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Principais Indicações e Efeitos da Ancoragem ... - Dental Press

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indicados e utilizados.<br />

O objetivo deste trabalho é discorrer<br />

sobre as principais indicações e efeitos <strong>da</strong><br />

ancoragem extrabucal occipital ( I.H.G.) e<br />

ilustrá-los com um caso clínico tratado com<br />

essa metodologia associa<strong>da</strong> a um aparelho<br />

fixo <strong>da</strong> técnica “Edgewise” simplifica<strong>da</strong>.<br />

Revisão de Literatura<br />

A primeira utilização <strong>da</strong> ancoragem<br />

extrabucal para a correção <strong>da</strong> má oclusão<br />

de Classe II foi em 1875, por KINGSLEY 15 .<br />

Porém, acreditava-se que os efeitos estavam<br />

limitados ao processo dentoalveolar 9<br />

e que pouco poderia ser feito quanto às<br />

alterações esqueléticas. Com esse pensamento,<br />

BAKER 2 , em 1893, rapi<strong>da</strong>mente<br />

conseguiu banir por completo o uso <strong>da</strong><br />

ancoragem extrabucal, quando introduziu<br />

os elásticos intermaxilares, que eram bem<br />

mais práticos e menos visíveis.<br />

Assim, mais de 40 anos se passaram,<br />

até que OPPENHEIM 22 , em 1936, ao obter<br />

sucesso na correção de uma Classe II, 1ª<br />

divisão somente com o uso noturno <strong>da</strong> ancoragem<br />

extrabucal, reavivou seu uso. Os<br />

profissionais <strong>da</strong> época passaram, então, a<br />

empregá-la associa<strong>da</strong> ao aparelho fixo e<br />

sua principal função era de reforço de ancoragem.<br />

A partir <strong>da</strong>í, diversos estudos foram<br />

realizados demonstrando que efeitos<br />

ortopédicos também poderiam ser obtidos<br />

com a utilização <strong>da</strong>s forças extrabucais<br />

durante o período de crescimento e desenvolvimento<br />

9,10,20 .<br />

Foi dessa forma que KLOEHN 17 , em<br />

1961, usando a região cervical como ponto<br />

de apoio, preconizou a utilização desse aparelho<br />

como excelente meio de controle para<br />

direcionar o crescimento dentoalveolar, proporcionando<br />

um bom equilíbrio facial.<br />

No ano seguinte, INTERLANDI 13 idealizou<br />

um aparelho extrabucal que foi denominado<br />

I.H.G. (Interlandi Head Gear).<br />

Esse aparelho constituia-se de tiras de apoio<br />

em número de três, que se a<strong>da</strong>ptavam nas<br />

áreas cervical, occipital e parietal, juntavam-se<br />

à frente <strong>da</strong> orelha por meio de uma<br />

lâmina plástica em forma de C, com ranhuras<br />

na bor<strong>da</strong> interna que permitiam<br />

variar a direção dos elásticos, os quais iriam<br />

tracionar, por sua vez, o arco externo e<br />

o interno, ajustado nos tubos molares.<br />

INTERLANDI 13 , assim como<br />

BAPTISTA 3 , relataram que o I.H.G. era um<br />

aparelho extrabucal particularmente vantajoso<br />

para padrões dolicofaciais, pois conseguia<br />

impedir a indesejável extrusão dos<br />

molares superiores.<br />

Diversos autores 5,6,7,8,11 , com o intuito<br />

de estu<strong>da</strong>rem cefalometricamente os efeitos<br />

do uso <strong>da</strong> ancoragem extrabucal<br />

cervical em pacientes com má oclusão de<br />

Classe II, 1ª divisão, constataram que a<br />

relação ântero-posterior <strong>da</strong>s bases ósseas<br />

(ângulo ANB) reduziu significantemente,<br />

principalmente em resposta a uma diminuição<br />

do ângulo SNA, indicando que o<br />

crescimento anterior <strong>da</strong> maxila foi inibido.<br />

Os incisivos superiores e inferiores foram<br />

movimentados para distal, o ângulo do plano<br />

mandibular aumentou pela extrusão<br />

dos molares superiores e a altura facial<br />

anterior também aumentou acentua<strong>da</strong>mente.<br />

Concluíram também que o tratamento<br />

tende a rotacionar a maxila e a<br />

mandíbula para baixo e para trás.<br />

HENRIQUES 12 , em 1993, estudou e<br />

comparou cefalometricamente três tipos de<br />

ancoragem extrabucal: o K.H.G., o aparelho<br />

removível conjugado à ancoragem extrabucal<br />

e o ativador associado à ancoragem extrabucal.<br />

Concluiu que o padrão de crescimento<br />

