CONTOS DE FADAS: FONTES DE CULTURA Guaraci de Santana ...

Ao final do conto, o príncipe da cidade conhece a princesa e encantado com sua
beleza decide casar-se. O conto possibilita uma reflexão acerca da luta contra um amor entre
pai e filha, pois a jovem precisa renunciar a si mesma para fugir do amor incestuoso. É um
exemplo de pureza e humildade, visto que ela precisou abandonar a riqueza do seu reino para
morar em uma simples cabana, sozinha e isolada de todos.
Além disso, a princesa tinha que esconder sua própria beleza atrás de uma pele de
asno, enfrentando a discriminação e sendo humilhada. É interessante analisar que o rei amava
de tal modo a rainha que, para ele, a filha era um reflexo da mãe, e somente casando com ela
não trairia a rainha. Por fim, o conto é uma mistura de fantasia e realidade, que tematiza a
dificuldade de uma jovem que demonstrou coragem e humildade para impedir um amor
incestuoso, do qual somente consegue libertar-se com o auxílio de elementos mágicos.
CONCLUSÃO
Diante das diferentes faces dos contos de fadas, guarda-se a certeza de que cada
história infantil é uma semente plantada na mente da criança, cujo crescimento acontece
gradativamente e os frutos são refletidos ao longo da vida. O que significa que os contos de
fadas não podem ser de mero entretenimento, ao contrário, representam ricas fontes de
cultura, pois transmitem ideias e valores morais e éticos, capazes de preparar a criança para os
conflitos da vida.
Portanto, assumem extrema importância para o processo educativo no sentido de
atuar na formação do caráter do indivíduo. Esse é o grande segredo dos contos de fadas
encantarem os corações dos pequenos e sobreviverem até os dias atuais.
“A literatura infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de
criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra. Funde
os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível
realização...” (COELHO, 1997, p. 24)
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