Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa

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05.01.2015 Views

Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular Na presença de um volume elevado de urina, acima de 500 cc, a pessoa deve ser ensinada a suspender intermitentemente o esvaziamento, clampando / dobrando a sonda por períodos de 5 minutos e drenar 100 cc em cada desclampagem, até esvaziar completamente a bexiga. Este procedimento visa evitar descompressão brusca da bexiga, reacções vagais e micro‐roturas do detrusor. Ensino • Anatomofisiologia do aparelho urinário, utilizando uma linguagem adaptada às capacidades cognitivas da pessoa. • Cuidados de higiene utilizando produtos com pH neutro. • Esquema de ingestão hídrica a seguir e os cuidados a ter relativamente à restrição e contabilização de líquidos ingeridos. • Registos a efectuar em impresso próprio, de modo a poder ser realizado o controlo da ingesta hídrica e da eliminação vesical. • Posicionamento a adoptar. • Lavagem das mãos. • Técnica de auto‐esvaziamento. • O que fazer caso atinja um volume vesical alto (igual ou superior a 500 cc). Programa de Esvaziamento sem Cateter Nalguns casos de pessoas com bexiga neurogénica reflexa, é possível aplicar técnicas para desencadeamento do reflexo de micção, como seja a estimulação sensorial da região interna das coxas ou supra‐púbica. Nalguns casos de pessoas com bexigas neurogénicas autónomas o desencadeamento da micção, é possível através de aplicação de manobras de Valsalva suaves, para evitar lesões resultantes de aumento excessivo das pressões vesicais. Nas pessoas cuja LM seja incompleta ao nível medular de S2‐S4, podem surgir alterações no arco reflexo da micção, podendo encontrar‐se lesadas as vias nervosas eferentes / motoras ou as vias nervosas aferentes / sensoriais. Assim, poderá surgir uma bexiga paralítica motora em que a sensibilidade é normal mas com controlo voluntário da micção variável, ou uma bexiga paralítica sensorial em que a pessoa pode urinar voluntariamente mas não existe a sensação de plenitude vesical. (33) Na bexiga paralítica motora não existem contracções desinibidas, há aumento da capacidade vesical e grande quantidade de urina residual. Quando se instala 135

cadErnOs OE lentamente, o músculo detrusor, distendendo‐se, perde o tónus. A pessoa refere sensação de plenitude, dificuldade em iniciar a micção, diminuição da força do jacto urinário, grande esforço para urinar, incontinência de refluxo. (33) Na bexiga paralítica sensorial, mais rara e normalmente associada à diabetes, não existem contracções desinibidas, há aumento da capacidade vesical, a quantidade de urina residual é variável. A bexiga poderá tornar‐se atónica devido a períodos prolongados de sobredistensão ou por existência de elevados volumes residuais, que se vão acumulando entre micções. A pessoa consegue realizar micções sem sensação de plenitude, normalmente de baixo volume, mas pode surgir incontinência de refluxo. (33) As pessoas com bexiga paralítica motora podem aprender a esvaziar a bexiga com manobras de Valsalva suaves e as pessoas com bexiga paralítica sensorial podem urinar a intervalos regulares. Os diferentes tipos de bexiga devem encontrar‐se bem definidos através da realização de exames complementares de diagnóstico, podendo ser acompanhados de esquema terapêutico e programa de reeducação. O programa de reeducação deverá englobar os critérios do programa de auto‐esvaziamento no respeitante a horário de realização do esvaziamento da bexiga e gestão da ingestão hídrica. O posicionamento ideal para a realização da micção, tanto no homem como na mulher, deverá ser a de sentado por facilitar a eliminação. As manobras de estimulação ou de pressão deverão ser realizadas atendendo ao tipo de bexiga de modo a desencadear a micção. É importante que, inicialmente, seja realizada a avaliação de volume residual, pelo enfermeiro ou pela pessoa após cada micção, utilizando a técnica adequada, cateterismo intermitente ou auto‐esvaziamento. O volume residual deverá ser de 0 e não superior a 150 cc para prevenção de complicações. Se o programa evoluir de forma positiva, a avaliação de volumes residuais poderá passar para uma vez por dia após a última micção do dia, e posteriormente poderá ser alargado para controlo semanal. 136

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lentamente, o músculo <strong>de</strong>trusor, disten<strong>de</strong>ndo‐se, per<strong>de</strong> o tónus. A pessoa refere<br />

sensação <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>, dificulda<strong>de</strong> em iniciar a micção, diminuição da força do<br />

jacto urinário, gran<strong>de</strong> esforço para urinar, incontinência <strong>de</strong> refluxo. (33)<br />

Na bexiga paralítica sensorial, mais rara e normalmente associada à diabetes,<br />

não existem contracções <strong>de</strong>sinibidas, há aumento da capacida<strong>de</strong> vesical, a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> urina residual é variável. A bexiga po<strong>de</strong>rá tornar‐se atónica<br />

<strong>de</strong>vido a períodos prolongados <strong>de</strong> sobredistensão ou por existência <strong>de</strong> elevados<br />

volumes residuais, que se vão acumulando entre micções. A pessoa consegue<br />

realizar micções sem sensação <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>, normalmente <strong>de</strong> baixo volume,<br />

mas po<strong>de</strong> surgir incontinência <strong>de</strong> refluxo. (33)<br />

As pessoas com bexiga paralítica motora po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r a esvaziar a<br />

bexiga com manobras <strong>de</strong> Valsalva suaves e as pessoas com bexiga paralítica<br />

sensorial po<strong>de</strong>m urinar a intervalos regulares.<br />

Os diferentes tipos <strong>de</strong> bexiga <strong>de</strong>vem encontrar‐se bem <strong>de</strong>finidos através<br />

da realização <strong>de</strong> exames complementares <strong>de</strong> diagnóstico, po<strong>de</strong>ndo ser acompanhados<br />

<strong>de</strong> esquema terapêutico e programa <strong>de</strong> reeducação.<br />

O programa <strong>de</strong> reeducação <strong>de</strong>verá englobar os critérios do programa <strong>de</strong><br />

auto‐esvaziamento no respeitante a horário <strong>de</strong> realização do esvaziamento da<br />

bexiga e gestão da ingestão hídrica.<br />

O posicionamento i<strong>de</strong>al para a realização da micção, tanto no homem<br />

como na mulher, <strong>de</strong>verá ser a <strong>de</strong> sentado por facilitar a eliminação.<br />

As manobras <strong>de</strong> estimulação ou <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>verão ser realizadas aten<strong>de</strong>ndo<br />

ao tipo <strong>de</strong> bexiga <strong>de</strong> modo a <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a micção.<br />

É importante que, inicialmente, seja realizada a avaliação <strong>de</strong> volume residual,<br />

pelo enfermeiro ou pela pessoa após cada micção, utilizando a técnica a<strong>de</strong>quada,<br />

cateterismo intermitente ou auto‐esvaziamento. O volume residual<br />

<strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> 0 e não superior a 150 cc para prevenção <strong>de</strong> complicações.<br />

Se o programa evoluir <strong>de</strong> forma positiva, a avaliação <strong>de</strong> volumes residuais<br />

po<strong>de</strong>rá passar para uma vez por dia após a última micção do dia, e posteriormente<br />

po<strong>de</strong>rá ser alargado para controlo semanal.<br />

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