretos<br />

sobre o seu desenvolvimento psicomotor e<br />

intelectual, bem como, são determinantes<br />

para que esta criança chegue à vida<br />

adulta de forma digna e saudável.<br />

De acordo com a Constituição de 1988<br />

e pelas leis 8.080 e 8.042, de 1990, as<br />

políticas públicas de saúde no Brasil são<br />

regidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS),<br />

que tem como condição central o acesso<br />

universal e seu reconhecimento como um direito<br />

básico do cidadão e dever do Estado. Para<br />

tal esforço, preconiza-se a descentralização<br />

do atendimento e dos serviços entre os<br />

entes federados, ou seja, a divisão de<br />

responsabilidades e tarefas entre municípios,<br />

Estados e a União. Essas atribuições estão<br />

expressas nos Planos Nacional, Estaduais e<br />

Municipais de Saúde, deixando clara a função<br />

de cada ente no atendimento aos cidadãos.<br />

O Sistema Único de Saúde considera as<br />

disparidades regionais de um país de<br />

grandes proporções, como é o caso do<br />

Brasil, e prioriza a prevenção e o tratamento<br />

de doenças, participando das políticas<br />

de saneamento e vigilância sanitária de<br />

forma ativa. A prevenção também antevê a<br />

efetiva participação da sociedade, por isso<br />

deve incluir a participação dos usuários,<br />

profissionais de saúde, instituições de<br />

classe e instituições da sociedade civil.<br />

A proposta do Programa Prefeito Amigo<br />

da Criança dialoga diretamente com<br />

as diretrizes e pressupostos descritos<br />

acima e propõe dois temas estratégicos<br />

para analisar a evolução: Taxa de<br />

Mortalidade Infantil e Taxa de Mortalidade<br />

na Infância nos municípios finalistas do<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

58


TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL<br />

Número de óbito de residentes com menos de um ano de idade x 1.000<br />

=<br />

Número de nascidos vivos de mães residentes<br />

A taxa de mortalidade infantil é a frequência<br />

com que ocorrem óbitos de crianças menores<br />

de um ano em relação ao número de crianças<br />

nascidas vivas neste período em uma dada<br />

localidade. É um importante instrumento no<br />

diagnóstico da condição de vida da população<br />

de uma localidade.<br />

O desempenho de um município neste quesito<br />

revela sua condição socioeconômica: situação<br />

de nutrição da população, de saneamento<br />

básico, fornecimento de água potável de<br />

qualidade e acesso dos munícipes a serviços<br />

públicos de saúde e educação.<br />

Para o cálculo da variação da taxa de<br />

mortalidade infantil (crianças menores de 1<br />

ano) de 2008 para 2011, foram considerados<br />

os 307 municípios que responderam o<br />

Mapa situação 2011. Desse universo,<br />

53,09% apresentaram redução das taxas<br />

de mortalidade, enquanto 28,01% elevaram<br />

a taxa de 2008 para 2011 e 14,98%<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

Como inconsistentes agruparam-se dados<br />

que apresentaram valores distorcidos,<br />

extremamente altos ou baixos, em<br />

relação aos demais dados. Este<br />

tipo de imprecisão, se confirmada,<br />

pode estar relacionada a problemas<br />

no processo de registro, coleta e<br />

transmissão de tais informações.<br />

Foi possível observar que 48 municípios<br />

(15,64%) reduziram suas taxas de mortalidade<br />

infantil de 0,01% a 20%; 39 municípios<br />

(12,70%) apresentaram uma redução de<br />

20,01% a 40%; 31 municípios (10,10%)<br />

tiveram a taxa de mortalidade reduzida entre<br />

40,01% e 60%; 22 municípios (7,17%)<br />

apresentaram redução entre 60,01% e 80%;<br />

23 municípios (7,49%) reduziram em mais<br />

de 80% e, por fim, 12 municípios (3,91%)<br />

não alteraram a taxa de 2008 para 2011.<br />

Tabela 8 – Faixas de variação da taxa de mortalidade infantil em<br />

crianças menores de 1 ano (por mil nascidos vivos) por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 23 7,49<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 22 7,17<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 31 10,10<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 39 12,70<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 48 15,64<br />

Sem alteração 12 3,91<br />

Total de redução 163 53,09<br />

Aumentou 86 28,01<br />

Inconsistente 46 14,98<br />

TOTAL 307 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

59


ANÁLISE DO GRUPO 1<br />

Pode-se elucidar, pela tabela 9, a<br />

distribuição dos municípios do grupo<br />

1 pelas faixas de variação da taxa de<br />

mortalidade infantil. Verifica-se que dos<br />

146 municípios pertencentes a esse grupo,<br />

60,96% tiveram redução na taxa de<br />

mortalidade entre 2008 e 2011.<br />

Destes, 2,05% apresentaram redução<br />

entre 60,01% e 80%; 13,01% dos<br />

municípios apresentaram redução entre<br />

40,01% e 60%; 20,55% reduziram a<br />

taxa de mortalidade entre 20,01% e 40%;<br />

e 25,34% dos municípios do grupo 1<br />

apresentaram redução de até 20%. 47<br />

municípios (32,19%) tiveram aumento da<br />

taxa de mortalidade infantil e 10 (6,85%)<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

Tabela 9 – Faixas de variação da taxa de mortalidade infantil em<br />

crianças menores de 1 ano (por mil nascidos vivos) por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 1<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 0 0,00<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 3 2,05<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 19 13,01<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 30 20,55<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 37 25,34<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Total de redução 89 60,96<br />

Aumentou 47 32,19<br />

Inconsistente 10 6,85<br />

TOTAL 146 100,00<br />

ANÁLISE DO GRUPO 2<br />

Considerando os 120 municípios que<br />

compõem o grupo 2, é possível observar<br />

que 43,33% destes apresentaram redução<br />

da taxa de mortalidade infantil entre 2008<br />

e 2011. Ao serem analisadas as faixas de<br />

redução, verifica-se que 15% dos municípios<br />

indicaram redução da taxa de mortalidade<br />

superior a 80%; 9,17% dos municípios<br />

apresentaram redução entre 60,01% e 80%;<br />

5% dos municípios reduziram a mortalidade<br />

entre 40,01% e 60%, 6,67% apresentaram<br />

redução na faixa de 20,01% a 40%; e<br />

18,33% tiveram a taxa de mortalidade<br />

reduzida em até 20%. Vale ressaltar que<br />

27 municípios (22,50%) tiveram aumento<br />

da taxa e 28 municípios (23,33%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

60


Tabela 10 – Faixas de variação da taxa de mortalidade infantil em<br />

crianças menores de 1 ano (por mil nascidos vivos) por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 2<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 18 15,00<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 11 9,17<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 6 5,00<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 8 6,67<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 9 18,33<br />

Total de redução 52 43,33<br />

Aumentou 27 22,50<br />

Sem alteração 13 10,83<br />

Inconsistente 28 23,33<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 120 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 3<br />

O grupo 3 é composto por 41 municípios.<br />

Destes, 65,85% informaram redução da<br />

taxa de mortalidade infantil entre os anos<br />

2008 e 2011. Neste agrupamento, 26,8%<br />

apresentaram redução maior que 80% na<br />

taxa de mortalidade infantil; 17,07% dos<br />

municípios tiveram redução entre 60,01%<br />

e 80%; 4,87% apresentaram redução entre<br />

40,01% e 60%; 7,31% reduziram a taxa de<br />

Tabela 11 – Faixas de variação da taxa de mortalidade infantil em<br />

crianças menores de 1 ano (por mil nascidos vivos) por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 3<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 11 26,82<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 7 17,07<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 2 4,87<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 3 7,31<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 4 9,75<br />

Total de redução 27 65,85<br />

Aumentou 6 14,63<br />

Sem alteração 1 2,44<br />

Inconsistente 7 17,07<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 41 100<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

61


mortalidade entre 20,01% e 40%; e 9,75%<br />

tiveram redução na taxa de mortalidade de<br />

até 20%. 6 municípios do grupo 3 (14,63%)<br />

aumentaram a taxa de mortalidade<br />

infantil entre 2008 e 2011 e 7 (17,07%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

Faz-se necessário evidenciar a distribuição<br />

dos agrupamentos dos municípios com<br />

a evolução dos indicadores propostos.<br />

Deste modo, a ilustração gráfica abaixo<br />

representa a comparação entre os Mapas<br />

situação 2008 e 2011 por grupos.<br />

Percebe-se que as faixas de redução têm<br />

predominância para todos os grupos. O<br />

grupo 3 apresentou 66% de municípios<br />

que reduziram a taxa, enquanto que<br />

no grupo 1 foi de 61% e no grupo 2 a<br />

redução se deu para 43% dos municípios.<br />

Gráfico 57 – Mapas situação 2008, 2009<br />

e 2011: variação da taxa de<br />

mortalidade infantil, por grupos<br />

Grupo 3 6<br />

Grupo 2<br />

27<br />

22 1<br />

7<br />

Grupo 1 47<br />

89 10<br />

0 20 40 60 80 100 120 140 160<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

52<br />

13<br />

28<br />

Aumentou<br />

Reduziu<br />

Sem alteração<br />

Inconsistente<br />

TAXA DE MORTALIDADE NA INFÂNCIA<br />

Número de óbito de residentes com 5 anos de idade x 1.000<br />

=<br />

Número de nascidos vivos de mães residentes<br />

A taxa de mortalidade na infância é a frequência com que ocorrem os óbitos de crianças menores de 5 anos<br />

de idade, para uma dada população, em relação ao número de nascidos vivos em determinado ano.<br />

Para a taxa de mortalidade de menores de 5 anos, outros fatores se somam àqueles elencados para a<br />

mortalidade infantil. Como a criança já pode movimentar-se, o ambiente que a cerca passa a ter maior<br />

influência sobre sua saúde. Nesse caso, a falta de saneamento básico e cuidados com a higiene, por<br />

exemplo, podem levar a criança a se contaminar com vírus e bactérias, contraindo diferentes tipos de doenças.<br />

Nesse sentido, esse indicador é capaz de evidenciar as condições gerais de vida de uma dada população<br />

Para o cálculo da variação da taxa de<br />

mortalidade de menores de 5 anos por<br />

mil nascimentos de 2008 para 2011,<br />

consideram-se 307 municípios com<br />

respostas válidas. Dentre os municípios<br />

considerados, 60,59% apresentaram<br />

redução na taxa de mortalidade, 17,26%<br />

dos municípios tiveram aumento da taxa de<br />

mortalidade no período analisado e 15,96%<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

62


Tabela 12 – Faixas de variação da taxa de mortalidade<br />

de menores de 5 anos (por mil nascidos vivos) por quantidade<br />

de municípios PPAC de 2008 para 2011<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 61 19,87<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 22 7,17<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 21 6,84<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 37 12,05<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 45 14,66<br />

Sem alteração 19 6,19<br />

Total de redução 186 60,59<br />

Aumentou 53 17,26<br />

Inconsistente 49 15,96<br />

Fonte: Mapa PPAC gestão 2009-2012.<br />

TOTAL 307 100<br />

Foi possível verificar que 45 municípios<br />

(14,66%) apresentaram redução da taxa<br />

de mortalidade de menores de 5 anos na<br />

faixa de 0,01% a 20%; 37 municípios<br />

(12,05%) apresentaram redução no<br />

intervalo de 20,01% a 40%; 21 municípios<br />

(6,84%) tiveram a taxa de mortalidade<br />

reduzida entre 40.01% e 60%; 22<br />

municípios (7,17%) reduziram a taxa<br />

de mortalidade entre 60,01% e 80%; e<br />

61 municípios (19,87%) apresentaram<br />

uma redução na taxa de mortalidade de<br />

menores de 5 anos maior que 80%.<br />

ANÁLISE DO GRUPO 1<br />

Na tabela13, de distribuição<br />

dos municípios do grupo 1 pelas faixas de<br />

variação da taxa de mortalidade<br />

em menores de 5 anos (por mil<br />

nascimentos), é possível observar que<br />

dos 146 municípios pertencentes a esse<br />

grupo, 70,55% (103) tiveram redução<br />

na taxa de mortalidade entre 2008 e<br />

2011. Destes, 12,33% reduziram a taxa<br />

de mortalidade acima de 80%; 4,11%<br />

apresentaram redução entre 60,01% e<br />

80%; 9,59% dos municípios em questão<br />

apresentaram redução entre 40,01%<br />

e 60%; 19,86% reduziram a taxa de<br />

mortalidade entre 20,01% e 40%; e<br />

24,66% dos municípios do grupo 1<br />

apresentaram redução de até 20%. 31<br />

municípios (21,23%) tiveram aumento<br />

da taxa de mortalidade em menores<br />

de 5 anos e 12 municípios (8,22%)<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

63


Tabela 13 – Faixas de variação da taxa de mortalidade de menores<br />

de 5 anos (por mil nascidos vivos) por quantidade de municípios PPAC de<br />

2008 para 2011 - Grupo 1<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 18 12,33<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 6 4,11<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 14 9,59<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 29 19,86<br />

Reduziu de 0% a 20% 36 24,66<br />

Total de redução 103 70,55<br />

Aumentou 31 21,23<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Inconsistente 12 8,22<br />

Fonte: Mapas situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 146 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 2<br />

O grupo 2 é composto por 120 municípios.<br />

Destes, 47,50% apresentaram redução<br />

da taxa de mortalidade em menores de 5<br />

anos entre 2008 e 2011. Ao analisarmos<br />

as faixas de redução, vemos que 26,66%<br />

dos municípios tiveram redução da taxa<br />

de mortalidade superior a 80%; 7,5% dos<br />

municípios apresentaram redução entre<br />

60,01% e 80%; 5% dos municípios reduziram<br />

a mortalidade entre 40% e 60%, mesmo<br />

percentual dos que apresentaram redução<br />

Tabela 14 – Faixas de variação da taxa de mortalidade de menores<br />

de 5 anos (por mil nascidos vivos) por quantidade de municípios PPAC de<br />

2008 para 2011 - Grupo 2<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 32 26,66<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 9 7,50<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 6 5,00<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 6 5,00<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 4 3,33<br />

Total de redução 57 47,50<br />

Aumentou 16 13,33<br />

Sem alteração 17 14,17<br />

Inconsistente 30 25,00<br />

TOTAL 120 100<br />

Fonte: Mapas situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

64


na faixa de 20,01% a 40%; e 3,33%<br />

tiveram a taxa de mortalidade reduzida<br />

em até 20%. 16 municípios (13,33%)<br />

tiveram aumento da taxa de mortalidade em<br />

menores de 5 anos e 30 municípios (25%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

ANÁLISE GRUPO 3<br />

O grupo 3 possui 41 municípios, dos<br />

quais 63,41% tiveram redução da taxa de<br />

mortalidade de menores de 5 anos (por mil<br />

nascimentos) entre os anos 2008 e 2011.<br />

Entre os municípios do grupo 3, 26,82%<br />

apresentaram redução maior de 80% na taxa<br />

de mortalidade em menores de 5 anos; 17,07%<br />

dos municípios tiveram redução entre 60,01%<br />

e 80%; 4,87% apresentaram redução entre<br />

40,01% e 60%; 7,31% reduziram a taxa de<br />

mortalidade entre 20,01% e 40%; e 12,19%<br />

tiveram redução na taxa de mortalidade até<br />

20%. 6 municípios do grupo 3 (14,63%)<br />

aumentaram a taxa de mortalidade em menores<br />

de 5 anos entre 2008 e 2011 e 7 (17,07%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

Tabela 15 – Faixas de variação da taxa de mortalidade de menores<br />

de 5 anos (por mil nascidos vivos) por quantidade de municípios PPAC de<br />

2008 para 2011 - Grupo 3<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Reduziu mais que 80% 11 26,82<br />

Reduziu de 60,01% até 80% 7 17,07<br />

Reduziu de 40,01% até 60% 2 4,87<br />

Reduziu de 20,01% até 40% 3 7,31<br />

Reduziu de 0,01% a 20% 3 12,19<br />

Total de redução 26 63,41<br />

Aumentou 6 14,63<br />

Sem alteração 2 4,88<br />

Inconsistente 7 17,07<br />

Fonte: Mapas situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 41 100<br />

Conforme o gráfico 58, verifica-se que<br />

assim como na taxa de mortalidade infantil,<br />

em sua maioria, os municípios reduziram<br />

a taxa de mortalidade na infância.<br />

Destaque para o grupo 1, onde 55% dos<br />

municípios conseguiram reduzir essa taxa.<br />

Gráfico 58 – Mapa situação 2008 e 2011 de<br />

municípios por faixas de variação, por grupos<br />

Grupo 3 6<br />

Grupo 2<br />

16<br />

26 2<br />

7<br />

57<br />

17<br />

30<br />

Aumentou<br />

Reduziu<br />

Sem alteração<br />

Inconsistente<br />

A mortalidade na infância é um<br />

Grupo 1 31<br />

103 12<br />

indicador das prioridades e valores de<br />

um país, região ou município.<br />

Investir na saúde das crianças e de suas Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

0 20 40 60 80 100 120 140 160<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

65


mães não é apenas uma questão de direito,<br />

mas também de escolhas econômicas e o<br />

primeiro passo rumo a um futuro melhor.<br />

A taxa de mortalidade de menores de 5<br />

anos (por mil nascidos vivos) é o principal<br />

indicador desses investimentos e da<br />

evolução de um país em relação aos<br />

cuidados com suas crianças, pois reflete<br />

as preocupações nos primeiros anos de<br />

vida. O direito à sobrevivência ainda é<br />

uma questão importante a ser garantida.<br />

A mortalidade de crianças nos primeiros anos de<br />

vida é resultado de uma ampla gama de fatores<br />

entre os quais se destacam: a situação nutricional<br />

das mães e das crianças, o nível de imunização<br />

e terapia de reidratação oral, a disponibilidade<br />

de serviços de saúde para a criança e a mãe<br />

e a segurança do ambiente em que vivem, o<br />

que envolve questões de saneamento básico.<br />

Desde 1990, o Brasil apresentou melhoras<br />

significativas na garantia à sobrevivência<br />

de suas crianças, mas ainda persiste o<br />

desafio de superar as desigualdades<br />

regionais, como é o caso das regiões Norte<br />

e Nordeste, que apresentam os piores<br />

indicadores no que se refere a essa questão.<br />

EIXO 2 – ACESSO À EDUCAÇÃO<br />

DE QUALIDADE<br />

“Ensinar não é transferir conhecimento,<br />

mas criar as possibilidades para a sua<br />

própria produção ou a sua construção.”<br />

Paulo Freire<br />

Possibilitar o acesso à educação de<br />

qualidade desde a primeira infância até a<br />

adolescência faz-se necessário e urgente e<br />

requer um amplo esforço do poder público<br />

e da sociedade civil organizada, no sentido<br />

de delinear e implantar mecanismos que<br />

possam reverter essa situação. A educação<br />

é fundamental no processo de construção de<br />

uma sociedade democrática e na preparação<br />

do homem para o exercício da cidadania.<br />

O acesso à educação de qualidade<br />

compreende a ideia de que o poder público<br />

deve assegurar às crianças o atendimento<br />

pela rede pública de ensino, bem como<br />

garantir que todos os profissionais de<br />

educação sejam qualificados e bem<br />

remunerados; que as creches e pré-escolas<br />

apresentem infraestrutura adequada ao<br />

aprendizado e ao convívio comunitário -<br />

com salas de aula respeitando necessidades<br />

específicas de cada faixa etária, com<br />

adequada proporcionalidade entre o número<br />

de educandos por docentes; que sejam<br />

eliminadas as barreiras físicas que impedem<br />

o acesso à escola dos alunos portadores de<br />

necessidades educacionais especiais; que<br />

os investimentos para qualificar a educação<br />

sejam contínuos; e que, dentre outros<br />

fatores, se promova a aproximação entre a<br />

escola e a comunidade em seu entorno.<br />

Este posicionamento encontra um paralelo<br />

nas diretrizes e metas do Plano Nacional<br />

da Educação (PNE) 2001 1 , que enfatizam<br />

que o acesso à educação não se refere<br />

exclusivamente à garantia de vaga nas<br />

redes de ensino, mas diz respeito também às<br />

condições de formação e desenvolvimento de<br />

habilidades cognitivas, intelectuais, equilíbrio<br />

emocional e sociabilidade dos diferentes<br />

1 O Plano Nacional da Educação - PNE, aprovado pela Lei nº<br />

10.172/2001, apresenta objetivos e metas decenais que, de modo<br />

geral, visam a melhoria da qualidade da educação no país. Dentre<br />

as prioridades do PNE, pode-se citar: “a elevação global do nível<br />

de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino<br />

em todos os níveis; a redução das desigualdades sociais e regionais<br />

no tocante ao acesso e à permanência, com sucesso, na educação<br />

pública; a democratização da gestão do ensino público, nos<br />

estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação<br />

dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico<br />

da escola e a participação das comunidades escolar e local em<br />

conselhos escolares ou equivalentes” (MEC, 2001: 34).<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

66


grupos etários, étnico/raciais e sociais 2 .<br />

Sendo assim, este relatório se propõe<br />

a abordar indicadores relacionados à<br />

Educação Infantil por se tratar de um dos<br />

grandes desafios desse eixo, tanto no que<br />

se refere ao acesso como à qualidade.<br />

TAXA DE COBERTURA EM CRECHE<br />

Número de matrículas x 100<br />

=<br />

Número de crianças de 0 a 3 anos<br />

Este indicador revela a relação entre o número<br />

de crianças em idade de frequentar a creche<br />

e o número de vagas disponíveis nesta etapa<br />

da educação. Deste modo, aponta a partir do<br />

total de crianças de 0 a 3 anos quantas estão<br />

matriculadas em creches.<br />

A taxa de cobertura de creche permite avaliar<br />

como o município está lidando com essa etapa<br />

fundamental de formação das crianças de 0<br />

a 3 anos. Por meio deste indicador, é possível<br />

avaliar o quanto este serviço está disponível<br />

para a população<br />

Para o cálculo da variação da taxa de<br />

cobertura em creche de 2008 para<br />

2011, consideram-se 307 municípios<br />

com respostas válidas. Entre os municípios<br />

considerados, 74,27% apresentaram<br />

aumento da taxa de cobertura em creche,<br />

14,01% reduziram a taxa de cobertura<br />

em creche de 2008 para 2011 e 9,77%<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

Foi possível observar que 40 municípios<br />

(13,03%) aumentaram suas taxas de<br />

cobertura em creche de 0,01% a 20%;<br />

59 municípios (19,22%) apresentaram<br />

aumento de 20,01% a 40%; 40 municípios<br />

(13,03%) tiveram a taxa de cobertura em<br />

creche elevada entre 40,01% e 60%;<br />

30 municípios (9,77%) apresentaram<br />

aumento entre 60,01% e 80%; e 59<br />

2 Vale mencionar que o Plano Nacional de Educação (PNE) para a<br />

próxima década, com metas que vão de 2011 até 2020, foi entregue<br />

pelo Ministro da Educação, Fernando Haddad, ao presidente Luiz Inácio<br />

Lula da Silva em 15 de dezembro de 2010. Segundo o Ministério da<br />

Educação, este documento será submetido à apreciação e aprovação<br />

pelos parlamentares do Congresso Nacional para que se torne uma<br />

diretriz para todas as políticas educacionais do país (MEC, 2010).<br />

Tabela 16 – Faixas de variação da taxa de<br />

cobertura em creche por quantidade de municípios<br />

PPAC de 2008 para 2011<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 40 13,03<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 59 19,22<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 40 13,03<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 30 9,77<br />

Ampliou mais de 80% 59 19,22<br />

Total de ampliação 228 74,27<br />

Reduziu 43 14,01<br />

Sem alteração 6 1,95<br />

Inconsistente 30 9,77<br />

TOTAL 307 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

67


municípios (19,22%) aumentaram a<br />

taxa de cobertura em creche acima<br />

de 80% de 2008 para 2011.<br />

ANÁLISE DO GRUPO 1<br />

O grupo 1 é composto por 146<br />

municípios. Destes, 83,56% apresentaram<br />

aumento da taxa de cobertura em creche<br />

entre 2008 e 2011. Ao analisarmos as<br />

faixas de elevação, vemos que 7,55%<br />

dos municípios tiveram aumento da<br />

taxa de cobertura em creche superior a<br />

80%; 8,9% dos municípios apresentaram<br />

elevação entre 60,01% e 80%; 15,08%<br />

dos municípios aumentaram a taxa<br />

de cobertura em creche entre 40% e<br />

60%; 22,6% apresentaram elevação<br />

na faixa de 20,01% a 40%; e 18,49%<br />

tiveram a taxa de cobertura em creche<br />

elevada em até 20%. 14 municípios<br />

(9,59%) tiveram decréscimo da taxa<br />

de cobertura em creche entre 2008<br />

e 2011, e 10 municípios (6,85%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

Tabela 17 – Faixas de variação da taxa de cobertura<br />

em creche por quantidade de municípios<br />

PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 1<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 27 18,49<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 33 22,60<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 22 15,08<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 13 8,90<br />

