international article - Revista O Papel
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concordam em desenvolver um projeto comum Todo mundo<br />
vai querer O mesmo vale para genótipos para regiões frias<br />
ou com grandes déficits hídricos. Aí, então, deveríamos fazer<br />
um enorme esforço para desenvolver genomas adequados<br />
para terras pobres e de pouca água.<br />
Sobre olhar o futuro, já disse que acho fundamental, apesar<br />
de a tônica do setor não ser a de olhar com tanta intensidade<br />
para o que vamos precisar daqui a 20 anos. Somos um setor de<br />
longo prazo na floresta e na maturação do capital intensivamente<br />
usado, sem olharmos o futuro de forma estruturada. Isso é uma<br />
contradição! A maior parte dos esforços de pesquisa do setor é<br />
de otimização, eficiência, novos feltros, novas sopas de letrinhas<br />
no branqueamento, etc... O foco é muito operacional. Temos<br />
de trabalhar para melhorar o processo e também otimizar, mas<br />
isso nos leva ao dia-a-dia. Talvez exista alguém que trabalhe<br />
olhando para o longo prazo, mas não tenho muita clareza de<br />
que isso esteja acontecendo, pelo que conheço do nosso setor.<br />
Quais stakeholders poderiam estar envolvidos em esforços<br />
setoriais em torno da tecnologia, em sua visão, e,<br />
de forma mais geral, como o tema “inovação” poderia ser<br />
estimulado no setor<br />
Tudo isso depende de lideranças. Quando você quer fazer<br />
trabalhos setoriais ou multissetoriais, envolvendo executivos<br />
de maior escalão, há necessidade de liderança. O Movimento<br />
Brasil Competitivo, por exemplo, só existe porque Jorge Gerdau<br />
Johannpeter quis fazer isso e tomou a frente. Se ficarmos<br />
em ações menores, a coisa não vai. Quando se tem um bom<br />
ministro de Desenvolvimento ou outra área que estabelece<br />
as prioridades, as coisas podem acontecer. Ele tem de ter<br />
uma personalidade influente e fortemente determinada do<br />
governo ou do setor.<br />
Outro ponto relacionado ao estímulo à inovação está no<br />
fato de que as fábricas vivem um conflito: fábricas dependem<br />
de uns três fornecedores de máquinas; tecnologias-padrão<br />
têm custo baixo (se for tailor-made, gastam-se US$ 200–300<br />
milhões a mais). Até que ponto, então, estão motivadas a<br />
intervir na inovação, no domínio do processo inovativo<br />
Fornecedores de máquinas são peças-chave de qualquer<br />
discussão de inovação no setor.<br />
Uma estrutura como think tanks pode ser interessante:<br />
vê longo prazo, municia o setor, avalia temas – mas lembro<br />
que o foco não deve ser só em tecnologia de celulose e papel.<br />
Devemos estar preocupados com TI, energia, automação,<br />
novas embalagens... É fundamental colocar pessoas capazes,<br />
multidisciplinares, que consigam coordenar o processo. Isso<br />
ajudaria o setor a pensar diferente, e não só naquilo com o<br />
que estamos acostumados.<br />
O PAPEL - Outubro 2009<br />
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