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Edição nº 195 - Exército

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AZIMUTE <strong>195</strong> - 23<br />

” ao qual não sabia se chorava de nervos ou explicava o que tinha<br />

acontecido – imaginem o pobre comandante completamente<br />

transtornado porque, apesar de não gostar de gatos, também tinha<br />

pena dos pobres bichos terem sido abandonados e não sabia que<br />

destino lhes havia de dar – “os comandantes às vezes também ficam<br />

atrapalhados” – bem, moral da história, apesar de não gostar<br />

de gatos e de toda aquela situação constrangedora lá me dispensou<br />

um bocadinho para ir à loja os animais comprar um biberão para dar<br />

de comer aos bichos, pois eram demasiado bebés, uma vez que eu<br />

pretendia adotá-los; a generosidade e clemência, nem que seja pelo<br />

ser mais pequeno e insignificante, não é característica de patentes<br />

ou estatutos mas sim de pessoas humanas foi o contributo que este<br />

comandante deu para a minha formação de líder.<br />

Tais ensinamentos não se deveram só aos meses árduos e<br />

penosos da instrução, pois o frio e o calor de Mafra ficam não só na<br />

memória mas também nos ossos...<br />

Não só os gritos de disciplina emitidos pelos comandantes de<br />

pelotão, não só a rigidez de uma postura que era exigida... Mas sim a<br />

uma conjuntura de situações que ao longo dos anos nos fez crescer<br />

emocionalmente, psicologicamente e fisicamente - a outra mãe (EPI)<br />

que nos tira do colo da nossa mãe biológica para nos ensinar que a<br />

vida é um todo e que um dia vamos ter de caminhar sozinhos sem<br />

o amparo dos pais, embora com os seus ensinamentos, mas que<br />

teremos de enfrentar as tempestades e bonanças com a firmeza<br />

que se espera de um homem ou mulher dotados de características<br />

que lhes permitam lutar, ultrapassar e vencer, para que, quando olhar<br />

para trás, veja que a sua obra/objectivo foi atingido, aquela no qual<br />

sinta que aprendeu e ensinou deixando a sua marca pessoal mesmo<br />

ao mais pequenino dos seres nem que seja um gato...<br />

Foi em 2004 que embarquei numa aventura que desejava viver<br />

desde pequena: a vida militar e a defesa da nossa nação. Sendo<br />

algo que sempre me fascinou, acabou o destino por me conduzir à<br />

EPI, em Mafra.<br />

A separação e distância da minha família sempre foi uma<br />

questão difícil de superar mas, assim que iniciei a minha especialidade,<br />

acabei por encontrar uma nova família, onde reinava um enorme<br />

espirito de camaradagem, onde sabia nunca estar sozinha, onde<br />

reinava a disciplina, onde estranhos rapidamente deixaram de o ser,<br />

entreajudando-se e tornando-se assim nos melhores camaradas.<br />

Nos meus dias como militar passei por várias secções e dizer<br />

onde gostei mais de trabalhar ou onde me senti melhor é impossível,<br />

já que em todas elas encontrei excelentes profissionais e<br />

amigos, desde as praças aos superiores, que faziam com que os dias<br />

se passassem com o moral elevado, com o mesmo grau de profissionalismo<br />

e exigência que fazia com que desse o melhor de mim<br />

mesma, como militar e como ser humano.<br />

Agradeço a todos os meus camaradas que me ajudaram<br />

nesta importante jornada da minha vida.<br />

Recordo hoje com saudade cada momento que vivi na EPI.<br />

Foram sem dúvida momentos únicos que me tornaram uma pessoa<br />

melhor, mais responsável e com mais valores.<br />

Estando hoje a trabalhar num jardim-de-infância, acredito<br />

que a minha passagem pela Casa Mãe de Infantaria foi claramente<br />

importante para que conseguisse ultrapassar muito dos obstáculos<br />

de cabeça erguida, com afinco e sem nunca desistir.<br />

Sejamos práticos... Que a coragem e valentia sejam dotadas<br />

de carácter, generosidade e fidelidade.<br />

Foram estes os ensinamentos<br />

da escola mãe, aqueles que vinculam<br />

o meu carácter a valores para liderar<br />

as minhas futuras equipas e conduzi-<br />

-las à felicidade e sucesso.<br />

Obrigado EPI!<br />

Neuza Monteiro, trabalhadora num Jardim de Infância<br />

Minimercado MAFRENSE<br />

Silva & Cosme, Lda.<br />

Tal como disse atrás, muito<br />

mais haveria para contar sobre muitos<br />

bons exemplos para a minha formação<br />

pessoal mas, melhor do que o<br />

que fica escrito no papel, é o que fica<br />

guardado no nosso coração.<br />

Secção de revenda para bebidas<br />

nacionais e estrangeiras<br />

Um muito obrigado há minha<br />

segunda família durante os 7 anos de<br />

aprendizagem na minha vida<br />

Maria Fonseca, bombeira<br />

Rua das Tecedeiras, lote 6, cave<br />

2640-537 Mafra<br />

261819320

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