Ampliou mais de 80% 27 7,55<br />

Total de ampliação 122 83,56<br />

Reduziu 14 9,59<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Inconsistente 10 6,85<br />

Fonte: Mapas situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 146 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 2<br />

Ao examinar-se a distribuição dos<br />

municípios do grupo 2 pelas faixas<br />

de variação da taxa de taxa de<br />

cobertura em creche, é possível identificar<br />

que dos 120 municípios pertencentes<br />

a esse grupo, 71,67% apresentaram<br />

aumento na taxa de cobertura em creche<br />

entre 2008 e 2011. Destes, 20,86%<br />

elevaram a taxa de mortalidade acima<br />

de 80%; 12,5% apresentaram elevação<br />

entre 60,01% e 80%; 11,66% dos<br />

municípios em questão apresentaram<br />

aumento entre 40,01% e 60%; 16,66%<br />

elevaram a taxa de cobertura em<br />

creche entre 20,01% e 40%; e 10% dos<br />

municípios do grupo 1 apresentaram<br />

aumento de até 20%. 23 municípios<br />

(19,16%) apresentaram decréscimo<br />

da taxa de cobertura em creche e<br />

11 municípios (9,16%) apresentaram<br />

informações inconsistentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

68


Tabela 18 – Faixas de variação da taxa de cobertura<br />

em creche por quantidade de municípios<br />

PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 2<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 12 10,01<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 20 16,66<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 14 11,66<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 15 12,50<br />

Ampliou mais de 80% 25 20,86<br />

Total de ampliação 86 71,67<br />

Reduziu 23 19,16<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Inconsistente 11 9,16<br />

Fonte: Mapas situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 120 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 3<br />

Dos 41 municípios que compõem o grupo<br />

3, 48,78% apresentaram elevação da<br />

taxa de cobertura em creche entre 2008<br />

e 2011. Ao analisarmos as faixas de<br />

elevação, podemos observar que 17,07%<br />

dos municípios tiveram aumento da taxa de<br />

cobertura em creche superior a 80%; 4,87%<br />

dos municípios apresentaram elevação entre<br />

60,01% e 80%; 9,75% dos municípios<br />

apresentaram aumento da taxa de cobertura<br />

entre 40,01% e 60%; 12,19% apresentaram<br />

Tabela 19 – Faixas de variação da taxa de cobertura<br />

em creche por quantidade de municípios<br />

PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 3<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 2 19,51<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 5 12,19<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 4 9,75<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 2 4,87<br />

Ampliou mais de 80% 7 17,07<br />

Total de ampliação 20 48,78<br />

Reduziu 6 14,65<br />

Sem alteração 6 14,63<br />

Inconsistente 9 21,96<br />

TOTAL 41 100<br />

Fonte: Mapas situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

69


elevação na faixa de 20,01% a 40%; e<br />

19,51% tiveram a taxa de cobertura em<br />

creche elevada em até 20%. 6 municípios<br />

(14,65%) apresentam redução da taxa de<br />

cobertura em creche e 9 municípios (21,96%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

O gráfico 59 ilustra a ampliação da<br />

cobertura de creches nos 307 municípios<br />

que preencheram o Mapa situação 2011.<br />

Destaque para o grupo 1, em que 83,5% dos<br />

municípios ampliaram a cobertura, seguido pelo<br />

Gráfico 59 – Mapas situação 2008,<br />

2009 e 2011: variação da taxa de cobertura<br />

de creche, por grupos<br />

Grupo 3<br />

Grupo 2<br />

20 5 5 9<br />

86<br />

23<br />

11<br />

Aumentou<br />

Reduziu<br />

Sem alteração<br />

Inconsistente<br />

grupo 2, que ampliou em 71,6% e o grupo 3,<br />

no qual 48,7% dos municípios ampliaram.<br />

TAXA DE COBERTURA DE PRÉ-ESCOLA<br />

Número de matrículas x 100<br />

=<br />

Número de crianças de 4 a 6 anos de idade<br />

A taxa de cobertura de pré-escola revela a<br />

relação entre o número de crianças em idade<br />

de frequentar a pré-escola e o número de vagas<br />

disponíveis nesta etapa da educação. Deste<br />

modo, aponta, a partir do total de crianças de 4 a<br />

6 anos, quantas estão matriculadas na pré-escola.<br />

A taxa de cobertura de pré-escola permite<br />

avaliar como o município está lidando com essa<br />

etapa da educação infantil voltada à formação<br />

de crianças de 4 a 6 anos de idade. Por meio<br />

deste indicador, é possível avaliar o quanto este<br />

serviço está disponível para a população.<br />

Grupo 1 122 14 10<br />

0 20 40 60 80 100 120 140 160<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011<br />

Entre os 307 municípios que preencheram<br />

corretamente o Mapa PPAC, 48,53%<br />

apresentaram aumento da taxa de cobertura<br />

em pré-escola de 2008 para 2011. Ao<br />

Tabela 20 – Faixas de variação da taxa de cobertura<br />

em pré-escola por quantidade de municípios<br />

PPAC de 2008 para 2011<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 59 19,22<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 48 15,64<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 22 7,17<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 8 2,61<br />

Ampliou mais de 80% 12 3,91<br />

Total de ampliação 149 48,53<br />

Reduziu 77 25,08<br />

Sem alteração 1 0,33<br />

Inconsistente 80 26,06<br />

TOTAL 307 100,00<br />

Fonte: Mapa PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

70


considerarmos esse universo de municípios,<br />

observamos que 19,22% aumentaram a taxa de<br />

cobertura em até 20%; 15,64% apresentaram<br />

aumento na faixa de 20,01% a 40%; 7,17%<br />

dos municípios tiveram aumento entre 40,01%<br />

e 60%; 2,61% apresentaram elevação entre<br />

60,01% e 80%; e 3,91% aumentaram a taxa<br />

de cobertura em pré-escola acima de 80%<br />

em relação a 2008. 80 municípios (26,06%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

ANÁLISE DO GRUPO 1<br />

O grupo 1 é representado por 146<br />

municípios, dos quais 55,48% apresentaram<br />

aumento da taxa de cobertura em<br />

pré-escola entre os anos de 2008 e<br />

2011. 21,23% municípios deste grupo<br />

apresentaram aumento de até 20% na<br />

taxa de cobertura; 17,81% tiveram<br />

aumento na faixa 20,01% a 40%;<br />

8,22% dos municípios do grupo 1<br />

aumentaram entre 2008 e 2011 a<br />

taxa de cobertura em pré-escola na<br />

faixa de 40,01% a 60%; 3,42%<br />

apresentaram aumento entre 60,01%<br />

e 80%; e 4,79% tiveram aumento<br />

superior a 80%. 31 municípios (21,23%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

Tabela 21 – Faixas de variação da taxa de cobertura<br />

em pré-escola por quantidade de municípios<br />

PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 1<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 31 21,23<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 26 17,81<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 12 8,22<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 5 3,42<br />

Ampliou mais de 80% 7 4,79<br />

Total de ampliação 81 55,48<br />

Reduziu 34 25,08<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Inconsistente 31 21,23<br />

Fonte: Mapa PPAC gestão 2009-2012.<br />

TOTAL 146 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 2<br />

Na tabela 22, de distribuição dos<br />

municípios do grupo 2 pelas faixas<br />

de variação da taxa de cobertura em<br />

pré-escola, verifica-se que dos 120<br />

municípios pertencentes a esse grupo,<br />

52,50% apresentaram aumento da taxa<br />

e cobertura entre 2008 e 2011. Destes,<br />

20% apresentaram acréscimo da taxa<br />

de cobertura em até 20%; 11,67% dos<br />

municípios deste grupo apresentaram aumento<br />

entre 20,01% e 40%; 6,67% aumentaram<br />

a taxa de cobertura em pré-escola entre<br />

40,01% e 60%; 1,67% apresentaram<br />

elevação entre 60,01% e 80%; e 12,50%<br />

obtiveram acréscimo na taxa de cobertura<br />

superior a 80%. 22 municípios (18,33%)<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

71


Tabela 22 – Faixas de variação da taxa de cobertura em pré-escola por<br />

quantidade de municípios PPAC de 2008 para 2011 – Grupo 2<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 24 20,00<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 14 11,67<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 8 6,67<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 2 1,67<br />

Ampliou mais de 80% 15 12,50<br />

Total de ampliação 63 52,50<br />

Reduziu 35 29,17<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Inconsistente 22 18,33<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 120 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 3<br />

O grupo 3 é composto por 41 municípios.<br />

Destes, 48,78% apresentaram aumento da<br />

taxa de cobertura em pré-escola entre os anos<br />

2008 e 2011. Ao analisarmos as faixas de<br />

crescimento, vemos que 9,76% dos municípios<br />

aumentaram a taxa de cobertura na préescola<br />

em até 20%; 21,95% dos municípios<br />

apresentaram aumento entre 20,01% e 40%;<br />

4,88% dos municípios aumentaram a taxa<br />

de cobertura em pré-escola entre 40,01%<br />

e 60%; 2,44% apresentaram aumento na<br />

faixa de 60,01% a 80%; e 9,76% tiveram<br />

a taxa de cobertura em pré-escola elevada<br />

em mais de 80%. 9 municípios (21,95%)<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

Tabela 23 – Faixas de variação da taxa de cobertura em pré-escola por<br />

quantidade de municípios PPAC de 2008 para 2011 – Grupo 3<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 4 9,76<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 9 21,95<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 2 4,88<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 1 2,44<br />

Ampliou mais de 80% 4 9,76<br />

Total de ampliação 20 48,78<br />

Reduziu 11 26,83<br />

Sem alteração 1 2,44<br />

Inconsistente 9 21,95<br />

TOTAL 41 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

72


Com relação à taxa de cobertura de préescola,<br />

verifica-se conforme o gráfico 60<br />

que a maior parte dos municípios ampliou<br />

a cobertura de pré-escola, porém em menor<br />

proporção que a creche. No grupo 1,<br />

55,5% dos municípios ampliaram. No grupo<br />

2 foi de 52,5% e no grupo 3 a ampliação<br />

ocorreu em 48,7% dos municípios.<br />

Gráfico 60 – Mapas PPAC situação 2008,<br />

2009 e 2011: variação da taxa de cobertura<br />

de pré-escola, por grupos<br />

Grupo 3<br />

Grupo 2<br />

20 11 1<br />

9<br />

63<br />

Grupo 1 81 34<br />

31<br />

0 20 40 60 80 100 120 140 160<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

35<br />

Aumentou<br />

Reduziu<br />

Sem alteração<br />

Inconsistente<br />

Para que a criança se desenvolva de maneira<br />

plena, sobretudo nos aspectos ligados à<br />

personalidade e criatividade, a Educação Infantil<br />

tem importância fundamental. Ao frequentar<br />

ambientes planejados para lhe acolher e com<br />

supervisão de um adulto especificamente<br />

formado para esse fim, a criança encontra<br />

meios para desenvolver, com maior facilidade,<br />

sua inteligência, linguagem, habilidades sociais<br />

e afetivas, principalmente quando convive<br />

com outras crianças da mesma idade.<br />

O inciso IV do artigo 208 da Constituição<br />

Federal (1988) assegura o direito à creche<br />

e à pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de<br />

idade. Em 1996, por meio dos artigos 29 e<br />

30 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação<br />

Nacional (LDB), o Estado brasileiro passou a<br />

conceber a Educação Infantil como a primeira<br />

etapa da educação básica, reconhecendo o<br />

22<br />

seu papel crucial nos primeiros anos de vida<br />

da criança e a sua finalidade em promover<br />

o desenvolvimento integral desses indivíduos,<br />

compreendido como desenvolvimento<br />

físico, psicológico, intelectual e social.<br />

As creches, que atendam crianças de 0<br />

a 3 anos de idade, e pré-escolas, de 4 a<br />

6 anos, são orientadas a criar suas ações<br />

visando objetivos claros e que contribuam<br />

para o desenvolvimento da criança. Para<br />

isso, é importante que possuam, entre outros,<br />

profissionais qualificados e infraestrutura<br />

adequada às necessidades das crianças em<br />

cada um dos estágios de desenvolvimento.<br />

EIXO 3 – PROTEÇÃO CONTRA MAUS-<br />

TRATOS, EXPLORAÇÃO E VIOLÊNCIA<br />

“A violência é uma produção humana,<br />

algo que acompanha a história da<br />

Humanidade, atualmente transformando-se em<br />

ingrediente permanente da cultura, tornando-se<br />

grande parte invisível e simulada, ao menos<br />

para os que ali nascem, crescem e vivem.”<br />

(Teixeira, 2004:23).<br />

O reconhecimento das fortes pressões que<br />

o processo de exclusão sociocultural gera<br />

sobre as famílias brasileiras determina que as<br />

ações sejam voltadas à proteção, prevenção<br />

de riscos e promoção do desenvolvimento<br />

integral, direcionadas, portanto, à inclusão<br />

social de crianças e adolescentes e à proteção<br />

das famílias, o que exige atenção das várias<br />

políticas públicas, numa articulação intersetorial.<br />

O gestor municipal tem o desafio de<br />

desenvolver de maneira efetiva políticas de<br />

atenção básica e especial voltadas às crianças<br />

e aos adolescentes que vivem em situação de<br />

vulnerabilidade social decorrente de pobreza,<br />

privação, fragilização de vínculos afetivorelacionais<br />

e de pertencimento social; para<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

73


a população infanto-juvenil em situação de<br />

risco pessoal e social, como consequência<br />

de abandono, maus-tratos físicos e psíquicos,<br />

abuso sexual, uso de substâncias psicoativas,<br />

cumprimento de medidas socioeducativas,<br />

situação de rua, trabalho infantil, com<br />

deficiências e outras que requerem serviços<br />

de proteção social e especial.<br />

Abordar a violência vivenciada e praticada<br />

por crianças e adolescentes no Brasil significa<br />

adotar um olhar interdisciplinar, uma vez que<br />

se trata de um fenômeno multideterminado<br />

que ocorre em qualquer classe social.<br />

A seguir será apresentada a evolução do número<br />

de notificações de casos de violência e da taxa<br />

de cobertura do trabalho infantil nos municípios<br />

integrantes das últimas etapas do Programa.<br />

NÚMERO DE NOTIFICAÇÕES DE CASOS DE VIOLÊNCIA<br />

Identificar o tipo de violência, bem como o local onde ocorre e a frequência, é requisito<br />

necessário à definição de diretrizes e estratégias no processo de planejamento público.<br />

Violência Doméstica - É uma forma de violação dos direitos essenciais da criança<br />

e do adolescente enquanto pessoas e, portanto, uma negação de valores humanos<br />

fundamentais como a vida, a liberdade, a segurança. Caracteriza-se por abuso do<br />

poder disciplinador e coercitivo dos pais, parentes ou responsáveis, reduzindo a vítima<br />

à condição de objeto de tratamento abusivo. É praticada no ambiente familiar, podendo<br />

ser física, sexual e/ou psicológica. Como esta pertence à esfera do privado, a violência<br />

doméstica acaba se revestindo da tradicional característica do sigilo (LACRI).<br />

Violência Escolar - Engloba tanto as violências psicológicas, físicas, sexuais, patrimoniais,<br />

como as institucionais e criminais, pois são atos de agressão, constrangimento e/ou de<br />

privação que ocorrem dentro da escola ou para a escola. Há uma diversidade de olhares<br />

e percepções em relação a esse tema, porém, na busca de explicações existem fatores<br />

externos e internos. São fatores externos os de ordem socioeconômica, como exclusão social,<br />

racial e de gênero, e a perda de referencial entre os jovens, que implica no surgimento<br />

de gangues e tráfico de drogas, entre outros. Os casos de fatores externos seriam os<br />

atos contra o patrimônio, porte de armas, vandalismo e pichação, entre outros. No que<br />

se refere às variáveis internas, sabe-se que estão ligadas ao nível de escolaridade dos<br />

estudantes, ao sistema de normas e regras estabelecidas, ao desrespeito de professores<br />

com alunos (e vice-versa), à má qualidade do ensino e à carência de recursos, entre outros.<br />

Estão incluídos nestes também o vandalismo e os atos contra o patrimônio, bem como<br />

a violência simbólica, institucional e o bullying. É preciso, então, reconquistar os sentidos<br />

de solidariedade e coletividade, criando espaços de identidade e diálogo entre a<br />

escola e a comunidade, bem como entre o corpo de profissionais e os alunos.<br />

Violência Psicológica - De forma geral está presente em todas as formas de violência, mas<br />

pode acontecer de forma isolada, manifestando-se em atitudes, palavras e ações dirigidas a<br />

envergonhar, censurar e pressionar a criança e o adolescente de forma permanente por meio<br />

de ameaças, humilhações, gritos, injúrias, privação de amor, e rejeição, entre outros (CRAMI).<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

74


Violência Sexual - Refere-se ao envolvimento de crianças e adolescentes dependentes<br />

e imaturos, em todo ato ou jogo sexual que elas não compreendem totalmente ou<br />

são incapazes de dar um consentimento informado, que objetivam a gratificação das<br />

demandas e desejos sexuais da pessoa que comete o abuso. (Furniss, 1993).<br />

Segundo informações do Mapa<br />

PPAC, 40,07% dos municípios<br />

apresentaram redução na taxa de<br />

notificações de casos de violência. Os<br />

municípios que apresentaram aumento<br />

das notificações de caso de violência<br />

somam 23,45%. Destes, 4,89%<br />

ampliaram as notificações até 20%;<br />

3,26% apresentaram aumento nas<br />

notificações entre 20,01% e 40%;<br />

2,61% aumentaram o número de<br />

notificações em 40,01% e 60%; 2,28%<br />

mostraram aumento entre 60,01% e<br />

80%; e 10,42% apresentaram elevação<br />

nos números de notificações dos<br />

casos de violência acima de 80%.<br />

107 (34,85%) municípios apresentaram<br />

informações inconsistentes.<br />

Tabela 24 – Faixas de variação do total de notificações<br />

dos casos de violência por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 15 4,89<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 10 3,26<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 8 2,61<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 7 2,28<br />

Ampliou mais de 80% 32 10,42<br />

Total de ampliação 72 23,45<br />

Reduziu 123 40,07<br />

Sem alteração 5 1,63<br />

Inconsistente 107 34,85<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 307 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 1<br />

O grupo 1 é composto por 146 municípios.<br />

Destes, 32,88% tiveram redução<br />

no número de notificações dos casos<br />

de violência entre os anos de 2008<br />

e 2011. Entre os municípios do<br />

grupo 1, 26,71% apresentaram elevação<br />

no total de notificações dos casos de<br />

violência. Destes, 11,64% apresentaram<br />

aumento superior a 80%; 2,74%<br />

dos municípios apresentaram elevação<br />

entre 60,01% e 80%; 2,05% tiveram<br />

aumento entre 40,01% e 60%;<br />

4,11% elevaram as notificações dos<br />

casos de violência entre 20,01% e<br />

40%; e 6,16% tiveram elevação de<br />

até 20%. 57 municípios (39,04%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

75


Tabela 25 – Faixas de variação do total de notificações<br />

dos casos de violência por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 1<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 9 6,16<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 6 4,11<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 3 2,05<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 4 2,74<br />

Ampliou mais de 80% 17 11,64<br />

Total de ampliação 39 26,71<br />

Reduziu 48 32,88<br />

Sem alteração 2 1,37<br />

Inconsistente 57 39,04<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 146 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 2<br />

Dos 120 municípios que compõem o grupo<br />

2, 45,83% apresentaram redução do total de<br />

notificações de casos de violência de 2008<br />

para 2011. Dentre os municípios do grupo<br />

2, 20,83% apresentam elevação no número<br />

de notificações dos casos de violência no<br />

período considerado. Ao analisarmos as faixas<br />

de elevação podemos observar que 10% dos<br />

municípios apresentaram aumento superior a<br />

80%; 1,67% dos municípios apresentaram<br />

elevação entre 60,01% e 80%; 4,17% dos<br />

Tabela 26 – Faixas de variação do total de notificações<br />

dos casos de violência por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 2<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 3 2,50<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 3 2,50<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 5 4,17<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 2 1,67<br />

Ampliou mais de 80% 12 10,00<br />

Total de ampliação 25 20,83<br />

Reduziu 55 45,83<br />

Sem alteração 3 2,50<br />

Inconsistente 37 30,83<br />

TOTAL 120 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2009, 2010 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

76


municípios apresentaram alevação do número<br />

de notificações entre 40,01% e 60%; 2,5%<br />

elevaram os números de notificações na faixa<br />

de 20,01% a 40%; e 2,5% tiveram o total de<br />

notificações dos casos de violência acrescido<br />

em até 20%. 37 municípios (30,83%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

ANÁLISE DO GRUPO 3<br />

Ao examinarmos a distribuição dos municípios<br />

do grupo 3 pelas faixas de variação do total<br />

de notificações dos casos de violência de<br />

2008 para 2011, é possível identificarmos<br />

que dos 41 municípios pertencentes a esse<br />

grupo, 48,78% apresentaram diminuição<br />

no número de notificações e 19,51%<br />

aumentaram o total de notificações no<br />

período considerado. Entre os municípios<br />

que apresentaram elevação, 7,32%<br />

elevaram o total de notificações acima de<br />

80%; 2,44% apresentaram elevação entre<br />

60,01% e 80%; 2,44% apresentaram<br />

elevação entre 20,01% e 40%; e 7,32%<br />

dos municípios do grupo 3 apresentaram<br />

aumento de até 20%. 13 municípios (31,71%)<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

Tabela 27 – Faixas de variação do total de notificações<br />

dos casos de violência por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 3<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 3 7,32<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 1 2,44<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 0 0,00<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 1 2,44<br />

Ampliou mais de 80% 3 7,32<br />

Total de ampliação 8 19,51<br />

Reduziu 20 48,78<br />

Sem alteração 0 0,00<br />

Inconsistente 13 31,71<br />

TOTAL 41 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

O gráfico 61 evidencia um cenário onde ainda<br />

persiste o desafio de notificar os casos de<br />

violência, o que é demonstrado pelo número<br />

significativo de inconsistências. Observa-se que<br />

houve redução do número de notificações, em<br />

que no grupo 1 consiste que 33% dos municípios<br />

reduziram, para o grupo 2 esta redução se deu<br />

em 46% e no grupo 3 em 49% dos municípios.<br />

Grupo 3<br />

Grupo 2<br />

Gráfico 61 – Mapas situação 2008, 2009 e<br />

2011: variação do total de casos<br />

de notificação de violência, por grupos<br />

8<br />

20<br />

25<br />

13<br />

55 3<br />

Grupo 1 39<br />

48 2<br />

57<br />

37<br />

Aumentou<br />

Reduziu<br />

Sem alteração<br />

Inconsistente<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

0 20 40 60 80 100 120 140 160<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

77


Vale ressaltar que o aumento do número de<br />

notificações pode revelar não um aumento no<br />

número de ocorrências de casos de violência,<br />

mas na estruturação de mecanismos eficientes<br />

de notificação que se referem tanto a um<br />

aprimoramento da atuação da rede local de<br />

proteção à criança e ao adolescente, bem como<br />

à estruturação de um sistema informatizado que<br />

integre os serviços otimizando e qualificando o<br />

atendimento e encaminhamentos necessários.<br />

TAXA DE COBERTURA DE TRABALHO INFANTIL<br />

No indicador aqui apresentado, tem-se a média de cobertura de crianças atendidas por programas<br />

de combate ao trabalho infantil. É um importante instrumento de avaliação dos esforços municipais<br />

para a solução desse grave problema.<br />

Nº de crianças inseridas no PETI + Nº de crianças inseridas em outros programas de erradicação ao trabalho infantil x 100<br />

=<br />

Nº de crianças e adolescentes em trabalho infantil<br />

O trabalho infantil, no Brasil, é definido, pela Constituição de 1988, como sendo a forma de<br />

trabalho realizado por crianças e adolescentes menores de 16 anos. É também proibido o trabalho<br />

noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos. Contudo, é permitido, para os maiores de<br />

14 anos trabalhar em condição de aprendiz. Cabe ao poder público fiscalizar, coibir essa prática<br />

e acompanhar as crianças nessa situação. Muitos são os prejuízos causados pelo trabalho infantil.<br />

O abandono escolar, a privação do direito ao tempo de lazer ou de convívio familiar e as lesões<br />

causadas por esforços físicos desproporcionais à formação corporal da criança são alguns dos<br />

prejuízos que poderão ser permanentes para as crianças e aos adolescentes submetidos ao trabalho.<br />

Dos 307 municípios que responderam<br />

o Mapa PPAC, 21,82% apresentaram<br />

redução da taxa de cobertura de trabalho<br />

infantil entre 2008 e 2011. Do total de<br />

municípios, 13,68% ampliaram a taxa<br />

de cobertura de trabalho infantil. Destes,<br />

Tabela 28 – Faixas de variação da taxa de cobertura de trabalho infantil<br />

por quantidade de municípios PPAC de 2008 para 2011<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 12 3,91<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 9 2,93<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 4 1,30<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 9 2,93<br />

