Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

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05.01.2015 Views

Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular anexo 13 – função Vesical O aparelho urinário compreende os rins, ureteres, bexiga e uretra. Os rins são altamente vascularizados e produzem continuamente uma solução concentrada de produtos metabólicos para excreção, a urina. Durante 24 horas, 180 litros de urina primária são filtrados através dos glomérulos, produzindo um volume médio urinário de aproximadamente 1 litro. Assim, uma ingestão hídrica de cerca de 1800 ml / dia resulta num volume urinário de cerca de 1400 ml, com concentração urinária razoavelmente baixa e sem que haja trabalho metabólico indevido. (33)(50) Os ureteres, tubos musculares bilaterais de aproximadamente 25 a 30 cm de comprimento, conduzem a urina desde os rins até à bexiga onde penetram obliquamente na parede posterolateral, constituindo um mecanismo «valvular» de sentido único que impede o refluxo de urina. A junção vesicureteral só pode permanecer eficaz se for mantido este percurso oblíquo. Quando existe hipertrofia vesical, o uréter distal é posicionado progressivamente de forma perpendicular em relação à superfície interna da bexiga. (33)(50) Se ocorrer refluxo ureteral, o uréter dilata‐se e ocorre hidronefrose, podendo complicar‐se se existir infecção urinária baixa. Neste caso podedesenvolver‐se pielonefrite aguda ou crónica e progressiva insuficiência renal com necessidade de hemodiálise. Assim, a manutenção do bom funcionamento da junção vesicureteral deve constituir o objectivo basilar no tratamento da disfunção neurogénica da bexiga. A questão chave é a manutenção das pressões normais do detrusor durante a micção. A bexiga, reservatório muscular oco, armazena a urina em baixas pressões e esvazia‐a a altas pressões. Protege os rins de refluxo e mantém o trato urinário isento de infecções quando efectua um esvaziamento completo. A capacidade normal da bexiga é de 400 a 500 ml. (50)(78) Anatomicamente é dividida em detrusor (feixes de músculo liso entrelaçados localizados no colo da bexiga que agem como esfíncteres funcionais) e trígono (área triangular da parede vesical, delimitada posteriormente pela inserção dos ureteres e anteriormente pela uretra, não se expandindo quando a bexiga enche). (78) 293

cadErnOs OE Durante o enchimento progressivo, é mantida a baixa pressão transmural da bexiga até chegar perto da sua capacidade de armazenamento, os feixes musculares do detrusor estendendo‐se para a parede da uretra proximal, formando o mecanismo de esfíncter uretral interno situado na sua base. No esvaziamento, o detrusor contrai‐se, encurtando e empurrando o colo da bexiga, que assume o formato de um funil. (50)(78) A uretra é um tubo oco que transporta a urina da bexiga para o exterior, atravessando uma área de músculos perineais profundos. Sai da bexiga pela porção postero‐inferior, e tem dois esfíncteres, o interno involuntário (do colo vesical) e o externo voluntário (permite evitar a micção mesmo quando os mecanismos involuntários tendem a esvaziar a bexiga). (50) A uretra masculina é mais longa, podendo ir até 18 cm, a feminina até 4,5 cm. O trajecto da uretra masculina apresenta‐se em forma de «S», sendo a porção posterior da uretra proximal circundada pela próstata. Os canais de transporte do sémen estendem‐se através da próstata e entram na uretra junto do esfíncter uretral externo, no veramontanum (colículo seminal). (50)(78) No homem, quando se está na presença de urina infectada, esta pode ser pressionada para as vias seminais, sobretudo se há disfunção miccional associada à cocontração do esfíncter uretral externo e micções em altas pressões. Esta situação pode provocar prostatite e / ou epidimite. (50) O trajecto da uretra feminina é recto e curto, ajudando desta forma ao aparecimento da incontinência e de bactérias do períneo na bexiga, principalmente se a micção é irregular e incompleta. As outras estruturas que contribuem para a continência são os músculos do pavimento pélvico e, nos homens, a glândula prostática. (33) A micção consiste numa fase de relaxamento muscular / enchimento / armazenamento e de uma fase de contracção / esvaziamento. (33) Os centros nervosos que controlam a actividade do aparelho urinário baixo distribuem‐se ao longo do neuro eixo. O reflexo da micção é mediado por um arco reflexo completo, durante o qual são enviados impulsos sensoriais desde a bexiga até à medula sagrada, protuberância e córtex frontal. Este último coordena voluntariamente o relaxamento do esfíncter uretral externo com a contracção sinérgica do detrusor. A continência envolve a inibição activa do arco reflexo sagrado e contracção do esfíncter uretral externo. (33)(50)(78) 294

