Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa Guia de Boa Prática de Cuidados de Enfermagem à Pessoa
Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE EnfErmaGEm à PEssOa cOm traumatismO VértEBrO‐mEdular Os objectivos dos programas de cateterismo intermitente e de esvaziamento sem cateter são: a) atingir a continência urinária, sem gerar efeitos colaterais; b) prevenir as complicações da algaliação permanente. Quando a continência urinária total não é possível no intervalo dos esvaziamentos, poderão ser utilizados no homem dispositivos urinários externos e na mulher pensos absorventes, que permitem a recolha de perdas de urina. Estas perdas poderão resultar de estímulos exteriores não controláveis, de espasmos, de urgência urinária verificada nas lesões incompletas. Cateterismo Intermitente / Auto‐esvaziamento O cateterismo intermitente é uma alternativa ao uso de sistemas de algaliação permanente e consiste na introdução de uma cateter / sonda de esvaziamento na bexiga a intervalos específicos, sendo removida após o seu esvaziamento. (77) Numa fase inicial, a técnica será executada por enfermeiros, podendo mais tarde ser realizada pela própria pessoa, familiar, ou cuidador após ensino, e devidamente instruídas. Esta técnica de auto‐esvaziamento é ensinada ao lesionado vértebro‐ ‐medular que adquiriu já um razoável equilíbrio dinâmico, que se encontra motivado e que possua as competências cognitivas suficientes para a utilizar sem riscos. (77) Quando a pessoa apresenta uma tetraplegia com diminuição da força muscular ao nível dos membros superiores e dos movimentos de preensão, pode adaptar‐se uma bolsa palmar ou uma pinça para a realização do auto‐ ‐cateterismo, consoante as capacidades remanescentes. Fig. 38 – Bolsa palmar ou uma pinça para a realização do auto‐cateterismo. 127
cadErnOs OE Nas pessoas com tetraplegia e lesão acima de C6 é sempre necessária a ajuda de outra pessoa. É possível alcançar a plena autonomia em situações de lesão incompleta, com alguma preservação da função motora distal, ou lesões C7, procedendo a adaptações do material a utilizar. Se não existir potencial motor para executar esta actividade, o enfermeiro deverá saber junto da pessoa qual o membro da família / cuidador que poderá dar continuidade ao programa após a alta, para que possa receber ensino logo que possível e realizar o treino. É importante o respeito pela vontade do próprio e pelo querer dar continuidade ao esquema de auto‐esvaziamento. Objectivos do Cateterismo Intermitente / Auto‐esvaziamento (70)(90) • Ajudar a pessoa através de aprendizagem de métodos de resolução de problemas relacionados com o sistema urinário. • Proteger a função renal. • Manter esvaziamento regular e completo da bexiga. • Manter a continência urinária, evitando a micção por refluxo. • Preservar a função da válvula vésico‐uretral. • Prevenir o aparecimento de infecções urinárias de repetição, já que a sonda de auto‐ ‐esvaziamento promove uma limpeza mecânica da uretra. • Permitir a autonomia pessoal. • Reforçar a auto‐imagem e a confiança da pessoa, permitindo‐lhe o reinício de uma vida sexual activa. • Aumentar a aceitabilidade da situação a nível pessoal, familiar e social. Existem dois tipos de técnica de realização do esvaziamento intermitente: Técnica asséptica – Utilizada por técnicos de saúde, em meio hospitalar, quando a pessoa em causa ainda não está apta a executar a técnica limpa, porque ainda está em fase de aprendizagem ou não tem potencial motor para desenvolver esta actividade. Tem por objectivo a prevenção da infecção; Técnica limpa – Utilizada pela pessoa ou segunda pessoa, dependendo do grau de incapacidade, após ensino e treino para que seja possível dar continuidade ao programa após a alta. (33) 128
- Page 78 and 79: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 80 and 81: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 82 and 83: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 84 and 85: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 86 and 87: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 88 and 89: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 90 and 91: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 92 and 93: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 94 and 95: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 96 and 97: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 98 and 99: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 100 and 101: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 102 and 103: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 104 and 105: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 106 and 107: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 108 and 109: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 110 and 111: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 112 and 113: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 114 and 115: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 116 and 117: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 118 and 119: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 120 and 121: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 122 and 123: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 124 and 125: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 126 and 127: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 130 and 131: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 132 and 133: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 134 and 135: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 136 and 137: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 138 and 139: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 140 and 141: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 142 and 143: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 144 and 145: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 146 and 147: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 148 and 149: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 150 and 151: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 152 and 153: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 154 and 155: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 156 and 157: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 158 and 159: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 160 and 161: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 162 and 163: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 164 and 165: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 166 and 167: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 168 and 169: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 170 and 171: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 172 and 173: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 174: Guia dE BOa Prática dE cuidadOs dE
- Page 177 and 178: cadErnOs OE (14) HUDDLESTON, Sandra
cadErnOs OE<br />
Nas pessoas com tetraplegia e lesão acima <strong>de</strong> C6 é sempre necessária a<br />
ajuda <strong>de</strong> outra pessoa. É possível alcançar a plena autonomia em situações <strong>de</strong><br />
lesão incompleta, com alguma preservação da função motora distal, ou lesões<br />
C7, proce<strong>de</strong>ndo a adaptações do material a utilizar.<br />
Se não existir potencial motor para executar esta activida<strong>de</strong>, o enfermeiro<br />
<strong>de</strong>verá saber junto da pessoa qual o membro da família / cuidador que po<strong>de</strong>rá<br />
dar continuida<strong>de</strong> ao programa após a alta, para que possa receber ensino logo<br />
que possível e realizar o treino.<br />
É importante o respeito pela vonta<strong>de</strong> do próprio e pelo querer dar continuida<strong>de</strong><br />
ao esquema <strong>de</strong> auto‐esvaziamento.<br />
Objectivos do Cateterismo Intermitente / Auto‐esvaziamento (70)(90)<br />
• Ajudar a pessoa através <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problemas<br />
relacionados com o sistema urinário.<br />
• Proteger a função renal.<br />
• Manter esvaziamento regular e completo da bexiga.<br />
• Manter a continência urinária, evitando a micção por refluxo.<br />
• Preservar a função da válvula vésico‐uretral.<br />
• Prevenir o aparecimento <strong>de</strong> infecções urinárias <strong>de</strong> repetição, já que a sonda <strong>de</strong> auto‐<br />
‐esvaziamento promove uma limpeza mecânica da uretra.<br />
• Permitir a autonomia pessoal.<br />
• Reforçar a auto‐imagem e a confiança da pessoa, permitindo‐lhe o reinício <strong>de</strong> uma vida<br />
sexual activa.<br />
• Aumentar a aceitabilida<strong>de</strong> da situação a nível pessoal, familiar e social.<br />
Existem dois tipos <strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> realização do esvaziamento intermitente:<br />
Técnica asséptica – Utilizada por técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, em meio hospitalar,<br />
quando a pessoa em causa ainda não está apta a executar a técnica limpa,<br />
porque ainda está em fase <strong>de</strong> aprendizagem ou não tem potencial motor para<br />
<strong>de</strong>senvolver esta activida<strong>de</strong>. Tem por objectivo a prevenção da infecção;<br />
Técnica limpa – Utilizada pela pessoa ou segunda pessoa, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />
grau <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>, após ensino e treino para que seja possível dar continuida<strong>de</strong><br />
ao programa após a alta. (33)<br />
128