Ampliou mais de 80% 8 2,61<br />

Total de ampliação 42 13,68<br />

Reduziu 67 21,82<br />

Sem alteração 87 28,34<br />

Inconsistente 111 36,16<br />

TOTAL 307 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

78


vemos que 2,61% tiveram ampliação<br />

da taxa de cobertura superior a 80%;<br />

2,93% dos municípios apresentaram<br />

ampliação entre 60,01% e 80%; 1,3% dos<br />

municípios ampliaram a taxa de cobertura<br />

em trabalho infantil entre 40,01% e 60%;<br />

2,93% apresentaram ampliação na faixa<br />

de 20,01% a 40%; e 3,91% tiveram a<br />

taxa de trabalho infantil ampliada em até<br />

20%. 93 municípios não preencheram<br />

o campo sobre a taxa de cobertura<br />

de trabalho infantil e 18 municípios<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

ANÁLISE DO GRUPO 1<br />

Ao examinarmos na tabela 29<br />

a distribuição dos municípios do grupo 1<br />

pelas faixas de variação da taxa<br />

de cobertura de trabalho infantil, é possível<br />

identificarmos que dos 146 municípios<br />

pertencentes a esse grupo, 22,6%<br />

tiveram redução da taxa de cobertura<br />

de trabalho infantil entre os anos de<br />

2008 e 2011. Os municípios que<br />

apresentaram ampliação da taxa de<br />

cobertura somam 16,44%. Destes,<br />

2,05% ampliaram a taxa de cobertura<br />

de trabalho infantil acima de 80%;<br />

4,11% apresentaram ampliação entre<br />

60,01% e 80%; 2,05% dos municípios<br />

em questão apresentaram ampliação<br />

entre 40,01% e 60%; 2,74% ampliaram<br />

a taxa de cobertura entre 20,01% e<br />

40%; e 5,48% dos municípios do grupo<br />

1 apresentaram ampliação de até 20%.<br />

40 municípios (27,4%) não tiveram<br />

alteração e 49 municípios (33,56%)<br />

apresentaram informações inconsistentes.<br />

Tabela 29 – Faixas de variação da taxa de cobertura<br />

de trabalho infantil por quantidade de<br />

municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 1<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 8 5,48<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 4 2,74<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 3 2,05<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 6 4,11<br />

Ampliou maisde 80% 3 2,05<br />

Total de ampliação 24 16,44<br />

Reduziu 33 22,60<br />

Sem alteração 40 27,40<br />

Inconsistente 49 33,56<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 146 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 2<br />

O grupo 2 possui 120 municípios, dos<br />

quais 20,83% tiveram redução da taxa<br />

de cobertura de trabalho infantil entre os<br />

anos 2008 e 2011. Entre os municípios<br />

do grupo 2 que apresentaram aumento da<br />

taxa de cobertura, 3,33% apresentaram<br />

ampliação maior que 80%; 1,67% dos<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

79


municípios tiveram ampliação entre 60,01%<br />

e 80%; e 2,50% tiveram ampliação na<br />

taxa de cobertura de trabalho infantil entre<br />

20,01% e 40%. 40 municípios (33,33%)<br />

não tiveram alteração e 46 (38,33%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

Tabela 30 – Faixas de variação da taxa de cobertura de trabalho infantil por<br />

quantidade de municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 2<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 0 0,00<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 3 2,50<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 0 0,00<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 2 1,67<br />

Ampliou de de 80% 4 3,33<br />

Total de ampliação 9 7,50<br />

Reduziu 25 20,83<br />

Sem alteração 40 33,33<br />

Inconsistente 46 38,33<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

TOTAL 120 100<br />

ANÁLISE DO GRUPO 3<br />

O grupo 3 é composto por 41 municípios.<br />

Destes, 21,95% tiveram redução da taxa de<br />

cobertura de trabalho infantil entre os anos<br />

2008 e 2011. Entre os municípios do grupo 3<br />

que apresentaram ampliação deste indicador<br />

(21,95%); 2,44% apresentaram elevação<br />

acima de 80%, o mesmo percentual verificado<br />

Tabela 31 – Faixas de variação da taxa de cobertura de trabalho infantil por<br />

quantidade de municípios PPAC de 2008 para 2011 - Grupo 3<br />

Faixas Números absolutos Porcentagem<br />

Ampliou de 0,01% a 20% 4 9,76<br />

Ampliou de 20,01% até 40% 2 4,88<br />

Ampliou de 40,01% até 60% 1 2,44<br />

Ampliou de 60,01% até 80% 1 2,44<br />

Ampliou mais de 80% 1 2,44<br />

Total de ampliação 9 21,95<br />

Reduziu 9 21,95<br />

Sem alteração 7 17,07<br />

Inconsistente 16 39,02<br />

TOTAL 41 100<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

80


entre os municípios que elevaram a taxa de<br />

cobertura de trabalho infantil entre 60,01%<br />

e 80%, e 40,01% e 60%; 4,88% elevaram<br />

a taxa de cobertura entre 20,01% e 40%; e<br />

9,76 apresentaram elevação de até 20%. 7<br />

municípios (17,07%) não alteraram a taxa de<br />

cobertura de trabalho infantil e 16 (39,02%)<br />

apresentaram respostas inconsistentes.<br />

O gráfico 62 revela que, assim como o total<br />

de notificações de caso de violência, os<br />

municípios apresentaram muitas informações<br />

inconsistentes. Destaca-se, também, a não<br />

alteração das taxas para grande parte<br />

dos municípios. No grupo 1, 27% dos<br />

municípios não alteraram a cobertura de<br />

2008 para 2011, assim como 33% dos<br />

municípios do grupo 2 e 17% do grupo 3.<br />

Gráfico 62 – Mapa situação 2008, 2009<br />

e 2011: variação da taxa de cobertura de<br />

trabalho infantil, por grupos<br />

Grupo 3 9 9 7 16<br />

Grupo 2<br />

9<br />

25<br />

Grupo 1 24 33<br />

40<br />

49<br />

0 20 40 60 80 100 120 140 160<br />

Fonte: Mapas PPAC situação 2008, 2009 e 2011.<br />

40<br />

Aumentou<br />

Reduziu<br />

Sem alteração<br />

Inconsistente<br />

O trabalho infantil está relacionado, entre muitos<br />

outros fatores, com a precariedade econômica<br />

da família que enxerga na criança uma forma<br />

de aumentar seu rendimento. Por outro lado, há<br />

culturalmente arraigada a concepção de que a<br />

criança deve assumir responsabilidades, tanto<br />

de tarefas domésticas – cuidar dos irmãos e da<br />

casa, sobretudo para as meninas – como ajudar<br />

o pai em seu trabalho, no caso dos meninos.<br />

Cabe ao poder público coibir essa prática<br />

e fornecer alternativas para que a família<br />

46<br />

possa sustentar-se economicamente sem<br />

sacrificar a infância de seus filhos.<br />

2.2 ORÇAMENTO CRIANÇA<br />

E ADOLESCENTE<br />

Este Relatório apresenta o resultado da<br />

consolidação da apuração do Orçamento<br />

Criança e Adolescente (OCA) para o ano<br />

de 2011 de municípios participantes do<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança (PPAC)<br />

como eixo para a conquista do selo “Prefeito<br />

Amigo da Criança”. Desde a edição 2005-<br />

2008, o PPAC vem promovendo a difusão<br />

da metodologia e estimulando a cultura<br />

de gestão de políticas públicas a partir da<br />

valorização de informações orçamentáriofinanceiras<br />

sobre o andamento das políticas<br />

em benefício das crianças e dos adolescentes,<br />

em sintonia com as diretrizes do Conanda.<br />

Originalmente, a <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> - Save<br />

the Children produziu a cartilha De Olho no<br />

Orçamento Criança (2005), em parceria<br />

com o Unicef e o Inesc, a fim de capacitar a<br />

sociedade civil para a apuração do OCA.<br />

Entre 2005-2006, atuou para a divulgação<br />

dos critérios da metodologia e o potencial<br />

informativo do OCA, difundindo a importância<br />

de sua discussão no âmbito da Comissão de<br />

Avaliação do Programa e entre os gestores<br />

de políticas sociais e do setor de gestão<br />

orçamentário-financeira das prefeituras. Em<br />

2007, com a publicação do manual de<br />

suporte à apuração pelas prefeituras, 12<br />

Passos para a Apuração do OCA, o Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança realizou a primeira<br />

apuração do OCA levando em conta o<br />

exercício de 2006. Em 2008, tornou o OCA<br />

quesito para obtenção do selo, fazendo com<br />

que 535 municípios apurassem o Orçamento<br />

Criança referente a 2007 (inicial e realizado),<br />

sendo 362 levantamentos validados para<br />

análise. Na edição 2009-2010, 386<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

81


municípios participaram da apuração relativa<br />

ao exercício de 2008, com 290 sendo<br />

considerados consistentes para análise.<br />

A apuração do OCA para o exercício de<br />

2011 foi solicitada aos municípios classificados<br />

pela Coordenação como integrantes do<br />

grupo 1, ficando os demais desobrigados.<br />

Com isto, 247 municípios apuraram o OCA,<br />

tendo 172 sido considerados consistentes<br />

para a análise. Os critérios adotados para a<br />

definição de inconsistência do levantamento<br />

constam da tabela 32. e o resultado de sua<br />

aplicação da tabela 33. Tal procedimento fazse<br />

necessário devido à natureza declaratória<br />

dos relatórios do OCA entregues pelos<br />

municípios, que pode implicar erros de<br />

interpretação da metodologia assim como<br />

erros de lançamento de dados. Tais erros não<br />

são passíveis de confirmação ou mesmo de<br />

eventual correção por parte da <strong>Fundação</strong>,<br />

uma vez que os relatórios entregues são de<br />

natureza sintética e não vêm acompanhados<br />

dos dados básicos que os originaram.<br />

Foram mantidos critérios para a verificação<br />

da consistência observados na edição<br />

anterior. No caso dos dados de despesas<br />

orçamentárias obtidas a partir do Finbra/<br />

Secretaria do Tesouro Nacional (STN), como<br />

estavam disponíveis somente os dados relativos<br />

a 2010, para compará-los com o orçamento<br />

liquidado em 2011 pelos municípios os<br />

valores foram corrigidos em 6,5%, percentual<br />

equivalente à metade da variação nominal<br />

do valor total no Brasil do Imposto sobre<br />

a Circulação de Mercadorias e Serviços<br />

(ICMS), 13%, arrecadado naquele ano, que<br />

via Fundo de Participação dos Municípios<br />

(FPM) representa a principal fonte de receita<br />

para a maioria dos municípios. Também<br />

foram considerados para o OCA Inicial outras<br />

possibilidades de inconsistências além de<br />

simplesmente a ocorrência de valor zerado.<br />

Na atual edição, o percentual de municípios<br />

com levantamentos consistentes para análise<br />

melhorou (69,6%) em relação à edição<br />

passada (50,03%), ficando abaixo da edição<br />

anterior (75,1%) e um pouco melhor do que<br />

a que lhe antecedeu (67,7%). A correlação<br />

entre os dados informados sobre orçamento<br />

liquidado e as despesas orçamentárias<br />

apuradas pelo Tesouro Nacional continuam<br />

constituindo o principal fator de inconsistência.<br />

Os resultados continuam a ser apresentados<br />

de acordo com os indicadores concebidos<br />

para a Metodologia OCA. Os municípios<br />

foram agregados por regiões (Norte,<br />

Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste), com<br />

destaque em separado para o conjunto dos<br />

municípios do Estado de São Paulo, dado<br />

o seu peso na amostra, assim como por<br />

tamanho do município (G1 = muito grande,<br />

G2 = grande, M = médio, MP = médio<br />

pequeno, P = pequeno e PP = muito pequeno),<br />

condição que determina diretamente o perfil<br />

orçamentário financeiro dos entes públicos e,<br />

indiretamente, sua capacidade institucional.<br />

Voltamos a destacar que as informações<br />

apresentadas a seguir não devem ser tratadas<br />

como suficientes para análises conclusivas em<br />

razão de sua natureza estritamente econômica<br />

e sintética, devendo ser complementadas<br />

com outras informações para se lograr<br />

uma avaliação mais circunstanciada das<br />

políticas implementadas. De fato, constituem<br />

a identificação de tendências que pretendem<br />

contribuir para a reflexão de prefeitos,<br />

Legislativo, gestores de políticas, comissões<br />

de acompanhamento do OCA e conselhos<br />

dos direitos da criança e do adolescente,<br />

dentre outras instâncias e agentes, sobre o<br />

perfil e estágio de gestão dessas políticas.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

82


Tabela 32 – Inconsistências verificadas nos levantamentos do Orçamento Criança<br />

e Adolescente - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012<br />

Critério<br />

Descrição<br />

Orçamento Liquidado < Dados referentes ao Orçamento Municipal Liquidado declarado<br />

55% Desp.Orç.STN e > são menores do que 55,0% ou maiores do que 120% do que as<br />

120% Desp.Orç.STN Despesas Orçamentárias do FINBRA/Secretaria do Tesouro Nacional<br />

OCA Liquidado Zerado<br />

Dados referentes ao Orçamento Criança Liquidado igual a<br />

“zero” (OCA Liq = 0)<br />

OCA Inicial Zerado<br />

Dados referentes ao Orçamento Criança Inicial igual a<br />

“zero” (OCA Ini = 0) ou com alguma outra inconsistência<br />

Orçamento Liquidado Zerado<br />

Dados referentes ao Orçamento Liquidado do Município igual a<br />

“zero” (ORÇ Liq = 0)<br />

Orçamento Inicial Zerado<br />

Dados referentes ao Orçamento Inicial do Município igual a “zero”<br />

(ORÇ Ini = 0)<br />

OCA Saúde Liquidado Zerado<br />

Dados referentes ao Orçamento Criança Saúde Liquidado igual a<br />

“zero” (OCA Saúde Liq = 0);<br />

OCA Educação Liquidado Dados referentes ao Orçamento Criança Educação Liquidado igual a<br />

Zerado “zero” (OCA EDU Liq = 0)<br />

Relação OCA Saúde/ Dados que apresentaram percentual inferior a 90% do percentual de<br />

Orçamento Total<br />

despesas da Saúde (15%) em relação ao Orçamento Total Liquidado<br />

Liquidado ≤4,05% após aplicação do índice médio de população de crianças (30%)<br />

[(OCA Saúde/ORÇ TOTAL Liq < 4,05% 4,05% = (0,3x15x0,9)*100)]<br />

Relação OCA Educação/ Dados que apresentaram percentual inferior a 40% do percentual de<br />

Orçamento Total<br />

despesas da Educação (25%) em relação ao Orçamento Total Liquidado<br />

Liquidado ≤10,0%:<br />

[OCA Educação Total/ORÇ TOTAL Liq < 10,0% 10,0% = (0,4x25)*100)]<br />

Tabela 33 – Municípios excluídos da análise devido a inconsistências na<br />

apuração do Orçamento Criança e Adolescente – 2011<br />

Região<br />

UF<br />

Município<br />

Orçamento Liquidado < 55%<br />

Desp.Orç.STN e > 120%<br />

Desp.Orç.STN<br />

OCA Liquidado Zerado<br />

Orçamento Inicial Zerado<br />

OCA Inicial Zerado<br />

Orçamento Liquidado Zerado<br />

OCA Saúde Liquidado Zerado<br />

OCA Educação Liquidado<br />

Zerado<br />

OCA Saúde Liq/Orçam.<br />

Total Liq


Continuação<br />

Região<br />

UF<br />

Município<br />

Orçamento Liquidado < 55%<br />

Desp.Orç.STN e > 120%<br />

Desp.Orç.STN<br />

OCA Liquidado Zerado<br />

Orçamento Inicial Zerado<br />

OCA Inicial Zerado<br />

Orçamento Liquidado Zerado<br />

OCA Saúde Liquidado Zerado<br />

OCA Educação Liquidado<br />

Zerado<br />

OCA Saúde Liq/Orçam.<br />

Total Liq


Continuação<br />

Região<br />

UF<br />

Município<br />

Orçamento Liquidado < 55%<br />

Desp.Orç.STN e > 120%<br />

Desp.Orç.STN<br />

OCA Liquidado Zerado<br />

Orçamento Inicial Zerado<br />

OCA Inicial Zerado<br />

Orçamento Liquidado Zerado<br />

OCA Saúde Liquidado Zerado<br />

OCA Educação Liquidado<br />

Zerado<br />

OCA Saúde Liq/Orçam.<br />

Total Liq


Continuação<br />

Região<br />

UF<br />

Município<br />

Orçamento Liquidado < 55%<br />

Desp.Orç.STN e > 120%<br />

Desp.Orç.STN<br />

OCA Liquidado Zerado<br />

Orçamento Inicial Zerado<br />

OCA Inicial Zerado<br />

Orçamento Liquidado Zerado<br />

OCA Saúde Liquidado Zerado<br />

OCA Educação Liquidado<br />

Zerado<br />

OCA Saúde Liq/Orçam.<br />

Total Liq


por aquela com municípios com 100 mil<br />

a 150 mil habitantes (18, ou 10,5%).<br />

Dentre os municípios com até 80 mil<br />

habitantes, a maior parte (51, ou 29,6%)<br />

se localiza na região Sudeste, incluindo<br />

São Paulo, que responde por pouco<br />

menos de dois terços (32) desse conjunto<br />

(tabela 35). Na última edição, a faixa<br />

que prevaleceu foi de municípios com até<br />

70 mil habitantes, com distribuição pouco<br />

menos concentrada (39, ou 21,9%). Na<br />

segunda posição nessa faixa, com 26<br />

municípios, encontra-se o Nordeste.<br />

Os municípios com mais de 250 mil<br />

habitantes representam 23,8% (41),<br />

quantidade superior à verificada em 2009<br />

(cerca de 20%, ou 37 municípios). A<br />

maioria deles (24, ou 13,9%) encontrase<br />

no Sudeste, inclusive São Paulo. A<br />

faixa de municípios com 300 mil a 400<br />

mil habitantes é a mais representativa,<br />

concentrando 16 municípios (9,3%).<br />

Acima de 1 milhão de habitantes,<br />

temos 7 municípios (4,1%). Os dados<br />

tabulados na tabela 3, segundo o porte<br />

do município (G1, G2 etc.), reproduzem<br />

a distribuição populacional da tabela 35,<br />

uma vez que ela encontra-se estruturada<br />

justamente por faixas populacionais.<br />

Os municípios possuem valor total de<br />

orçamento liquidado proporcional ao seu<br />

porte populacional (tabelas 37 e 38), de<br />

modo que municípios de maior porte contam<br />

com mais recursos e vice-versa. Neste<br />

contexto, os principais grupos da amostra<br />

analisada (G2 e M) estão distribuídos<br />

por faixas orçamentárias diversas. Os<br />

municípios de porte G2, que apresentam<br />

maior dispersão orçamentária, dispõem<br />

de recursos orçamentários entre R$ 60<br />

milhões e até R$ 1,6 bilhão. 44%, ou 26<br />

deles, possuem orçamentos entre R$ 300<br />

milhões e 600 milhões. Já os municípios de<br />

Tabela 34 – Distribuição dos municípios que apuraram o OCA<br />

por faixa de índice de qualidade de vida da<br />

criança e região - Programa Prefeito Amigo da Criança - 2011<br />

GRUPO ICV-CRIANÇA<br />

NORTE<br />

NORDESTE<br />

CENTRO-OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

G1 0,00 5,00 1,00 5,00 3,00 2,00 16,00 9,30 9,30<br />

G2 3,00 8,00 0,00 11,00 7,00 29,00 58,00 33,72 43,02<br />

M 2,00 9,00 0,00 5,00 12,00 12,00 40,00 23,26 66,28<br />

MP 0,00 3,00 1,00 2,00 3,00 4,00 13,00 7,56 73,84<br />

P 0,00 12,00 2,00 2,00 6,00 13,00 35,00 20,35 94,19<br />

PP 0,00 4,00 0,00 0,00 1,00 5,00 10,00 5,81 100,00<br />

TOTAL 5,00 41,00 4,00 25,00 32,00 65,00 172,00 100,00 100,00<br />

(%) 2,91 23,84 2,33 14,53 18,60 37,79 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

87


porte M encontram-se localizados entre as<br />

faixas de R$ 60 milhões e R$ 400 milhões,<br />

com concentração entre R$ 100 milhões<br />

e 150 milhões (20 municípios, ou 50%).<br />

Esses dados se desdobram da seguinte<br />

forma. Os municípios de muito pequeno<br />

porte (PP) concentram orçamento anual de<br />

até R$ 25 milhões (um outlier – valor atípico<br />

– entre R$ 30 milhões e 40 milhões) e os<br />

de pequeno porte (P) até R$ 80 milhões<br />

com um município (outlier) entre R$ 100<br />

milhões e R$ 150 milhões. Os municípios<br />

de pequeno-médio porte (MP) dispõem<br />

entre R$ 30 milhões e R$ 150 milhões de<br />

recursos anuais. Os de médio porte (M)<br />

encontram-se na faixa orçamentária de R$<br />

60 milhões a R$ 400 milhões. Conforme já<br />

descrito, os grandes municípios (G2) possuem<br />

orçamentos maiores do que R$ 100 milhões,<br />

enquanto os de grande porte (G1) registram<br />

orçamentos superiores a R$ 600 milhões.<br />

Tabela 35 – Distribuição dos municípios que apuraram o OCA por faixa de<br />

população e região - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (HAB)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 5.000 2 0 0 0 0 1 3 1,74 1,74<br />

De 5.001 a 10.000 2 0 0 0 1 4 7 4,07 5,81<br />

De 10.001 a 20.000 6 0 2 2 5 10 25 14,53 20,35<br />

De 20.001 a 30.000 6 0 0 0 1 3 10 5,81 26,16<br />

De 30.001 a 40.000 1 0 1 1 3 2 8 4,65 30,81<br />

De 40.001 a 50.000 2 0 0 1 0 2 5 2,91 33,72<br />

De 50.001 a 60.000 2 1 0 0 2 3 8 4,65 38,37<br />

De 60.001 a 70.000 4 0 0 1 3 5 13 7,56 45,93<br />

De 70.001 a 80.000 1 0 0 2 3 2 8 4,65 50,58<br />

De 80.001 a 90.000 0 0 0 1 3 2 6 3,49 54,07<br />

De 90.001 a 100.000 2 1 0 1 1 0 5 2,91 56,98<br />

De 100.001 a 150.000 1 1 0 4 1 11 18 10,47 67,44<br />

De 150.001 a 200.000 3 0 0 1 2 3 9 5,23 72,67<br />

De 200.001 a 250.000 1 0 0 0 1 4 6 3,49 76,16<br />

De 250.001 a 300.000 1 0 0 2 0 2 5 2,91 79,07<br />

De 300.001 a 400.000 2 1 0 3 2 8 16 9,30 88,37<br />

De 400.001 a 500.000 0 1 0 1 1 1 4 2,33 90,70<br />

De 500.001 a 600.000 1 0 1 1 1 0 4 2,33 93,02<br />

De 600.001 a 1.000.000 2 0 0 2 0 1 5 2,91 95,93<br />

Mais de 1.000.000 2 0 0 2 2 1 7 4,07 100,00<br />

TOTAL 41 5 4 25 32 65 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

88


Tabela 36 – Distribuição dos municípios que apuraram o OCA por faixa de<br />

população e ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (HAB) G1 G2 M MP P PP TOTAL (%) ∑ (%)<br />

Até 5.000 0 0 0 0 0 3 3 1,74 1,74<br />

De 5.001 a 10.000 0 0 0 0 0 7 7 4,07 5,81<br />

De 10.001 a 20.000 0 0 0 0 25 0 25 14,53 20,35<br />

De 20.001 a 30.000 0 0 0 0 10 0 10 5,81 26,16<br />

De 30.001 a 40.000 0 0 0 8 0 0 8 4,65 30,81<br />

De 40.001 a 50.000 0 0 0 5 0 0 5 2,91 33,72<br />

De 50.001 a 60.000 0 0 8 0 0 0 8 4,65 38,37<br />

De 60.001 a 70.000 0 0 13 0 0 0 13 7,56 45,93<br />

De 70.001 a 80.000 0 0 8 0 0 0 8 4,65 50,58<br />

De 80.001 a 90.000 0 0 6 0 0 0 6 3,49 54,07<br />

De 90.001 a 100.000 0 0 5 0 0 0 5 2,91 56,98<br />

De 100.001 a 150.000 0 18 0 0 0 0 18 10,47 67,44<br />

De 150.001 a 200.000 0 9 0 0 0 0 9 5,23 72,67<br />

De 200.001 a 250.000 0 6 0 0 0 0 6 3,49 76,16<br />

De 250.001 a 300.000 0 5 0 0 0 0 5 2,91 79,07<br />

De 300.001 a 400.000 0 16 0 0 0 0 16 9,30 88,37<br />

De 400.001 a 500.000 0 4 0 0 0 0 4 2,33 90,70<br />

De 500.001 a 600.000 4 0 0 0 0 0 4 2,33 93,02<br />

De 600.001 a 1.000.000 5 0 0 0 0 0 5 2,91 95,93<br />

Mais de 1.000.000 7 0 0 0 0 0 7 4,07 100,00<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00 100,00<br />

