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Documento Completo - Agência Portuguesa do Ambiente

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altamente qualifica<strong>do</strong>, profundamente conhece<strong>do</strong>r <strong>do</strong> terreno, que assegure máxima qualidade às actividades<br />

de outsourcing promovidas pela ARH (por natureza limitadas em âmbito, e descontínuas no tempo) e garanta<br />

consistência <strong>do</strong> apoio científico a um modelo de planeamento e gestão que se pretende dura<strong>do</strong>uro.<br />

No que respeita ao futuro, importa recordar que vivemos em contexto de mudança climática global e que<br />

essa mudança provavelmente se traduzirá por alterações significativas <strong>do</strong> forçamento meteorológico e<br />

oceanográfico. Neste contexto são esperadas, entre outras, modificações no regime de agitação marítima<br />

e da precipitação e também na taxa de elevação <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar, para as quais devemos preparar, quanto<br />

antes, medidas de adaptação. Por exemplo, até final <strong>do</strong> presente século, é plausível que o nível relativo <strong>do</strong><br />

mar suba a um ritmo 5 a 10 vezes superior ao actual, pelo que os elementos até hoje utiliza<strong>do</strong>s para avaliar<br />

vulnerabilidade à inundação, galgamento ou erosão, ou para estimar distâncias de salvaguarda, e que se<br />

fundamentam em caracterização <strong>do</strong> clima actual, são claramente desajusta<strong>do</strong>s. Neste contexto, será de<br />

to<strong>do</strong> desejável incorporar nos estu<strong>do</strong>s de base e critérios de planeamento, ocupação/uso e gestão <strong>do</strong><br />

território litoral sob jurisdição da ARH <strong>do</strong> Tejo, I.P. a variável das alterações climáticas e respectivos<br />

impactos, considera<strong>do</strong>s até ao horizonte temporal de 2100.<br />

Ao exposto acima acresce naturalmente a consideração da perigosidade e riscos naturais, de que realçamos,<br />

no caso presente os de inundação, erosão (s.l.) e de vertente, que foram trata<strong>do</strong>s de forma não sistemática,<br />

heterogénea e, em alguns casos, negligencia<strong>do</strong>s, em alguns POOC em vigor. A introdução ou reavaliação de<br />

critérios para gestão <strong>do</strong> risco de ocupação das margens decorrente <strong>do</strong>s processos de erosão/sedimentação<br />

e inundação, bem como a revisão ou concepção e delimitação de faixas de salvaguarda desses mesmos<br />

riscos, para o la<strong>do</strong> <strong>do</strong> mar e de terra, são tarefas relevantes e condição necessária para garantir eficácia ao<br />

POOC deste trecho litoral.<br />

O <strong>do</strong>mínio físico abrangi<strong>do</strong> pelo território submarino sob jurisdição da ARH <strong>do</strong> Tejo, I.P. estende-se muito<br />

para além da linha que, na cartografia convencional, nos habituámos a designar como “linha de costa”. Esse<br />

espaço, que a REN incorpora, é também recurso territorial, substrato que interessa e suporta parte relevante<br />

<strong>do</strong> biota marinho e pode conter recursos em inertes, com interesse económico e estratégico, nomeadamente<br />

para eventuais operações de alimentação artificial de praias. Porém, a generalidade <strong>do</strong>s POOC em vigor não<br />

lhe cartografaram a geomorfologia nem caracterizaram os seus conteú<strong>do</strong>s geológicos (entre outros), tarefa para<br />

a qual a segunda geração de POOC constitui excelente janela de oportunidade.<br />

Finalmente, uma nota acerca da vertente da educação e sensibilização de público não especializa<strong>do</strong>. Estes<br />

tópicos merecem destaque no leque de objectivos <strong>do</strong>s novos POOC e lugar de destaque na fase de<br />

concretização, pela sua importância na prevenção de riscos e na sensibilização para a necessidade de<br />

adaptação às alterações climáticas, para as quais importa capturar a colaboração esclarecida de to<strong>do</strong>s os<br />

utentes <strong>do</strong> espaço costeiro.<br />

REFERÊNCIAS<br />

Julião, R.P., Nery, F., Ribeiro, J.L., Branco, M.C., Zêzere, J.L. e painel de consultores (2009) Guia<br />

Meto<strong>do</strong>lógico para a Produção de Cartografia Municipal de Risco e para a Criação de Sistemas de<br />

Informação Geográfica (SIG) de Base Municipal. Autoridade Nacional de Protecção Civil (disponível<br />

em http://www.proteccaocivil.pt/Documents/guia_meto<strong>do</strong>logico_SIG.pdf.).

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