Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
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Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular anexo 7 – complicações dos tVm choque medular Imediatamente após um traumatismo em que ocorra LM aguda, a medula espinhal entra em choque. O choque medular manifesta‐se pela abolição da actividade reflexa abaixo do local da lesão, incluindo a perda de função reflexa autonómica, motora e sensorial, dependendo a sua intensidade do nível da lesão. (125) Pode durar dias ou semanas, desaparecendo em mais de 90% dos casos em 24 horas. (121) Sendo desconhecidas as causas, alguns autores apontam para factores químicos. (121) O resultado imediato do choque medular consiste em paralisia flácida de todos os músculos inervados pela região traumatizada da medula, bem como pelos segmentos situados abaixo da lesão, devido ao arco reflexo não se realizar. (121)(125) Surge paralisia flácida de todos os músculos esqueléticos, ausência dos reflexos tendinosos, reflexo peniano, sensibilidade cutânea, propriocepção, sensibilidade visceral e somática e, ainda, retenção urinária, retenção de fezes e anidrose. (123) Nas lesões cervicais é importante não esquecer que nas primeiras horas, o edema pode ascender, podendo inclusive surgir paragem respiratória. (121) De uma forma geral, quanto mais rapidamente a pessoa com LM assinalar o retorno da função, melhor é o prognóstico. (123) Quando a medula se recupera do choque, o arco reflexo, destinado ao músculo que permaneceu anatomicamente íntegro, volta a funcionar, porém sem impulsos inibidores e reguladores procedentes do cérebro. Podem surgir espasmos flexores ou extensores, esvaziamento reflexo do intestino e bexiga, rigidez em flexão ou em extensão, hiper‐reflexia, priapismo ou ejaculação reflexa no homem. (123)(125) O choque medular termina quando surgem o reflexo anal ou bulbocavernoso. 239
cadErnOs OE choque neurogénico O choque neurogénico é um segundo choque que pode ocorrer no caso de um TVM acima de T6. As lesões acima deste nível provocam perda da inervação do simpático, tornando‐se as vias parassimpáticas predominantes. (121)(123) Surge, assim, vasodilatação, acumulação venosa nas extremidades e nos vasos esplâncnicos, diminuição da pressão sanguínea devido à diminuição do retorno venoso ao coração, débito cardíaco baixo e baixa pressão de perfusão dos tecidos. (121)(123) Resultam destes acontecimentos sinais clássicos de choque neurogénico: hipotensão, bradicardia e hipotermia. (121) cardiovasculares Embora possam ocorrer alterações cardiovasculares na maioria das lesões acima de T6, o risco de instabilidade é especial entre os níveis C3 e C5. (121) Poderá ocorrer um choque medular profundo, em lesões acima de T5, em consequência da interrupção do sistema nervoso simpático e perda de resposta vasoconstritora abaixo do nível da lesão. (121) A pessoa com TVM está em alto risco de desenvolver alterações do débito cardíaco e da perfusão dos tecidos, em consequência do sistema cardiovascular ser potencialmente sujeito a graves alterações como disritmia (resultante da actividade reflexa do vago, mediada pelo sistema nervoso parassimpático dominante), paragem cardíaca, hipotensão ortostática, embolia, trombose venosa profunda. (121) respiratórias Dependendo do nível do TVM, o padrão respiratório pode ser ineficaz. (121) 240
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choque neurogénico<br />
O choque neurogénico é um segundo choque que po<strong>de</strong> ocorrer no caso<br />
<strong>de</strong> um TVM acima <strong>de</strong> T6. As lesões acima <strong>de</strong>ste nível provocam perda da<br />
inervação do simpático, tornando‐se as vias parassimpáticas predominantes.<br />
(121)(123)<br />
Surge, assim, vasodilatação, acumulação venosa nas extremida<strong>de</strong>s e nos<br />
vasos esplâncnicos, diminuição da pressão sanguínea <strong>de</strong>vido à diminuição do<br />
retorno venoso ao coração, débito cardíaco baixo e baixa pressão <strong>de</strong> perfusão<br />
dos tecidos. (121)(123)<br />
Resultam <strong>de</strong>stes acontecimentos sinais clássicos <strong>de</strong> choque neurogénico:<br />
hipotensão, bradicardia e hipotermia. (121)<br />
cardiovasculares<br />
Embora possam ocorrer alterações cardiovasculares na maioria das lesões<br />
acima <strong>de</strong> T6, o risco <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> é especial entre os níveis C3 e C5. (121)<br />
Po<strong>de</strong>rá ocorrer um choque medular profundo, em lesões acima <strong>de</strong> T5, em<br />
consequência da interrupção do sistema nervoso simpático e perda <strong>de</strong> resposta<br />
vasoconstritora abaixo do nível da lesão. (121)<br />
A pessoa com TVM está em alto risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver alterações do débito<br />
cardíaco e da perfusão dos tecidos, em consequência do sistema cardiovascular<br />
ser potencialmente sujeito a graves alterações como disritmia (resultante da<br />
activida<strong>de</strong> reflexa do vago, mediada pelo sistema nervoso parassimpático<br />
dominante), paragem cardíaca, hipotensão ortostática, embolia, trombose<br />
venosa profunda. (121)<br />
respiratórias<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do nível do TVM, o padrão respiratório po<strong>de</strong> ser ineficaz. (121)<br />
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