(%) 16 33,72 23,26 7,56 20,35 5,81 100<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 37 – Distribuição dos municípios que apuraram o OCA por região e faixa<br />

de Orçamento Total Liquidado - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 5.000.000,00 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 5.000.001,00 a 10.000.000,00 3 0 0 0 0 0 3 1,74 1,74<br />

De 10.000.001,00 a 15.000.000,00 1 0 0 0 0 2 3 1,74 3,49<br />

De 15.000.001,00 a 20.000.000,00 0 0 0 1 2 2 5 2,91 6,40<br />

De 20.000.001,00 a 25.000.000,00 3 0 0 1 0 3 7 4,07 10,47<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

89


Continuação<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

De 25.000.001,00 a 30.000.000,00 7 0 1 0 3 1 12 6,98 17,44<br />

De 30.000.001,00 a 40.000.000,00 3 0 0 1 1 6 11 6,40 23,84<br />

De 40.000.001,00 a 60.000.000,00 1 0 1 0 2 3 7 4,07 27,91<br />

De 60.000.001,00 a 80.000.000,00 3 1 1 1 3 1 10 5,81 33,72<br />

De 80.000.001,00 a 100.000.000,00 4 0 0 1 3 5 13 7,56 41,28<br />

De 100.000.001,00 a 150.000.000,00 4 1 0 4 7 7 23 13,37 54,65<br />

De 150.000.001,00 a 200.000.000,00 1 1 0 1 1 4 8 4,65 59,30<br />

De 200.000.001,00 a 300.000.000,00 2 0 0 2 0 10 14 8,14 67,44<br />

De 300.000.001,00 a 400.000.000,00 4 1 0 3 4 3 15 8,72 76,16<br />

De 400.000.001,00 a 600.000.000,00 0 1 0 3 1 7 12 6,98 83,14<br />

De 600.000.001,00 a 1.000.000.000,00 1 0 1 2 3 8 15 8,72 91,86<br />

De 1.000.000.001,00 a 1.600.000.000,00 2 0 0 3 0 1 6 3,49 95,35<br />

Mais de 1.600.000.001,00 2 0 0 2 2 2 8 4,65 100,00<br />

TOTAL 41 5 4 25 32 65 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 38 – Distribuição dos municípios que apuraram o OCA<br />

por faixa de Orçamento Total Liquidado e de ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (HAB) G1 G2 M MP P PP TOTAL (%) ∑ (%)<br />

Até 5.000.000,00 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 5.000.001,00 a 10.000.000,00 0 0 0 0 0 3 3 1,74 1,74<br />

De 10.000.001,00 a 15.000.000,00 0 0 0 0 0 3 3 1,74 3,49<br />

De 15.000.001,00 a 20.000.000,00 0 0 0 0 3 2 5 2,91 6,40<br />

De 20.000.001,00 a 25.000.000,00 0 0 0 0 6 1 7 4,07 10,47<br />

De 25.000.001,00 a 30.000.000,00 0 0 0 0 12 0 12 6,98 17,44<br />

De 30.000.001,00 a 40.000.000,00 0 0 0 2 8 1 11 6,40 23,84<br />

De 40.000.001,00 a 60.000.000,00 0 0 0 4 3 0 7 4,07 27,91<br />

De 60.000.001,00 a 80.000.000,00 0 1 3 4 2 0 10 5,81 33,72<br />

De 80.000.001,00 a 100.000.000,00 0 0 11 2 0 0 13 7,56 41,28<br />

De 100.000.001,00 a 150.000.000,00 0 1 20 1 1 0 23 13,37 54,65<br />

De 150.000.001,00 a 200.000.000,00 0 5 3 0 0 0 8 4,65 59,30<br />

De 200.000.001,00 a 300.000.000,00 0 12 2 0 0 0 14 8,14 67,44<br />

De 300.000.001,00 a 400.000.000,00 0 14 1 0 0 0 15 8,72 76,16<br />

De 400.000.001,00 a 600.000.000,00 0 12 0 0 0 0 12 6,98 83,14<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

90


Continuação<br />

FREQUÊNCIA (HAB) G1 G2 M MP P PP TOTAL (%) ∑ (%)<br />

De 600.000.001,00 a 1.000.000.000,00 5 10 0 0 0 0 15 8,72 91,86<br />

De 1.000.000.001,00 a 1.600.000.000,00 3 3 0 0 0 0 6 3,49 95,35<br />

Mais de 1.600.000.001,00 8 0 0 0 0 0 8 4,65 100,00<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

OCA PER CAPITA<br />

=<br />

OCA Total Liquidado<br />

População de 0 a 18 anos<br />

O Orçamento Criança Per Capita constitui<br />

uma medida de aferição do esforço alocativo<br />

em benefício da criança e do adolescente,<br />

possibilitando a comparação do desempenho<br />

de municípios, ainda que, para uma avaliação<br />

definitiva das políticas implementadas,<br />

demande indicadores complementares.<br />

O OCA Per Capita Médio anual do conjunto<br />

de municípios analisados foi de R$ 4.904,64,<br />

em 2011, (tabela 41), enquanto em 2009<br />

era de R$ 2.715,46, contra R$ 2.430,33<br />

em 2008, o que constitui um expressivo<br />

crescimento nominal de 80,6% em dois<br />

anos. Aparentemente, este aumento pode<br />

ser explicado pela combinação do número<br />

de municípios de médio (M) e grande (G2)<br />

portes localizados em São Paulo. Em termos<br />

mensais, o OCA Per Capita corresponde a<br />

um gasto médio com políticas em benefício<br />

da criança e do adolescente de R$ 408,72.<br />

O valor verificado em São Paulo novamente<br />

é o maior dentre as regiões (R$ 6.166,84),<br />

enquanto o registrado na região Norte<br />

(R$ 3.090,67), o menor OCA Per Capita<br />

Médio registrado, repetindo o desempenho<br />

da apuração de 2009, respectivamente<br />

com R$ 3.656,74 e R$ 1.221,35.<br />

Nesta edição, não constam municípios com<br />

OCA Per Capita Médio abaixo de R$ 1 mil,<br />

ao contrário das edições passadas. Ressaltese<br />

que somente um município G2 situado no<br />

Nordeste encontra-se na faixa entre R$ 1 mil e<br />

R$ 1,5 mil. Portanto, de fato, a maioria absoluta<br />

não destina em termos per capita menos do<br />

que R$ 1,5 mil para políticas da criança e do<br />

adolescente. Por sua vez, a maior média por<br />

faixa encontra-se em São Paulo (R$ 8.208,41).<br />

As regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul<br />

apresentaram médias inferiores à verificada<br />

no país, ao contrário de 2009, quando, à<br />

exceção das regiões Norte e Centro-Oeste, as<br />

demais ficaram acima da média nacional.<br />

O desvio-padrão apurado (medida<br />

estatística de dispersão de valores) foi de R$<br />

2.755,48, valor 0,56 vezes superior à média<br />

mencionada (tabela 42A), cenário este bem<br />

mais homogêneo ao verificado em 2008 e<br />

2009, quando o desvio foi, respectivamente,<br />

de 1,79 e 1,69 vezes a média.<br />

A partir da tabela 39, vemos que 93<br />

municípios, 54,1%, praticam OCA Per Capita<br />

Médio em faixas entre R$ 4.001,00 e mais de<br />

R$ 5.001,00. Incluindo a faixa imediatamente<br />

inferior (R$ 3.501,00 a R$ 4 mil), temos<br />

65% dos municípios. Embora tenha ocorrido<br />

uma estagnação destes valores entre<br />

2009 e 2008, quando o crescimento foi<br />

somente de 2%, devido aos efeitos da crise<br />

internacional do subprime (crédito de risco)<br />

sobre a economia brasileira, verifica-se que,<br />

em 2011, o desempenho foi aceleradíssimo.<br />

Em 2011, somente 11% dos municípios<br />

(19) analisados gastaram menos do que<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

91


R$ 2.500,00 por ano com a criança e o<br />

adolescente (tabela 39), situação bem melhor<br />

do que a, quando 66 municípios (ou 37,1%)<br />

em 2008 e 144 municípios (ou 49,7%) em<br />

2009 gastavam menos do que R$ 2 mil por<br />

ano. Desse conjunto (19), seis são municípios do<br />

Nordeste e quatro da região Sul. Ainda nesse<br />

conjunto, seis são municípios de médio porte<br />

(M) e cinco de grande porte (G2) (tabela 40).<br />

Isoladamente, a faixa com mais municípios<br />

é aquela na qual o dispêndio per capita<br />

médio é maior do que R$ 5.001,00,<br />

congregando 60 municípios, o que<br />

representa 34,9%. A seguir, com 22<br />

municípios (12,8%), encontram-se os<br />

municípios que gastaram entre R$ 3.001,00<br />

e R$ 3,5 mil, registrando OCA Per<br />

Capita Médio igual a R$ 3.377,39.<br />

Tabela 39 – Distribuição do OCA per capita por faixa de valor e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 500,00 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 501,00 a 1.000,00 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 1.001,00 a 1.500,00 1 0 0 0 0 0 1 0,58 0,58<br />

De 1.501,00 a 2.000,00 0 0 0 2 1 0 3 1,74 2,33<br />

De 2.001,00 a 2.500,00 6 2 0 2 4 1 15 8,72 11,05<br />

De 2.501,00 a 3.000,00 5 1 0 5 1 6 18 10,47 21,51<br />

De 3.001,00 a 3.500,00 6 1 0 2 9 4 22 12,79 34,30<br />

De 3.501,00 a 4.000,00 11 0 1 2 2 4 20 11,63 45,93<br />

De 4.001,00 a 4.500,00 7 0 0 2 3 8 20 11,63 57,56<br />

De 4.501,00 a 5.000,00 2 1 1 0 2 7 13 7,56 65,12<br />

Mais de 5.001,00 3 0 2 10 10 35 60 34,88 100,00<br />

TOTAL 41 5 4 25 32 65 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 40 – Distribuição do OCA per capita por faixa de valor e ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

TOTAL=100;00<br />

Até 500,00 0 0 0 0 0 0 0 0,00<br />

De 501,00 a 1.000,00 0 0 0 0 0 0 0 0,00<br />

De 1.001,00 a 1.500,00 0 1 0 0 0 0 1 0,58<br />

De 1.501,00 a 2.000,00 0 0 2 1 0 0 3 1,74<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

92


Continuação<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

TOTAL=100;00<br />

De 2.001,00 a 2.500,00 1 5 6 2 1 0 15 8,72<br />

De 2.501,00 a 3.000,00 2 6 3 1 5 1 18 10,47<br />

De 3.001,00 a 3.500,00 4 8 7 0 1 2 22 12,79<br />

De 3.501,00 a 4.000,00 0 9 1 1 8 1 20 11,63<br />

De 4.001,00 a 4.500,00 4 6 5 1 3 1 20 11,63<br />

De 4.501,00 a 5.000,00 1 4 3 2 3 0 13 7,56<br />

Mais de 5.001,00 4 19 13 5 14 5 60 34,88<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 41 – Distribuição do OCA per capita médio por faixa de valor e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

Até 500,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 501,00 a 1.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 1.001,00 a 1.500,00 1.488,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.488,96 30,36<br />

De 1.501,00 a 2.000,00 0,00 0,00 0,00 1.944,77 1.942,96 0,00 1.944,17 39,64<br />

De 2.001,00 a 2.500,00 2.315,96 2.303,78 0,00 <strong>2.1</strong>57,26 2.292,67 <strong>2.1</strong>90,31 2.278,59 46,46<br />

De 2.501,00 a 3.000,00 2.718,83 2.801,93 0,00 2.787,31 2.941,67 2.651,71 2.732,48 55,71<br />

De 3.001,00 a 3.500,00 3.248,57 3.104,03 0,00 3.130,10 3.317,82 3.346,53 3.277,39 66,82<br />

De 3.501,00 a 4.000,00 3.739,07 0,00 3.886,45 3.585,93 3.658,85 3.781,35 3.731,56 76,08<br />

De 4.001,00 a 4.500,00 4.315,24 0,00 0,00 4.162,77 4.292,33 4.227,61 4.261,50 86,89<br />

De 4.501,00 a 5.000,00 4.781,56 4.939,85 4.818,96 0,00 4.810,17 4.731,10 4.773,84 97,33<br />

Mais de 5.001,00 6.626,20 0,00 7.409,40 7.346,28 6.343,52 8.208,41 7.648,16 155,94<br />

TOTAL 3.640,20 3.090,67 5.881,05 4.694,44 4.286,45 6.166,84 4.904,64 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 42 – Distribuição do OCA per capita médio por faixa de valor e<br />

ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

Até 500,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

93


Continuação<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

De 501,00 a 1.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 1.001,00 a 1.500,00 0,00 1.488,96 0,00 0,00 0,00 0,00 1.488,96 30,36<br />

De 1.501,00 a 2.000,00 0,00 0,00 1.968,26 1.895,97 0,00 0,00 1.944,17 39,64<br />

De 2.001,00 a 2.500,00 2.270,15 2.237,54 2.281,04 2.367,52 2.299,68 0,00 2.278,59 46,46<br />

De 2.501,00 a 3.000,00 2.771,17 2.603,62 2.839,71 2.906,63 2.818,39 2.502,80 2.732,48 55,71<br />

De 3.001,00 a 3.500,00 3.283,27 3.241,39 3.279,07 0,00 3.366,30 3.359,34 3.277,39 66,82<br />

De 3.501,00 a 4.000,00 0,00 3.741,65 3.526,51 3.730,14 3.736,19 3.656,32 3.731,56 76,08<br />

De 4.001,00 a 4.500,00 4.320,41 4.240,41 3.279,07 4.398,90 4.325,30 4.325,30 4.261,50 86,89<br />

De 4.501,00 a 5.000,00 4.818,96 4.759,12 4.853,40 4.750,14 4.714,69 0,00 4.773,84 97,33<br />

Mais de 5.001,00 5.975,71 8.352,90 7.138,93 6.605,43 7.605,35 8.794,72 7.648,16 155,94<br />

TOTAL 4.184,32 5.041,17 4.522,70 4.630,32 5.232,24 6.117,67 4.904,64 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 42A – Estatística descritiva do Orçamento Criança per capita Liquidado<br />

de municípios por faixa de índice de qualidade de vida da criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

ESTATÍSTICA<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

Mediana 4.219,05 4.025,48 4.056,45 4.749,09 4.531,18 4.531,18 4.233,12<br />

Desvio Padrão 1.286,00 3.356,21 2.644,12 <strong>2.1</strong>38,13 2.254,54 2.467,13 2.755,48<br />

(+) Desvio Padrão 5.470,32 8.397,38 7.166,82 6.768,45 7.486,78 8.584,80 7.660,12<br />

Média 4.184,32 5.041,17 4.522,70 4.630,32 5.232,24 6.117,67 4.904,64<br />

(-) Desvio Padrão 2.898,31 1.684,96 1.878,57 2.492,19 2.977,70 3.650,54 <strong>2.1</strong>49,16<br />

Menor 2.270,15 1.488,96 1.942,96 1.895,97 0,00 2.502,80 1.488,96<br />

Maior 6.465,15 21.703,44 15.706,11 9.518,41 0,00 12.782,04 21.703,44<br />

Contagem 16,00 58,00 40,00 13,00 35,00 10,00 172,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

ESFORÇO ALOCATIVO COM<br />

POLÍTICAS PARA A<br />

CRIANÇA E O ADOLESCENTE<br />

=<br />

OCA Total Liquidado<br />

Orçamento Total Liquidado<br />

A participação do Orçamento Criança Total<br />

Liquidado no Orçamento Total Liquidado mede<br />

a tendência geral de priorização dos recursos<br />

disponíveis para ações governamentais para<br />

a criança e o adolescente. Em princípio,<br />

pode se considerar que municípios de<br />

maior porte e mais urbanizados tendem a<br />

enfrentar desafios de gestão de infraestrutura<br />

urbana proporcionalmente maiores, o<br />

que sugere um menor comprometimento<br />

do orçamento com o OCA.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

94


O percentual médio de comprometimento<br />

do orçamento de 2011 com o Orçamento<br />

Criança dos municípios analisados foi de<br />

56,04% (tabela 45), percentual ligeiramente<br />

superior aos verificados em 2007 (55%),<br />

2008 (55,8%) e 2009 (55,9%). Novamente,<br />

os municípios do Sudeste e Sul apresentaram<br />

percentual de comprometimento menor,<br />

respectivamente, 50,5% e 49,6%, repetindo<br />

o desempenho de 2009 (50,6% e, 51,5%).<br />

Neste ano, os municípios do Norte e do<br />

Nordeste ficaram bem acima, com 72,7% e<br />

62,6%. Os municípios de médio porte (P e MP)<br />

registraram participação do OCA no orçamento<br />

total superior (61% e 60,4%) à média geral,<br />

enquanto os de grande porte (G1 e G2),<br />

se situaram abaixo (45,4% e 55%), também<br />

repetindo a edição passada (49,4% e 50,8%).<br />

Em 2009, foram os municípios de M e MP que<br />

estiveram acima da média (57,9% e 60,5%).<br />

Com comprometimento do orçamento com o<br />

OCA menor do que 50% (tabela 43), foram<br />

encontrados 64 (37,8%), situação próxima a<br />

de 2009 (63 municípios, ou 35,4%), porém<br />

melhor do que a de 2008, quando 40%<br />

do total dos municípios se encontrava nesta<br />

condição. Nas faixas entre 50% e 70%, ficaram<br />

69 municípios (44,4%). Nas regiões Nordeste<br />

e Sul, respectivamente, um terço e 40% de<br />

seus municípios encontram-se nesta faixa. Na<br />

edição anterior, esta distribuição era de 51,1%<br />

e 34,3%, posição melhor à verificada em 2008<br />

para ambas as regiões (45,8% e 38,6%).<br />

No Sul, praticamente a metade (46,9%) dos<br />

municípios estão nesta faixa. No Sudeste, 36%<br />

dos municípios se encontram neste intervalo, ao<br />

contrário de 2007, 2008 e 2009, quando se<br />

registraram, respectivamente, 43,3%, 52,2%<br />

e 51,6%. Para os municípios de São Paulo,<br />

esta concentração foi de 38,5% dos municípios<br />

contra 48,8% em 2009, porém entre 40%<br />

e 60%, situação que volta a ser a verificada<br />

em 2008 quando 44,8% de seus municípios<br />

se encontravam justamente neste intervalo.<br />

Em 2011, considerando-se o porte dos<br />

municípios (tabela 44), vemos que o<br />

comprometimento do orçamento com o<br />

OCA se situa na faixa entre 50% e 70%<br />

para quase todos os grupos (M = 42,5%,<br />

MP = 53,8%, P = 48,6% e PP = 40%), à<br />

exceção dos municípios de grande porte<br />

(G1 = 40% e G2 = 45%,). Este cenário<br />

repete os de 2009 e 2008 com melhoras,<br />

visto que a tendência à concentração se<br />

propaga para a faixa superior até 80%<br />

de comprometimento do orçamento.<br />

Tabela 43 – Distribuição da participação do OCA Total Liquidado no<br />

orçamento Total Liquidado por faixa percentual e região - Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 10,00% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 10,01% a 20,00% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 20,01% a 30,00% 1 0 0 3 4 2 10 5,81 5,81<br />

De 30,01% a 40,00% 2 0 0 6 7 14 29 16,86 22,67<br />

De 40,01% a 50,00% 9 0 0 3 3 11 26 15,12 37,79<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

95


Continuação<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

De 50,01% a 60,00% 3 1 1 5 10 9 29 16,86 54,65<br />

De 60,01% a 70,00% 12 1 2 4 5 16 40 23,26 77,91<br />

De 70,01% a 80,00% 9 2 1 2 2 11 27 15,70 93,60<br />

De 80,01% a 90,00% 4 0 0 1 1 1 7 4,07 97,67<br />

Mais de 90,01% 1 1 0 1 0 1 4 2,33 100,00<br />

TOTAL 41 5 4 25 32 65 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 44 – Distribuição da participação do OCA Total Liquidado no<br />

orçamento Total Liquidado por faixa percentual e grupo de ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 10,00% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 10,01% a 20,00% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 0,00<br />

De 20,01% a 30,00% 2 3 2 1 0 2 10 5,81 5,81<br />

De 30,01% a 40,00% 6 14 7 0 2 0 29 16,86 22,67<br />

De 40,01% a 50,00% 2 8 5 2 7 2 26 15,12 37,79<br />

De 50,01% a 60,00% 1 7 8 4 9 0 29 16,86 54,65<br />

De 60,01% a 70,00% 4 12 9 3 8 4 40 23,26 77,91<br />

De 70,01% a 80,00% 1 10 7 2 6 1 27 15,70 93,60<br />

De 80,01% a 90,00% 0 3 0 1 2 1 7 4,07 97,67<br />

Mais de 90,01% 0 1 2 0 1 0 4 2,33 100,00<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 45 – Percentual médio de participação do OCA Liquidado<br />

no orçamento Total Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

Até 10,00% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 10,01% a 20,00% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 20,01% a 30,00% 26,00 0,00 0,00 27,66 26,35 28,92 27,22 48,57<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

96


Continuação<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

De 30,01% a 40,00% 33,70 0,00 0,00 32,59 35,50 35,48 34,76 62,04<br />

De 40,01% a 50,00% 44,26 0,00 0,00 43,23 42,72 45,82 44,63 79,64<br />

De 50,01% a 60,00% 56,36 54,72 58,95 53,90 55,10 56,14 55,47 98,99<br />

De 60,01% a 70,00% 65,75 68,82 64,79 64,22 63,84 64,31 64,81 115,66<br />

De 70,01% a 80,00% 74,50 73,91 73,02 70,45 76,20 74,11 74,07 132,18<br />

De 80,01% a 90,00% 87,58 0,00 0,00 86,93 82,78 89,37 87,06 155,36<br />

Mais de 90,01% 96,45 92,13 0,00 99,04 0,00 99,86 96,87 172,87<br />

TOTAL 62,61 72,70 65,39 50,46 49,61 55,34 56,04 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 46 – Percentual médio de participação do OCA Liquidado<br />

no orçamento Total Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

Até 10,00% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 10,01% a 20,00% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

De 20,01% a 30,00% 24,32 28,53 27,45 28,08 0,00 27,51 27,22 48,57<br />

De 30,01% a 40,00% 34,11 34,46 35,56 0,00 36,04 0,00 34,76 62,04<br />

De 40,01% a 50,00% 45,77 44,50 44,79 45,22 44,61 43,01 44,63 79,64<br />

De 50,01% a 60,00% 55,21 55,49 54,16 56,53 56,17 0,00 55,47 98,99<br />

De 60,01% a 70,00% 64,02 64,86 63,75 67,50 65,82 63,77 64,81 115,66<br />

De 70,01% a 80,00% 70,34 74,14 74,53 75,90 73,97 70,73 74,07 132,18<br />

De 80,01% a 90,00% 0,00 85,75 63,75 89,37 87,18 88,40 87,06 155,36<br />

Mais de 90,01% 0,00 99,04 94,29 0,00 99,86 0,00 96,87 172,87<br />

TOTAL GRUPO 45,40 54,97 56,13 60,64 60,99 55,53 56,04 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

COMPOSIÇÃO DO ORÇAMENTO CRIANÇA<br />

=<br />

OCA Exclusivo Liquidado<br />

Orçamento Total Liquidado<br />

A participação do Orçamento Criança Exclusivo<br />

no Orçamento Total Liquidado indica se o esforço<br />

alocativo tende a se concentrar na atenção direta<br />

à criança e ao adolescente ou, de forma geral,<br />

na sua família. O OCA Exclusivo refere-se às<br />

“ações implementadas exclusivamente para a<br />

atenção direta às crianças e aos adolescentes,<br />

tais como promoção da educação e da saúde<br />

materno-infantil” e o Não Exclusivo congrega<br />

“ações de saúde, educação, assistência social,<br />

habitação, saneamento, cultura e esporte que<br />

beneficiam diretamente a família como um<br />

todo e não apenas a criança e o adolescente”<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

97


(<strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> - Save the Children, 2007:13).<br />

