Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

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05.01.2015 Views

Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular A respiração pode ser influenciada por controlo voluntário e involuntário. ❏ involuntária Controlo da Respiração (33) • Centros respiratórios do tronco cerebral – responsáveis pelo ritmo espontâneo básico da respiração. • Quimiorreceptores periféricos – localizam‐se na bifurcação da artéria carótida comum (corpos carotídeos) e ao longo da crossa da aorta (corpos aórticos). Respondem a quebras de pressão parcial do PaO 2 para valores inferiores a 60 mmHg e estimulam os centros respiratórios a aumentar a ventilação. • Quimiorreceptores centrais – são agregados celulares situados no bulbo bilateralmente, contudo são independentes dos neurónios respiratórios centrais. São muito sensíveis a pequenas variações da PaCO 2 e o principal mecanismo que controla a resposta ventilatória às variações de CO 2 . • Mecanorreceptores pulmonares – são receptores sensoriais localizados nas vias aéreas e pulmões que transmitem sinais ao SNC via nervo vago, distribuindo‐se por três grupos: ◊ Receptores de estiramento – situados no músculo liso das vias aéreas, sensíveis à pressão transmural / distensão. ◊ Receptores irritantes – situados no epitélio das vias aéreas, respondem a estímulos químicos ou mecânicos, à insuflação rápida dos pulmões. Têm acção importante na defesa dos pulmões quando desencadeiam a tosse e o espirro, regulam o tónus muscular e o calibre das vias aéreas. ◊ Receptores justacapilares (receptores J) – situados nas paredes alveolares anexos à rede capilar, constituídos por ramos terminais de fibras nervosas aferentes não mielinizadas e sem função activa na respiração normal. A activação destes receptores pode desencadear dispneia, respiração rápida e superficial em pessoas com congestão pulmonar ou doença pulmonar intersticial. ❏ Voluntária • Córtex cerebral – regula o controlo voluntário da respiração. Os padrões respiratórios estão dependentes do estado de vigília e são modificados através de controlo consciente ao falar, rir, gritar e deglutir. Nos traumatismos cervicais altos, pode haver compromisso do controlo voluntário para manobras respiratórias controladas, não existindo compromisso da função involuntária a estímulos químicos e reflexos. 273

cadErnOs OE circulação Pulmonar O sistema vascular caracteriza‐se por ser muito elástico, de alto volume e baixa pressão. Sendo de baixa resistência, é influenciado de forma passiva pela postura e pelo exercício. (33)(139) As paredes da artéria pulmonar são pouco espessas por conterem pouco músculo liso. A resistência na circulação pulmonar está principalmente nas arteríolas e capilares. (33)(139) O sistema vascular pulmonar contém mais ou menos 1 litro de sangue dos quais 100 ml no leito pulmonar formando densa rede de curtos segmentos de capilares envolvendo os alvéolos. (33) Os capilares pulmonares têm diâmetro aproximado de 10 mm, permitindo a passagem dos eritrócitos em fila única e a difusão. Em repouso, a perfusão do leito capilar pulmonar é maior nas zonas de declive dos pulmões. Assim, na posição erecta a perfusão é maior nas bases e no decúbito lateral é maior na porção inferior do pulmão que está apoiado. (33) As diferenças da pressão hidrostática no sistema vascular pulmonar promovem a distribuição desigual do fluxo pulmonar, sendo maior nas regiões pendentes por distensão dos vasos e aumento do fluxo. Com exercício moderado o débito cardíaco e o fluxo pulmonar aumentam, igualam a pressão hidrostática e a distribuição do fluxo no leito vascular pulmonar. (33)(139) transporte de gases Para que o aporte de oxigénio aos tecidos seja eficaz é necessário coexistirem adequados débito cardíaco e perfusão dos tecidos. Grande parte do O 2 é dirigido até aos tecidos periféricos associado à Hb (Hemoglobina) e apenas uma mínima parte é transportada como O 2 diluído. O gradiente necessário para a difusão de O 2 através da membrana alvéolocapilar é estabelecido pela diferença entre a PO 2 alveolar e a PO 2 capilar pulmonar. (33)(139) 274

<strong>Guia</strong> dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm<br />

à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular<br />

A respiração po<strong>de</strong> ser influenciada por controlo voluntário e involuntário.<br />

❏ involuntária<br />

Controlo da Respiração (33)<br />

• Centros respiratórios do tronco cerebral – responsáveis pelo ritmo espontâneo básico da<br />

respiração.<br />

• Quimiorreceptores periféricos – localizam‐se na bifurcação da artéria carótida comum<br />

(corpos carotí<strong>de</strong>os) e ao longo da crossa da aorta (corpos aórticos). Respon<strong>de</strong>m a quebras<br />

<strong>de</strong> pressão parcial do PaO 2 para valores inferiores a 60 mmHg e estimulam os centros<br />

respiratórios a aumentar a ventilação.<br />

• Quimiorreceptores centrais – são agregados celulares situados no bulbo bilateralmente,<br />

contudo são in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos neurónios respiratórios centrais. São muito sensíveis a<br />

pequenas variações da PaCO 2 e o principal mecanismo que controla a resposta<br />

ventilatória às variações <strong>de</strong> CO 2 .<br />

• Mecanorreceptores pulmonares – são receptores sensoriais localizados nas vias aéreas e<br />

pulmões que transmitem sinais ao SNC via nervo vago, distribuindo‐se por três grupos:<br />

◊ Receptores <strong>de</strong> estiramento – situados no músculo liso das vias aéreas, sensíveis à pressão<br />

transmural / distensão.<br />

◊ Receptores irritantes – situados no epitélio das vias aéreas, respon<strong>de</strong>m a estímulos<br />

químicos ou mecânicos, à insuflação rápida dos pulmões. Têm acção importante na<br />

<strong>de</strong>fesa dos pulmões quando <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam a tosse e o espirro, regulam o tónus<br />

muscular e o calibre das vias aéreas.<br />

◊ Receptores justacapilares (receptores J) – situados nas pare<strong>de</strong>s alveolares anexos à re<strong>de</strong><br />

capilar, constituídos por ramos terminais <strong>de</strong> fibras nervosas aferentes não mielinizadas<br />

e sem função activa na respiração normal. A activação <strong>de</strong>stes receptores po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar dispneia, respiração rápida e superficial em pessoas com congestão<br />

pulmonar ou doença pulmonar intersticial.<br />

❏ Voluntária<br />

• Córtex cerebral – regula o controlo voluntário da respiração. Os padrões respiratórios<br />

estão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes do estado <strong>de</strong> vigília e são modificados através <strong>de</strong> controlo consciente<br />

ao falar, rir, gritar e <strong>de</strong>glutir.<br />

Nos traumatismos cervicais altos, po<strong>de</strong> haver compromisso do controlo<br />

voluntário para manobras respiratórias controladas, não existindo compromisso<br />

da função involuntária a estímulos químicos e reflexos.<br />

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