Documento Completo - Agência Portuguesa do Ambiente
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A zona costeira apresenta um conjunto de características notáveis de que se salienta a energia da<br />
hidrodinâmica marítima e a variabilidade de características <strong>do</strong>s seus subsistemas e usos. Do ponto de vista<br />
morfológico, são de referir as formações de praias, trechos de arribas, dunas e sapais, sistemas de ilhas<br />
barreira, lagoas costeiras e estuários. A cada tipo de sistema costeiro estão associa<strong>do</strong>s diferentes habitats,<br />
pelo que é também notável a biodiversidade costeira.<br />
No presente contexto há que dar particular atenção aos estuários. Um estuário será, o local onde o rio<br />
encontra o mar. A definição de Fairbridge (1980) consensualmente aceite, refere que “estuários são<br />
corpos de água costeiros semi-fecha<strong>do</strong>s que têm uma ligação livre com o mar e nos quais a água <strong>do</strong><br />
mar se dilui, de forma mensurável, com água <strong>do</strong>ce proveniente da drenagem terrestre”. Para um<br />
sistema costeiro ser classifica<strong>do</strong> como estuário deverá, assim, ter como características básicas, a presença<br />
de um rio afluente e zonas de diferentes salinidades cuja localização, teor salino e extensão são função<br />
<strong>do</strong> caudal fluvial e das correntes de maré, que se estendem a montante da zona salina.<br />
A Lei da Água (Lei nº 58/2005 de 29 de Dezembro) que transpõe para o quadro jurídico nacional a já<br />
referida DQA, introduz o conceito de “Águas de Transição”, definidas como: “Águas superficiais nas<br />
proximidades da foz <strong>do</strong>s rios parcialmente salgadas em resulta<strong>do</strong> da proximidade de águas<br />
costeiras mas que são também significativamente influenciadas por cursos de água <strong>do</strong>ce”. Por força<br />
da sua definição, as águas de transição cobrem a zona <strong>do</strong> estuário onde é sentida a influência da água<br />
salgada, não incluin<strong>do</strong>, assim, a região mais a montante <strong>do</strong> estuário onde a influência marítima se faz<br />
sentir pela variação <strong>do</strong> nível de água força<strong>do</strong> pela dinâmica da maré.<br />
A aplicação daquela definição ao estuário <strong>do</strong> Tejo levou à proposta de delimitação das respectivas águas<br />
de transição (Bettencourt et al., 2004) que se apresenta na Figura 2. A). A Figura 2 B) apresenta a<br />
delimitação a<strong>do</strong>ptada pela Autoridade Nacional da Água, coincidente com a delimitação de estuário<br />
OS PLANOS DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA<br />
96|97 BALANÇO E REFLEXÕES