No conjunto da amostra, o Orçamento Criança<br />

Exclusivo representou, em média, 29,67% do<br />

orçamento (tabela 49), mantendo o mesmo<br />

percentual de 2009 (29,6%). Os municípios de<br />

São Paulo, Centro-Oeste, Sul e Sudeste ficaram<br />

abaixo desta participação com, respectivamente,<br />

28,8%, 28,5%, 25,9% e 22,4%, valor este<br />

o menor de todos. No Nordeste, registrou-se<br />

novamente a maior participação relativa do<br />

OCA Exclusivo no orçamento, 38,1%, tal qual<br />

em 2009 (32,2%). O Norte, por sua vez,<br />

melhorou seu desempenho em relação à edição<br />

passada, ficando acima da média (34%)<br />

Os municípios de pequeno-médio porte<br />

(MP) registraram maior percentual médio de<br />

Orçamento Criança Exclusivo (40,2%). Os<br />

de grande porte (G1) apresentaram o menor<br />

peso do OCA Exclusivo (22,3%) (tabela 50).<br />

Tal qual em 2009, na maior parte dos<br />

municípios analisados (55, representando<br />

33,5%), o Orçamento Criança Exclusivo<br />

responde por entre 20% e 30% do<br />

orçamento liquidado (tabela 47), sendo<br />

que a metade destes (28, ou 50,1%) é de<br />

grande porte (G1 e G2). Incluindo-se a<br />

faixa superior, verificamos que 54,2% dos<br />

municípios (ou 89) comprometem entre 20%<br />

e 40% de seu orçamento com despesas<br />

exclusivas para crianças e adolescentes.<br />

Neste caso, 47,2% (ou 42) são classificados<br />

como de grande porte, tendência esta mais<br />

consolidada do que na apuração anterior.<br />

Para uma pequena parcela de municípios<br />

(14, equivalendo a 8,5%), o OCA Exclusivo<br />

comprometeu mais de 60% do orçamento<br />

municipal. A maioria (8) é de pequeno<br />

porte (P e PP) (tabelas 47 e 48). Em termos<br />

regionais, 9 se localizam no Nordeste.<br />

Tabela 47 – Distribuição da participação do OCA Exclusivo Liquidado no<br />

orçamento Total Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 10,00% 4 1 1 1 4 9 20 12,20 12,20<br />

De 10,01% a 20,00% 5 0 1 9 4 5 24 14,63 26,83<br />

De 20,01% a 30,00% 7 1 0 9 14 24 55 33,54 60,37<br />

De 30,01% a 40,00% 11 0 1 1 6 15 34 20,73 81,10<br />

De 40,01% a 50,00% 2 2 0 0 2 4 10 6,10 87,20<br />

De 50,01% a 60,00% 2 1 1 1 1 1 7 4,27 91,46<br />

De 60,01% a 70,00% 4 0 0 0 1 3 8 4,88 96,34<br />

De 70,01% a 80,00% 3 0 0 0 0 0 3 1,83 98,17<br />

De 80,01% a 90,00% 2 0 0 0 0 1 3 1,83 100,00<br />

Mais de 90,01% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 100,00<br />

TOTAL 1 40 5 4 21 32 62 164 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

(1) 8 municípios não declararam OCA Exclusivo<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

98


Tabela 48 – Distribuição da participação do OCA Exclusivo Liquidado no<br />

orçamento Total Liquidado por faixa percentual e grupo de ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 10,00% 2 6 4 2 4 2 20 12,20 12,20<br />

De 10,01% a 20,00% 6 11 3 1 1 2 24 14,63 26,83<br />

De 20,01% a 30,00% 6 22 14 2 11 0 55 33,54 60,37<br />

De 30,01% a 40,00% 0 14 8 2 9 1 34 20,73 81,10<br />

De 40,01% a 50,00% 1 2 4 1 2 0 10 6,10 87,20<br />

De 50,01% a 60,00% 1 1 2 2 0 1 7 4,27 91,46<br />

De 60,01% a 70,00% 0 0 1 1 3 3 8 4,88 96,34<br />

De 70,01% a 80,00% 0 0 2 1 0 0 3 1,83 98,17<br />

De 80,01% a 90,00% 0 0 0 1 2 0 3 1,83 100,00<br />

Mais de 90,01% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 100,00<br />

TOTAL 1 16 56 38 13 32 9 164 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

(1) 8 municípios não declararam OCA Exclusivo<br />

Tabela 49 – Percentual médio de participação do OCA Exclusivo Liquidado<br />

no orçamento Total Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO<br />

PAULO<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

Até 10,00% 4,01 0,98 0,75 0,21 1,91 3,62 2,77 9,35<br />

De 10,01% a 20,00% 18,32 0,00 19,73 17,44 15,15 19,03 17,67 59,55<br />

De 20,01% a 30,00% 26,29 21,36 0,00 25,17 25,74 25,27 25,43 85,71<br />

De 30,01% a 40,00% 33,54 0,00 34,41 33,77 32,55 35,54 34,28 115,53<br />

De 40,01% a 50,00% 47,26 45,64 0,00 0,00 44,73 46,65 46,19 155,66<br />

De 50,01% a 60,00% 55,63 56,56 58,94 52,38 51,65 54,18 55,00 185,36<br />

De 60,01% a 70,00% 65,26 0,00 0,00 0,00 63,33 63,74 64,45 217,21<br />

De 70,01% a 80,00% 74,44 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 74,44 250,87<br />

De 80,01% a 90,00% 87,05 0,00 0,00 0,00 0,00 89,37 87,82 295,98<br />

Mais de 90,01% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

TOTAL 38,12 34,04 28,46 22,37 25,88 28,85 29,67 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

99


Tabela 50 – Percentual médio de participação do OCA Exclusivo Liquidado<br />

no orçamento Total Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

TOTAL<br />

= 100<br />

Até 10,00% 3,70 4,74 1,94 1,96 1,27 2,83 2,91 9,76<br />

De 10,01% a 20,00% 17,79 18,15 16,57 18,66 11,62 18,83 17,67 59,19<br />

De 20,01% a 30,00% 23,01 25,21 25,78 25,46 26,76 0,00 25,43 85,19<br />

De 30,01% a 40,00% 0,00 34,61 34,99 30,52 33,89 34,93 34,28 114,83<br />

De 40,01% a 50,00% 49,51 44,59 45,80 46,15 46,90 0,00 46,19 154,72<br />

De 50,01% a 60,00% 54,73 54,18 54,10 55,66 0,00 56,54 55,00 184,23<br />

De 60,01% a 70,00% 0,00 0,00 63,33 65,90 65,21 63,57 64,45 215,89<br />

De 70,01% a 80,00% 0,00 0,00 74,24 74,84 0,00 0,00 74,44 249,35<br />

De 80,01% a 90,00% 0,00 0,00 63,33 89,37 87,05 0,00 87,82 294,19<br />

Mais de 90,01% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

TOTAL 22,28 25,19 31,62 40,16 33,74 36,16 29,85 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

GESTÃO DAS AÇÕES DO OCA<br />

=<br />

OCA Liquidado<br />

Orçamento Inicial<br />

O grau de execução do Orçamento Criança<br />

em relação à previsão inicial aponta a<br />

tendência à estabilidade da gestão dos<br />

recursos para a criança e o adolescente.<br />

Tanto orçamentos iniciais subestimados quanto<br />

superestimados representam tensão não<br />

desejável para a gestão dos recursos, uma vez<br />

que dificultam a consecução de metas sociais<br />

e estimulam a disputa alocativa ao longo<br />

do processo de execução. Considerando-se<br />

um mês do ano como equivalente a 8,33%<br />

(um duodécimo do orçamento), concebeuse<br />

uma escala dos limites de adequação e<br />

inadequação da execução orçamentária:<br />

(a) indicador < 75% = gestão inadequada;<br />

(b) indicador > 75% e < 83,3%<br />

= gestão sob risco;<br />

(c) indicador > 91,7% e <<br />

100% = gestão estável;<br />

(d) indicador > 100% e 108,35% =<br />

gestão não planejada.<br />

Novamente, repetiu-se o cenário de grande<br />

dispersão dos percentuais de execução do<br />

OCA. Com isto, o percentual médio geral fica<br />

prejudicado, prevalecendo a interpretação<br />

da incidência dos municípios por faixa.<br />

Em 2011, os municípios em gestão<br />

inadequada (tabela 51) foram apenas 4,6%<br />

(8), situação muito melhor do que a de<br />

2009, quando 57 municípios, ou 32,2%,<br />

apresentavam-se como tal, assim como a<br />

registrada em 2008, quando a maioria absoluta<br />

dos municípios analisados (257, ou 88,6%)<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

100


se colocavam nesta posição. Reflete tendência<br />

à redução da prática de superestimação da<br />

previsão orçamentária do Orçamento Criança.<br />

Dos municípios que ainda encontram-se nesta<br />

condição, mais de um terço (3) está situado<br />

em São Paulo. Os demais localizam-se nas<br />

regiões Sudeste (3), Sul (1) e Nordeste (1). Esse<br />

comportamento predominou nos municípios<br />

de médio porte (M), 15, ou 37,5% destes.<br />

Na faixa de gestão sob risco (>75%<br />

e


Continuação<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

De 83,41% a 91,70% 5 9 3 0 2 2 21 12,21 25,58<br />

De 91,71% a 100,00% 3 16 9 1 5 3 37 21,51 47,09<br />

De 100,01% a 108,34% 5 7 4 1 4 3 24 13,95 61,05<br />

Mais de 108,35% 1 15 19 10 20 2 67 38,95 100,00<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 53 – Percentual médio de execução do OCA em relação ao OCA inicial<br />

por faixa percentual e região - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

TOTAL<br />

= 100,00<br />

Menor do que 75,00% 20,95 0,00 0,00 67,10 74,61 60,22 59,69 2,46<br />

De 75,01% a 83,40% 80,13 0,00 78,62 77,97 77,93 78,95 78,92 3,25<br />

De 83,41% a 91,70% 88,86 89,92 0,00 88,82 85,98 88,47 88,29 3,64<br />

De 91,71% a 100,00% 97,97 94,34 0,00 96,48 97,43 96,86 97,11 4,00<br />

De 100,01% a 108,34% 101,73 0,00 0,00 101,33 104,15 103,39 103,21 4,26<br />

Mais de 108,35% 9.354,88 303,86 34.430,57 181,77 1.530,16 5.462,61 6.083,53 250,82<br />

TOTAL 3.480,16 176,38 25.842,59 116,69 677,19 2.240,87 2.425,48 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 54 – Percentual médio de execução do OCA em relação ao<br />

OCA inicial por faixa percentual e de ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

TOTAL<br />

= 100,00<br />

Menor do que 75,00% 0,00 53,60 51,94 74,61 69,94 0,00 59,69 2,46<br />

De 75,01% a 83,40% 78,06 78,20 81,93 0,00 80,01 0,00 78,92 3,25<br />

De 83,41% a 91,70% 87,60 88,14 90,21 0,00 89,04 87,06 88,29 3,64<br />

De 91,71% a 100,00% 95,75 96,73 98,00 94,31 96,97 99,06 97,11 4,00<br />

De 100,01% a 108,34% 102,53 103,18 103,13 105,99 104,23 102,26 - -<br />

Mais de 108,35% 210,46 <strong>2.1</strong>03,22 1.019,58 29.581,48 3.007,37 251,89 - -<br />

TOTAL 100,28 610,73 531,42 22.776,13 1.757,92 128,19 2.425,48 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

102


PRIORIDADE ALOCATIVA DO OCA<br />

O perfil da composição do Orçamento<br />

Criança (qual maior OCA Eixo Educação<br />

Total Liquidado/ OCA Total Liquidado<br />

ou OCA Eixo Saúde Total Liquidado/<br />

OCA Total Liquidado) mostra em que<br />

eixo de políticas o esforço alocativo se<br />

concentra. Trata-se de um diagnóstico<br />

importante para a análise da prioridade<br />

de gestão das políticas para a criança<br />

e o adolescente no município.<br />

A participação de Saúde e Educação no<br />

total gastos do OCA foi definida a partir<br />

de faixas percentuais, que variam da<br />

destinação de menos de 30% dos recursos<br />

totais para Educação e mais de 70% para<br />

a Saúde (Educ70), até outra<br />

em que as despesas com Educação se<br />

situam na faixa entre 50% e 60% do OCA<br />

e as com Saúde entre 45% e 50% (>50<br />

EducSaúde70 no<br />

cenário descrito). Os percentuais apurados<br />

não possuem valor legal, visto que se<br />

baseiam em critérios gerais de agregação<br />

e envolvem o cálculo proporcional pela<br />

população de crianças e adolescentes do<br />

valor apurado do OCA Não Exclusivo.<br />

Em termos analíticos, as faixas não<br />

implicam em maior ou menor adequação<br />

da alocação dos recursos. Entretanto,<br />

cenários em que a participação de algum<br />

dos eixos se encontre nos extremos sugere<br />

uma análise mais aprofundada para se<br />

conhecer o motivo da especificidade.<br />

Em 2010, manteve-se o cenário no<br />

qual a maioria absoluta dos municípios<br />

(111 municípios, representando<br />

64,5%) registrou percentual médio de<br />

participação do eixo Educação no OCA<br />

acima de 50% (tabela 55). Em 2009,<br />

64,6% dos municípios (115) alocaram<br />

seus recursos deste modo, enquanto,<br />

em 2008, foram 190 municípios,<br />

representando 65,5% contra 61,6%<br />

municípios (223) nesta situação em 2007.<br />

Os municípios encontram-se distribuídos<br />

em duas faixas: 50%>EducEduc70%<br />

(29, ou 16,3%), 50%>EducEduc70% migraram para<br />

a faixa inferior (60%>Educ


Tabela 55 – Distribuição de municípios pela participação relativa dos eixos<br />

de educação e saúde no OCA Total Liquidado por faixa percentual<br />

e grupo de ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA PERCENTUAL DE DESPESAS (%)<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Educ 70 0<br />

Educ >70 Saúde


A composição de gastos em Saúde foi<br />

definida a partir de faixas percentuais<br />

variando desde o cenário de destinação<br />

de menos de 30% dos recursos para<br />

Saneamento e mais de 70% para a Saúde<br />

(Saneam70), até outro em<br />

que as despesas com Saneamento se situam<br />

entre 50% e 60% do OCA Saúde e as com<br />

Saúde entre 45% e 50% (>50 SaneamSaúde70 no cenário descrito).<br />

Do mesmo modo, não se pode falar em uma<br />

composição mais adequada. Entretanto,<br />

cenários em que a participação de algum dos<br />

eixos se encontre nos extremos igualmente<br />

sugere uma análise mais aprofundada para<br />

se conhecer o motivo da especificidade.<br />

Em 2011, a maioria dos municípios (111,<br />

ou 64,5%) registrou composição do OCA<br />

Saúde com a área Saúde respondendo<br />

por mais de 70% das despesas (Saneam<br />

70%), conforme mostra<br />

a tabela 56. Foram registrados 3<br />

(1,74%) municípios nos quais o peso das<br />

despesas com Saneamento fica entre<br />

40% e 50%, assim como 2 (1,16%)<br />

onde ela se situa entre 50% e 70%.<br />

Este quadro é distinto do que prevaleceu<br />

em 2009, onde a maioria absoluta dos<br />

municípios (237, ou 81,7%) registrou<br />

composição do OCA Saúde com a área<br />

Saúde respondendo por mais de 70%<br />

das despesas (Saneam 70%). Em 2011, este cenário não<br />

se confirmou em razão de 21,5% (37)<br />

municípios destinarem somente 60% de seus<br />

recursos com Saúde exclusivamente para<br />

ações estritamente de saúde. Contudo,<br />

manteve-se a presença de municípios com<br />

peso das despesas com Saneamento:<br />

60%>SaneamSaneam70 Saúde


Continuação<br />

FAIXA PERCENTUAL DE DESPESAS (%)<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

>60 Saneam 30 Saúde 30 Saneam 50 Saúde 30 Saneam 30 Saúde 35 Saneam 45 Saúde 45 Saneam 35 Saúde 35 Saneam 50 Saúde 50 Saneam 35 Saúde 35 Saneam 60 Saúde 60 Saneam 35 Saúde 40 Saneam 45 Saúde 45 Saneam 40 Saúde 45 Saneam 45 Saúde 40 Saneam 50 Saúde 50 Saneam 40 Saúde 45 Saneam 50 Saúde 50 Saneam 45 Saúde


de forma idêntica com 36,3% destes<br />

estando localizados no estado de São Paulo<br />

e 39,2% sendo de grande porte (G2).<br />

Em 2009, 37, 5% se situavam no estado<br />

de São Paulo e 24% são de grande<br />

porte (G2). Acima de 5% encontram-se<br />

19,6%, ou 32 municípios, 40,6%, ou 13<br />

deles, paulistas, e o mesmo percentual de<br />

pequeno porte (P), contra, em 2009, 23%,<br />

ou 33 municípios, nesta faixa, sendo 75%<br />

paulistas e a metade de pequeno porte (P).<br />

Tabela 57 – Distribuição de municípios conforme a participação relativa das<br />

áreas de Cultura, Desportos e Lazer no OCA Educação Liquidado por faixa<br />

percentual e região - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 1,00% 7 2 2 10 12 13 46 26,74 26,74<br />

De 1,01% a 2,00% 8 0 0 4 6 10 28 16,28 43,02<br />

De 2,01% a 3,00% 7 1 0 2 4 14 28 16,28 59,30<br />

De 3,01% a 4,00% 8 1 1 3 4 8 25 14,53 73,84<br />

De 4,01% a 5,00% 2 0 0 2 2 7 13 7,56 81,40<br />

De 5,01% a 10,00% 6 0 1 3 3 12 25 14,53 95,93<br />

De 10,01% a 20,00% 2 0 0 1 1 1 5 2,91 98,84<br />

De 20,01% a 50,00% 0 1 0 0 0 0 1 0,58 99,42<br />

De 50,01% a 75,00% 1 0 0 0 0 0 1 0,58 100,00<br />

Mais de 75,01% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 100,00<br />

TOTAL 41 5 4 25 32 65 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 58 – Distribuição de municípios conforme a participação relativa das áreas<br />

de Cultura, Desportos e Lazer no OCA Educação Liquidado por faixa percentual<br />

e grupo de ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 1,00% 8 18 9 2 6 3 46 26,74 26,74<br />

De 1,01% a 2,00% 1 10 8 3 5 1 28 16,28 43,02<br />

De 2,01% a 3,00% 2 12 7 3 3 1 28 16,28 59,30<br />

De 3,01% a 4,00% 3 11 4 3 4 0 25 14,53 73,84<br />

De 4,01% a 5,00% 0 3 4 0 4 2 13 7,56 81,40<br />

De 5,01% a 10,00% 2 4 6 2 9 2 25 14,53 95,93<br />

De 10,01% a 20,00% 0 0 1 0 3 1 5 2,91 98,84<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

107


Continuação<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

De 20,01% a 50,00% 0 0 1 0 0 0 1 0,58 99,42<br />

De 50,01% a 75,00% 0 0 0 0 1 0 1 0,58 100,00<br />

Mais de 75,01% 0 0 0 0 0 0 0 0,00 100,00<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 59 – Média da participação relativa das áreas de Cultura, Desportos e<br />

Lazer Liquidado no OCA Educação Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

Até 1,00% 0,18 0,47 0,45 0,42 0,51 0,45 0,42<br />

De 1,01% a 2,00% 1,56 0,00 0,00 1,71 1,34 1,53 1,52<br />

De 2,01% a 3,00% 2,58 2,36 0,00 2,37 2,44 2,53 2,51<br />

De 3,01% a 4,00% 3,55 3,91 3,58 3,44 3,35 3,39 3,47<br />

De 4,01% a 5,00% 4,79 0,00 0,00 4,24 4,46 4,56 4,53<br />

De 5,01% a 10,00% 7,05 0,00 9,60 5,86 7,07 7,37 7,17<br />

De 10,01% a 20,00% 10,69 0,00 0,00 13,32 10,38 12,96 11,61<br />

De 20,01% a 50,00% 0,00 20,10 0,00 0,00 0,00 0,00 20,10<br />

De 50,01% a 75,00% 65,82 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 65,82<br />

Mais de 75,01% 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

TOTAL 4,86 5,46 3,52 2,62 2,43 3,34 3,49<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 60 – Média da participação relativa das áreas de Cultura, Desportos<br />

e Lazer Liquidado no OCA Educação Liquidado por faixa percentual<br />

e de ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

Até 1,00% 0,00 0,46 0,49 0,00 0,39 0,30 0,42<br />

De 1,01% a 2,00% 1,49 1,52 1,44 1,63 1,56 1,93 1,52<br />

De 2,01% a 3,00% 2,53 2,65 2,34 2,63 2,42 2,29 2,51<br />

De 3,01% a 4,00% 3,48 3,50 3,40 3,34 3,43 – 3,47<br />

De 4,01% a 5,00% 4,41 4,38 4,44 0,00 4,71 4,62 4,53<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

108


Continuação<br />

FREQUÊNCIA<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

De 5,01% a 10,00% 7,28 6,51 7,80 6,28 7,08 7,59 7,17<br />

De 10,01% a 20,00% 10,38 0,00 10,38 0,00 12,29 10,79 11,61<br />

De 20,01% a 50,00% 20,10 0,00 20,10 0,00 0,00 0,00 20,10<br />

De 50,01% a 75,00% 0,00 0,00 10,38 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Mais de 75,01% 0,00 0,00 0,00 0,00 65,82 0,00 65,82<br />

TOTAL 2,21 2,29 3,52 2,72 6,18 4,03 3,49<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

POLÍTICAS DE PROTEÇÃO À<br />

CRIANÇA E AO ADOLESCENTE<br />

=<br />

OCA Proteção Social<br />

População de 0 a 18 anos<br />

O Orçamento Criança Proteção Social Per<br />

Capita constitui uma medida de aferição<br />

do esforço alocativo com ações básicas e<br />

especiais para a criança e o adolescente<br />

desassistidos. Ela possibilita comparar o<br />

resultado da ação governamental entre<br />

grupos, em princípio diferenciados.<br />

O OCA Proteção Social per Capita Médio<br />

anual de todos os municípios analisados foi de<br />

R$ 281,17, valor 66,5% acima do apurado em<br />

2009 (R$ 168,88) e bem superior aos de 2008<br />

(R$ 146,58) e 2007 (R$ 111,05) (tabela 63).<br />

Ele representou gasto médio mensal em 2008<br />

com políticas de proteção básica e especial<br />

da criança e do adolescente de R$ 23,43.<br />

Em termos regionais, novamente a região Norte<br />

registrou o menor OCA Proteção Social Per<br />

Capita Médio (R$ 151,76), valor superior aos<br />

apurados em 2009 (R$ 53,23) e 2008 (R$<br />

62,05). A região Centro-Oeste apresentou o<br />

maior valor (R$ 399,73), que foi superior ao<br />

maior de 2009, de São Paulo (R$ 222,68),<br />

e o de 2008 (R$ 215,04), também de São<br />

Paulo. Neste exercício, este estado registrou<br />

R$ 365,95, valor igualmente expressivo.<br />

Os municípios de muito pequeno porte (PP)<br />

apresentaram per capita superior à média geral<br />

(R$ 544,34), também superior à edição passada<br />

(R$ 292,16) e a de 2008 (R$ 284,31). Os de<br />

grande porte (G1 e G2) praticaram os menores<br />

valores médios (R$ 180,69 e R$ 233,58).<br />

Cerca de 60% dos municípios (105) gastaram<br />

menos de R$ 250,00 por ano com a criança<br />

e o adolescente para fins de proteção social<br />

(tabela 61). Este cenário é bem melhor do que<br />

o de 2009, quando o mesmo percentual de<br />

municípios gastou menos do que R$ 100,00<br />

por ano, bem como ao de 2008, em que<br />

quase metade dos municípios (135, ou 46,5%)<br />

apresentava gastos abaixo deste valor. Desse<br />

conjunto, 30 são municípios paulistas e 28 do<br />

Nordeste, que juntos equivalem a 57,1% dessa<br />

parcela. Em termos populacionais, 40 municípios<br />

de grande (G2 = 38,1%) e 25 de médio porte<br />

(M = 23,8%) apuraram OCA Proteção Social Per<br />

Capita nesta faixa (tabela 62), registrando-se 4<br />

(3,8%) de pequeno porte (PP).<br />

Destinando mais de R$ 250,00 para proteção<br />

social de cada criança, temos 67, ou 38,9%<br />

dos municípios, situação bem melhor do<br />

que a de 2009 (32, ou 12,2%), de 2008<br />

(9,3%) e de 2007 (8,1%). Mais da metade<br />

deles (37) se localiza em São Paulo. Não<br />

há municípios nessa faixa na região Norte,<br />

tal como em 2009, 2008 e 2007.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

109


Tabela 61 – Distribuição de municípios segundo OCA<br />

proteção social per capita médio por faixa de valor e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 25,00 0 0 0 1 1 0 2 1,16 1,16<br />

