Edição nº 195 - Exército

AZIMUTE 195 - 15
A TNM e a EPI são ambas Património Cultural do país e de
todos os portugueses. Património Natural, a primeira, Institucional – e
até mesmo Edificado, se lhe associarmos o Palácio Nacional que lhe
esteve sempre indissociavelmente ligado – a segunda.
Ambas têm em comum o terem influenciado de forma indelevelmente
positiva a vida dos milhares de portugueses que tiveram
o privilégio de as ter frequentado.
A Tapada Nacional de Mafra, que começou por ser espaço
privado de lazer em Monarquia, é de há muito espaço público
de eleição fruído por milhares de pessoas, muitas delas, sobretudo
as crianças, colhendo nela os primeiros ensinamentos e contactos
quanto à realidade concreta de uma fauna bravia e de uma floresta
mediterrânica das quais as populações urbanas têm hoje infelizmente
uma visão distante e desfocada.
A Escola Prática de Infantaria, por ter sido escola de vida
para milhares de mancebos portugueses em aprendizagem das artes
e das virtudes militares, que nela puderam apreender a verdadeira
dimensão e o verdadeiro significado de conceitos como “espírito de
corpo”, “abnegação”, sacrifício”, “solidariedade”, “despojamento”,
“Pátria”.
Conceitos que tão importantes foram para moldar definitivamente
o carácter e a personalidade desses portugueses, não
só enquanto serviram sob a Instituição militar, mas sobretudo, já de
novo civis, pela vida fora, todos sem exceção para sempre saudosos
de uma Casa que também passou a ter sido Sua e os acolheu de
braços abertos, ainda que temporariamente, para os ajudar a serem
Homens.
Também por tudo isto, mais tarde ou mais cedo Tapada Nacional
de Mafra, Escola Prática de Infantaria e Palácio Nacional de
Mafra estavam condenados a reencontrarem-se e a completaremse,
irmanados no mesmo orgulho de, cada qual à sua maneira, terem
contribuído para tornar mais saudáveis o espírito e o corpo de
sucessivas gerações de portugueses.
Alda Mesquita
Presidente da Direção da Tapada Nacional de Mafra