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Documento Completo - Agência Portuguesa do Ambiente

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fecho da faixa costeira e o conjunto das bacias hidrográficas sob jurisdição desta ARH coincidem quase<br />

integralmente com a superfície interessada em termos de drenagem. Ao contrário <strong>do</strong> limite sul (Cabo<br />

Espichel), que constitui uma fronteira natural de primeira ordem com as células litorais da Arrábida, o limite<br />

administrativo norte <strong>do</strong> trecho (na Foz <strong>do</strong> Lis - Praia da Vieira) não constitui fronteira notável, a qual, <strong>do</strong> ponto<br />

de vista fisiográfico e oceanográfico, se encontra no promontório <strong>do</strong> Sítio, a sul, ocorren<strong>do</strong> outra (mas de<br />

segunda ordem) no Cabo Mondego. Pode pois concluir-se que a mesma entidade administrativa gere a quase<br />

totalidade <strong>do</strong> espaço físico onde actuam os processos que convergem para este trecho litoral, com excepção<br />

de uma pequena fracção na sua região norte; porém, visto que a resultante anual da corrente de deriva litoral<br />

é, em termos gerais, dirigida para sul ao longo <strong>do</strong> trecho e que a magnitude <strong>do</strong> transporte sóli<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> é<br />

muito relevante (mesmo que expressa apenas de forma potencial), importa garantir articulação eficaz com as<br />

entidades administrativas das regiões adjacentes, porque é certo que as perturbações naturais ou artificiais<br />

impostas numa destas regiões produzem consequências, a curto ou longo prazo, nos segmentos adjacentes a<br />

sotamar. No seu interior, o trecho sob jurisdição da ARH <strong>do</strong> Tejo, I.P., pode subdividir-se em três células<br />

menores: Praia de Vieira - Peniche (Cabo Carvoeiro), Peniche - Cabo Raso e Cabo Raso - Cabo Espichel.<br />

A faixa litoral que constitui área de intervenção da ARH <strong>do</strong> Tejo, I.P. contém diversidade geomorfológica,<br />

geológica e dinâmica notáveis, que se reflecte na variabilidade e complexidade <strong>do</strong>s processos activos. Esta<br />

característica dificultará o objectivo de completar de forma célere e simultaneamente competente, os<br />

trabalhos técnicos inerentes à elaboração de um POOC único, ten<strong>do</strong>, porém, a vantagem de garantir<br />

coerência nas meto<strong>do</strong>logias e critérios a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s. A alternativa de dividir o troço em segmentos menos<br />

heterogéneos <strong>do</strong> ponto de vista funcional, objectos de POOC distintos, não prejudicará a (desejável)<br />

uniformidade acima referida se for antecedida <strong>do</strong> lançamento de um guião meto<strong>do</strong>lógico, um procedimento<br />

a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> no nosso país e pelas mesmas razões, aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> lançamento <strong>do</strong>s trabalhos de cartografia de<br />

riscos naturais e tecnológicos à escala <strong>do</strong>s Municípios (Julião et al., 2009).<br />

A elaboração da segunda geração de POOC incorpora conhecimentos e experiência de concretização<br />

entretanto acumuladas que, porém, não esgotam a necessidade de assegurar continuidade à actualização e<br />

aquisição de mais e melhor informação técnica e científica sobre o espaço costeiro, particularmente no que<br />

respeita ao seu funcionamento a escalas temporais alargadas, reconstruí<strong>do</strong> para o passa<strong>do</strong> e projecta<strong>do</strong> para<br />

o futuro muito para além <strong>do</strong> horizonte temporal de vida deste instrumento de ordenamento. De facto, boa<br />

parte da morfologia costeira actual representa o retrato instantâneo de um percurso evolutivo inicia<strong>do</strong> há<br />

muitos séculos a milénios, cuja compreensão requer abordagem de meso a macroescala temporal.<br />

A formação, erosão e transformações morfológicas de corpos arenosos <strong>do</strong> estuário exterior <strong>do</strong> Tejo (incluin<strong>do</strong><br />

os Cachopos Norte e Sul), das lagunas de Albufeira, São Martinho <strong>do</strong> Porto e Óbi<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> tômbolo de Peniche<br />

ou das praias arenosas entre a Nazaré e o Salga<strong>do</strong>, são disto exemplos, porque apenas podem ser<br />

completamente entendidas a essas escalas de tempo, e a não consideração desta dimensão temporal conduzirá<br />

a modelos de funcionamento e evolução incorrectos, com pouca utilidade para fundamentar a gestão de<br />

recursos ou <strong>do</strong> risco. A este respeito, importa também notar que conhecer um objecto ou processo natural<br />

implica medi-lo, e se esse objecto ou processo variarem ao longo <strong>do</strong> tempo, as medições devem repetir-se a<br />

fim de caracterizar essas transformações. Consideramos que a ARH <strong>do</strong> Tejo, I.P. será, pela natureza <strong>do</strong>s seus<br />

objectivos e âmbito de acção, a entidade mais vocacionada para manter programas de monitorização<br />

abrangentes, visan<strong>do</strong> a aquisição sistemática da informação de base, necessária, já hoje, ao ordenamento, e<br />

no futuro, à gestão <strong>do</strong> espaço e <strong>do</strong>s respectivos valores. Tal como é também, em nossa opinião, a sede natural<br />

de arquivo, sistematização e interface de disponibilização <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s científicos sobre o mesmo espaço. De igual<br />

forma será de to<strong>do</strong> conveniente a manutenção no elenco de recursos humanos desta ARH de um núcleo técnico<br />

OS PLANOS DE ORDENAMENTO DA ORLA COSTEIRA<br />

72|73 BALANÇO E REFLEXÕES

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