De 25,01 a 50,00 2 0 0 1 0 2 5 2,91 4,07<br />

De 50,01 a 75,00 4 1 0 0 5 3 13 7,56 11,63<br />

De 75,01,00 a 100,00 3 0 0 3 0 4 10 5,81 17,44<br />

De 100,01 a 150,00 8 1 0 5 7 8 29 16,86 34,30<br />

De 150,01 a 200,00 8 2 1 5 5 8 29 16,86 51,16<br />

De 200,01 a 250,00 3 1 1 3 4 5 17 9,88 61,05<br />

De250,01 a 300,00 4 0 0 1 1 5 11 6,40 67,44<br />

De 300,01 a 400,00 4 0 1 1 3 15 24 13,95 81,40<br />

De 400,01 a 500,00 1 0 0 2 3 6 12 6,98 88,37<br />

Mais de 500,00 4 0 1 3 3 9 20 11,63 100,00<br />

TOTAL 41 5 4 25 32 65 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 62 – Distribuição de municípios segundo OCA<br />

proteção social per capita médio por faixa de valor e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 25,00 0 1 1 0 0 0 2 1,16 1,16<br />

De 25,01 a 50,00 2 2 1 0 0 0 5 2,91 4,07<br />

De 50,01 a 75,00 2 6 4 0 1 0 13 7,56 11,63<br />

De 75,01,00 a 100,00 1 2 2 2 2 1 10 5,81 17,44<br />

De 100,01 a 150,00 2 13 7 2 5 0 29 16,86 34,30<br />

De 150,01 a 200,00 5 10 7 1 5 1 29 16,86 51,16<br />

De 200,01 a 250,00 0 6 5 2 2 2 17 9,88 61,05<br />

De250,01 a 300,00 1 4 2 1 3 0 11 6,40 67,44<br />

De 300,01 a 400,00 1 6 4 5 7 1 24 13,95 81,40<br />

De 400,01 a 500,00 2 3 3 0 4 0 12 6,98 88,37<br />

Mais de 500,00 0 5 4 0 6 5 20 11,63 100,00<br />

TOTAL 16 58 40 13 35 10 172 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

110


Tabela 63 – OCA proteção social per capita médio<br />

por faixa de valor e região - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA (R$)<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

Até 25,00 15,72 10,01 12,87<br />

De 25,01 a 50,00 36,80 49,24 46,86 43,31<br />

De 50,01 a 75,00 64,85 74,37 64,79 62,26 64,96<br />

De 75,01,00 a 100,00 85,59 90,45 85,73 87,10<br />

De 100,01 a 150,00 123,23 126,83 123,55 123,98 126,76 124,56<br />

De 150,01 a 200,00 176,29 156,90 180,72 171,27 174,41 175,43 173,68<br />

De 200,01 a 250,00 233,73 243,80 240,03 217,57 221,68 223,00 225,85<br />

De250,01 a 300,00 276,87 274,52 264,03 269,08 271,95<br />

De 300,01 a 400,00 315,96 368,17 301,38 348,64 354,61 345,77<br />

De 400,01 a 500,00 456,31 414,53 439,35 466,91 450,41<br />

Mais de 500,00 701,22 810,01 562,52 584,17 1.129,46 861,00<br />

TOTAL 227,31 151,76 399,73 222,22 229,41 365,95 281,17<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 64 – Distribuição OCA proteção social per capita médio por faixa de<br />

valor e de ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

Até 25,00 15,72 10,01 12,87<br />

De 25,01 a 50,00 36,80 46,86 49,24 43,31<br />

De 50,01 a 75,00 61,90 64,17 67,71 64,83 64,96<br />

De 75,01,00 a 100,00 91,46 84,02 87,65 89,58 86,82 83,41 87,10<br />

De 100,01 a 150,00 114,71 123,52 121,59 136,07 130,78 124,56<br />

De 150,01 a 200,00 183,48 167,42 170,99 151,51 182,61 183,54 173,68<br />

De 200,01 a 250,00 225,76 226,90 224,87 234,05 216,25 225,85<br />

De250,01 a 300,00 256,34 275,68 257,30 298,04 273,25 271,95<br />

De 300,01 a 400,00 301,38 342,82 226,90 347,99 343,51 376,62 345,77<br />

De 400,01 a 500,00 448,82 439,77 442,82 464,86 450,41<br />

Mais de 500,00 754,35 652,59 1.078,45 873,46 861,00<br />

TOTAL 180,69 233,58 239,01 237,73 395,08 544,34 281,17<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

111


POLÍTICAS DO FUNDO DOS DIREITOS<br />

DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE<br />

=<br />

Fundo da Criança e do Adolescente Liquidado<br />

OCA Total Liquidado<br />

A participação relativa dos recursos alocados<br />

no Fundo Municipal dos Diretos da Criança<br />

e do Adolescente - FMDCA no Orçamento<br />

Criança Proteção Social mostra o grau de<br />

controle social a que as despesas diretas<br />

de proteção à criança e ao adolescente<br />

encontram-se submetidas, assim como o<br />

peso dessas ações complementares.<br />

Em 2011, somente 147 municípios declararam<br />

dispor de FMDCA, sendo que 5 apresentaram<br />

valores inconsistentes e 20 municípios, de<br />

fato, lançaram valores iguais a zero. Neste<br />

contexto, os recursos médios alocados no<br />

FMDCA representaram 11,6% do OCA<br />

Proteção Social (tabela 67), percentual<br />

melhor do que os de 2009 (11,1%) e 2008<br />

(8,2%). Nos municípios do Sudeste, esta<br />

participação foi de 15,1% e, nos do Sul, de<br />

15,4%. Nos municípios classificados como de<br />

muito pequeno porte (PP), o peso relativo do<br />

FMDCA foi de duas vezes a média (23,9%) –<br />

reafirmando a realidade da edição passada,<br />

seguidos pelos de médio-pequeno porte (MP<br />

= 17,7%%) – tabela 68. Por sua vez, 38,8%<br />

(57) dos municípios registraram FMDCA<br />

inferior a 4% dos gastos com proteção social,<br />

cenário este um pouco melhor do que o de<br />

2009, quando 41,9% (70) dos municípios<br />

encontravam-se nesta situação. Desses, 16<br />

(28,1% desta parcela) estão no Nordeste e 15<br />

(26,3%) em São Paulo. Ainda neste intervalo,<br />

a maior parte (18, ou 31,6%) dos municípios<br />

foi de grande porte (G2) - tabela 66.<br />

Ainda se mantém um montante expressivo de<br />

municípios (20, ou 13,6%) com FMDCA menor<br />

do que 1% das despesas com proteção social,<br />

cenário melhor do que o de 2009 (35, ou<br />

21%). A maioria encontra-se na região Nordeste<br />

(9, ou 45%) e é de grande porte (G2 = 10, ou<br />

27,8%), repetindo o quadro de 2009 (Nordeste<br />

= 15, ou 41,7%, e G2 = 10, ou 27,8%).<br />

Com FMDCA acima de 10%, encontramos<br />

35,4%, ou 52, dos municípios da amostra,<br />

situação do mesmo modo idêntica à de 2009<br />

(34,4%, ou 58 dos municípios). Destes, 24<br />

(46,1% da parcela) localizam-se no estado<br />

de São Paulo e outros 9 (21,1%) na região<br />

Sudeste. Não foi registrado qualquer município<br />

das regiões Norte e Centro-Oeste nesta faixa.<br />

Tabela 65 – Distribuição de municípios segundo a participação<br />

relativa do Fundo Municipal dos Direitos da Criança Liquidado no OCA<br />

proteção Liquidado por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 1,00% 9 2 0 3 2 4 20 13,61 13,61<br />

De 1,01% a 2,00% 1 0 1 5 5 1 13 8,84 22,45<br />

De 2,01% a 3,00% 2 1 0 2 0 5 10 6,80 29,25<br />

De 3,01% a 4,00% 4 1 1 1 2 5 14 9,52 38,78<br />

De 4,01% a 5,00% 0 0 0 1 2 2 5 3,40 42,18<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

112


Continuação<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

De 5,01% a 10,00% 6 0 1 2 6 18 33 22,45 64,63<br />

De 10,01% a 20,00% 6 0 0 3 4 13 26 17,69 82,31<br />

De 20,01% a 50,00% 2 0 0 5 4 9 20 13,61 95,92<br />

De 50,01% a 75,00% 1 0 0 1 0 2 4 2,72 98,64<br />

Mais de 75,01% 0 0 0 0 2 0 2 1,36 100,00<br />

TOTAL 1 31 4 3 23 27 59 147 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

(1) 5 municípios com valor de FMDCA inconsistente e 20 municípios<br />

com valor de FMDCA igual a “0”.<br />

Tabela 66 – Distribuição de municípios segundo a participação relativa<br />

do Fundo Municipal dos Direitos da Criança Liquidado no<br />

OCA proteção Liquidado por faixa percentual e grupo de ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FAIXA DE PARTICIPAÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Até 1,00% 1 8 8 0 2 1 20 13,61 13,61<br />

De 1,01% a 2,00% 4 5 2 2 0 0 13 8,84 22,45<br />

De 2,01% a 3,00% 2 4 3 0 1 0 10 6,80 29,25<br />

De 3,01% a 4,00% 3 1 5 1 4 0 14 9,52 38,78<br />

De 4,01% a 5,00% 0 1 3 0 0 1 5 3,40 42,18<br />

De 5,01% a 10,00% 1 15 6 3 7 1 33 22,45 64,63<br />

De 10,01% a 20,00% 3 9 7 2 5 0 26 17,69 82,31<br />

De 20,01% a 50,00% 1 5 2 4 5 3 20 13,61 95,92<br />

De 50,01% a 75,00% 0 2 0 0 1 1 4 2,72 98,64<br />

Mais de 75,01% 0 1 1 0 0 0 2 1,36 100,00<br />

TOTAL 1 15 51 37 12 25 7 147 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

(1) 5 municípios com valor de FMDCA inconsistente e 20 municípios<br />

com valor de FMDCA igual a “0”.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

113


Tabela 67 – Média da participação relativa do Fundo Municipal dos Direitos<br />

da Criança Liquidado no OCA proteção Liquidado por faixa percentual e<br />

região - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

Até 1,00% 11,61 0,68 0,47 0,19 0,64 0,88<br />

De 1,01% a 2,00% 1,03 1,74 1,50 1,24 1,96 1,39<br />

De 2,01% a 3,00% 2,28 2,39 2,59 0,00 2,45 2,40<br />

De 3,01% a 4,00% 3,58 3,63 3,56 3,66 3,45 3,39 3,53<br />

De 4,01% a 5,00% 4,74 4,35 4,25 3,66<br />

De 5,01% a 10,00% 7,27 6,74 7,73 7,42 6,77 7,01<br />

De 10,01% a 20,00% 15,19 13,77 15,04 14,70 14,43<br />

De 20,01% a 50,00% 25,24 39,90 28,60 32,46 31,36<br />

De 50,01% a 75,00% 64,76 68,63 57,35 49,82<br />

Mais de 75,01% 87,64 87,64<br />

TOTAL 8,83 1,84 4,01 15,11 15,43 12,92 11,61<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 68 – Média da participação relativa do Fundo Municipal dos Direitos<br />

da Criança Liquidado no OCA proteção Liquidado por faixa percentual e de<br />

ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

FAIXA<br />

Até 1,00% 0,62 0,55 0,40 0,00 0,59 0,00 0,50<br />

De 1,01% a 2,00% 1,30 1,57 1,28 1,41 0,00 0,00 1,60<br />

De 2,01% a 3,00% 2,49 2,49 2,43 0,00 2,18 0,00 2,40<br />

De 3,01% a 4,00% 3,73 3,38 3,66 3,31 3,21 0,00 3,47<br />

De 4,01% a 5,00% 0,00 4,33 4,48 0,00 0,00 4,18 3,66<br />

De 5,01% a 10,00% 5,43 6,36 7,68 7,71 7,67 8,57 6,86<br />

De 10,01% a 20,00% 13,83 14,67 14,59 14,25 15,91 0,00 14,32<br />

De 20,01% a 50,00% 20,92 31,32 31,07 38,76 33,89 30,79 31,31<br />

De 50,01% a 75,00% 0,00 60,55 14,59 0,00 64,76 62,23 49,62<br />

Mais de 75,01% 0,00 87,31 87,98 0,00 0,00 0,00 58,43<br />

TOTAL GRUPO 5,99 12,20 9,27 17,73 15,35 23,92 11,61<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

114


GESTÃO DO FUNDO MUNICIPAL<br />

DOS DIREITOS DA CRIANÇA E<br />

DO ADOLESCENTE – FMDCA<br />

O grau de execução do Fundo Municipal<br />

dos Direitos da Criança e do Adolescente<br />

em relação à previsão inicial aponta<br />

tendência à estabilidade da gestão de<br />

ações complementares para a criança e o<br />

adolescente. Ele foi apurado segundo os<br />

mesmos critérios da análise da execução do<br />

OCA (faixas de adequação e inadequação<br />

a partir do um duodécimo do orçamento).<br />

A maioria dos municípios analisados,<br />

80 (ou 54,4%), apresentou gestão<br />

inadequada (tabela 69), situação pior do<br />

que a de 2009, em que 91 (ou 51,4%)<br />

dos municípios se encontravam nesta<br />

faixa, assim como a de 2008, onde esta<br />

era a condição de 101, ou 34,8%, dos<br />

municípios. 30,0%, ou 24 municípios,<br />

são do estado de São Paulo e 25% (20)<br />

da região Nordeste. Essa prática<br />

prevaleceu tanto nos municípios de grande<br />

(G2 = 27, ou 52,9% do grupo)<br />

quanto nos de pequeno porte<br />

(P = 12, ou 48% do grupo) - tabela 70.<br />

Os municípios com execução orçamentária<br />

estável (faixa de 91,7% a 100%) totalizaram<br />

22 (15%), cenário menos favorável do que o de<br />

2009 (15,8%) e o de 2008, no qual 22,1% da<br />

amostra, 57 municípios, se encontravam nesta<br />

situação. Dos municípios situados em São Paulo<br />

como Sudeste, respectivamente, 10 (17%) e<br />

5 (21,7%) apresentaram esse comportamento.<br />

De acordo com o porte, 21,7% (8 de 37) dos<br />

municípios médios (M) e 11,8% (11 de 51) dos<br />

grandes (G2) conseguiram esse desempenho.<br />

Na faixa de gestão não planejada (><br />

108,35%), foram encontrados 23 municípios<br />

(15,6%) também, quantitativo inferior<br />

ao verificado em 2009 (29 municípios,<br />

ou 16,3%) e 2008 (21,7%). Mais da<br />

metade (65,2%, ou 15 do total da faixa)<br />

se localizava no estado de São Paulo.<br />

Também quase a metade (11 municípios)<br />

é de grande porte (G2) ao contrário de<br />

2009, em que eram de pequeno porte.<br />

Tabela 69 – Distribuição de municípios por percentual médio de execução do<br />

Fundo Municipal dos Direitos da Criança Liquidado em relação ao inicial<br />

por faixa percentual e região - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Menor do que 75,00% 20 4 1 14 17 24 80 54,42 54,42<br />

De 75,01% a 83,40% 4 0 0 0 1 3 8 5,44 59,86<br />

De 83,41% a 91,70% 2 0 0 0 3 3 8 5,44 65,31<br />

De 91,71% a 100,00% 2 0 2 5 3 10 22 14,97 80,27<br />

De 100,01% a 108,34% 0 0 0 1 1 4 6 4,08 84,35<br />

Mais de 108,35% 3 0 0 3 2 15 23 15,65 100,00<br />

TOTAL 1 31 4 3 23 27 59 147 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

(1) 5 municípios com valor de FMDCA inconsistente e 20 municípios<br />

com valor de FMDCA igual a “0”.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

115


Tabela 70 – Distribuição de municípios por percentual médio<br />

de execução do Fundo Municipal dos Direitos da Criança Liquidado em<br />

relação ao inicial por faixa percentual e grupo de ICV-Criança -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

(%)<br />

∑ (%)<br />

Menor do que 75,00% 14 27 21 3 12 3 80 54,42 54,42<br />

De 75,01% a 83,40% 1 3 1 2 1 0 8 5,44 59,86<br />

De 83,41% a 91,70% 0 1 3 0 3 1 8 5,44 65,31<br />

De 91,71% a 100,00% 0 6 8 4 4 0 22 14,97 80,27<br />

De 100,01% a 108,34% 0 3 1 1 1 0 6 4,08 84,35<br />

Mais de 108,35% 0 11 3 2 4 3 23 15,65 100,00<br />

TOTAL 1 15 51 37 12 25 7 147 100,00 100,00<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

(1) 5 municípios com valor de FMDCA inconsistente e 20 municípios<br />

com valor de FMDCA igual a “0”.<br />

Tabela 71 – Percentual médio de execução do Fundo Municipal dos Direitos<br />

da Criança Liquidado em relação ao inicial por faixa percentual e região -<br />

Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

NORDESTE<br />

NORTE<br />

CENTRO-<br />

OESTE<br />

SUDESTE<br />

SUL<br />

SÃO PAULO<br />

TOTAL<br />

Menor do que 75,00% 37,46 9,01 46,10 45,68 42,67 49,49 44,11<br />

De 75,01% a 83,40% 76,39 0,00 0,00 0,00 77,93 77,94 77,42<br />

De 83,41% a 91,70% 88,97 0,00 0,00 0,00 87,82 87,30 87,91<br />

De 91,71% a 100,00% 96,45 0,00 99,78 98,85 96,99 96,90 97,58<br />

De 100,01% a 108,34% 0,00 0,00 0,00 108,01 100,80 104,80 104,67<br />

Mais de 108,35% 27.587,10 0,00 0,00 153,80 306,61 304,90 3.843,89<br />

TOTAL 3.643,89 9,01 81,89 74,05 76,73 129,58 702,09<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

Tabela 72 – Percentual médio de execução do Fundo Municipal dos<br />

Direitos da Criança Liquidado em relação ao inicial por faixa percentual<br />

e ICV-Criança - Programa Prefeito Amigo da Criança – 2011<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

Menor do que 75,00% 51,44 40,94 37,56 30,75 48,49 39,56 42,59<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

116


Continuação<br />

FREQUÊNCIA DE EXECUÇÃO<br />

G1<br />

G2<br />

M<br />

MP<br />

P<br />

PP<br />

TOTAL<br />

De 75,01% a 83,40% 78,51 77,64 75,66 78,84 75,31 0,00 77,51<br />

De 83,41% a 91,70% 0,00 85,22 90,05 0,00 88,09 83,64 87,91<br />

De 91,71% a 100,00% 0,00 97,44 96,63 98,46 98,79 0,00 97,58<br />

De 100,01% a 108,34% 0,00 106,86 100,80 101,23 105,43 0,00 104,67<br />

Mais de 108,35% 0,00 7.753,04 473,06 269,57 181,78 146,85 3.843,89<br />

TOTAL 9,40 456,47 11,43 3,62 1,36 0,37 30,69<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança – 2012.<br />

2.3 METODOLOGIA<br />

DE AVALIAÇÃO<br />

O Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança (PPAC) tem por objetivo<br />

o reconhecimento dos esforços de<br />

gestores municipais para a promoção e<br />

defesa dos direitos das crianças e dos<br />

adolescentes dos municípios brasileiros.<br />

Conforme descrito anteriormente, na<br />

gestão 2009-2012 1.566 prefeitos<br />

assinaram o Termo de Compromisso do<br />

Programa e, destes, 307 concluíram<br />

todas as etapas propostas.<br />

O processo de avaliação tem por<br />

objetivo analisar a evolução dos<br />

indicadores quantitativos e qualitativos,<br />

bem como aspectos estruturantes da<br />

política em benefício da criança e do<br />

adolescente. Ou seja, buscou-se verificar<br />

os resultados provenientes dos esforços<br />

dos gestores municipais no cumprimento<br />

integral dos compromissos assumidos.<br />

A avaliação foi feita com base em critérios<br />

preconizados ao curso do Programa, nos<br />

instrumentais oferecidos (Mapa PPAC,<br />

ICV, OCA, Seminários), bem como pelos<br />

princípios norteadores estabelecidos no<br />

Termo de Compromisso firmado pelo gestor<br />

municipal no ato de adesão ao Programa.<br />

Tais preceitos abrangem características que<br />

primam pela construção de uma cultura de<br />

gestão planejada, participativa e integrada<br />

como intersetorialidade, continuidade,<br />

participação, estruturação e/ou<br />

qualificação. Diante destas prerrogativas<br />

se deu o processo de avaliação e suas<br />

especificidades serão descritas a seguir:<br />

A) CONDICIONALIDADES - refere-se às<br />

condições fundamentais e indispensáveis<br />

que os municípios deveriam atender<br />

para permanecerem no processo<br />

de avaliação e reconhecimento;<br />

Condicionalidades<br />

I) Gestão pública em consonância com o ECA<br />

II) Nomeação do Articulador<br />

III) Constituição do CMAA<br />

IV) Lei de criação do CMDCA<br />

V) Lei de criação do Fundo Municipal<br />

VI) Preenchimento do Mapa (Mapas entregues/<br />

Termos de validação entregues)<br />

VII) Continuidade administrativa<br />

B) FORTALECIMENTO DOS CONSELHOS<br />

– são instâncias estratégicas para a<br />

democratização da gestão pública.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

117


Será analisada sua existência,<br />

estruturação e funcionamento;<br />

I) CMDCA<br />

Fortalecimento dos Conselhos<br />

II) Conselho Tutelar<br />

III) Conselho Municipal de Educação<br />

III) Conselho Municipal de Saúde<br />

III) Conselho Municipal de Assistência Social<br />

C) TRANSPARÊNCIA E CONTROLE<br />

SOCIAL – mecanismo de participação,<br />

monitoramento e fiscalização da política<br />

pública pela sociedade civil. Será<br />

analisada a apuração do OCA e a<br />

ampliação da destinação orçamentária;<br />

Transparência e Controle Social<br />

I) Apuração do OCA - grupo 1<br />

II) Criação e aprimoramento de mecanismos<br />

de participação<br />

D) EVOLUÇÃO DOS INDICADORES<br />

– refere-se à análise dos indicadores<br />

solicitados na ocasião do preenchimento<br />

dos Mapas quantitativos e qualitativos;<br />

Evolução dos Indicadores<br />

I) Saúde - Taxa de mortalidade infantil<br />

II) Saúde - Taxa de mortalidade na infância<br />

III) Educação - Taxa de cobertura em creche<br />

IV) Educação - Taxa de cobertura em pré-escola<br />

V)Proteção - Notificações de casos de violência<br />

VI) Proteção - Taxa de cobertura em trabalho infantil<br />

VII) Variação do ICV<br />

E) DIFERENCIAIS – refere-se<br />

àqueles aspectos que somados aos<br />

demais critérios apontam para a<br />

institucionalidade da política, o<br />

aprimoramento dos mecanismos<br />

de participação, a ampliação<br />

da destinação orçamentária e o<br />

desenvolvimento de uma política<br />

planejada, intersetorial e duradoura.<br />

Diferenciais<br />

I) OCA - apuração dos grupos 2 e 3<br />

II) OCA - instituído como lei no ciclo orçamentário<br />

III) Participação Social de Crianças e Adolescentes<br />

IV) Plano Municipal para Infância e Adolescência<br />

elaborado e aprovado<br />

Vale ressaltar que, de acordo com o<br />

disposto no Termo de Compromisso,<br />

“A <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> constituirá um<br />

Comitê Técnico consultivo composto<br />

por representantes de organizações<br />

nacionais e internacionais para<br />

contribuir com análise, recomendações<br />

e também com pareceres técnicos nos<br />

casos onde os municípios apresentem<br />

situações atípicas durante a gestão”.<br />

Ou seja, reiterando o item I em<br />

Condicionalidades, qualquer situação<br />

que contrarie a Constituição Federal e/<br />

ou o Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

acarretará na exclusão do município<br />

do processo de reconhecimento.<br />

2.4 BOAS PRÁTICAS<br />

Diante das premissas de descentralização<br />

e da participação social, orientadas<br />

pela Constituição de 1988, se ampliam<br />

as atribuições municipais e tornam a<br />

sociedade civil mais ativa e mobilizada<br />

na defesa de seus direitos. O município,<br />

assim, constitui-se na tônica geral de<br />

definição dos novos rumos das políticas<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

