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Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

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<strong>Guia</strong> dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm<br />

à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular<br />

anexo 3 – fisiopatologia<br />

A lesão da medula espinhal resulta <strong>de</strong> concussão, contusão, laceração,<br />

secção transversal, hemorragia e / ou compromisso do aporte sanguíneo à<br />

medula espinhal. (7)<br />

A transferência <strong>de</strong> energia cinética à medula espinhal, com rompimento<br />

do tecido neurológico, lesão das células nervosas e rotura <strong>de</strong> vasos sanguíneos,<br />

causa a lesão primária da medula espinhal. (7)(28)<br />

A LM é agravada pelas alterações da microvascularização, na substância<br />

cinzenta e nas bainhas mielínicas da substância branca.<br />

Na fase aguda da lesão, até 8 horas após o trauma, po<strong>de</strong>rão formar‐se<br />

petéquias hemorrágicas na substância cinzenta que aglutinando‐se resultam<br />

em necrose central hemorrágica. Po<strong>de</strong>m esten<strong>de</strong>r‐se para a substância branca,<br />

como consequência <strong>de</strong> redução significativa da perfusão na área danificada,<br />

diminuindo a oxigenação, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando isquémia, necrose e e<strong>de</strong>ma da<br />

medula espinhal. (7)(28)<br />

As alterações na estrutura da substância cinzenta e branca, por si só, e<br />

conjugadas com a abertura da junção vascular endotelial, produzem alterações<br />

na condução electrofisiológica neuronal. (7)(28)<br />

As reacções bioquímicas ao trauma levam a vasoconstrição e <strong>de</strong>sarranjo<br />

parcial do metabolismo, com libertação <strong>de</strong> vasoactivos (noradrenalina, serotonina<br />

e histaminas). Estes mediadores geram radicais livres que rompem as<br />

membranas neuronais e levam a hipóxia, isquémia e rápida <strong>de</strong>struição dos<br />

tecidos, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r dar‐se a condução neuronal. (3)(7)(28)<br />

No período <strong>de</strong> 0 a 4 semanas ocorre migração <strong>de</strong> células inflamatórias para<br />

o local da lesão, acompanhadas <strong>de</strong> proliferação <strong>de</strong> células da glia, ocorrendo a<br />

formação <strong>de</strong> tecido cicatricial e quistos no interior da medula. (7)(28)<br />

Todo este processo, por si só, compromete a sobrevivência e funcionamento<br />

das células neuronais. Po<strong>de</strong>rá ser agravado pela redução do fluxo sanguíneo<br />

no segmento lesado da medula espinhal, por alteração do canal<br />

vertebral, hemorragia, e<strong>de</strong>ma, redução da pressão sistémica, conduzindo a lesão<br />

adicional, <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> lesão secundária. (3)(7)(28)<br />

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