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Durante o enchimento progressivo, é mantida a baixa pressão transmural<br />

da bexiga até chegar perto da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> armazenamento, os feixes<br />

musculares do <strong>de</strong>trusor esten<strong>de</strong>ndo‐se para a pare<strong>de</strong> da uretra proximal, formando<br />

o mecanismo <strong>de</strong> esfíncter uretral interno situado na sua base.<br />

No esvaziamento, o <strong>de</strong>trusor contrai‐se, encurtando e empurrando o colo<br />

da bexiga, que assume o formato <strong>de</strong> um funil. (50)(78)<br />

A uretra é um tubo oco que transporta a urina da bexiga para o exterior,<br />

atravessando uma área <strong>de</strong> músculos perineais profundos. Sai da bexiga pela<br />

porção postero‐inferior, e tem dois esfíncteres, o interno involuntário (do colo<br />

vesical) e o externo voluntário (permite evitar a micção mesmo quando os<br />

mecanismos involuntários ten<strong>de</strong>m a esvaziar a bexiga). (50)<br />

A uretra masculina é mais longa, po<strong>de</strong>ndo ir até 18 cm, a feminina até<br />

4,5 cm. O trajecto da uretra masculina apresenta‐se em forma <strong>de</strong> «S», sendo a<br />

porção posterior da uretra proximal circundada pela próstata. Os canais <strong>de</strong><br />

transporte do sémen esten<strong>de</strong>m‐se através da próstata e entram na uretra junto<br />

do esfíncter uretral externo, no veramontanum (colículo seminal). (50)(78)<br />

No homem, quando se está na presença <strong>de</strong> urina infectada, esta po<strong>de</strong> ser<br />

pressionada para as vias seminais, sobretudo se há disfunção miccional<br />

associada à cocontração do esfíncter uretral externo e micções em altas pressões.<br />

Esta situação po<strong>de</strong> provocar prostatite e / ou epidimite. (50)<br />

O trajecto da uretra feminina é recto e curto, ajudando <strong>de</strong>sta forma ao<br />

aparecimento da incontinência e <strong>de</strong> bactérias do períneo na bexiga, principalmente<br />

se a micção é irregular e incompleta.<br />

As outras estruturas que contribuem para a continência são os músculos<br />

do pavimento pélvico e, nos homens, a glândula prostática. (33)<br />

A micção consiste numa fase <strong>de</strong> relaxamento muscular / enchimento /<br />

armazenamento e <strong>de</strong> uma fase <strong>de</strong> contracção / esvaziamento. (33)<br />

Os centros nervosos que controlam a activida<strong>de</strong> do aparelho urinário baixo<br />

distribuem‐se ao longo do neuro eixo.<br />

O reflexo da micção é mediado por um arco reflexo completo, durante o<br />

qual são enviados impulsos sensoriais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a bexiga até à medula sagrada,<br />

protuberância e córtex frontal. Este último coor<strong>de</strong>na voluntariamente o relaxamento<br />

do esfíncter uretral externo com a contracção sinérgica do <strong>de</strong>trusor.<br />

A continência envolve a inibição activa do arco reflexo sagrado e contracção<br />

do esfíncter uretral externo. (33)(50)(78)<br />

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