118


públicas ativas de desenvolvimento<br />

econômico e social no Brasil.<br />

Em consonância com este novo cenário<br />

estrutura-se o Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança, com o objetivo de instrumentalizar os<br />

municípios para desenvolverem uma política<br />

planejada, intersetorial e participativa. Tais<br />

preceitos metodológicos foram apresentados<br />

no primeiro capítulo. Já a avaliação dos<br />

avanços e/ou melhorias na condição<br />

de vida de crianças e adolescentes dos<br />

municípios foram analisados e elucidados<br />

no segundo capítulo, assim, reconhecendoos<br />

Prefeitos Amigos da Criança.<br />

É importante apontar que, à luz da<br />

realidade complexa e dinâmica que<br />

abrange as esferas locais, há a necessidade<br />

de agir e desenvolver formas alternativas<br />

de atuação para atender às crescentes<br />

demandas sociais. Desta maneira, o<br />

Programa evidencia que as especificidades<br />

e peculiaridades municipais devem ser<br />

reconhecidas, e por conta disso, nesta<br />

gestão, 2009-2012, criou um espaço de<br />

diálogo para reconhecer a implementação<br />

de ações inovadoras, no qual as Boas<br />

Práticas (projetos e programas) pudessem ser<br />

apresentadas e, portanto, compartilhadas.<br />

Tem-se que o desenvolvimento de um<br />

projeto e de um programa decorre de<br />

uma ideia, de um desejo ou interesse<br />

em realizar algo que se materialize, se<br />

estruture e se expresse, de modo que<br />

a abstração altere a realidade. Para<br />

tal, a intervenção deve ser planejada,<br />

executada e avaliada, de maneira a<br />

refletir uma transformação efetiva.<br />

Neste sentido, a inserção do campo<br />

de Boas Práticas no escopo do<br />

Programa buscou identificar, reconhecer<br />

e disseminar práticas diferenciadas<br />

implementadas nas esferas locais, tendo<br />

como objetivo o registro de iniciativas<br />

idealizadas e desenvolvidas pelos<br />

próprios municípios que, por meio de<br />

políticas, programas e/ou projetos,<br />

resultaram em melhorias efetivas na<br />

vida de crianças e adolescentes.<br />

O quadro de Boas Práticas foi<br />

disponibilizado no sistema eletrônico<br />

- Mapa PPAC 1 , e cada município<br />

poderia cadastrar até três iniciativas<br />

por ano, sendo seu preenchimento de<br />

caráter optativo. É importante evidenciar<br />

que os dados informados refletiram<br />

as escolhas do próprio município.<br />

O instrumento desenvolvido para<br />

a descrição das iniciativas<br />

compreendia campos que<br />

perpassavam questões abrangentes<br />

do planejamento do projeto, sendo:<br />

• Nome do projeto/programa;<br />

• Vínculo com as Secretarias;<br />

• Linha de atuação;<br />

• Objetivo geral;<br />

• Objetivos específicos;<br />

• Estratégias;<br />

• Resultados esperados;<br />

• Metas;<br />

• Impactos;<br />

• Público-alvo;<br />

• Prazo de execução;<br />

• Recursos;<br />

• Detalhamento do programa.<br />

1 O preenchimento das Boas Práticas pode ser realizado em três momentos<br />

do Programa, sendo especificamente em: “Mapa PPAC situação 2008”,<br />

“Mapa PPAC situação 2009” e “Mapa PPAC situação 2010”.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

119


É importante apontar que os municípios<br />

que tiveram as Boas Práticas analisadas<br />

correspondem àqueles que integram a<br />

Rede Prefeito Amigo da Criança 2 e não<br />

concorrem na categoria de Reconhecimento<br />

Pleno e Destaque Nacional, conforme<br />

critério disposto no edital de premiação.<br />

As Boas Práticas foram analisadas com<br />

base em critérios preconizados ao<br />

curso do Programa, nos instrumentais<br />

oferecidos (Mapa PPAC, ICV, OCA e<br />

Seminários), bem como pelos princípios<br />

norteadores estabelecidos no Termo<br />

de Compromisso firmado pelo gestor<br />

municipal no início de seu mandato. Tais<br />

preceitos abrangem características que<br />

primam pela construção de uma cultura<br />

de gestão planejada, participativa<br />

e integrada como intersetorialidade,<br />

continuidade, participação, estruturação<br />

e/ou qualificação. Diante destas<br />

prerrogativas é que se deu o processo<br />

de avaliação das iniciativas e suas<br />

especificidades serão descritas a seguir.<br />

O primeiro critério estabelecido referese<br />

à necessidade de ser um programa<br />

ou projeto desenvolvido e elaborado,<br />

exclusivamente, pelo município. Apresentar<br />

iniciativas municipais consistia em<br />

premissa essencial para que se pudesse<br />

analisar o direcionamento, o fluxo e<br />

a institucionalidade de politicas para<br />

a criança e o adolescente no âmbito<br />

local. É importante elucidar que analisar<br />

a iniciativa criada pelo município é<br />

uma estratégia para reconhecer se o<br />

gestor municipal identifica, desenvolve e<br />

delibera ações em conjunto com e para<br />

a sociedade, comprometendo toda a<br />

administração pública para o cumprimento<br />

das necessidades e prioridades sociais.<br />

Concomitantemente, a ação municipal<br />

deve estar alinhada e em consonância com<br />

as diretrizes e os princípios preconizados<br />

pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.<br />

Portanto, o cumprimento aos preceitos<br />

protetivos, a competência dos atores e a<br />

não violação de direitos foram aspectos<br />

centrais da análise das iniciativas.<br />

Além das características detalhadas acima,<br />

a avaliação dos projetos baseou-se em<br />

sua abrangência e atuação intersetorial,<br />

logo, associar-se e consolidar estratégias e<br />

atividades entre as Secretarias reafirma a<br />

compreensão do município em identificar<br />

problemas em sua totalidade, não<br />

fragmentando as demandas e definindo<br />

ações de forma coletiva. Neste sentido,<br />

reflete o alinhamento de interesses<br />

comuns entre os diferentes atores, o<br />

que possibilita a articulação de saberes<br />

e experiências. Portanto, estabelecer<br />

práticas com estratégias intersetoriais<br />

é um aspecto primordial para otimizar<br />

ações e os recursos dispensados e, ainda,<br />

reafirma os preceitos preconizados pelo<br />

Estatuto da Criança e do Adolescente<br />

da corresponsabilidade entre Estado,<br />

família e comunidade pela proteção<br />

integral às crianças e aos adolescentes,<br />

o que implica às gestões municipais<br />

a dimensionarem sua atuação em<br />

articulação com esses segmentos.<br />

O caráter estruturante da proposta<br />

estabeleceu-se como mais um critério<br />

fundamental para análise das Boas<br />

Práticas. Tal condição relaciona-se a<br />

2 A Rede Prefeito Amigo da Criança é um espaço onde os municípios<br />

participantes do Programa trocam informações e experiências<br />

possibilitando a sinergia e fortalecimento dos municípios dos mais<br />

variados lugares do país.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

120


avanços quantitativos e/ou qualitativos<br />

no aprimoramento da qualificação das<br />

políticas públicas, bem como no incremento<br />

da atuação de forma estruturada,<br />

planejada e duradoura. Tem-se como<br />

qualificação de políticas o aprimoramento<br />

de estratégias que consolidem as<br />

ações, dando-lhes institucionalidade,<br />

continuidade e atuação intersetorial.<br />

Os quatro aspectos apresentados acima<br />

compreendem princípios, orientações e<br />

preceitos estabelecidos e incitados pelo<br />

Programa ao longo deste ciclo municipal,<br />

sendo, portanto, referentes às suas<br />

condicionalidades, as quais são condições<br />

fundamentais e indispensáveis que as<br />

iniciativas deveriam apresentar para serem<br />

analisadas. Além destes fundamentos<br />

primordiais, a avaliação também se<br />

pautou nos preceitos de planejamento.<br />

Entende-se que o ato de planejar é<br />

aproximar-se das possibilidades do<br />

futuro, precedendo e presidindo a ação,<br />

ou seja, é reconhecer as fragilidades e<br />

delimitar metas, transformando, assim,<br />

a realidade. Deste modo, a gestão<br />

municipal que planeja para garantir os<br />

direitos de cidadania da população<br />

infanto-juvenil dispõe de forte instrumento<br />

para fundamentar e orientar esse<br />

trabalho, o Estatuto da Criança e do<br />

Adolescente. É por este motivo que a<br />

iniciativa foi analisada quanto ao aspecto<br />

de planejamento estabelecido, o qual<br />

abrange a metodologia utilizada e os<br />

instrumentos de registro, monitoramento<br />

e avaliação implementados.<br />

Foi analisada também a coerência da<br />

proposta elucidada com o detalhamento<br />

apresentado em seu escopo de atuação,<br />

buscando identificar a consistência<br />

de seus objetivos com as estratégias<br />

e as atividades desenvolvidas, isto<br />

é, a clareza e a objetividade na<br />

apresentação escrita da experiência.<br />

Outra característica importante avaliada<br />

na leitura das propostas deu-se em<br />

relação à existência de objetivos e metas<br />

definidos, aspectos necessários para<br />

o entendimento efetivo da iniciativa.<br />

Associado à consolidação de metas,<br />

o último critério de avaliação, baseouse<br />

na identificação de resultados<br />

mensuráveis, o que demonstra a utilização<br />

de indicadores. Este ponto mostra-se<br />

bastante importante por possibilitar o<br />

reconhecimento do quanto a iniciativa<br />

promoveu ou não mudanças desejadas na<br />

vida das crianças e dos adolescentes.<br />

A descrição dos critérios estabelecidos<br />

fez-se importante para direcionar de<br />

que maneira foi realizado o processo<br />

de avaliação das Boas Práticas.<br />

Neste momento, serão elucidadas as<br />

características das iniciativas inseridas<br />

que abrangem seus números, sua<br />

distribuição regional e seu agrupamento,<br />

de acordo com a metodologia<br />

estabelecida pelo Programa, bem<br />

como demais considerações relevantes<br />

na configuração deste cenário.<br />

Foram cadastradas 952 Boas Práticas no<br />

período da gestão municipal 2009-2012.<br />

A distribuição das propostas inseridas<br />

por ano encontra-se no gráfico 63, onde<br />

tem-se o número de 429 iniciativas no<br />

Mapa situação 2008, o que corresponde<br />

a 45%, 326 no Mapa situação 2009,<br />

sendo 34%, e somente 197, isto é,<br />

20,5%, no Mapa situação 2010. Tal<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

121


evolução relaciona-se diretamente aos<br />

municípios que se mantiveram participando<br />

do Programa cumprindo os critérios<br />

estabelecidos, como se pode elucidar<br />

no capítulo 1, o qual demonstrou a<br />

evolução dos municípios participantes no<br />

preenchimento dos Mapas propostos.<br />

Gráfico 63 – Total de Boas Práticas por ano<br />

952 429<br />

representam o menor número, tendo<br />

os dados de 46 (4,8%) e 26 (2,7%),<br />

respectivamente. É importante associar<br />

novamente esta distribuição com o<br />

processo de finalização de preenchimento<br />

dos Mapas ao curso do Programa.<br />

Ao analisar a distribuição das práticas pelo<br />

agrupamento 3 proposto pelo Programa<br />

Prefeito Amigo da Criança, o qual se<br />

vincula ao porte populacional e ao<br />

Índice de Condições de Vida, apresentase<br />

o cenário expresso no gráfico 65.<br />

327<br />

Gráfico 65 – Boas Práticas: percentual<br />

por regiões brasileiras e<br />

por grupos de municípios PPAC<br />

197<br />

2008 2009 2010 Total<br />

Sul<br />

20,4<br />

25,4<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

Sudeste<br />

54,9<br />

57,5 6,2<br />

Elucida-se que a distribuição das Boas<br />

Práticas por região demonstra a grande<br />

maioria de municípios pertencentes à região<br />

Sudeste, tendo 468 ações inseridas, o<br />

que representa 49%, o Nordeste 228,<br />

refletindo 24% e, por fim, tem-se o Sul,<br />

com 184 práticas, 19%, sendo estas as<br />

regiões que mais inseriram Boas Práticas.<br />

Em contrapartida, Centro-Oeste e Norte<br />

Gráfico 64 – Boas Práticas por região<br />

184<br />

46<br />

26<br />

468<br />

228<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

Centro-Oeste 2,2<br />

18,8 5,7<br />

0% 20% 40% 60% 80% 100%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

3,7<br />

0,3<br />

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3<br />

Elucida-se que os municípios caracterizados<br />

como grupo 1 correspondem à distribuição<br />

majoritária, com 509 iniciativas, consistindo<br />

em 53,4%, sendo, portanto, os municípios<br />

com expressiva densidade populacional os<br />

que mais inseriram Boas Práticas. As iniciativas<br />

inscritas da região Sudeste representaram<br />

54,8%, o que corresponde a 279 Boas<br />

Práticas, seguida da região Sul, onde se tem<br />

4,7<br />

89,1<br />

11,1<br />

Norte Nordeste Sudeste Sul<br />

Centro-Oeste<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

3 O detalhamento quanto à consolidação dos grupos do PPAC<br />

encontra-se no Capítulo 1 em Perfil dos Municípios<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

122


20,4%, representando 104 práticas, e 19%<br />

na região Nordeste, com 96 iniciativas.<br />

Totalizando 33% encontra-se o grupo 2,<br />

o que configura municípios de médio<br />

porte populacional, com 315 projetos.<br />

É importante apontar que a distribuição<br />

regional deste agrupamento assemelhase<br />

à dinâmica apresentada no grupo 1,<br />

sendo sua maior composição presente no<br />

Sudeste, com 181 iniciativas inseridas,<br />

o que representa 57,5%, seguida pela<br />

região Sul com 80 projetos, sendo<br />

25,4% e, a região com a terceira maior<br />

concentração deste grupo, a Centro-Oeste,<br />

com 35 iniciativas, refletindo 11,11%.<br />

Ressalta-se que as regiões com o menor<br />

adensamento de municípios no grupo 1<br />

referem-se à Centro-Oeste, região com<br />

menos representatividade, com 11 projetos,<br />

sendo 2,1% e, no grupo 2, Norte é a<br />

região que apresenta poucas iniciativas, ou<br />

mais precisamente com somente uma única<br />

Boa Prática, o que representa 0,32%. Em<br />

relação à segunda localização geográfica<br />

com menor representação nestes grupos,<br />

tem-se o Norte para o grupo 1, revelando<br />

3,7%, com 19 projetos. Já para o grupo<br />

2, tem-se no Nordeste um número bastante<br />

reduzido de projetos, com 18, sendo 5,7%.<br />

Em contrapartida, a composição do grupo<br />

3 que representa os municípios pequenos<br />

tendo como representação 13,5%, logo,<br />

somente 128 iniciativas inscritas por este<br />

grupo. Para este agrupamento, o Nordeste<br />

consiste a região que se sobressai no número<br />

de iniciativas, com 89%, o que consiste em<br />

114 projetos inseridos. Teve-se 8 ações<br />

inseridas provenientes do Sudeste, o que<br />

reflete 6,2%, e o Norte foi a outra região<br />

que apresentou propostas, totalizando 6<br />

iniciativas, sendo 4,6%. Ressalta-se que<br />

não foram recebidas propostas deste<br />

agrupamento das regiões Centro-Oeste e Sul.<br />

Conforme expressado anteriormente, o processo<br />

de análise das Boas Práticas deu-se somente<br />

para os municípios que não estavam mais<br />

participando da avaliação de outras categorias.<br />

Assim, somente após a finalização do último<br />

Mapa PPAC, denominado “situação 2011”,<br />

pode-se elencar a listagem e iniciar a apuração<br />

das Boas Práticas que estariam participando<br />

desta categoria de reconhecimento.<br />

Neste contexto, foi possível identificar com as<br />

leituras avaliativas 165 iniciativas decorrentes<br />

de todas as regiões brasileiras. O cenário<br />

descritivo com os dados distribuídos pelo<br />

território nacional será apresentado a seguir.<br />

Pode-se observar que Sudeste e Nordeste<br />

são as regiões com predominância<br />

de iniciativas, correspondendo a<br />

40% (66 projetos) e 38,7% (64<br />

projetos), respectivamente. Centro-<br />

Oeste encontra-se com somente 6<br />

projetos, representando 3,6%, e<br />

Norte apresenta 4,8%, com 8, assim,<br />

figurando como as regiões com menor<br />

quantidade de iniciativas cadastradas.<br />

66<br />

Gráfico 66 – Boas Práticas por região<br />

21<br />

Nordeste Norte Sudeste Sul<br />

Centro-Oeste<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

6<br />

8<br />

64<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

123


Ao analisar as Boas Práticas selecionadas<br />

para avaliação, de acordo com a<br />

proposta metodológica estabelecida<br />

para os grupos de municípios, tem-se<br />

uma configuração onde se expressa que<br />

o agrupamento 2 faz-se preponderante<br />

entre os demais grupos, assim, é neste<br />

conjunto que encontram-se a maior parte<br />

das iniciativas inseridas a serem avaliadas.<br />

melhor compreensão deste fenômeno, será<br />

realizado um detalhamento da evolução<br />

por ano do cadastramento das iniciativas.<br />

Sul<br />

Sudeste<br />

Gráfico 68 – Total de Boas Práticas<br />

por região e ano<br />

14<br />

3<br />

4<br />

54<br />

10 2<br />

Gráfico 67 – Boas Práticas: percentual<br />

por regiões brasileiras e por grupos de<br />

municípios PPAC<br />

Norte<br />

Nordeste<br />

8<br />

48 11 5<br />

Sul<br />

12,2<br />

21,7<br />

Centro-Oeste 3 3<br />

Sudeste<br />

Norte<br />

36,7<br />

4,1<br />

0,0<br />

65,2 3<br />

6<br />

0 20 40 60<br />

2008 2009 2010<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

Nordeste<br />

Centro-Oeste 0,0<br />

46,9<br />

0% 20% 40% 60% 80% 100%<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC<br />

É possível observar que as Boas Práticas<br />

analisadas distribuem-se de maneira<br />

bastante homogênea entre os grupos,<br />

ou seja, embora o grupo 2 concentre a<br />

maior parte das iniciativas, consistindo<br />

em 41,8% com 69 projetos, os demais<br />

grupos apresentam dados bastante<br />

próximos, sendo 29,7% com 49 iniciativas<br />

no agrupamento 1, e 28,48% com 47<br />

iniciativas para o grupo 3. Diante deste<br />

contexto, não se pode inferir quanto à<br />

efetiva relevância do porte populacional<br />

com a inserção dos projetos, porém podese<br />

expressar que estes dados associam-se<br />

diretamente à participação do município no<br />

Programa, na categoria de Prefeito Amigo<br />

da Criança. Para que se possa ter uma<br />

4,3<br />

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3<br />

38<br />

8,7<br />

Desta maneira, torna-se evidente que,<br />

majoritariamente, as iniciativas a serem<br />

avaliadas encontram-se entre os Mapas<br />

situação 2008 e 2009. Logo, o esvaziamento<br />

do ano mais recente, 2010, refere-se<br />

intrinsecamente aos municípios que se<br />

mantiveram ativos, tendo sua participação<br />

na categoria plena. Sendo necessário<br />

retomar uma vez mais que este conjunto de<br />

iniciativas abrange os municípios que não se<br />

mantiveram concorrendo à categoria Prefeito<br />

Amigo da Criança, podendo ser este fator<br />

de associação pela configuração de um<br />

cenário bastante homogêneo entre os grupos.<br />

Dentre o cenário elucidado, pode-se verificar<br />

que as Boas Práticas avaliadas, em sua grande<br />

maioria, com 50,9%, apresentam vínculos com<br />

mais de uma Secretaria, o que configura a<br />

intersetorialidade, com 84 iniciativas. Quanto<br />

às iniciativas desenvolvidas somente por uma<br />

Secretaria, a Assistência Social figura-se como<br />

o órgão de onde mais provêm projetos, com<br />

30,9%, sendo 51 iniciativas. Este contexto<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

124


evidencia como o processo de estruturação<br />

de políticas de atendimento a crianças e<br />

adolescentes nos municípios brasileiros dase<br />

de maneira bastante segmentada, o<br />

que reafirma a necessidade de se romper<br />

com o paradigma de se ter políticas para<br />

infância e adolescência vinculadas quase que<br />

exclusivamente ao departamento de serviço<br />

social, para assim consolidar a política de<br />

proteção integral efetivamente. Educação<br />

e Saúde são os órgãos de vinculação das<br />

iniciativas mais apontados, sendo 19 projetos<br />

(11,5%) e 9 projetos (5,5%), respectivamente.<br />

Intersetorial<br />

Assistência<br />

Social<br />

Educação<br />

Saúde<br />

Outros<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

Será realizada a associação entre<br />

a vinculação das Secretarias com o<br />

agrupamento dos municípios buscando<br />

aprofundar a análise de caracterização<br />

das iniciativas analisadas, e seus<br />

detalhamentos serão apresentados a seguir.<br />

Gráfico 70 – Boas Práticas: percentual por vínculos<br />

de Secretarias e por grupos de municípios PPAC<br />

Intersetorial<br />

Assistência<br />

Social<br />

Educação<br />

Saúde 3 4 2<br />

Outros 1 1<br />

Gráfico 69 – Boas Práticas por<br />

vínculos com Secretarias<br />

2<br />

9<br />

9<br />

14<br />

5 5<br />

19<br />

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90<br />

23<br />

24 13<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

0 20 40 60<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

35<br />

51<br />

4<br />

84<br />

Ao se fazer a associação de onde<br />

provêm os projetos com os agrupamentos<br />

dos municípios, elucida-se que as<br />

iniciativas intersetoriais figuram<br />

preponderantes no grupo 2, com 35<br />

projetos, consistindo em 21,2%, com<br />

26 iniciativas (15,8%) encontra-se o<br />

grupo 3 e, com o menor número de<br />

projetos intersetoriais, o grupo 1, com<br />

23 projetos, correspondendo a 13,9%.<br />

A distribuição entre os grupos das<br />

iniciativas intersetoriais representam uma<br />

frequência bastante semelhante, não<br />

sendo possível apresentar inferências<br />

que remetem ao porte populacional.<br />

Embora o agrupamento 2 concentre<br />

a maioria das iniciativas de caráter<br />

intersetorial, é também onde se sobressaem<br />

os projetos decorrentes da Assistência<br />

Social, com 24 iniciativas, sendo 14,5%.<br />

Tal cenário remete à configuração de<br />

políticas de atendimento a crianças<br />

e adolescentes concentradas e não<br />

articuladas com as demais Secretarias<br />

Municipais, situação já enunciada<br />

neste relatório. Já os demais grupos<br />

apresentam 13 iniciativas cada, o<br />

que reflete 7,9%, configurando uma<br />

distribuição bastante uniforme.<br />

As propostas decorrentes da Secretaria de<br />

Educação apresentam-se concentradas no<br />

agrupamento 1, com 9 iniciativas, sendo<br />

5,5% e, novamente, caracterizando um<br />

contexto de grande homogeneidade, os<br />

grupos 2 e 3 inseriram 5 projetos cada,<br />

o que representa 3%. No âmbito da<br />

Saúde, tem-se 4 iniciativas no grupo 2<br />

(2,4%), 3 no grupo 1 (1,8%) e, por fim, 2<br />

projetos no grupo 3 (1,2%), demonstrando,<br />

ainda, o contexto semelhante presente<br />

entre os diferentes agrupamentos.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

