04.01.2015 Views

Edição nº 195 - Exército

Edição nº 195 - Exército

Edição nº 195 - Exército

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

94 - Cultural<br />

trabalho. Foram tempos muito especiais, em contextos bem diferentes,<br />

que impuseram atitudes e exigiram posturas claras sempre fundadas<br />

na lealdade e na vontade de bem-fazer e bem servir Portugal.<br />

como marcante o diaporama preparado para a apresentação da<br />

Bandeira Nacional aos instruendos que viria a ser aperfeiçoado e<br />

valorizado até aos dias de hoje.<br />

Foram anos de actividade febril na formação, na renovação<br />

dos métodos de instrução na estruturação dos novos conteúdos<br />

programáticos. O esforço era naturalmente para a formação dos<br />

oficiais do quadro permanente da arma e de milhares de oficiais e<br />

sargentos milicianos que de três em três meses se apresentavam na<br />

EPI para frequentar os cursos. Os instrutores, do quadro permanente<br />

e do quadro de complemento, eram poucos. Orientavam as suas<br />

energias para a preparação das instruções, para a organização de<br />

novas estruturas e sistemas de apoio à instrução e na investigação<br />

além dos variados serviços de escala que integravam. Retemos a<br />

imagem da formatura da manhã na Parada Leste, - designada por Parada<br />

Magalhães Osório a partir de 1971 - com os pelotões a marchar<br />

para os locais de instrução na tapada ao ritmo das caixas até ao<br />

portão norte, e com os três últimos instruendos a transportar o cavalete,<br />

o quadro preto e os auxiliares de instrução cuidadosamente<br />

preparados na noite anterior nos quartos e arrecadações ou cedidos<br />

depois de muitas recomendações e cuidados impostos pelo cabo<br />

Tudela. Evocamos o momento da educação física, que muito melhorou<br />

com o aparecimento do REFE, com o eucaliptal a transbordar<br />

de instruendos, os campos de treino em circuito completamente<br />

ocupados e os “marcor” a decorrer pelos caminhos e estradas da<br />

tapada com as vozes a ressoar por entre os pinhais Recordamos<br />

as actividades nas carreiras de tiro, com os instruendos, em vagas<br />

sucessivas, a executar as tabelas, a registar os resultados e a mudar<br />

os alvos na trincheira, culminando com a limpeza de armamento<br />

e apanha dos invólucros, matéria-prima de muito valor e que era<br />

necessário devolver.<br />

No domínio da táctica, dos então chamados” métodos de<br />

instrução”, do armamento, do tiro, das transmissões, da educação física<br />

e outros, foram concretizadas iniciativas tendentes a modernizar<br />

os conteúdos, identificar objectivos de formação avaliar os níveis de<br />

aquisição de conhecimentos. Numa sala do corredor Lacouture foi<br />

instalado um moderno estúdio de televisão para apoiar a instrução<br />

de todos os cursos. Produziram-se neste estúdio inúmeros filmes<br />

e diaporamas para apoio ao ensino de variadas matérias. Recordo<br />

O elevado número de instruendos exigiu novas respostas<br />

face às carências de instrutores. Foi justamente para responder a<br />

este desafio que foram pensados os novos métodos ou processos<br />

de instrução orientados para a prática e para a integração das diversas<br />

matérias e especialidades. Os percursos tácticos na tapada,<br />

organizados por objectivos, a sala didáctica de armamento, que funcionava<br />

para uma companhia em simultâneo, apoiada nas emissões<br />

de televisão e na presença de um monitor por pelotão, as salas didácticas<br />

de tiro de precisão e de tiro instintivo que iniciavam a longa<br />

do instruendo formação como atirador. O tiro tinha uma sequência<br />

de formação complementar. Começando pelo tiro de precisão aos<br />

25 metros passando depois para os 100, 200 e 300 metros conforme<br />

os resultados alcançados. A seguir ao tiro de precisão, para a<br />

especialidade de atirador, praticava-se o tiro instintivo inicialmente<br />

na sala didáctica depois na carreira de tiro ao que se seguia o tiro<br />

individual de combate e finalmente o tiro colectivo de combate no<br />

escalão secção. Uma ficha de tiro acompanhava o instruendo e fazia<br />

parte do processo individual.<br />

O tiro estava intimamente ligado à táctica área com maior<br />

número de horas e que mais esforço exigia aos instrutores. No período<br />

a que nos estamos a referir foram produzidos manuais de<br />

apoio, merecendo relevo, entre outros, o MTIC (Manual de Técnica<br />

Individual de Combate) cuja elaboração constitui uma ajuda inestimável<br />

para o instrutor. As formações da secção e esquadra, hoje<br />

simplificadas e flexíveis, eram na época de alguma complexidade<br />

e variedade. Recordo a formação da coluna simples a coluna dobrada,<br />

em linha, em escalão à direita ou à esquerda, a coluna por<br />

um e até a formação em T. A dificuldade traduzia-se na adaptação<br />

da formação ao terreno e situação e a conversão da mesma<br />

quando as condições se alteravam. O manual da Secção e também<br />

do combate nocturno, sistematizou toda a manobra simplificando e<br />

dando sentido prático às formações, possibilitando uniformizar procedimentos<br />

e facilitar a acção de comando.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!