Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular Ensino (Continuação) • Cuidados a ter na actividade sexual quer tendo em conta as restrições de movimentos quer tendo em conta que a ortótese poderá ser agressiva para o parceiro. • Necessidade em evitar engordar ou perder peso de forma a não perder a estabilidade do aparelho, desenvolver lesões cutâneas ou afectar a respiração, o que poderá implicar a necessidade de mudar a veste. A dieta deverá ser de porções normais e rica em proteínas, leite ou produtos lácteos. 4.8 – alimentaÇÃo Durante a fase aguda, o choque medular é o responsável pela paralisia tónica do aparelho digestivo, devendo ser mantida a pausa alimentar (33)(77) (Consultar Anexo 7). Nesta fase poderá ser necessário realizar a alimentação e hidratação por via parentérica, devendo ser prestados os cuidados de Enfermagem específicos. A pessoa pode apresentar alterações ao nível do reflexo da deglutição, o que irá condicionar todo o processo de alimentação. Nesta situação, na presença de ruídos intestinais, poderá ser iniciada a alimentação por via enteral, com a prestação dos cuidados de Enfermagem inerentes. Se existem ruídos intestinais, se está presente o reflexo de deglutição e se não existe intolerância a alimentos líquidos, deverão ser introduzidos progressivamente alimentos pastosos, moles e sólidos. É importante realizar protecção gástrica recorrendo à administração de fármacos, tendo em consideração a fase de evolução do TVM, outro tipo de lesões existentes resultantes do traumatismo, antecedentes pessoais, medicação prescrita, tipo de alimentação a realizar. O enfermeiro, tendo conhecimento dos gostos e hábitos alimentares da pessoa, deve, se possível, respeitá‐los, mas, se for necessário, deve ajudar a pessoa a alterá‐los. Considerando que a pessoa bem nutrida tem menos possibilidade de desenvolver UP, devem‐lhe ser proporcionados alimentos apetitosos, ricos em proteínas (carne, peixe, leite, iogurtes), vitaminas e fibras, e pobre em hidratos de carbono para ajudar na reeducação da função intestinal. (33)(77) 159
cadErnOs OE Não devemos descorar o factor da mastigação porque, se esta está comprometida, a dieta poderá ser complementada com farelo, vegetais cozidos, fruta. Também a ingestão hídrica é fundamental. Aconselhar a pessoa a ingerir preferencialmente entre 1500 cc e 2000 cc de líquidos por dia (incluindo sopa, água, leite, chá, iogurtes, sumos sem gás), contribuindo para melhorar a função renal, intestinal e a prevenção de UP. (33)(77) O programa de ingestão hídrica poderá ter de obedecer a critérios mais rigorosos se está em curso um programa de reeducação vesical, por cateterismo intermitente ou por esvaziamento sem cateter (Consultar 4.4.1). A pessoa paraplégica bem posicionada alimenta‐se por si, na cama ou sentada na cadeira de rodas. O mesmo não acontece com a pessoa tetraplégica, pelo compromisso da mobilidade dos membros superiores. Enquanto esta não conseguir realizar esta actividade autonomamente, deverá ser prestada a ajuda necessária, não esquecendo que a pessoa tem o seu ritmo que deve ser respeitado. Posteriormente, com o treino, conseguirá alimentar‐se com ajuda de dispositivos de compensação. Fig. 45 – Alguns dispositivos de compensação utilizados na alimentação. Procedimento na Alimentação da Pessoa Tetraplégica • Supervisionar o treino. • Colocar dispositivos quando necessário. • Cortar os alimentos e descascar a fruta. • Estar atento se a pessoa consegue comer a refeição completa, substituindo‐a no necessário, e motivando‐a para a autonomia. 160
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<strong>Guia</strong> dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm<br />
à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular<br />
Ensino (Continuação)<br />
• <strong>Cuidados</strong> a ter na activida<strong>de</strong> sexual quer tendo em conta as restrições <strong>de</strong> movimentos<br />
quer tendo em conta que a ortótese po<strong>de</strong>rá ser agressiva para o parceiro.<br />
• Necessida<strong>de</strong> em evitar engordar ou per<strong>de</strong>r peso <strong>de</strong> forma a não per<strong>de</strong>r a estabilida<strong>de</strong> do<br />
aparelho, <strong>de</strong>senvolver lesões cutâneas ou afectar a respiração, o que po<strong>de</strong>rá implicar a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudar a veste. A dieta <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> porções normais e rica em proteínas,<br />
leite ou produtos lácteos.<br />
4.8 – alimentaÇÃo<br />
Durante a fase aguda, o choque medular é o responsável pela paralisia<br />
tónica do aparelho digestivo, <strong>de</strong>vendo ser mantida a pausa alimentar (33)(77)<br />
(Consultar Anexo 7).<br />
Nesta fase po<strong>de</strong>rá ser necessário realizar a alimentação e hidratação por<br />
via parentérica, <strong>de</strong>vendo ser prestados os cuidados <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> específicos.<br />
A pessoa po<strong>de</strong> apresentar alterações ao nível do reflexo da <strong>de</strong>glutição, o<br />
que irá condicionar todo o processo <strong>de</strong> alimentação. Nesta situação, na presença<br />
<strong>de</strong> ruídos intestinais, po<strong>de</strong>rá ser iniciada a alimentação por via enteral,<br />
com a prestação dos cuidados <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> inerentes.<br />
Se existem ruídos intestinais, se está presente o reflexo <strong>de</strong> <strong>de</strong>glutição e se<br />
não existe intolerância a alimentos líquidos, <strong>de</strong>verão ser introduzidos progressivamente<br />
alimentos pastosos, moles e sólidos.<br />
É importante realizar protecção gástrica recorrendo à administração <strong>de</strong><br />
fármacos, tendo em consi<strong>de</strong>ração a fase <strong>de</strong> evolução do TVM, outro tipo <strong>de</strong><br />
lesões existentes resultantes do traumatismo, antece<strong>de</strong>ntes pessoais, medicação<br />
prescrita, tipo <strong>de</strong> alimentação a realizar.<br />
O enfermeiro, tendo conhecimento dos gostos e hábitos alimentares da<br />
pessoa, <strong>de</strong>ve, se possível, respeitá‐los, mas, se for necessário, <strong>de</strong>ve ajudar a<br />
pessoa a alterá‐los.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a pessoa bem nutrida tem menos possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver UP, <strong>de</strong>vem‐lhe ser proporcionados alimentos apetitosos, ricos em<br />
proteínas (carne, peixe, leite, iogurtes), vitaminas e fibras, e pobre em hidratos<br />
<strong>de</strong> carbono para ajudar na reeducação da função intestinal. (33)(77)<br />
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