não foi alterado nos três grupos, mas<br />

houve restrição de crescimento maxilar; o<br />

ângulo do plano palatino aumentou significantemente<br />

no grupo tratado com o K.H.G..<br />

A mandíbula apresentou crescimento significante<br />

no grupo tratado com ativador ; nos<br />

outros dois grupos o crescimento foi mais<br />

discreto. Com relação ao dimorfismo sexual,<br />

ocorreram diferenças significantes nos valores<br />

de AFAI e SN.GoMe.<br />

Quando o objetivo do tratamento, porém,<br />

era o controle entre os movimentos<br />

vertical e horizontal do arco superior, a<br />

ancoragem extrabucal cervical era contraindica<strong>da</strong>,<br />

como relatou VIGORITO 25 , em<br />

1980, e RICKETTS 24 , em 1982. Este último<br />

autor ain<strong>da</strong> concluiu que certas más<br />

oclusões estariam associa<strong>da</strong>s a tipos faciais<br />

específicos, sendo que o padrão dolicofacial<br />

apresentava, geralmente, má oclusão de<br />

Classe II, 1ª divisão, com musculatura fraca,<br />

ângulo goníaco obtuso e tendência à<br />

mordi<strong>da</strong> aberta anterior, devido ao padrão<br />

de crescimento vertical <strong>da</strong> mandíbula.<br />

VIGORITO 26 , em 1993, observou que<br />

havia uma relação significante entre a aplicação<br />

de diferentes tipos de ancoragem extrabucal<br />

e os tipos faciais (dolicofaciais,<br />

mesofaciais e braquifaciais). Concluiu também<br />

que nos dolicofaciais, os efeitos de<br />

extrusão produziram uma reação negativa<br />

na mandíbula.<br />

Concor<strong>da</strong>ndo com VIGORITO 26 ;<br />

PROFFIT, FIELDS JR 23 , neste mesmo ano,<br />

recomen<strong>da</strong>ram que a escolha do tipo de aparelho<br />

extrabucal deveria ser basea<strong>da</strong> no padrão<br />

facial original : quanto maior o componente<br />

vertical , mais alta deveria ser a direção<br />

de tração. Assim, a direção <strong>da</strong> força<br />

deveria ser compatível com a relação vertical<br />

observa<strong>da</strong> no paciente. Uma força extrabucal<br />

dirigi<strong>da</strong> no sentido inferior e posterior<br />

restringiria o crescimento anterior <strong>da</strong> maxila,<br />

mas permitiria ou acentuaria o crescimento<br />

no sentido inferior. Se a mandíbula<br />

girasse no sentido inferior e posterior, o crescimento<br />

mandibular para anterior seria anulado,<br />

o que pioraria a relação de Classe II. Por<br />

outro lado, uma força de um aparelho extrabucal<br />

no sentido superior e posterior limitaria<br />

o desenvolvimento vertical <strong>da</strong> maxila e<br />

não deveria ser utiliza<strong>da</strong> em um paciente<br />

que tivesse a altura facial diminuí<strong>da</strong> associa<strong>da</strong><br />

a uma Classe II esquelética.<br />

KLAPPER et al 16 , em 1992, e ZAHER<br />

et al 27 , em 1994, de modo geral concor<strong>da</strong>ram<br />

que o aparelho extrabucal cervical é<br />

mais indicado para pacientes braquifaciais<br />

e o I.H.G. para pacientes dolicofaciais, que<br />

podem ou não apresentar problemas verticais<br />

associados, como por exemplo, mordi<strong>da</strong>s<br />

abertas.<br />

Segundo BARROS 4 , em 1997, o I.H.G.<br />

deve ser utilizado nos padrões mesofaciais<br />

ou dolicofaciais suaves, em que não interessa<br />

a extrusão de molares. Nos<br />

dolicofaciais, a tração deve tornar-se mais<br />

oblíqua à medi<strong>da</strong> que a tendência do crescimento<br />

se torna mais vertical. Neste caso,<br />

com a intrusão do molar superior, ou, pelo<br />

menos, a não extrusão do mesmo, juntamente<br />

com a neutralização do deslocamento<br />

vertical <strong>da</strong> maxila, não ocorre comprometimento<br />

do posicionamento <strong>da</strong> mandíbula,<br />

impedindo-se a sua rotação. Também<br />

cita que a força de intrusão será mais acentua<strong>da</strong><br />

se o braço externo do AEB estiver<br />

dobrado abaixo do plano oclusal.<br />

Em pacientes dolicofaciais, cujo cresci-<br />

Revista <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> de Ortodontia e Ortopedia Facial - V.4, Nº 2 - MAR./ABR. - 1999 34

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