Edição nº 195 - Exército

20 - Testemunhos
para alimentar o processo de formação do então Serviço Militar
Obrigatório (SEN), os recém formados Aspirantes integravam as
equipas de instrução, e formavam recrutas, alguns dos quais, ainda
hoje, vou encontrando e com orgulho sabendo que se lembram de
mim, pela positiva, por lhes ter transmitido os melhores valores da
instituição militar.
Esses dez anos passaram então, em funções de Adjunto de
Companhias ou Batalhões, na Direcção de Formação (antiga Direcção
de Estudos e Instrução), tendo acabado colocado na Subsecção
de Informática, como Chefe da mesma, nos últimos quatro anos e
meio do meu regime de contrato.
Ao longo de todo esse período, fui cimentando as minhas
relações com os meus Camaradas, acabando por fazer verdadeira
parte dessa grande família, onde para além das patentes, das antiguidades,
estão os verdadeiros camaradas (grande parte dos meus melhores
amigos foram feitos na nossa Escola), os verdadeiros Infantes,
unidos pela amizade, e pela memória dos bons tempos passados.
No meu caso, os melhores dez anos da minha juventude,
foram passados na
EPI, numa carreira que
terminou quando teve
de terminar, a 3 de Fevereiro
de 2010, com
a passagem à disponibilidade,
onde na verdade
se desligou um
botão, se passou da
condição de militar à
de Ex-Militar.
Confesso que,
durante mais de dois
anos, me custou entrar
na nossa Casa-Mãe,
tão difícil que foi deixá-la...
Apesar de ter
entregue a minha Caderneta
Militar, apesar
de me chamarem de
Ex-Tenente, ou de Tenente
em Regime de
Disponibilidade, nunca
deixarei de ser Oficial
de Infantaria. Hoje,
sempre e até sempre.
Como momento
mais emblemático
e marcante
da minha vida militar,
recordo com grande
saudade e orgulho o
facto de ter sido o último
Oficial em Regime
de Contrato (por força
dos regimes actuais
serem mais curtos), a
ser Porta-Estandarte
Nacional da Escola.