Compostos fenólicos e atividade antioxidante de extratos da casca ...
Compostos fenólicos e atividade antioxidante de extratos da casca ...
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www.ital.sp.gov.br/bj<br />
<strong>Compostos</strong> fenólicos e <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> <strong>de</strong> <strong>extratos</strong> <strong>da</strong> <strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh.) C. Koch]<br />
PRADO, A. C. P. et al.<br />
Duarte-Almei<strong>da</strong> et al. (2006), avaliaram a <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong><br />
<strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> <strong>de</strong> compostos fenólicos através do sistema<br />
β-caroteno e ácido linoleico. Eles <strong>de</strong>terminaram a <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong><br />
<strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> <strong>de</strong> vários compostos utilizados como<br />
padrões numa faixa <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> 700 a 1000 µM.<br />
Os ácidos clorogênico (25%), elágico (34%), gálico (41%)<br />
e a catequina (34%) apresentaram percentuais <strong>de</strong> inibição<br />
do processo oxi<strong>da</strong>tivo inferiores aos observados para a<br />
mistura <strong>de</strong> tocoferóis naturais e amostras <strong>de</strong> <strong>extratos</strong> <strong>da</strong><br />
<strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã.<br />
Tepe (2007) <strong>de</strong>terminou a <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong><br />
através do sistema β-caroteno e ácido linoleico para o<br />
BHT, α-tocoferol e ácido rosmarínico, fazendo uso <strong>de</strong><br />
350 µL do extrato na concentração <strong>de</strong> 2 g.L –1 . Os percentuais<br />
<strong>de</strong> inibição do processo oxi<strong>da</strong>tivo foram <strong>de</strong> 96,0,<br />
96,6 e 100% para o BHT, α-tocoferol e ácido rosmarínico,<br />
respectivamente, apresentando resultados próximos<br />
aos encontrados para a concentração <strong>de</strong> 500 ppm dos<br />
<strong>extratos</strong> <strong>da</strong> <strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã em acetona.<br />
Na Tabela 3 são apresentados os <strong>da</strong>dos <strong>da</strong><br />
avaliação instrumental <strong>da</strong> cor <strong>de</strong> três lotes <strong>de</strong> <strong>casca</strong> <strong>de</strong><br />
noz-pecã produzi<strong>da</strong> no sul do Brasil.<br />
De acordo com os resultados obtidos, a <strong>casca</strong> <strong>de</strong><br />
noz-pecã apresentou valor médio <strong>de</strong> luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong> (L*)<br />
<strong>de</strong> 34,6 ± 2,2. Os lotes 1 e 2 apresentaram valores significativamente<br />
(p < 0,05) maiores (35,3 ± 0,1 e 36,4 ± 1,2)<br />
em relação ao lote 3 (32,2 ± 0,7).<br />
Com relação à saturação <strong>da</strong> cor (C*), a média<br />
apresenta<strong>da</strong> foi <strong>de</strong> 8,2 ± 0,7, sendo que a diferença foi<br />
significativa entre os lotes 2 e 3 (8,9 ± 0,5 e 7,4 ± 0,5),<br />
não sendo observa<strong>da</strong> diferença entre o lote 1 (8,2 ± 0,1)<br />
e os <strong>de</strong>mais.<br />
Para a variação <strong>da</strong> cor ver<strong>de</strong> ao vermelho (a*), não<br />
foram observa<strong>da</strong>s diferenças entre os lotes (média <strong>de</strong> 5,2<br />
± 0,2). Para a variação <strong>da</strong> cor azul ao amarelo (b*), os<br />
lotes 1 e 2 apresentaram resultados com tendência maior<br />
ao amarelo quando comparados com o lote 3. A mesma<br />
tendência dos lotes 1 e 2 para os tons mais amarelos<br />
po<strong>de</strong> ser confirma<strong>da</strong> através <strong>da</strong> análise do parâmetro<br />
H, indicador <strong>da</strong> tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou matiz, que apresentou<br />
ângulos significativamente superiores (p < 0,05) para os<br />
Tabela 3. Avaliação instrumental <strong>da</strong> cor através do sistema CIE<br />
Lab (Comission Internationale <strong>de</strong> Eclairage) <strong>de</strong> três lotes <strong>de</strong><br />
<strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã produzi<strong>da</strong> no sul do Brasil.<br />
Parâmetros Lote 1 Lote 2 Lote 3 Média<br />
L* 35,3 ± 0,1 a 36,4 ± 1,2 a 32,2 ± 0,7 b 34,6 ± 2,2<br />
C* 8,2 ± 0,1 ab 8,9 ± 0,5 a 7,4 ± 0,5 b 8,2 ± 0,7<br />
a* 5,0 ± 0,1 a 5,4 ± 0,4 a 5,2 ± 0,3 a 5,2 ± 0,2<br />
b* 6,6 ± 0,01 a 7,1 ± 0,3 a 5,3 ± 0,3 b 6,3 ± 0,9<br />
H 52,7 ± 0,7 a 52,4 ± 0,7 a 45,9 ± 0,2 b 50,3 ± 3,8<br />
