Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular Posso estar a desenvolver uma crise de Disreflexia Autónoma (92) É considerada uma urgência médica. Pode desenvolver‐se rapidamente em pessoas com lesão medular acima de T6, e se não for tratada correctamente pode desencadear convulsões, acidente vascular cerebral e morte. Sintomatologia • hipertensão (máxima pode atingir de 150 a 250 mmhg); • Bradicardia; • dor de cabeça intensa; • rubor, sensação de calor, «pele de galinha» e transpiração; • apreensão e ansiedade; • congestão nasal, visão turva, náuseas, sabor metálico na boca. O que Fazer 1. sentar a pessoa. Manter a cabeça elevada. 2. Providenciar o transporte da pessoa a um serviço de urgências. 3. no serviço de urgência referir que são necessários cuidados imediatos. 4. Avaliar a pressão arterial cada 5 minutos. 5. Identificar o estímulo nocivo desencadeador. 6. Esvaziar a bexiga lentamente. 7. Retirar roupa, meias elásticas, sapatos que possam estar a apertar. 8. Esvaziar o intestino com manobras suaves. 9. Procurar traumatismos cutâneos ou unhas encravadas. 10. Administrar medicação anti‐hipertensora de acção rápida e curta duração se não se conseguir identificar o estímulo nocivo. Intervenções de Enfermagem (3)(33)(91) • Elevar a cabeceira da cama, sentar a pessoa desde que não exista instabilidade ao nível da coluna, se possível com pernas pendentes, tirando partido da tendência para a hipotensão. • Avaliar a pressão arterial e pulso frequentemente (cada 5 minutos) e entre cada procedimento de identificação do estímulo nociceptivo. • Procurar estímulos nociceptivos abaixo da lesão, em particular os de três grandes origens: urinários, intestinais e cutâneos. • Remover fonte de estímulos pois a pressão arterial rapidamente voltará ao normal: ◊ Urinários – Verificar se existe distensão vesical, procedendo à palpação de possível globo vesical e verificando débito urinário. – Verificar a permeabilidade da drenagem vesical, se a pessoa estiver algaliada (dobras no tubo de drenagem, clampagem acidental, obstrução da sonda vesical e do sistema de drenagem do saco colector, saco de drenagem cheio). – Remover algália obstruída. – Efectuar cateterização vesical utilizando anestésico local para reduzir o estímulo. (Continua) 143
cadErnOs OE Intervenções de Enfermagem (3)(33)(91) (continuação) – Drenar lentamente a urina. – Equacionar possível infecção urinária, cálculos renais ou vesicais. – Suspender procedimentos que se estejam a efectuar como cistoscopia, ecografia vesical, litotomia ultrassónica. ◊ Intestinais – Realizar toque rectal utilizando lubrificante com anestésico, de modo a reduzir a estimulação digital. – Verificar se não existe impactação por fecalomas na ampola rectal. – Remover fezes da ampola rectal. – Equacionar possível impactação alta. – Suspender procedimentos que se estejam a efectuar (introdução de supositório, toque rectal). ◊ Cutâneos – Remover ou desapertar roupas apertadas. – Remover ligaduras ou meias elásticas. – Aliviar pressão sobre genitais ou proeminências ósseas. – Examinar se não existem zonas de pressão e lesões cutâneas. – Avaliar locais de cirurgia recente. – Despistar a existência de unhas encravadas, hematomas, fracturas, tromboflebite, picadas de insectos. – Procurar objectos que se possam encontrar na cama ou assento da cadeira. – Avaliar alterações ambientais como calor ou frio excessivo. – Suspender procedimentos que se estejam a efectuar (pensos, colocação de cateteres). • Administrar terapêutica anti‐hipertensora, de acção rápida e curta duração, prescrita a qualquer momento do episódio de disreflexia autonómica grave (enquanto o estímulo não é identificado e removido), ou se a hipertensão persistir com pressão sistólica ≥ 180 mmHg (Nifedipina, 10 mg, instruindo a pessoa para morder a cápsula e engoli‐la). O recurso terapêutico é menos desejável que o alívio sintomático pois estes medicamentos podem originar posteriormente hipotensão reactiva. • Colocar a pessoa em posição de supina com elevação dos membros inferiores, se surgir hipotensão reactiva à retirada do estímulo e uso de medicação anti‐hipertensiva. • Transferir a pessoa para uma unidade de cuidados intensivos, em episódios severos que não respondam às intervenções descritas. • Manter a monitorização da pressão arterial e pulso cada 15 a 30 minutos nas 4 horas que se seguem a um episódio de disreflexia autónoma. 4.6 – expressão da sexualidade A sexualidade integra os aspectos biológicos, físicos, psicossociais e comportamentais, expressos em necessidades e impulsos de masculinidade ou feminilidade em interacção com outros. (50) 144