125


Com 2 iniciativas apresentadas<br />

como “Outros”, têm-se 2 projetos no<br />

agrupamento 2 e 3, sendo 1 prática<br />

por grupo, correspondendo a 0,6%. É<br />

importante apontar que se atribuiu a<br />

está categoria projetos provenientes das<br />

Secretarias de Cultura e de Esportes,<br />

assim, pode-se refletir sobre a associação<br />

existente à estruturação destes órgãos<br />

e qualificação das políticas públicas.<br />

O conjunto de Boas Práticas analisadas<br />

permite identificar quais temáticas são<br />

recorrentes e as menos predominantes,<br />

propiciando uma leitura das iniciativas<br />

existentes na área da criança e do<br />

adolescente nos municípios brasileiros.<br />

Neste sentido, a partir deste contexto,<br />

do âmbito do Programa Prefeito<br />

Amigo da Criança, é possível fazer a<br />

associação com o cenário nacional.<br />

Para se realizar esta análise, agruparamse<br />

as Boas Práticas em categorias<br />

que pudessem facilitar o entendimento<br />

de seus escopos de atuação, assim,<br />

consolidando um retrato das iniciativas,<br />

de como estão distribuídas no contexto<br />

nacional e o agrupamento dos<br />

municípios por porte populacional.<br />

Neste sentido, estabeleceu-se seis<br />

categorias que abarcam características e<br />

aspectos importantes na área da infância e<br />

da adolescência no país, e sua distribuição<br />

gráfica será apresentada a seguir:<br />

1) Acesso e qualidade;<br />

2) Infraestrutura;<br />

3) Mobilização;<br />

4) Inclusão;<br />

5) Iniciativas não-municipais;<br />

6) Outros.<br />

Acesso e<br />

Qualidade<br />

Iniciativas não<br />

Municipais<br />

Mobilização<br />

Infra-estrutura<br />

Gráfico 71 – Boas Práticas por temáticas<br />

Outros<br />

Inclusão<br />

3<br />

8<br />

9<br />

11<br />

0 5 10 15 20 25 30 35 40<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

13<br />

“Acesso e Qualidade” refere-se ao<br />

enfrentamento de questões que permeiam<br />

a realidade da infância e da adolescência<br />

em muitos municípios brasileiros. Neste<br />

sentido, abrange temáticas relacionadas à<br />

mortalidade infantil e na infância, gravidez<br />

na adolescência, drogadição, desnutrição<br />

e ações de profissionalização para<br />

encaminhamento ao primeiro emprego.<br />

Também relacionado a “Acesso e<br />

Qualidade” encontram-se as atividades<br />

desenvolvidas em caráter de contraturno<br />

escolar. Como contraturno escolar<br />

entende-se a ampliação do processo<br />

de aquisição do ensino-aprendizagem<br />

com ações educacionais, culturais e<br />

recreativas. Tais atividades puderam ser<br />

reconhecidas como bastante frequentes<br />

no conjunto de Boas Práticas analisadas e<br />

compreendem projetos de musicalização,<br />

práticas esportivas, educação ambiental,<br />

culturais e artísticas, dentre outras.<br />

Vale ressaltar que as atividades de<br />

contraturno escolar se caracterizam<br />

como condicionalidades dos programas<br />

de transferência de renda dos governos<br />

estaduais e federal. Nesse sentido,<br />

cabe aos municípios garantir a oferta<br />

e a qualidade desses serviços.<br />

40<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

126


Assim, evidencia-se que foi nesta<br />

categorização que se apresentou<br />

maior número de iniciativas avaliadas,<br />

correspondendo a 40, sendo 47,6%. Neste<br />

contexto, analisar a abrangência do projeto<br />

e sua influência na estruturação da política<br />

faz-se fundamental para se inferir se a<br />

iniciativa reflete ações de cunho qualitativas<br />

ou paliativas. Ainda ressalta-se que dentre<br />

os projetos dispostos nesta categoria<br />

sobressaem atividades de contraturno escolar,<br />

abrangendo 75% do conjunto cadastrado,<br />

o que corresponde a 30 projetos do total de<br />

40, elucidando a dificuldade no processo<br />

de elaboração de projetos sociais de longo<br />

prazo e de cunho estruturante, em decorrência<br />

da predominância de iniciativas pontuais.<br />

Como iniciativas não-municipais agregaramse<br />

os projetos que foram elaborados e/ou<br />

realizados pelas demais esferas de poder,<br />

ou seja, representam programas criados<br />

no âmbito federal ou estadual. Assim, as<br />

iniciativas caracterizadas como não-municipais<br />

representaram a segunda maior concentração,<br />

com 13 projetos, sendo 15,4%. Tal cenário<br />

demonstra a dificuldade na consolidação<br />

de propostas municipais, o que reflete o<br />

grau de apropriação do corpo técnico e a<br />

capacidade de formulação e implementação<br />

do município em responder às especificidades<br />

e peculiaridades locais. Dentre estes projetos,<br />

tem-se a proveniência preponderante do<br />

âmbito federal com 12 iniciativas, os quais<br />

correspondem a serviços de ordem da<br />

assistência social, como Peti e Projovem,<br />

bem como o projeto Saúde na Escola 4 .<br />

A mobilização social pode ser compreendida<br />

como o fomento da percepção dos atores<br />

sociais a um propósito com interpretações<br />

e sentidos compartilhados. Assim, mobilizar<br />

em torno de questões referentes à infância<br />

e à adolescência é dar centralidade às<br />

temáticas para informar sobre e para as<br />

crianças e os adolescentes, bem como para<br />

toda sociedade. Deste modo, a mobilização<br />

propicia com que se ampliem a compreensão<br />

e a percepção quanto a assuntos<br />

referentes à infância e à adolescência.<br />

Neste sentido, a consolidação de uma<br />

temática denominada “Mobilização”<br />

estabeleceu-se para aglutinar iniciativas que<br />

apresentassem caráter de sensibilização ou<br />

que fomentassem a participação social.<br />

Como sensibilização, têm-se iniciativas<br />

com escopo de propagar conhecimento<br />

referente a questões relevantes a crianças<br />

e aos adolescentes. Assim, propostas que<br />

têm cunho de sensibilização abordam,<br />

principalmente, mecanismos para<br />

instrumentalizar a sociedade em relação<br />

a temas importantes, como gravidez na<br />

adolescência, drogadição, doenças<br />

sexualmente transmissíveis, civilidade, trabalho<br />

infantil e exploração sexual, dentre outras.<br />

É importante evidenciar que as iniciativas<br />

com características de sensibilização utilizam<br />

mecanismos para disseminar informações,<br />

como passeatas, campanhas, concursos e<br />

outros para tornar a sociedade consciente e<br />

sensibilizada em torno de questões coletivas.<br />

Já como participação social entendese<br />

o envolvimento de crianças e<br />

adolescentes no processo de elaboração,<br />

implementação e/ou avaliação de<br />

projetos, ações, atividades e até mesmo<br />

políticas públicas. A participação<br />

4 Para acessar os projetos, visite os seus endereços eletrônicos: http://<br />

www.mds.gov.br/assistenciasocial/peti;<br />

http://www.projovem.gov.br/site/interna.phpp=material&tipo=Conteu<br />

dos&cod=22;<br />

http://dab.saude.gov.br/programa_saude_na_escola.php.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

127


social reflete o posicionamento em<br />

que o Estado coloca suas crianças e<br />

seus adolescentes no envolvimento de<br />

questões politicas, ou seja, participar<br />

evidencia o protagonismo infanto-juvenil.<br />

Embora a temática mobilização tenha<br />

apresentado 11 iniciativas, sendo 13,1%,<br />

é importante esclarecer que a grande<br />

maioria das propostas deste conjunto<br />

associa-se à sensibilização, tendo somente<br />

2 projetos figurados com aspectos de<br />

participação social, o que reflete o<br />

quanto ainda se encontra incipiente o<br />

processo de ampliação do diálogo e<br />

o envolvimento em locos democráticos<br />

de crianças e adolescentes, assim,<br />

elucidando uma situação que persiste como<br />

desafio nas administrações municipais.<br />

Já como “Infraestrutura”, compreendese<br />

ações relacionadas à parte física<br />

do equipamento e/ou obra, ou seja,<br />

foram iniciativas apresentadas quanto<br />

a questões de construção ou reforma<br />

de espaços físicos. Evidencia-se que se<br />

podem avaliar propostas relacionadas<br />

ao aperfeiçoamento do acolhimento<br />

institucional, brinquedoteca e ginásios<br />

poliesportivos. Neste agrupamento, temse<br />

9 iniciativas, o que reflete 10,7 %.<br />

A denominação da temática “Outros”<br />

abrange ações com características diversas<br />

que perpassam aspectos educativos,<br />

metodológicos, culturais e festivos, dentre<br />

outros que não foram identificados nas<br />

demais categorizações realizadas. Também<br />

aglutinou-se a este conjunto propostas que<br />

não apresentaram escopos definidos, o que<br />

implicou na dificuldade de compreensão<br />

da atuação proposta. Tal agrupamento<br />

corresponde a 8 projetos, sendo 9,5%.<br />

Com somente 3 iniciativas analisadas<br />

encontra-se a temática “Inclusão”, sendo<br />

3,5%, a qual remete a estratégias e<br />

atividades de inclusão de crianças<br />

e adolescentes com necessidades<br />

educacionais especiais. Faz-se necessário<br />

evidenciar que implementar ações que<br />

abarcam indivíduos com deficiências é<br />

estabelecer e oferecer oportunidades,<br />

dando-lhes autonomia, é reconhecer as<br />

diferenças, garantindo igualdade a toda<br />

sociedade. Portanto, torna-se explícito que<br />

o desenvolvimento de políticas públicas<br />

inclusivas permanece como uma questão<br />

a ser aperfeiçoada nas esferas locais.<br />

É importante relacionar a distribuição dos<br />

projetos a partir de suas temáticas com<br />

o agrupamento dos municípios. Abaixo,<br />

segue ilustração gráfica de sua disposição.<br />

Gráfico 72 – Boas Práticas: percentual por<br />

temáticas e por grupos de municípios PPAC<br />

Acesso e<br />

Qualidade<br />

Iniciativas não<br />

Municipais<br />

Mobilização<br />

Infraestrutura<br />

0<br />

2<br />

3<br />

Outros 1 2<br />

Inclusão 2 1<br />

5<br />

10<br />

4 7<br />

5<br />

5 3<br />

3 1<br />

20 10<br />

10 20 30 40<br />

Fonte: Programa Prefeito Amigo da Criança/Mapa PPAC.<br />

Ao se relacionar as temáticas mais<br />

recorrentes com o agrupamento dos<br />

municípios, pode-se observar que os<br />

projetos caracterizados como “Acesso<br />

e Qualidade” fazem-se preponderantes<br />

e sua distribuição nos grupos dá-se<br />

de maneira uniforme, onde grupo 1<br />

e grupo 3 apresentam 10 iniciativas<br />

cada, correspondendo a 25%,<br />

porém é no grupo 2 que se teve o<br />

Grupo 1<br />

Grupo 2<br />

Grupo 3<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

128


maior número de projetos, sendo 20,<br />

refletindo 50%. No entanto, é também<br />

neste agrupamento que se encontram<br />

a maior quantidade de atividades de<br />

contraturno, totalizando 16 das 30<br />

iniciativas de contraturnos avaliadas.<br />

Já quanto aos projetos elaborados por<br />

outras esferas de poder, tem-se uma<br />

disposição bastante heterogenia, o que<br />

pode ser associado com a densidade<br />

populacional e a estruturação dos<br />

serviços em municípios com diferentes<br />

características. Assim, é no grupo 3 onde<br />

se tem a maioria das iniciativas, sendo<br />

7, o que reflete 53,8%, seguida por<br />

4 projetos no grupo 2, com 30,7%, e<br />

com o menor número de iniciativas nãomunicipais<br />

o grupo 1, com somente 2<br />

propostas, sendo 15,3%. Tal cenário reflete<br />

novamente a questões de capacidade<br />

autônoma dos poderes locais em<br />

consolidar corpos técnicos qualificados e<br />

preparados para elaborar e desenvolver<br />

projetos sociais próprios que traduzem as<br />

especificidades e as demandas locais.<br />

As iniciativas que permeiam estratégias de<br />

mobilização, as quais refletem mecanismos<br />

de sensibilização e participação social,<br />

configuram um cenário de distribuição<br />

homogênea, onde o grupo 2 totaliza a<br />

maior parte dos projetos, sendo 5 (45,4%),<br />

já os demais agrupamentos apresentam<br />

3 iniciativas cada (27,2%), não sendo<br />

possível a inferência quanto à associação<br />

do desenvolvimento de projetos com o<br />

porte populacional dos municípios.<br />

Com aspectos de criação ou<br />

aperfeiçoamento de equipamentos, a<br />

categoria de infraestrutura apresentase<br />

com 5 iniciativas provenientes do<br />

agrupamento 1, sendo 55,5%, 3<br />

propostas do grupo 2, 33,3%, e,<br />

por fim, somente 1 para o grupo 3,<br />

correspondendo a 11,1%. Este cenário<br />

relaciona-se diretamente à estruturação<br />

da capacidade orçamentária das<br />

esferas municipais, o que reflete<br />

a preponderância do conjunto de<br />

municípios maiores com iniciativas<br />

relacionadas à infraestrutura, ou seja,<br />

tem-se forte associação entre maiores<br />

orçamentos com obras de infraestrutura.<br />

No entanto, torna-se fundamental<br />

evidenciar que o desenvolvimento e/<br />

ou aperfeiçoamento de espaços físicos<br />

não se relacionam, diretamente e<br />

exclusivamente, a serviços, projetos e<br />

ações qualificadas, sendo, portanto, a<br />

pertinência, coerência e abrangência<br />

das propostas fatores fundamentais<br />

para a estruturação das propostas que<br />

devem estar associados, intrinsicamente,<br />

aos aspectos de infraestrutura.<br />

As iniciativas denominadas na temática<br />

“Outros” apresentam um cenário em<br />

que o agrupamento 3 concentra as<br />

propostas, com 5, sendo 62,5%,<br />

seguida pelo grupo 2 com 2 propostas,<br />

25%, e com um único projeto o grupo<br />

1, 12,5%. Os dados figuram uma<br />

distribuição com diferenças significativas<br />

entre os agrupamentos. Este cenário<br />

reflete uma vez mais a necessidade de<br />

qualificação do processo de elaboração<br />

de projetos sociais claros, coerentes e<br />

com escopo de atuação bem definidos.<br />

Por fim, as iniciativas referentes aos<br />

aspectos inclusivos encontram-se<br />

concentradas no grupo 1, sendo 66,6%,<br />

com 2 projetos, e uma única proposta no<br />

agrupamento 2, o que reflete 33,3%. O<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

129


grupo 3 não apresentou nenhum projeto.<br />

O contexto apresentado demonstra forte<br />

inferência quanto ao porte populacional<br />

e a estruturação do corpo técnico com<br />

relação às ações inclusivas, temática<br />

que permanece como um desafio<br />

para os municípios brasileiros.<br />

Contudo, a partir do cenário apresentado<br />

com o detalhamento das Boas Práticas<br />

analisadas, pode-se inferir quanto<br />

aspectos importantes relacionados à<br />

estruturação das administrações de esfera<br />

locais. Assim, as considerações finais<br />

perpassarão as condicionalidades do<br />

processo de avaliação das Boas Práticas.<br />

Tais preceitos relacionam-se a condições<br />

indispensáveis que os projetos deveriam<br />

apresentar para serem analisados.<br />

Neste sentido, conforme já apontado<br />

anteriormente, das 182 Boas Práticas<br />

avaliadas, somente 84 apresentaram-se<br />

como intersetoriais, assim, 98 iniciativas<br />

foram excluídas do processo de avaliação<br />

somente com este critério, o que reflete<br />

53,8%. Evidencia-se que ao se ter um<br />

pouco mais que a metade das iniciativas<br />

com caráter setorial, demonstra-se um<br />

dado bastante significativo referente<br />

à dificuldade das administrações<br />

municipais em elaborar e implementar<br />

políticas públicas integradas, assim,<br />

torna-se essencial reconhecer que a<br />

divisão em setores é um mecanismo para<br />

organizar ações e facilitar fluxos, não<br />

podendo ser estratégia para disputa<br />

de poder e segmentação das ações.<br />

Deste modo, consolidar políticas públicas<br />

segmentadas é esvaziar o papel de<br />

discussão política, preceito da democracia,<br />

não se estabelecendo clara hierarquização<br />

das ações governamentais, o que<br />

implica no estabelecimento de diretrizes<br />

genéricas, de cunho de curto prazo e<br />

comprometendo o planejamento. É por<br />

este motivo que o Programa respaldase<br />

que os resultados da gestão só serão<br />

efetivos se houver ação intersetorial.<br />

Neste contexto, outro aspecto fundamental<br />

de análise refere-se à consolidação<br />

de projetos pelos próprios municípios.<br />

Conforme explanado anteriormente,<br />

dentre o conjunto de projetos inseridos,<br />

12 decorreram de projetos de outras<br />

esferas de poder, seja federal ou estadual.<br />

Logo, 14,2% das iniciativas apresentaram<br />

propostas não-municipais, o que demonstra<br />

a dificuldade das gestões municipais<br />

em consolidar uma atuação autônoma,<br />

evidenciada pela posição de passividade<br />

frente à intensa atuação dos demais entes<br />

federativos, motivados, sobretudo, pelo<br />

complexo processo de municipalização<br />

das políticas. É importante apontar que<br />

o incremento da capacidade de atuação<br />

das esferas municipais funda-se como<br />

um desafio fundamental na apropriação<br />

do município como o responsável por<br />

desenhar políticas públicas que se<br />

alinhem com as peculiaridades locais.<br />

Ao se analisar a coerência da proposta<br />

com seu objetivo e escopo de atuação,<br />

reflete-se a dificuldade em se esclarecer<br />

qual a efetiva intenção da iniciativa,<br />

isto é, o que se pretende realizar para<br />

resolver e enfrentar os problemas,<br />

assim, grande parte dos projetos<br />

inseridos não evidenciam as estratégias<br />

e atividades consolidadas para sua<br />

execução. Pode-se associar este cenário<br />

à dificuldade de formulação dos gestores<br />

municipais e seus corpos técnicos em<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

130


incrementar conhecimento quanto à<br />

formulação e elaboração de projetos.<br />

Quanto às prerrogativas de planejamento,<br />

retoma-se sua importância em delinear<br />

e estabelecer o que se quer, qual é o<br />

objeto de intervenção e por fim onde<br />

se pretende chegar. Para que se possa<br />

estabelecer um projeto sob a ótica do<br />

planejamento, devem-se apresentar<br />

objetivos, pactuar metas, desenvolver<br />

metodologia e instrumentos de registro,<br />

e definir indicadores quantitativos e<br />

qualitativos para monitorar e avaliar<br />

resultados. Ou seja, trata-se de formulações<br />

factíveis, mensuráveis e viáveis de serem<br />

alcançadas no prazo definido para<br />

a execução do projeto/programa.<br />

Mas, como estabelecer a mensuração<br />

A partir do detalhamento dos objetivos<br />

específicos e resultados esperados que<br />

devam ser relacionados às ações e aos<br />

prazos, sendo a partir desta necessidade<br />

que se faz fundamental que os projetos<br />

tenham estabelecidos conteúdo de forma<br />

numérica. Embora séries estatísticas,<br />

quantificações de ações ou de<br />

desempenho convivam com apreciações<br />

subjetivas por parte dos atores envolvidos,<br />

consolidar instrumentais de mensuração<br />

é saber se os indivíduos estão em melhor<br />

situação por causa desta atividade<br />

governamental do que estariam sem ela.<br />

À luz das premissas do planejamento,<br />

as iniciativas apresentadas refletiram<br />

grande necessidade de se estabelecer<br />

normativas de gestão do planejamento,<br />

definir metas e apresentar possibilidades<br />

de mensurações efetivas. Tal aspecto fezse<br />

incipiente com grande predominância<br />

entre todas as Boas Práticas analisadas.<br />

Contudo, persiste como desafio das<br />

administrações municipais delinear e<br />

consolidar projetos que possuam caráter<br />

estruturante e de longo prazo que tenham<br />

como proposta a qualificação de ações<br />

planejadas e intersetoriais. Ao longo do<br />

processo, foi possível observar que as<br />

iniciativas avaliadas foram, em grande<br />

parte, pontuais e de cunho paliativo que<br />

não procuraram elaborar estratégias<br />

de intervenção efetiva para dirimir<br />

problemáticas sociais. Vale evidenciar<br />

que propostas imediatistas revelam<br />

forte associação ao atendimento de<br />

demandas assistenciais, propiciando<br />

visibilidade, porém sem estruturação de<br />

propostas que abarcam e respondam<br />

a complexa dinâmica social.<br />

Deste modo, a partir da análise das Boas<br />

Práticas, procurou-se verificar impactos<br />

positivos das iniciativas no fortalecimento,<br />

na estruturação e/ou na qualificação da<br />

política de atendimento integral a crianças<br />

e adolescentes em âmbito municipal. Nesse<br />

sentido, evidenciar a maneira com que a<br />

política para infância e adolescência foi<br />

elaborada, na gestão municipal de 2009-<br />

2012, por meio destas propostas propiciou<br />

o reconhecimento de novos caminhos e<br />

mecanismos da gestão pública brasileira.<br />

A consolidação de projetos municipais<br />

planejados, intersetoriais e participativos<br />

persistem como um grande desafio<br />

para grande parte dos municípios<br />

brasileiros, tendo como dificuldade o<br />

desenvolvimento de uma visão estratégica<br />

de médio e de longo prazos, o que<br />

dificulta a efetiva implementação de<br />

uma política de proteção integral que<br />

propicie mudanças significativas na<br />

vida de crianças e adolescentes.<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

131


2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

“Cada ser humano nasce com um<br />

potencial e tem direito a desenvolvêlo.<br />

Mas, para isso acontecer, ele<br />

precisa de oportunidades. E as melhores<br />

oportunidades são as educativas, que<br />

preparam as pessoas para fazerem<br />

escolhas. E isso eu chamo de liberdade”.<br />

Antonio Carlos Gomes da Costa<br />

No decorrer da gestão municipal 2009-<br />

2012, o Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança reuniu municípios de todos os<br />

Estados e regiões do País para alcançar<br />

um único objetivo: construir uma vida digna<br />

para as crianças e os adolescentes.<br />

O Programa se propôs a monitorar o<br />

desenvolvimento da política e dialogar<br />

com os atores estratégicos do Sistema de<br />

Garantia de Direitos propondo ferramentas<br />

práticas e subsídios técnicos com foco no<br />

monitoramento e qualificação das politicas<br />

em benefício de crianças e adolescentes.<br />

Os dados e análises apresentados neste<br />

relatório revelam avanços significativos<br />

no que se refere à garantia e defesa dos<br />

direitos de crianças e adolescentes. Entre<br />

os municípios finalistas, houve significativa<br />

redução das taxas de mortalidade infantil<br />

e na infância; ampliação do acesso<br />

às unidades escolares de Educação<br />

Infantil, particularmente com relação à<br />

creche; aprimoramento do sistema de<br />

notificação de casos de violência e maior<br />

investimento em estratégias de prevenção<br />

no que se refere ao trabalho infantil.<br />

administração pública com a transparência<br />

e com os mecanismos de controle social.<br />

Este documento oferece subsídio para<br />

celebrar os avanços conquistados pelos<br />

municípios que integraram a Rede Prefeito<br />

Amigo da Criança no decorrer desta<br />

gestão, bem como identificar aspectos<br />

no desenvolvimento das políticas e na<br />

estruturação da Rede de Proteção da<br />

Criança que demandam investimento<br />

com vistas a seu aprimoramento.<br />

No entanto, os gestores municipais<br />

ainda têm como desafio criar e inovar<br />

na construção e no aprimoramento<br />

de estratégias e políticas que resultem<br />

na melhoria das condições de vida<br />

de crianças e adolescentes.<br />

Portanto, reitera-se a fundamental<br />

importância que os municípios qualifiquem<br />

o processo de planejamento, estimulando<br />

a participação da sociedade civil,<br />

com ênfase na participação social de<br />

crianças e adolescentes, na perspectiva<br />

de desenvolvimento de uma política<br />

de Estado e não de governo. Outro<br />

aspecto fundamental é o fortalecimento<br />

dos Conselhos e da Rede de Proteção<br />

da infância e adolescência.<br />

Vale ressaltar ainda que foi possível<br />

observar um aumento no número de<br />

municípios que apuraram o Orçamento<br />

Criança, reiterando o compromisso da<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

132


O Programa Prefeito Amigo da<br />

Criança tem como pressuposto o<br />

estabelecimento de parcerias entre todos<br />

os setores estratégicos que discutem,<br />

definem e executam as diretrizes da<br />

política em benefício de crianças e<br />

adolescentes em âmbito nacional.<br />

O Programa estrutura-se por ciclo de<br />

gestão, dessa forma, as parcerias<br />

são renovadas e ampliadas a cada<br />

nova etapa. Na gestão 2009-2012,<br />

estabelecemos parcerias com atores<br />

estratégicos que vêm contribuindo para<br />

o alcance dos objetivos propostos pela<br />

<strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong> – Save the Children.<br />

Os parceiros podem ser divididos<br />

em categorias, de acordo<br />

com sua característica:<br />

1. Articulação, mobilização e ações<br />

de incidência política: Associação dos<br />

Municípios do Acre – AMAC; Associação<br />

dos Municípios do Arquipélago do<br />

Marajó – AMAM; Associação Brasileira<br />

de Municípios – ABM; Associação<br />

dos Municípios de Alagoas – AMA;<br />

Associação dos Municípios do Mato<br />

Grosso do Sul – ASSOMASUL;<br />

Associação Municipalista de Pernambuco<br />

– AMUPE; Associação Paulista de<br />

Municípios – APM; Associação Piauiense<br />

de Municípios – APPM; Consórcio<br />

Intermunicipal das Bacias do Alto<br />

Tamanduateí e Billings; Federação das<br />

Associações dos Municípios do Pará –<br />

FAMEP; e Frente Nacional de Prefeitos.<br />

Estado de Santa Catarina; Ministério<br />

Público do Estado do Acre; Instituto<br />

Comunitário da Grande Florianópolis<br />

– ICOM; Procuradoria Geral do<br />

Estado do Acre; Ministério Público do<br />

Espírito Santo; e Agenda Pública.<br />

Além das parcerias formalmente<br />

estabelecidas, contamos com o apoio de<br />

importantes instituições na realização das<br />

nossas atividades: Ministério da Saúde;<br />

Ministério da Educação; Ministério do<br />

Desenvolvimento Social e Combate à<br />

Fome; Conselho Nacional de Justiça;<br />

Fórum Nacional de Prevenção e<br />

Erradicação do Trabalho Infantil; Secretaria<br />

de Direitos Humanos; Associação<br />

Brasileira dos Magistrados, Promotores<br />

de Justiça e Defensores Públicos da<br />

Infância e Juventude; Fórum Nacional<br />

dos Direitos da Criança e do Adolescente; e<br />

Fundo das Nações Unidas para a Infância.<br />

2. Ações de subsídio técnico e<br />

incidência política: Escola de Contas<br />

Públicas Professor Barreto Guimarães<br />

– ECPGB; Ministério Público do<br />

PPAC<br />

Relatório da Gestão 2009-2012<br />

133

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