Edição nº 195 - Exército

AZIMUTE 195 - 13
respeita-se a herança, respeita-se o património e, perante propostas
razoáveis, a resposta que sempre temos é: naturalmente que vamos
colaborar dentro das nossas possibilidades!
Confesso que guardo da EPI e, sobretudo, através das pessoas
com quem mais me relacionei, a memória e a imagem de uma
verdadeira Escola do Saber. Um saber naturalmente polissémico que
vai das relações humanas ao saber transmitir, passando pelo sentido
de ética e pela estrutura cultural e intelectual dos seus protagonistas.
A ideia com que se fica quando se tem o privilégio de privar com as
chefias, aqui, na Escola, é a de que os portugueses estão muito bem
servidos e representados pelos seus militares.
O anunciado fim da EPI se, por um lado, pode representar
a modernização e a adequação aos novos tempos, por outro lado
não apagará a herança, já com alguns anos, de um bom relacionamento
entre o Palácio e o Convento. Quisemos ter e construímos
uma relação à volta de um Monumento que, conjuntamente, queremos
preservar e valorizar.
Depois de a EPI ter comemorado os seus 125 anos, e sem
que queiramos fazer um balanço relacional dos muitos anos de
cumplicidades com o Palácio, nada melhor para homenagear o que
vivemos e projectar o futuro do que o aparente paradoxo que se
expressa na frase de José Gomes Ferreira “... tenho saudades do
Futuro!”.
Na pessoa do seu último Comandante, Exmo Senhor Coronel
de Infantaria João Pedro Rato Boga de Oliveira Ribeiro, agradecemos
toda a cooperação e colaboração que sempre nos foram
prestadas pela EPI, ao mesmo tempo que saudamos a nova instituição,
que desejamos de excelência, com a sabedoria em manter
bem oleada a fechadura do outro lado da porta.
Mário Pereira
Director do Palácio Nacional de Mafra