- Page 94 and 95: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 96 and 97: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 98 and 99: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 100 and 101: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 102 and 103: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 104 and 105: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 106 and 107: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 108 and 109: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 110 and 111: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 112 and 113: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 114 and 115: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 116 and 117: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 118 and 119: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 120 and 121: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 122 and 123: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 124 and 125: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 126 and 127: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 128 and 129: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 130 and 131: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 132 and 133: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 134 and 135: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 136 and 137: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 138 and 139: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 140 and 141: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 142 and 143: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 146 and 147: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 148 and 149: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 150 and 151: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 152 and 153: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 154 and 155: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 156 and 157: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 158 and 159: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 160 and 161: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 162 and 163: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 164 and 165: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 166 and 167: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 168 and 169: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 170 and 171: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 172 and 173: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 174: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 177 and 178: cadErnOs OE (14) HUDDLESTON, Sandra
- Page 179 and 180: cadErnOs OE (56) HORTA, L. - Síndr
- Page 181 and 182: cadErnOs OE (94) EQUIPA DE ENFERMAG
- Page 183 and 184: cadErnOs OE (124) MAYNARD, Frederic
- Page 186: aneXos fundamentação de suporte a
- Page 190 and 191: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 192 and 193: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
cadErnOs OE<br />
Intervenções <strong>de</strong> <strong>Enfermagem</strong> (3)(33)(91) (continuação)<br />
– Drenar lentamente a urina.<br />
– Equacionar possível infecção urinária, cálculos renais ou vesicais.<br />
– Suspen<strong>de</strong>r procedimentos que se estejam a efectuar como cistoscopia, ecografia<br />
vesical, litotomia ultrassónica.<br />
◊ Intestinais<br />
– Realizar toque rectal utilizando lubrificante com anestésico, <strong>de</strong> modo a reduzir a<br />
estimulação digital.<br />
– Verificar se não existe impactação por fecalomas na ampola rectal.<br />
– Remover fezes da ampola rectal.<br />
– Equacionar possível impactação alta.<br />
– Suspen<strong>de</strong>r procedimentos que se estejam a efectuar (introdução <strong>de</strong> supositório,<br />
toque rectal).<br />
◊ Cutâneos<br />
– Remover ou <strong>de</strong>sapertar roupas apertadas.<br />
– Remover ligaduras ou meias elásticas.<br />
– Aliviar pressão sobre genitais ou proeminências ósseas.<br />
– Examinar se não existem zonas <strong>de</strong> pressão e lesões cutâneas.<br />
– Avaliar locais <strong>de</strong> cirurgia recente.<br />
– Despistar a existência <strong>de</strong> unhas encravadas, hematomas, fracturas, tromboflebite,<br />
picadas <strong>de</strong> insectos.<br />
– Procurar objectos que se possam encontrar na cama ou assento da ca<strong>de</strong>ira.<br />
– Avaliar alterações ambientais como calor ou frio excessivo.<br />
– Suspen<strong>de</strong>r procedimentos que se estejam a efectuar (pensos, colocação <strong>de</strong><br />
cateteres).<br />
• Administrar terapêutica anti‐hipertensora, <strong>de</strong> acção rápida e curta duração, prescrita a<br />
qualquer momento do episódio <strong>de</strong> disreflexia autonómica grave (enquanto o estímulo<br />
não é i<strong>de</strong>ntificado e removido), ou se a hipertensão persistir com pressão sistólica ≥ 180<br />
mmHg (Nifedipina, 10 mg, instruindo a pessoa para mor<strong>de</strong>r a cápsula e engoli‐la).<br />
O recurso terapêutico é menos <strong>de</strong>sejável que o alívio sintomático pois estes<br />
medicamentos po<strong>de</strong>m originar posteriormente hipotensão reactiva.<br />
• Colocar a pessoa em posição <strong>de</strong> supina com elevação dos membros inferiores, se surgir<br />
hipotensão reactiva à retirada do estímulo e uso <strong>de</strong> medicação anti‐hipertensiva.<br />
• Transferir a pessoa para uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cuidados intensivos, em episódios severos que<br />
não respondam às intervenções <strong>de</strong>scritas.<br />
• Manter a monitorização da pressão arterial e pulso cada 15 a 30 minutos nas 4 horas que<br />
se seguem a um episódio <strong>de</strong> disreflexia autónoma.<br />
4.6 – expressão da sexualida<strong>de</strong><br />
A sexualida<strong>de</strong> integra os aspectos biológicos, físicos, psicossociais e comportamentais,<br />
expressos em necessida<strong>de</strong>s e impulsos <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> ou<br />
feminilida<strong>de</strong> em interacção com outros. (50)<br />
144