L* = luminosi<strong>da</strong><strong>de</strong>; C* = saturação <strong>da</strong> cor; a* = Δ ver<strong>de</strong> ao vermelho;<br />
b*= Δ amarelo ao azul; H = tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou matiz; **valores com letras<br />
iguais na mesma linha não apresentam diferença significativa (Tukey,<br />
p < 0,05) e ***média ± <strong>de</strong>svio padrão (n = 3).<br />
lotes 1 e 2, comparado ao lote 3 (52,7 ± 0,7, 52,4 ± 0,7 e<br />
45,9 ± 0,2, respectivamente). Os lotes 1 e 2 apresentaram<br />
<strong>casca</strong>s com coloração marrom claro, enquanto que o<br />
lote 3 apresentou uma <strong>casca</strong> mais avermelha<strong>da</strong> numa<br />
tonali<strong>da</strong><strong>de</strong> marrom mais escura.<br />
Senter e Forbus (1978) reportaram que as alterações<br />
na coloração vermelho-marrom <strong>da</strong>s nozes po<strong>de</strong>m<br />
ser <strong>de</strong>vido à oxi<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> leucoantocianidina e leuco<strong>de</strong>lfinidina<br />
presentes na noz, aos seus respectivos flobafenos<br />
<strong>de</strong> graus variados <strong>de</strong> polimerização e, em menor<br />
extensão, pela reação <strong>de</strong> formação <strong>da</strong> cianidina e <strong>de</strong>lfinidina.<br />
A relação entre acumulação <strong>de</strong> flobafeno (pigmento<br />
vermelho) e as mu<strong>da</strong>nças <strong>de</strong> coloração reporta<strong>da</strong>s por<br />
Senter e Forbus (1978), juntamente com os resultados<br />
obtidos no presente trabalho, sugerem que as variações<br />
nos tons representados pelo ângulo H e parâmetro a*, <strong>da</strong><br />
coloração <strong>da</strong> <strong>casca</strong> <strong>da</strong> noz, possam estar diretamente<br />
relaciona<strong>da</strong>s com a concentração <strong>de</strong> flobafenos, já que o<br />
lote número 3, que resultou em tons com maior tendência<br />
ao vermelho, apresentou também teores superiores <strong>de</strong><br />
taninos con<strong>de</strong>nsados, quando comparados aos <strong>de</strong>mais<br />
lotes analisados.<br />
4 Conclusões<br />
De acordo com os resultados obtidos, a fração<br />
alcoólica obti<strong>da</strong> através <strong>da</strong> extração sequencial <strong>da</strong><br />
<strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã apresentou os maiores teores <strong>de</strong><br />
fenólicos totais e taninos con<strong>de</strong>nsados, bem como a<br />
maior <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> através <strong>de</strong><br />
diferentes metodologias. Estes resultados indicam maior<br />
solubili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos compostos <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s presentes na<br />
<strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã neste tipo <strong>de</strong> solvente. As diferenças<br />
reporta<strong>da</strong>s para os diferentes lotes indicam que variáveis<br />
agronômicas (como clima, solo e diferentes varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> noz-pecã) po<strong>de</strong>m modificar a <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong><br />
observa<strong>da</strong> para a <strong>casca</strong>. Pesquisas a respeito <strong>da</strong> i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
dos compostos fenólicos, <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong><br />
para diferentes varie<strong>da</strong><strong>de</strong>s, utilização dos <strong>extratos</strong> em<br />
sistemas alimentícios e estudo <strong>da</strong> <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> in vivo <strong>de</strong>vem<br />
ampliar o conhecimento a este respeito e auxiliar na<br />
compreensão <strong>de</strong>stes resultados.<br />
Agra<strong>de</strong>cimentos<br />
À empresa Divinut Ind. <strong>de</strong> Nozes Lt<strong>da</strong> pelo fornecimento<br />
<strong>da</strong> matéria-prima, e à CAPES pela concessão<br />
<strong>da</strong> bolsa <strong>de</strong> estudos.<br />
Referências<br />
BEAL, B. H. Ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> e i<strong>de</strong>ntificação dos<br />
ácidos fenólicos do gengibre (Zingiber officinale Roscoe).<br />
Florianópolis, 2006. 87 f. Dissertação (Mestrado em Ciência dos<br />
Alimentos) – Centro <strong>de</strong> Ciências Agrárias, Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
<strong>de</strong> Santa Catarina.<br />
Braz. J. Food Technol., v. 12, n. 4, p. 323-332, out./<strong>de</strong>z. 2009 330