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Circuitos Práticos - Saber Eletrônica

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Componentes<br />

Protetores de surtos de tensão:<br />

Funcionamento dos principais tipos e aplicações<br />

Com o aumento constante da<br />

escala de integração dos circuitos<br />

há, também, um aumento nos cuidados<br />

a serem tomados quanto ao<br />

pico de tensão. Esse fenômeno pode<br />

ser originado por várias causas, e<br />

seus efeitos, na maioria das vezes,<br />

são catastróficos à integridade<br />

dos equipamentos. Neste artigo<br />

vamos estudar um pouco sobre a<br />

tecnologia e cuidados na aplicação<br />

dos dispositivos de proteção contra<br />

surtos de tensão.<br />

Alexandre Capelli<br />

34 I SABER ELETRÔNICA 459 I 2012<br />

Surtos de tensão<br />

Os surtos de tensão podem ter duas<br />

origens distintas: interna ou externa. Os<br />

surtos de tensão internos, geralmente têm<br />

as seguintes causas:<br />

• Comutação de cargas indutivas;<br />

• Faiscamento (“Flashover”);<br />

• Interferências causadas por acoplamentos<br />

capacitivos ou indutivos<br />

com outros componentes (por<br />

exemplo, comutação de banco de<br />

capacitores para correção do fator<br />

de potência);<br />

• Descargas eletrostáticas (ESD).<br />

Já as causas externas mais comuns<br />

para surtos são:<br />

• Acoplamento elétrico a potenciais<br />

mais altos;<br />

• Comutações na rede de alimentação;<br />

• Descargas atmosféricas;<br />

• Interferência indutiva (se um curto-<br />

-circuito ocorrer numa linha de<br />

força particularmente onde o neutro<br />

é aterrado, tensões muito altas<br />

podem ser induzidas em linhas<br />

adjacentes);<br />

• Interferência causada por campo<br />

magnético interno (provocada, por<br />

exemplo, pela queda de um raio<br />

em área próxima ao equipamento).<br />

A magnitude de um raio pode chegar<br />

a 400 kV, valor alto o suficiente para<br />

danificar até mesmo uma linha de alta<br />

F1. Curva típica<br />

de um raio.<br />

tensão (13,8 kV). Sua curva típica pode<br />

ser vista na figura 1. Notem que o pico<br />

máximo ocorre no intervalo de 10 µs,<br />

com duração levemente superior a 40 µs.<br />

Reparem que trata-se de um fenômeno<br />

bem mais lento que uma descarga eletrostática,<br />

cuja duração é da ordem de<br />

nanossegundos (figura 2).<br />

TVSS<br />

Os protetores de surto têm o nome<br />

genérico de TVSS (Transient Voltage Surge<br />

Supressors) e podem ser de vários tipos<br />

(varistores, contelhadores a gás, diodos<br />

supressores e circuitos combinados).<br />

Varistores<br />

Os varistores são resitências não<br />

lineares dependentes da tensão, com<br />

características logarítmicas definidas de<br />

tensão e corrente, conforme pode ser observado<br />

na figura 3. A elevação de tensão<br />

reduz a resistência e, consequentemente,<br />

aumenta a corrente.<br />

O varistor é um dispositivo para proteger<br />

contra transientes que se comporta<br />

como dois diodos zener conectados “back-<br />

-to-back” (figura 4).<br />

Na ausência de sobretensão, a resistência<br />

do varistor é bastante elevada,<br />

como um circuito aberto. Entretanto,<br />

na ocorrência de um transiente, sua<br />

resistência cai drasticamente (Z < 1 Ω),<br />

mantendo a tensão entre os terminais<br />

F2. Curva de uma descarga<br />

eletrostática.

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