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Compostos fenólicos e atividade antioxidante de extratos da casca ...

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www.ital.sp.gov.br/bj<br />

<strong>Compostos</strong> fenólicos e <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> <strong>de</strong> <strong>extratos</strong> <strong>da</strong> <strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh.) C. Koch]<br />

PRADO, A. C. P. et al.<br />

obtidos no procedimento <strong>de</strong> extração sequencial, nos<br />

sistemas ABTS (r = 0,9320) e DPPH (r = 0,9363). Os<br />

<strong>extratos</strong> que apresentaram o maior teor <strong>de</strong> compostos<br />

fenólicos totais (alcoólico) apresentaram também <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong><br />

<strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> significativamente maior (p < 0,05)<br />

para os dois sistemas estu<strong>da</strong>dos.<br />

Na Tabela 2, po<strong>de</strong>m ser observados os percentuais<br />

<strong>da</strong> inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção, medidos através do sistema<br />

mo<strong>de</strong>lo β-caroteno e ácido linoleico para a mistura <strong>de</strong><br />

tocoferóis naturais que foi utiliza<strong>da</strong> como padrão (MT);<br />

para os <strong>extratos</strong> em acetona e álcool <strong>da</strong> <strong>casca</strong> <strong>de</strong> nozpecã<br />

(200, 300 e 500 ppm) e para as misturas dos <strong>extratos</strong><br />

e tocoferóis naturais na mesma proporção 1:1 (100, 150 e<br />

250 ppm ca<strong>da</strong>).<br />

De acordo com os resultados obtidos na análise <strong>de</strong><br />

<strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong> pelo sistema mo<strong>de</strong>lo b-caroteno e<br />

ácido linoleico, a mistura <strong>de</strong> tocoferóis naturais utiliza<strong>da</strong><br />

como padrão (MT) apresentou percentuais <strong>de</strong> inibição <strong>da</strong><br />

oxi<strong>da</strong>ção entre 23,4 e 62,2%, sendo significativamente<br />

mais efetivo (p < 0,05) na concentração <strong>de</strong> 500 ppm.<br />

Estes resultados foram inferiores aos <strong>extratos</strong> <strong>de</strong> acetona<br />

Tabela 2. Percentual <strong>da</strong> inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção dos tocoferóis<br />

(MT), dos <strong>extratos</strong> <strong>da</strong> <strong>casca</strong> <strong>de</strong> noz-pecã (acetona e álcool)<br />

e misturas dos <strong>extratos</strong> com tocoferóis na mesma proporção<br />

(E+MT 1:1), medidos in vitro através do sistema mo<strong>de</strong>lo<br />

β-caroteno e ácido linoleico.<br />

Extrato % inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção em diferentes<br />

concentrações<br />

200 ppm 300 ppm 500 ppm<br />

MT (padrão) 23,4 ± 4,9 C 42,3 ± 1,4 B 62,2 ± 0,7 A<br />

Acetona - Lote 01 84,0 ± 2,0 Ba 89,1 ± 0,6 ABa 93,4 ± 1,0 Aa<br />

Acetona - Lote 02 81,4 ± 0,7 Ca 90,5 ± 0,5 Ba 94,9 ± 0,6 Aa<br />

Acetona - Lote 03 65,2 ± 3,3 Bb 71,9 ± 4,8 Bb 88,2 ± 1,6 Ab<br />

Álcool - Lote 01 66,7 ± 1,6 Bb 83,7 ± 4,2 Aa 89,7 ± 1,6 Aa<br />

Álcool - Lote 02 71,6 ± 2,3 Bb 84,5 ± 0,6 Aa 88,6 ± 0,8 Aa<br />

Álcool - Lote 03 82,0 ± 0,1 Aa 84,5 ± 0,1 Aa 89,6 ± 3,5 Aa<br />

Acetona + MT - 73,4 ± 1,3 Ca 83,8 ± 0,6 Ba 90,2 ± 0,1 Aa<br />

Lote 01<br />

Acetona + MT - 70,6 ± 1,8 Ba 77,4 ± 3,8 Ba 89,3 ± 0,8 Aa<br />

Lote 02<br />

Acetona + MT - 43,1 ± 1,4 Cb 61,7 ± 2,4 Bb 79,8 ± 2,0 Ab<br />

Lote 03<br />

Álcool + MT - 49,0 ± 4,6 Bb 66,0 ± 3,6 Aa 78,7 ± 1,3 Aa<br />

Lote 01<br />

Álcool + MT - 50,7 ± 2,7 Cb 66,6 ± 1,8 Ba 83,1 ± 1,3 Aa<br />

Lote 02<br />

Álcool + MT - 68,1 ± 0,1 Ba 69,9 ± 2,5 Ba 83,7 ± 4,0 Aa<br />

Lote 03<br />

*ppm: parte por milhão (1 mg.1000 mL –1 ); **E + MT 1:1 (100, 150 e 250<br />

ppm <strong>de</strong> ca<strong>da</strong>); ***valores com letras iguais maiúsculas na mesma linha<br />

