Edição nº 195 - Exército
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54 - Temas Gerais<br />
o levantamento de módulos coerentes e autónomos adaptados às<br />
necessidades do Teatro de Operações (TO).<br />
Missões<br />
Apesar das unidades de ApFg continuarem, primariamente,<br />
a executar e integrar fogos, nas operações de estabilização podem<br />
ser chamadas a desempenhar outro tipo de missões, tais como<br />
transportes, segurança, apoio ao sistema de informações e apoio<br />
às operações CIMIC 4 , uma vez que nestas operações é expectável,<br />
de acordo com o princípio do emprego mínimo da força, uma diminuição<br />
do empenhamento dos meios de ApFg letais, existindo ocasionalmente<br />
momentos em que a intensidade das mesmas aumenta<br />
para operações de guerra 5 , onde o ApFg se torna fundamental para<br />
assegurar o apoio às forças.<br />
Interoperabilidade<br />
O caráter conjunto e combinado dos últimos conflitos exige<br />
particular atenção sobre as questões de interoperabilidade com as<br />
forças aliadas.<br />
Apoio de Fogos na BrigRR<br />
O Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) da BrigRR é a<br />
unidade que garante a capacidade de ApFg de AC à BrigRR e a sua<br />
missão é “preparar-se para executar operações em todo o espectro<br />
das operações militares, no âmbito nacional ou internacional, de<br />
acordo com a sua natureza” 6 e constitui-se o meio terrestre de ApFg<br />
mais poderoso que o Comandante da BrigRR dispõe para influenciar<br />
o decurso do combate.<br />
Quanto à sua tipologia, insere-se nas funções de combate<br />
como unidade de ApFg de AC (Função de Fogos) e “garante o<br />
emprego de fogos indiretos de uma forma coletiva e coordenada<br />
através do processo de targeting. Inclui as tarefas associadas à integração<br />
e sincronização dos efeitos produzidos pelos fogos indiretos<br />
com os provocados pelas outras funções de combate” 7 .<br />
No que respeita à sua organização, é constituído por um<br />
Comando, um Estado-Maior, uma Bateria de Comando e Serviços,<br />
três Baterias de Bocas de Bogo (Btrbf) e uma Bateria de Morteiros<br />
Pesados (BtrMortPes). As Btrbf 8 estão equipadas com o sistema<br />
Obus Light Gun 105 mm e a BtrMortPes está equipada com<br />
o sistema Morteiro Pesado Tampella 120 mm. O Quadro Orgânico<br />
(QO) do GAC/BrigRR determina a existência de uma BtrMortPes e<br />
o conceito de emprego preconizado estabelece que este GAC “...<br />
pode ser empenhado fazendo uso dos Sistemas Obus 105 mm ou<br />
Morteiro Pesado conforme as necessidades de apoio específicas da<br />
BrigRR nas diversas tipologias de missão que lhe forem atribuídas”,<br />
sendo o pessoal desta Bateria, garantido em acumulação de funções<br />
com as Baterias de bocas de fogo (dupla valência).<br />
4 FM 3-09.42 de 22Fev06<br />
5 Tal como aconteceu em Fallujah II e Tal Afar e em muitas outras situações nas atuais campanhas<br />
do Iraque e Afeganistão (Brock 2006).<br />
6 QO 24.0.24 do GAC/BrigRR.<br />
7 PDE 3-00 Operações de 30Abr12.<br />
8 Apenas estão levantadas 2 Btrbf, de acordo com Nota <strong>nº</strong> 3519, Proc. 15.06.09 de 08Jun11 do<br />
CFT ‐ Níveis de Levantamento dos Elementos da Componente Operacional do Sistema de Forças<br />
a vigorar em 2011/2012.<br />
O pressuposto subjacente ao levantamento desta bateria foi<br />
a obtenção, em dupla valência, de maior mobilidade, flexibilidade de<br />
organização para o combate e capacidade de projeção, pelo facto<br />
de os materiais e equipamentos da BtrMortPes serem consideravelmente<br />
mais leves e menos volumosos que os materiais das Btrbf.<br />
Concretiza-se deste modo que as Baterias do Grupo operam<br />
os dois sistemas de armas mantendo a sua organização e procedimentos,<br />
adquirindo desta forma, o GAC maior versatilidade na<br />
capacidade de ApFg, com o Obus Light-Gun ou com o Morteiro<br />
Pesado, conforme as necessidades de apoio específicas da BrigRR.<br />
Conceitos e Requisitos<br />
A Brigada deve, entre outros, integrar uma subunidade de<br />
ApFg de escalão Grupo com caraterísticas aerotransportadas, de<br />
acordo com os requisitos OTAN para uma Brigada do tipo Aerotransportada.<br />
A utilização do GAC deve ser flexível, admitindo estruturas<br />
mais reduzidas e capazes no que diz respeito ao seu emprego<br />
como elemento fundamental de ApFg. O emprego descentralizado<br />
do GAC deve garantir a capacidade de ApFg proporcional às unidades<br />
de manobra de escalão Batalhão. As baterias dedicadas no ApFg<br />
complementar à Força/Tarefa, deverão possuir um núcleo de Estado-Maior<br />
(EM), bem como um núcleo administrativo-logístico constituídos<br />
caso a caso, no mesmo princípio de Forças/Tarefa, com<br />
base nas variáveis de missão do ambiente operacional/fatores de<br />
decisão, (missão, inimigo, terreno e condições meteorológicas, meios,<br />
tempo disponível e considerações de âmbito civil (MITM-TC)) 9 .<br />
Deve ter a capacidade de ser transportado por via aérea e a<br />
de ser lançado por paraquedas. Para que o GAC tenha a possibilidade<br />
de empregar os seus meios de ApFg na fase inicial de operações<br />
aerotransportadas, através de Btrbf a operar com obus ou morteiro,<br />
é necessário que o efetivo de uma Bateria tenha a qualificação paraquedista.<br />
Deste modo, o GAC estaria dotado da mesma capacidade<br />
de projeção da BrigRR e incrementaria substancialmente o ApFg da<br />
força-tarefa. De igual modo as Equipas de Apoio de Fogos (EAF) e<br />
as Equipas de Observadores Avançados devem ter a qualificação da<br />
subunidade que apoiam.<br />
O emprego isolado de uma Btrbf em apoio de um Batalhão<br />
obriga a descentralizar o comando e o controlo para que a Bateria<br />
possa efetuar coordenação direta com o Batalhão a apoiar. Para o<br />
efeito, deve ter capacidade para operar por escalões e deslocar-se<br />
por lanços sem perder a capacidade de continuar o apoio às operações,<br />
devendo o Centro de Operações da Bateria poder atuar como<br />
Posto Central de Tiro (PCT) em caso de descentralização.<br />
A utilização do Morteiro Pesado poderá permitir o apoio à<br />
Brigada conforme as suas necessidades de apoio específicas nas<br />
9 O ambiente operacional é diferente para cada campanha ou operação de grande envergadura<br />
e evolui no seu decurso. As forças terrestres usam as variáveis operacionais para entenderem o<br />
ambiente operacional e empregam as variáveis de missão para focalizar a análise em determinados<br />
elementos específicos que se aplicam à sua missão (PDE 3-00 Operações de 30Abr12 pg. 1-8 a<br />
1-13).