05.01.2015 Views

Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Guia</strong> dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm<br />

à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular<br />

Após a assunção da perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s físicas, surge quase sempre uma<br />

gran<strong>de</strong> tristeza. No entanto, a tristeza nem sempre é <strong>de</strong>pressão, como muitos<br />

profissionais teimam em afirmar; está presente o processo <strong>de</strong> luto. (72)<br />

O sujeito com <strong>de</strong>ficiências físicas adquiridas vê‐se obrigado a fazer o luto<br />

por si próprio, procurando no entanto uma linha condutora e íntegra da sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> – vê‐se obrigado a transformar‐se para continuar a ser quem era,<br />

mesmo que fisicamente diferente. (69)<br />

algumas diferenças entre o Quadro clínico <strong>de</strong> luto e <strong>de</strong>pressão<br />

A pessoa que faz o luto adapta‐se à perda das suas capacida<strong>de</strong>s físicas e<br />

consciencializa‐se <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong> realizar os projectos anteriores, o que a<br />

conduz à elaboração <strong>de</strong> um novo projecto compatível com as suas capacida<strong>de</strong>s<br />

actuais. Por outro lado, se <strong>de</strong>primida, é por vezes incapaz <strong>de</strong> aceitar a perda<br />

das capacida<strong>de</strong>s físicas e <strong>de</strong> elaborar um projecto futuro. (54)(61)(65)(66)(67)(68)(69)<br />

(70)(71)<br />

Na <strong>de</strong>pressão, há sentimentos <strong>de</strong> culpa e <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>, porque a perda<br />

<strong>de</strong> amor do objecto provoca uma baixa <strong>de</strong> auto‐estima; a pessoa é incapaz <strong>de</strong><br />

realizar o que se propõe, há apatia e <strong>de</strong>smotivação. Na situação <strong>de</strong> luto, apesar<br />

<strong>de</strong> existirem sentimentos <strong>de</strong> inferiorida<strong>de</strong>, não há baixa da auto‐estima consi<strong>de</strong>rável;<br />

a pessoa, apesar <strong>de</strong> triste, é capaz <strong>de</strong> realizar os seus projectos. (71)<br />

Após uma perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s, é comum surgir a tristeza durante algum<br />

tempo que só po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>rada anormal se esta for <strong>de</strong>masiado prolongada<br />

ou grave. (45)(64)<br />

No período <strong>de</strong> ajustamento à incapacida<strong>de</strong>, o luto e a <strong>de</strong>pressão surgem<br />

como reacções frequentes, diferindo apenas no período <strong>de</strong> tempo em que se<br />

manifestam.<br />

É fundamental oferecer um espaço para que este processo se dê e nunca<br />

fazer interpretações erradas acerca da <strong>de</strong>smotivação da pessoa.<br />

Para além dos aspectos referidos e que ajudam os profissionais a compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor a pessoa vítima <strong>de</strong> LM, há que ter em conta também as diferentes<br />

estruturas <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> e formas <strong>de</strong> reagir:<br />

• <strong>Pessoa</strong>s autoritárias – é complicada a perda <strong>de</strong> controlo, aceitar os<br />

compromissos e a empatia dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

• <strong>Pessoa</strong>s com o «Eu» rígido – dificilmente conseguem manter a auto‐<br />

‐estima.<br />

51

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!