não apresentam diferenças significativas (Tukey p < 0,05); ****valores<br />

com letras iguais minúsculas na mesma coluna não apresentam diferenças<br />

significativas (Tukey p < 0,05) entre os lotes, para um mesmo<br />

tipo <strong>de</strong> amostra (Extrato ou Extrato + MT); ****resultados expressos<br />

em porcentagem (%); média ± <strong>de</strong>svio padrão (n = 3).<br />

e álcool e às misturas <strong>de</strong> <strong>extratos</strong> e tocoferóis naturais<br />

testados, que apresentaram valores significativamente<br />

superiores (p < 0,05).<br />

A fração com acetona apresentou percentual <strong>de</strong><br />

inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção entre 65,2 e 94,9%. Os lotes 1 e 2<br />

apresentaram percentuais <strong>da</strong> inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção significativamente<br />

superiores (p < 0,05), sendo mais efetivo<br />

na concentração <strong>de</strong> 500 ppm.<br />

Para o extrato alcoólico foi observa<strong>da</strong> uma inibição<br />

<strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção entre 66,7 e 89,7%, sendo a concentração<br />

significativamente mais efetiva (p < 0,05) a <strong>de</strong> 500 ppm.<br />

Foram observa<strong>da</strong>s diferenças significativas nos tratamentos<br />

entre os lotes apenas na menor concentração<br />

testa<strong>da</strong>, em que o lote 3 apresentou percentual significativamente<br />

superior aos <strong>de</strong>mais lotes analisados (82%).<br />

Os percentuais <strong>da</strong> inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção para os<br />

<strong>extratos</strong> em acetona e álcool adicionados <strong>da</strong> mistura<br />

<strong>de</strong> tocoferóis ficaram entre 43,1 e 90,2% e 49 e 83,7%,<br />

respectivamente. Para as misturas <strong>de</strong> <strong>extratos</strong> em acetona<br />

e tocoferóis naturais, os lotes 1 e 2 apresentaram percentuais<br />

significativamente superiores (p < 0,05) em to<strong>da</strong>s<br />

as concentrações testa<strong>da</strong>s. Nas misturas <strong>de</strong> <strong>extratos</strong><br />

alcoólicos e tocoferóis naturais, o lote 3 apresentou<br />

percentuais <strong>da</strong> inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção significativamente<br />

superior (p < 0,05) aos <strong>de</strong>mais lotes analisados (68,1%).<br />

Não foi observado efeito sinergístico entre a mistura dos<br />

<strong>extratos</strong> e o padrão utilizado.<br />

Esses resultados estão em <strong>de</strong>sacordo com a “teoria<br />

do paradoxo polar” que afirma que os <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s<br />

hidrofílicos são mais efetivos em meio apolar, enquanto<br />

os compostos lipofílicos são melhores <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s em<br />

meio polar (FRANKEL et al.,1994). Por outro lado, pesquisadores<br />

têm reportado que alguns compostos não agem<br />

segundo o paradoxo polar ou que a partição dos <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s<br />

entre as fases <strong>de</strong> óleo e <strong>de</strong> água <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

diferentes fatores. Isto sugere que a <strong>ativi<strong>da</strong><strong>de</strong></strong> <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong><br />

é afeta<strong>da</strong> por um fenômeno complexo e que a polari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

não consiste no único parâmetro que influencia a ação<br />

dos <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s (CUVELIER et al., 2000; GORDON et al.,<br />

2001). De acordo com Prat (1990), as características<br />

estruturais dos <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s, tais como a localização dos<br />

grupos hidrofílicos, são mais importantes que a polari<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

dos <strong>extratos</strong>. Além disso, a composição complexa<br />

dos <strong>extratos</strong> po<strong>de</strong> levar a algumas interações entre seus<br />

componentes, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando efeitos sinergísticos,<br />

aditivos ou antagônicos, diferentes dos efeitos esperados<br />

para alguns compostos ou misturas <strong>de</strong> compostos <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s.<br />

Sabe-se que as diferentes concentrações <strong>da</strong>s<br />

substâncias utiliza<strong>da</strong>s como <strong>antioxi<strong>da</strong>nte</strong>s e a natureza<br />

química <strong>da</strong>s estruturas <strong>de</strong>sses compostos, exercem<br />

forte influência no percentual <strong>de</strong> inibição <strong>da</strong> oxi<strong>da</strong>ção<br />

observado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do meio on<strong>de</strong> são adicionados<br />

(FRANKEL et al., 1994; PORTER, 1993).<br />

Braz. J. Food Technol., v. 12, n. 4, p. 323-332, out./<strong>de</strong>z. 2009 329

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