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Documento Completo - Agência Portuguesa do Ambiente

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Intrinsecamente ligada com os aspectos referi<strong>do</strong>s nos <strong>do</strong>is pontos anteriores identifica-se a excessiva<br />

rigidez das propostas <strong>do</strong>s planos face ao contexto de mutabilidade, de dinâmica e de evolução acelerada<br />

da orla costeira. Nesta matéria, e defenden<strong>do</strong>-se a necessidade imperativa de rigidez e inflexibilidade nos<br />

aspectos fundamentais a salvaguardar e a promover pelo plano, considera-se que tem de haver margem<br />

para a gestão flexível para a resolução de imponderáveis no quadro de uma decisão responsável guiada<br />

pelos objectivos previamente identifica<strong>do</strong>s e pelo conhecimento técnico e científico fundamenta<strong>do</strong>.<br />

Por último, salienta-se a deficiente programação física e orçamental <strong>do</strong>s POOC como óbice à operacionalização<br />

posterior <strong>do</strong> plano e como elemento indutor de grandes fragilidades na imprescindível assunção<br />

de responsabilidades partilhadas entre entidades que contribuem para a execução das acções<br />

previstas.<br />

Passan<strong>do</strong>, agora, à identificação de algumas das principais debilidades detectadas na fase de<br />

implementação <strong>do</strong>s POOC, ou seja de execução atempada <strong>do</strong> nele previsto, temos a registar um conjunto<br />

diverso de obstáculos, alguns <strong>do</strong>s quais decorrentes de falhas de elaboração.<br />

Ao nível da implementação <strong>do</strong>s POOC surge como especial óbice o défice de articulação entre as variadas<br />

entidades que de alguma forma interferem na gestão da orla costeira e que determinam o seu<br />

desenvolvimento. Sen<strong>do</strong> um défice generaliza<strong>do</strong> nas relações da administração portuguesa atinentes à<br />

execução de planos, agudiza-se neste território pela multiplicidade de actores que nele actuam, pela<br />

intersecção inevitável de abordagens de macro e de micro escala que são exigidas na gestão destes espaços<br />

e pela alteração constante <strong>do</strong>s quadros circunstanciais induzida pela mutabilidade e fragilidade natural.<br />

Decorrentes de debilidades da sua própria elaboração, os POOC vieram a revelar substanciais<br />

desfasamentos entre a natureza das acções previstas de executar e as competências e capacidades das<br />

entidades responsáveis pelas mesmas. Em resulta<strong>do</strong> da deficiente programação física e orçamental<br />

contemplada em plano, verificou-se uma inércia de execução por falta de capacidade operacional e falta<br />

de responsabilização objectiva. As meto<strong>do</strong>logias retomadas e a<strong>do</strong>ptadas a partir de 2005 com enfoque<br />

num modelo de coordenação estratégica assente num programa de acção objectiva<strong>do</strong> trouxeram resulta<strong>do</strong>s<br />

muito melhora<strong>do</strong>s que demonstram a eficácia da programação da execução e da coordenação estratégica<br />

de entidades.<br />

A inércia de implementação registada durante os primeiros anos de vigência levou, inevitavelmente, a<br />

uma situação generalizada de implementação diferida no tempo, o que, numa circunstância de<br />

mutabilidade e dinâmica acelerada, tornaram desactualiza<strong>do</strong>s os planos e desapropriadas algumas das<br />

suas medidas e acções, porque a<strong>do</strong>ptadas fora <strong>do</strong> tempo próprio.<br />

Associa-se ainda a este problema, a existência de significativos erros e omissões, decorrentes da insipiência<br />

da informação de base e <strong>do</strong> conhecimento sistematiza<strong>do</strong> <strong>do</strong> território e das suas dinâmicas, existentes<br />

aquan<strong>do</strong> da elaboração, o que impede a concretização de uma percentagem muito significativa de acções.<br />

Nesta circunstância, torna-se, por outro la<strong>do</strong>, evidente a falta de dinâmica <strong>do</strong>s planos. Fruto de razões de<br />

ordem diversa o sistema de planeamento em Portugal não adquiriu ainda a maturidade suficiente para<br />

engrenar dinâmicas de alteração simplificadas e focalizadas nos aspectos diagnostica<strong>do</strong>s para modificar.

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